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História Linguagem Secreta das Flores - Dente-de-leão


Escrita por: cactae

Notas do Autor


Cheguei de rena para atualização, toda em clima natalino, embora a fic se passe na primavera e seja a única das minhas longs que não estão acompanhando as datas, enfim...
Eu acabei quase ultrapassando meu limite de palavras, dando 3.999, gente, EU IRIA MORRER SE MUDASSE O PRIMEIRO DÍGITO, MEU TOQUE NÃO DEIXA, podem observar que todos capítulos são 3 mil e pouco skoaksoa
Sem musguinha para indicar, sorry.


Boa leitura~

Capítulo 13 - Dente-de-leão


Fanfic / Fanfiction Linguagem Secreta das Flores - Dente-de-leão

Era difícil pensar com todos aqueles olhares direcionados a mim em expectativa, mesmo que alguns nem fossem isso e sim tristeza redirecionada, já que quando eu olhava de volta para Jeongguk, este desviava o olhar para qualquer outra coisa que não fosse eu naquele recinto, o que era bem estranho, já que... Se ele não estava ali por mim, estaria por quem, então?

Esperei com que Jimin terminasse seu pedido de desculpas e, assim que ele terminou, me senti um covarde por ter ido embora na noite anterior. Talvez se eu tivesse insistido mais um pouco, tivesse ficado ao lado dele no loft ao invés de ter fugido como um garoto fraco, eu poderia ter entendido, poderia ter o confortado, mas, naquele momento, só pensei na dor que eu estava sentindo, só pensei nas palavras que soavam como chicotes em meu corpo, desistindo em meia hora ou menos por não entender que cada pessoa precisa de seu espaço. E esse sim foi meu maior erro, eu não entendi que ele queria ficar sozinho por um curto intervalo de tempo e que as sentenças soltas tinham sido a esmo, algo no calor do momento que ele sequer tivesse culpa.

Abracei-o, segurando a vontade de chorar que parecia debochar de mim, suas mãos apertavam minha cintura, como se ele tivesse medo que eu fosse embora ou até assegurar-se que eu realmente estava ali, quis estapear-me por ter deixado que ele pensasse que eu fizesse isso algum dia. Senti suas lágrimas em meu ombro, perpassando o tecido fino da camisa de Yoongi hyung que eu havia dormido com; passei meus braços por seu pescoço – mesmo que ele fosse mais baixo – para que ele ficasse mais próximo a mim, para que eu pudesse selar o topo de sua cabeça e reclamar o quanto ele fez falta naquela noite, sussurrando para que ele não me deixasse sair daquela forma mais, declarando que senti falta do cheiro do shampoo adocicado demais que ele usa, que achei esquisito não ter aquele corpo pequeno agarrando-me como urso de pelúcia ao acordar. Teria de listar tudo que passou pela minha cabeça, desde fatos bobos como não tê-lo comigo, os dedos cheinhos que não apertavam a minha bochecha ou castigavam-me com cócegas para que eu despertasse ou até mesmo os beijos depositados ao longo de meu rosto quando ele queria que eu preparasse algo especial para o café da manhã.

— Você está cheirando a Yoongi, Tae. — Seu nariz pareceu farejar as áreas de meu pescoço. — Vocês não...?

— Não. — Revirei os olhos. — Nós só dormimos juntos porque precisávamos um do outro, e, além disso, você sabe que eu não durmo sem companhia.

— E precisava dormir com o meu namorado? — Afastou-se e olhou-me como se eu tivesse cometido o pior dos pecados, logo encarando ao hyung presente. — E precisava dormir com o meu melhor amigo?

— Não é como se ele também não dormisse com meu namorado. — Yoongi sorriu em nossa direção. — E não é como se o meu namorado não dormisse com o próprio melhor amigo também.

— E não é como se o melhor amigo aqui não amasse dormir com os dois. — Intervi, arrancando risadas dos namorados. — Não precisam discutir, tem Kim Taehyung para todo mundo.

— Oferecido. — Jimin deu um tapinha em meu ombro, voltando a me abraçar. — Droga, eu senti muito a sua falta. Devo estar muito dependente do meu melhor amigo.

— Eu também senti a sua. — Resvalei meu nariz contra o seu, iniciando um beijo de esquimó.

— Mas eu ainda não perdoei o fato de você estar usando a camisa do meu hyung.

— Deixe de ser possessivo, Park Jimin. — Tive de rir com o bico emburrado que formou em seus lábios grossos.

Vi Yoongi passar para fechar a porta para que o Sukki não saísse antes de arrastar o Park até o sofá, estava morrendo de saudade – mesmo que não havíamos ficado nem vinte e quatro horas longe um do outro – não queria desgrudar dele e sabia que ele tinha muito o que explicar, ele tinha que se explicar. Mas eu não conseguia sequer cobrar alguma coisa, estava ocupado demais sentindo seu perfume a me fazer sorrir, aquele que tanto senti falta na noite passada, aquele que procurei nas peças de Min Yoongi e não encontrei, mesmo que o cheiro do hyung fosse maravilhoso, ainda assim, não era o que eu procurava e precisava. Não era Park Jimin.

Esperei com que todos se acomodassem nos sofás, evitando olhar para Jeongguk por mais que três segundos, embora eu estivesse com vontade de beijá-lo e me desculpar, sabia não ser o momento, além do quê, sequer eu tinha escovado os dentes ainda. Estava completamente sonolento, ainda não havia acordado o suficiente para pensar com clareza.

Descansei minha cabeça no colo do meu melhor amigo, enquanto os outros dois garotos, teoricamente, namorado de Jimin e o vizinho bonito com quem trocava uns beijos e carícias em tardes primaveris sentavam no outro sofá. Deixei com que minhas pálpebras fossem levadas pela vontade que eu tinha de fechá-las, aproveitando o cafuné que, timidamente, Jimin começava a fazer em meus cabelos, ficando quase com vontade de dormir outra vez.

Minha mente viajou por vários lugares e nenhum ao mesmo tempo, dando-se conta que estava quase tudo bem, afinal. Jimin havia ido pedir desculpas pelo seu comportamento que eu ainda não entendia o motivo; eu sentia que as coisas entre ele e Yoongi hyung talvez fossem se consertar ali, eu torcia para que aquilo acontecesse como fanático por futebol torce pelo seu time do coração ou como meus professores torcem para que eu não desafine em um high note qualquer. Jeongguk também estava ali a agraciar-me com sua beleza e vontade de tê-lo, embora eu não pudesse por ter a noção de que eu havia sido bastante grosso horas antes, mesmo que eu quisesse me desculpar, e eu queria, sabia que trajar a blusa do namorado do meu melhor amigo, dormir com ele e ainda estar com totalmente destruído pelas emoções passadas não fossem a melhor maneira de tentar aquilo, sabia que nem todo mundo acharia normal a dependência que eu tinha de ter companhia, de ter contato humano, de não enjoar de contato alheio, já que eu sabia precisar disso como uma pessoa precisa de ar para respirar.

— Acho que devo dar boas justificativas para vocês sobre a grosseria gratuita de ontem, não é? — Jimin pronunciou-se tão baixinho que eu, certamente, não teria o escutado se não tivesse tão próximo.

— Acho que antes de qualquer coisa, temos que comer, já que vocês chegaram cedo e tenho quase certeza de que acordaram esses dois aí, pois Min Yoongi é como uma pedra quando está dormindo. — Namjoon apoiou-se na parede, bocejando e com os olhos quase fechados devido a noite muito bem dormida. — Jin e Hoseok estão vindo para cá trazendo café da manhã da Soul Jin’s, não entendi bem, aliás, não entendi também o porquê deles estarem juntos tão cedo, será que...?

— Você também com ciúmes do melhor amigo, Joonie hyung? — Alfinetei ao abrir os olhos.

— Ei! — Jimin sentiu a indireta. — Eu não tenho ciúmes de você.

— Não citei nomes, está se doendo sozinho e porque quer. — Defendi-me.

— Não mudem o foco, ainda quero saber disso entre o Jin e Hoseok, ficaram próximos demais do nada. — o Kim semicerrou os olhos. — E Kim Seokjin não me esconde quando está com alguém.

— Porque ele não está. — Rolei os olhos em direção ao garoto. — E, é meio óbvio que ele e o Hobi hyung estão flertando há dias, desde a cafeteria, desde sei lá quando que eles trocam olhares sugestivos demais.

— Suspeito. Não sei se confio naquele coreano dos estrangeiros o suficiente para deixar meu melhor amigo nas mãos dele.

— Relaxa, hyung, o máximo que o Hoseok pode fazer é ensinar o Jin hyung a sambar, se é que me entende. — Jimin riu, dando uma piscadela para Namjoon.

— Você é inacreditável, pequeno Mochi. — Sorriu a mostrar aquelas covinhas adoráveis em suas bochechas.

— Quantos anos faz que ninguém me chama dessa maneira? A última vez foi no festival de calouros do ensino médio? — Park arregalou os olhos com a lembrança. — Sim, foi lá.

— Aquele que nós ganhamos cantando Barbie? — Indaguei ao tentar recordar-me de tal evento.

— Sim, sim. Aquele festival foi o melhor, eu estava tão nervoso. — As bochechas infladas de Jimin enquanto falava deixavam-me com desejo de apertá-las, mesmo que eu soubesse que ele odiava. — Lembra-se de que o professor de economia doméstica até sugeriu que virássemos cantores? Disse que seu timbre era rouco, diferente e que você tinha uma potencia musical impressionante, ao passo que o meu era doce, confortável e que minhas notas agudas deviam ser apreciadas em grandes shows, que devíamos dar continuidade aquilo.

— Lembro. — Tive de rir, tudo aquilo era verdade. — E olha só onde estamos, um futuro produtor de moda e um futuro arquiteto. Para você ver como as coisas são, não é mesmo?

— É sim. Mas você ainda faz algo referente ao seu canto, mesmo que quase obrigado pelos seus pais, ainda é algo que você gosta de fazer.

— E que você também deveria, teoricamente. — Dei de ombros, relembrando-me quando ele prometeu, por diversas vezes, ir à aula de canto comigo.

Talvez soasse patética a forma como havíamos feito as pazes, mas eu estava me sentindo esquisito com tudo isso e sabia bem que não era só por Jimin. Os olhos suplicantes de Yoongi hyung também informavam que as coisas ainda estavam estranhas, por mais que estivéssemos rindo, na tentativa de não deixar com que uma aura negra pairasse por sobre nós fosse frustrada, as coisas não podiam ser postas para debaixo do tapete e a ilusão de que nada havia acontecido se fizesse presente.

Escutamos a campainha soar, quase agradeci internamente, já sabendo que seria Jin e Hobi hyung, meu estômago já estava a reclamar pela falta de comida, era até um milagre que ninguém tivesse o escutado roncar instantes atrás quando senti cheiro de pão assado da vizinha, pensei até em ir lá e pedir um pedaço de pão para uma criança em fase de crescimento que precisava se alimentar. Sim, eu era a criança em fase de crescimento, só não disse onde ou para que lado eu estava crescendo.

Os irmãos ficaram no famoso impasse de quem iria abrir a porta, por fim, Jeongguk levantou-se e foi, esbaforido devido aos meninos estarem demorando demais para decidir ou apenas irritado com o barulho irritante da campainha sendo apertada a quase todo instante.

Jin hyung quase não teve tempo de colocar o café da manhã das mãos de Jeon antes de ser jogado por Sukki no chão e ser recepcionado com lambidas em seu rosto e um balançar de rabo genuíno que ele fazia apenas com os donos ou quando estava com saudades dos amigos mais próximos.

Hoseok gargalhou alto vendo aquela cena, mesmo que no início tenha quase tido um ataque do miocárdio ao ver um cachorro daquele tamanho, logo colocando a refeição em cima da mesa e ajudando a Jeongguk a organizar também, sussurrando algo no ouvido deste, obtendo um manear de cabeça em resposta e um sorriso fraco que fez meu coração dar batidas falhas, assim como havia feito ao chegar; por fim, indo ajudar ao hyung que ainda estava no chão sofrendo punições carinhosas do Golden retriever devido ao tempo que ele deve ter passado sem visitar aquele apartamento, ainda que Joonie hyung fosse seu melhor amigo.

Assim que se viu livre das patas de Sukki – este que logo tratou de cheirar o Jung até que desse por satisfeito – veio em nossa direção, dando um abraço em Jeongguk que estava sentado no braço do sofá, depois em Yoongi que o abraçou com força, vindo para Jimin, postando-se preocupado devido aos acontecimentos, e, por fim, baixando para depositar um selar em minha testa e questionar em relação aos meus sentimentos, mas antes que eu respondesse, Namjoon já havia o puxado para um abraço apertado e mil e uma perguntas de seu interrogatório acerca de Jung Hoseok. Jin apenas disse para deixar para mais tarde já que tínhamos mais assuntos mais importantes que aquele para discutir.

Em seguida, estávamos todos sentados na mesa, mesmo que fosse de poucos lugares, Jin resolveu que não teria problema, já que Hoseok poderia muito bem sentar em seu colo para ocupar menos espaço. Era até bonitinho vê-los tão próximos, adorável como distribuíam sorrisos como se fosse bom dia, e até era, eram sorrisos capazes de alegrar qualquer um, principalmente o do Hobi que parecia emanar alegria e boas energias.

Peguei uma fatia de pão integral para adicionar um pouco de geleia de framboesa caseira – minhas favoritas por serem feitas por Jin hyung – acompanhando-a com um copo de suco de laranja natural e sem açúcar, enquanto os outros se deliciavam com as coisas mais doces, como os cupcakes decorados pasta americana, chantilly, M&M’s e até alguns pedacinhos de frutas picadas. Observei Jeon pegar um pedaço de brownie e beber leite de uma forma adorável, corando quando os outros elogiavam seus bons modos diante a mesa. Yoongi, por hora, alternava seu olhar entre mim e o mais novo, quase indicando que eu deveria falar com ele, não sendo tão discreto assim quando até o sujeito da pauta mirou-nos a nos desconsertar.

Enjoado de tanta coisa doce, estava quase a pegar uma fatia generosa de queijo coalho para esquentar e comer quando, aparentemente, o dito cujo teve a mesma ideia, não ousando encarar-me ao cortar um pedaço para mim e para ele, o clima na mesa até ficou menos sério ao que nós podíamos ouvir as risadinhas dos nossos amigos que sabiam bem que estávamos tendo um tipo de relação, mas que estávamos sem coragem para nos aproximarmos um do outro, o que eu achava palpável, já que eu havia feito merda e ele não era obrigado a nada.

Tirei o prato de sua mão e caminhei para a sanduicheira, a fim de parar com todos aqueles cochichos por parte dos outros, já que eu só queria comer meu queijo em paz. Fui até a cozinha, deixando-os na sala de jantar, não me importando com o fato de tudo aumentaria graças ao garoto que me seguia, já que ele também iria comer o derivado de leite em questão. Assim, coloquei os pedaços no grill para assar um pouco, virando-me para pegar uma espátula para retirar assim que estivesse ponto, dando de cara com o garoto bem próximo a mim, com as duas mãos a me cercar entre ele e a bancada de mármore.

— Preciso pedir desculpas, não é? — Pendi a cabeça para o lado como um movimento automático.

— Talvez. Mas quem disse que eu desculparei? — Wow, por essa eu não esperava.

— Não vai?

— A menos que você vá a minha casa amanhã à noite, já que entendo que talvez você e Jimin hyung precisem de um tempo apenas para vocês, não, não desculparei. — Aproximou seus lábios dos meus, dando-me um selar tão rápido que mal tive tempo de assimilar algo. — Os queijos estão prontos, vamos que seu melhor amigo queria falar algo, e eu detesto comer comida queimada.

Minhas maçãs do rosto certamente estavam avermelhadas naquele instante, já que, não satisfeito com aquele beijo, o moreno ainda deixou outro selar na pontinha de meu nariz, sorrindo daquela forma que me fazia prender o ar para não me distrair com nada senão encantar-me a tamanha beleza, para, após, pegar os queijos com a espátula que deveria estar em minhas mãos e separar para nós dois.

Voltamos como se nada estivesse acontecido, mesmo que eu quisesse fazer aquela típica cena clichê em que a garota toca os lábios e sorri, suspirando amores aflorados como uma adolescente em sua primeira paixão, mas não o fiz, mesmo que eu estivesse dando pulinhos serelepe só por ter a certeza de que Jeongguk não estava bravo comigo, já que eu havia ganhado um beijo quando esperava um tapa devido a falta de educação atípica de minha parte.

— Agora me parece um bom momento para contar o que tem me acontecido. — Jimin começou. — Talvez soe como bobagem para alguns, mas... Vamos lá.

Nunca havia visto meu melhor amigo daquela maneira, com aquele olhar triste e perdido, mesmo que tivesse um curvar de lábios fechados em minha direção, sabia ser apenas para me reconfortar ou enganar os tolos que acreditavam que aquilo era sincero.

— Vai, Mochi, eu estou aqui, mesmo que ainda estejamos brigados. — Yoongi beijou a bochecha de Jimin.

— Mas nós não estamos brigados, quer dizer, tudo bem que ontem brigamos, mas você teve total culpa, eu não queria seu dinheiro e você me ofereceu mesmo assim! Mas, bem, não estamos brigados, eu posso ter me declarado apenas para Taehyung momentos atrás, mas isso não anula o fato de que eu senti falta de tudo em você e estava corroendo-me o peito não poder sequer te ligar para escutar essa tua voz maravilhosa em meu ouvido, mas ainda assim, não estamos brigados...

— Jiminnie! Volte à história e pare de nos enrolar com seu namoro que é a parte que menos interessa aqui. — Curto e grosso, mais conhecido como Kim Seokjin, o hyung da “verdade seja dita”.

— Hyung! — Meu melhor amigo riu sem humor. — Bem, ultimamente eu tenho estado distante, não só do Tae como de outras pessoas, poderia culpar o fim do semestre letivo ou até mesmo as vezes em que quis fazer sexo e não podia. — Se não tivesse gracinha no meio de um assunto sério, não era Park Jimin. — Mas, bem, brincadeiras à parte, meus pais me ligaram essa semana e eu estava com o Yoongie na sala de projeção do cinema, na faculdade, tive de atender e minha mãe acabou por ouvir a voz do hyung, perguntou quem ele era e o porquê de só escutar a voz dele em uma instituição que deveria estar repleto de jovens, acabei contando que era meu namorado e que até pretendíamos visita-los nas férias de verão, só que antes que eu sequer terminasse de proferir alguma coisa, minha mãe começou a gritar comigo por estar namorando um garoto e até acusou-me de estar fazendo sexo com ele em ambiente escolar. Não preciso nem contar como aquilo deixou-me enfurecido, começamos a discutir até que estivéssemos aos berros sobre ela não me aceitar como sou e ela direcionar a mim palavras agressivas que não deveriam ser ditas nem para seu pior inimigo, desejando até a morte do “meu namorado viadinho”, ela até envolveu o Tae na conversa, o Tae, cara!

— Você brigou com a sua mãe por nós? — Indaguei ao tentar digerir a situação.

— Não só por vocês, mas por mim também. — Suspirou audivelmente. — Tae, quando ela disse que você era a minha influência para “virar gay” foi o estopim para mim! Como assim, sabe? Não faz sentido e eu não esperava escutar essas coisas da minha própria mãe, ainda mais quando ela vivia a pregar, na minha infância, como amar era importante e não devíamos nos atentar raça, religião, gênero que ele vinha, tínhamos de aceitar, pois era válido. Mas aí ela me vem com isso? Ofende meu melhor amigo, meu namorado, me ofende e não quer que eu brigue? É exigir muito de mim.

— Mas vocês fizeram as pazes? Ou conversaram depois? — Jeongguk quis saber.

— Não! Claro que não, Jeonggukie. Meus pais quando encasquetam com algo, difícil mudar o pensamento. Tal hora minha mãe disse que eu deveria largar meus “amiguinhos viadinhos” e voltar para casa que meu pai me consertaria. Odeio esse termo “viadinho”! E ela falou como se eu fosse um objeto com defeito de fábrica e pudesse ser consertado, eu sequer preciso disso! Ainda teve a audácia de dizer que eu não era mais um garoto normal, mas, porra, esquisitos são eles que não aceitam o próprio filho e sua orientação sexual, contradizem-se ao afirmarem ser mente aberta quando não sabem nem dialogar sem ofender.

— Chim... — Rondei a mesa e abracei-o, deixando com que ele despejasse as lágrimas que ele queria em meus ombros.

— Não satisfeita, ela ainda disse que zeraria todas minhas contas no banco se eu não quisesse voltar para casa. Ela disse: “quero ver quanto tempo você aguenta ficar sem nosso dinheiro e não voltar para casa, Park Jimin”. — Fungou em meu pescoço. — Ou seja, ela ainda me deserdou, como se já não bastasse. Mas eu não preciso do dinheiro deles, não mesmo.

— E o seu pai? Quer dizer, pelo que bem me recordo de quando vocês se falavam por telefone quando estava no Brasil, ele era um cara bem de boa com tudo. — Hoseok apoiou os cotovelos na mesa para uma melhor audição.

— Sim, e ele é. Até me ligou após isso para mandar dinheiro escondido da minha mãe, mas eu declinei da oferta, sabia que talvez caísse para ele e detesto dar trabalho para ele que deu tanto por mim. — Saiu de meu abraço, entrelaçando cada uma de suas mãos com a minha e com a de seu namorado. — Meu pai é como uma marionete da minha mãe, estranho, não é? Nós estamos tão acostumados com o machismo que quando uma mulher toma essa posição, soa até como algo surreal. E tudo isso gerou uma carga de estresse que eu não consegui lidar, e, olha, eu achei que pudesse levar tudo numa boa, mas não consegui, me desculpem...

— Shhhhh... Desculpe-me se não fui o melhor amigo que você precisou esse tempo todo. Eu... — Tentei, mas logo fui interrompido por meu melhor amigo.

— Você não tem culpa de nada, não se desculpe a toa. A culpa foi minha por pensar que você poderia adivinhar algo que eu sequer deixava claro ou falava sobre. Foi meio tarde eu ter percebido isso depois de você ter cruzado aquela porta, me vendo sozinho naquele loft que tinha mais de você do que eu tinha em mente, quase a me sentir rasgado sem tua presença para colar meus pedaços. — Os olhos marejados do meu melhor amigo quebravam-me por inteiro. — E parecia até que eu não tinha aprendido, sabe? Já que mais cedo de ontem, eu estava com Yoongi e ele acabou oferecendo-me uma quantia como empréstimo, mas todos sabemos que não se mistura dinheiro com relacionamento, ainda mais sendo como nós dois somos. Eu acabei descontando toda minha frustração em quem estava apenas tentando ajudar e sofrendo assim como eu, bem imprudente, eu sei.

— Talvez eu tenha errado ao pensar que essa era a forma mais eficaz de te ajudar, realmente. — Yoongi depositou um selar nos lábios do menor. — Mas estou disposto a, sei lá, pensarmos em alguma coisa, hum?

— Sim, posso até te oferecer um emprego, estamos precisando de um caixa lá na Soul Jin’s, não é nada excelente, mas você ganha boas gorjetas se tratar um cliente bem, meus fregueses são bem generosos — Jin hyung lançou a proposta para Jimin, este que respondeu maneando a cabeça incessantemente. Adorável.

— Isso é verdade. Fui ajudar o hyung hoje de manhã, só porque dei três piruetas para entregar o cardápio a um casal de adolescente, a garota me deu 5 mil wons de gorjeta, me senti rico pela primeira vez na coreia, mesmo nem sabendo quando isso dá porquê só sei contar as coisas em real. — Hoseok gesticulou como se aquilo fosse mesmo muita coisa.

Após as risadas altas que todos deram ao escutar Hobi hyung com seu coreano básico demais que tivemos de nos esforçar para entendermos, escutei Jeon proferir baixinho para meu melhor amigo:

— Eu sei que você vai estranhar quando só ofereço minhas flores a quem estou apaixonado, seu melhor amigo, no caso. Mas espero que aceite essa flor, era meu pedido de desculpas a outra pessoa. — Jeon encarou-me, logo sorrindo com isso. — Só que acabei tendo outra ideia e talvez você devesse ficar com este Dente de leão a simbolizar que, às vezes, assim como você fez... Droga, isso vai soar muito como discurso motivacional, o que eu quero dizer é que, por mais que tudo quase sempre esteja ruim, não devemos nunca deixar ser abalado e impedir que entre em nossas vidas a tão famigerada esperança.

 


Notas Finais


Eu sou aquela que conserta todos os shipps e taca até um 2seok de bônus, mas não arruma o casal principal skoaksoa mas teve uma interaçãozinha taekook bem bonitinha, vai, é aceitável ;-;
Enfim...


Xoxo, see you~


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