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História Linguagem Secreta das Flores - Celidónias


Escrita por: cactae

Notas do Autor


HEEEEEEEEEEEEY BOYS AND GIRLS
Cheguei aqui <3
Devo desculpar-me pelo atraso de um dia, boatos que eu estava bêbada em uma pool party por aí, apenas boatos mesmo, aí não tive como postar ontem, mas cá estou e com quase quatro mil palavras <3
Estou a adorar tanto o ritmo da LSF que o próximo capítulo já está implorando para ser escrito aqui.
Para essa coisinha gostosinha, recomendo que leiam Flower - Cody Simpson (o link estará nas notas finais)
EU JURO QUE ESSA É A ÚLTIMA VEZ QUE MUDO AS CAPAS DA FANFIC, DESSA VEZ EU GOSTEI MESMO!!!
Para mais, para menos...



Boa leitura ~

Capítulo 4 - Celidónias


Fanfic / Fanfiction Linguagem Secreta das Flores - Celidónias

Vinte e sete chamadas, esse era o número de ligações que eu havia feito a Jimin. Yoongi estava  a me chamar no Kakao a cada dois segundos, pedindo desculpas e digitando coisas que cheguei a cogitar que ele havia faltado as aulas de gramática. Namjoon ora ou outra comentava algo no nosso grupo de amigos naquela rede social para dissipar o clima tenso pairado. 

Era 3:46 A.M e eu sequer havia pregado o olho, preocupado com o vazio ao meu lado, não estava nem um pouco acostumado a passar uma noite sem Jimin para afagar meus fios e falar algumas bobagens que me faziam rir ou beijar sua bochecha quando algo soava adorável.  

Dei um pulo e desci as escadas correndo a passos trôpegos, não importando-me se iria levar um belo de um tombo ou não, só de escutar o girar das chaves e ver que Jimin havia voltado para mim, valia a pena uma queda.  

Abracei-o com todas as forças que restavam em mim e não me importei em xingá-lo ou dizer o quão era errado deixar seu melhor amigo que nunca dormia só, esperando e preocupado com o quer que havia acontecido, formulando mil e uma suposições sobre seu paradeiro, chegando até a discar o número da policia local, mas algo, talvez aquela mensagem deixada com a flor dizendo que ele estava bem, faziam meu peito não doer tanto e acreditar que a melhor alternativa era esperá-lo e escutar o que seus lábios murmurassem, apenas para pedir que ele não repetisse mais aquilo, não me deixasse mais tão aflito. Não quando ele era meu único ponto de escape de frustrações com a faculdade e com a vida que às vezes resolvia não ser tão boa assim. 

— Pelo amor de Deus, não some assim de novo. — Pus a mão dele no meu coração para mostrar-lhe como ele havia me deixado com seu sumiço. 

— Desculpe-me, Tae, eu... Eu não consegui. — Os olhos ainda marejados indicavam-me que ele havia chorado há pouco tempo.  

— Shiiii... Não precisa, vem cá. — Puxei-o para perto de mim só para não ter que ver aqueles traços delicados se exprimirem em um choro novamente. — Vamos para a cama. 

— Eu não quero dormir, Tae.  

— Você não precisa, eu só quero deitar com você e quem sabe cantar aquela canção que você adora e que eu, particularmente, não vejo a menor graça.  

— Podemos fazer brigadeiro primeiro? — Perguntou esperançoso. 

— Só se eu raspar a panela. — Abracei-o por trás e apoiei meu queixo em seu ombro, caminhando desajeitadamente até o espaço destinado a cozinha no nosso loft. 

Levando em consideração que dois universitários juntos às quatro da manhã não estão com a cabeça no lugar para lembrarem-se de mexer o chocolate o tempo todo, até que não ficou de todo o ruim, apenas algumas bolotas no que deveria estar homogêneo, mas nada que comprometesse o sabor. Claro que as pessoas afirmavam não ser saudável comer doce aquela hora da madrugada, porém não parecíamos nos importar muito para as construções sociais naquele momento. 

— Olha o aviãozinho. — Brinquei levando uma colherada generosa de chocolate a boca de Jimin. 

— Para, Tae! — Ele riu e em seguida abriu a boca, logo fechando em um biquinho fofo.  

— Não me provoque com esse biquinho. — Dei um rápido selar nos lábios cheinhos dele.  

Não, nós não tínhamos mais do que uma imensa amizade. Não víamos malicia em um selinho quando o momento pedia  um, era quase como um "vai ficar tudo bem" codificado com um gesto simples e carinhoso. Quando um dos dois estavam em relacionamento sério, esse tipo de gesto se tornava tão raro e tão mais secreto que apenas em madrugadas de lua cheia, ele ocorria. Não era como se dali partíssemos para amassos e beijos calientes que fariam nossa cama balançar e os vizinhos acionarem a policia, era tão inocente e natural como tinha de ser entre melhores amigos, ainda mais quando o significado era puramente de consolo e afago. 

— Eu estava na casa do Jeongguk... — Jimin começou. — Eu.... O Yoongi e eu tivemos uma discussão e eu sai correndo, você sabe como eu fico quando o assunto é esse hyung. Eu corri e pensei em vir aqui e te abraçar com todas as forças que há nesse meu corpo, mas acabei esbarrando com o Jeon enquanto fugia do meu destino, minha visão estava embaçada por conta das lágrimas que insistiam em cair e quando vi, estava sendo abraçado e sendo levado para o loft do vizinho. Ele não fez nenhuma pergunta, o que achei um alívio, não saberia explicar o que sentia ou o que tinha acontecido. E, bem, acabei adormecendo, chorando com a cabeça repousada no colo de um estranho, incrível que a primeira coisa que ele fez quando eu acordei foi ter me mostrado o meu celular com mil e uma ligações suas e do dito cujo, logo em seguida perguntou se eu tinha avisado a ti meu paradeiro e que você deveria estar aflito. O que me fez sair correndo ainda com os olhos inchados para cá.... Me desculpa... 

Fiquei sem reação, não parecia ter uma resposta para isso. Parte de mim queria ainda confortá-lo e perguntar o que havia acontecido entre ele e o Yoongi, outro lado alternava entre o meu vizinho e sua preocupação com o bem-estar do meu melhor amigo. Teria de agradecê-lo mais tarde. 

— Ah, antes de eu sair, ele disse algo como "Diga ao Taehyung..." mas acabei por fechar a porta antes dele finalizar a sentença. 

— Mas você está melhor? — Desconversei, tentando não deixar que a curiosidade sobre a fala do garoto que morava ao lado tomar conta de minha mente. — Digo, o Yoongi veio mais cedo aqui, não era tão cedo, mas ele... Ele parecia atordoado. 

— Eu não sei o que fazer em relação a isso, TaeTae... Você sabe o que ele fez..  

— Não. Na verdade, não sei não. Ninguém sabe, Chim. Vocês vivem a sorrisos um para o outro e ora ou outra, nem se olham. Namjoon não sabe de nada e olha que é irmão do Min, eu não sei de nada e sou a porra do seu melhor amigo. Não  que você seja obrigado a... Mas, poxa. 

— Desculpe-me se não contei, eu... Eu só queria esquecê-lo... Desde que o vi aos beijos naquela maldita sala de fotografia com um garoto que não era eu, senti meu corpo cair como uma bigorna no cimento, e todas as desculpas que ele me deu e ainda dá, alegando um amor intenso e que aquilo havia sido um mal entendido, me faz querer acreditar nele e correr para os seus braços, mas eu não posso... Eu, simplesmente, não consigo... — Os olhos marejados fizeram-me crer que não era aquilo, não era só aquilo. — Droga, Tae, eu ainda gosto tanto daquele garoto. 

— Tire um tempo para você, Jiminie, não adianta ficar martirizando-se quando deveria estar bem. E, além do mais, nós quatro somos amigos. Não quero que você se sinta obrigado a conversar com ele ou coisas do tipo, mas vocês se davam e se dão bem, e embora eu não saiba metade do que houve com vocês, me parece eficaz que ouça-o e deixe-o explicar-se, mesmo que não acredite em nenhuma palavra proferida logo após. Talvez isso sirva para consertar as coisas ou para separar de vez, se você quiser, podemos até nos afastar deles até que você esteja confortável. 

— Mas eles são seus amigos também, Tae. Os irmãos te adoram, não me parece justo, eles são importantes para você e arriscaria dizer que você é o único que o Yoongi confia. — Limpou as lágrimas, colocando mais uma colher do brigadeiro de panela em sua boca.  

— Mas você é mais importante. Você é mais importante do que qualquer coisa nesse mundo para mim. E se algo te incomoda ou faz mal, nos afastaremos de tudo só para não perder esse sorriso teu. — Acariciei suas bochechas. — Sabe que eu faria qualquer coisa por você. Além do mais, eu não deixaria de falar com eles, ambos têm meu número. 

— Mas você não tem que viver em minha função. — Fungou o nariz. — Eu falarei com Yoongi, prometo.  

— Prometa-me que não ficará bêbado como naquele dia, por favor. — Supliquei baixinho. 

— Eu não vou. — Riu amargamente. — Naquele dia foi mais uma das brigas que tive com Yoongi e... Bem, acabei descontando a frustração em vinhos italianos.  

— Imaginei... Vamos dormir? Sei que amanhã não temos aula, mas estou tão cansado. — Levantei-me e caminhei até o banheiro.  

— Sim, vamos só escovar os dentes porque de ruim já basta minha dor de cotovelo, não quero dor de dentes também. — Acompanhou-me rindo.  

 
 

 
 

 
 

 
 

É normal acordar num sábado feliz e até a pulos de alegria por ser um dia que dá início ao tão aclamado fim de semana, mas a dor latente em minhas costas não me permitia convencer-me que seria um dia bom. Eu teria apenas curso de inglês às dez da manhã e de canto a tarde, mas estava a cogitar faltar, a noite anterior não havia sido das melhores e a julgar que o garoto em meu peito ressonava de um jeito tão calmo, não levantar-me parecia uma boa escolha. 

Gostava de ocupar-me com outras coisas senão a faculdade, por isso, resolvera que seria interessante aprender inglês e sair da zona de conforto de saber conjugar o verbo To Be, tendo em vista que pretendia viajar pelos cantos do mundo e essa língua serviria como quebra galho para tudo, outra coisa que decidi fazer foi ter aula de canto, meus pais viviam a dizer que eu tinha uma bela voz e deveria pensar sobre isso. No fim, acabei por me matricular numa escola de canto cuja parte de cima funcionava uma academia de dança muito conhecida entre os profissionais de Seoul.  

— Você não tem que ir ao curso hoje? — Jimin murmurou, a voz ainda carregada de sono e os olhos relutantes em abrir. 

— Eu tenho, mas está tão bom aqui com você. — Resmunguei, abraçando sua cintura. 

— Kim Taehyung, levante e vá se arrumar, você não deve faltar a isso, é importante para você. — Por mais que ele dissesse isso, sua mão em meu dorso indicava que ele também não queria perder o calor humano. 

— Você não tem muita moral quando sequer abriu os olhos, e outra, só por hoje, nós fomos dormir tão tarde e... Já são nove e vinte e dois, eu jamais chegaria a tempo.  

— Você venceu, mas vai a tarde para a aula de canto, okay? — A voz arrastada pronunciou uma última vez.  

— Está ótimo. — Sorri, já ouvindo sua respiração entrecortada na curva de meu pescoço. 

Era sempre assim, ele sempre dormia primeiro que eu e isso em questão de segundos. Quando ele namorava com Yoongi, chamávamos o casal de "date sleeping", já que nos horários de intervalo, sempre dávamos de cara com eles abraçados e dormindo. Mas isso  logo se perdeu ao ver que os dois nem mais perto sentavam, mas Namjoon e eu decidimos não comentar, apenas seguir e quando eles tivessem prontos, saberíamos o que havia acontecido. 

Eu duvido muito que o Min tenha sido infiel para Jimin, era notório que estavam apaixonados demais um pelo outro, não só pelos sorrisos e olhares trocados, mas por cada vez que a mente de ambos se direcionava ao mesmo encontro. Teria de tirar a história a limpo mais tarde, mesmo que eu não tivesse nada a ver com isso, sentia que precisava. Mesmo que isso custasse mais uma noite de sono que eu tanto prezava. 

 
 

 

 

 

 

— Você vai ficar bem sem mim? — Indaguei enquanto caminhava em direção a porta.  

— Tae, eu não sou uma criança. E não é meu primeiro sábado sozinho em casa. — Jimin rolou os olhos. — Vá para sua aula de canto que você ainda trabalha cantando canções de ninar para mim. 

— Como se isso fosse remunerado. — Brinquei. — Eu vou, mas logo volto. Tem almoço na geladeira, esquente se estiver com fome e tem suco também, não beba refrigerante, não quero que tenha outra crise de refluxo por ser teimoso.  

— Eu sou o mais velho, não me dê ordens ou se preocupe comigo quando eu quem deveria fazer isso por você.  

— Dois meses, Park Jimin, dois meses não são nada. — Ri enquanto fechava a porta. 

O caminho até o local que eu cursava não era longe, talvez umas três quadras ao leste, mas nada que cansasse as minhas pernas ou me fizesse arfar. A localização que havíamos escolhido para morar era muito boa, nada ficava longe demais. Quando não conseguíamos ir à pé, íamos de bicicleta e, por isso, não gastávamos muito com transporte.  

Gostava de ir fotografando as flores que encontrava no caminho em meu smarthphone, para desenhá-las depois em meu sketchbook ou para fazer alguma colagem. Havia tantas delas que, em minha galeria, era mais fácil vê-las do que alguma foto de meu rosto. Teria de procurar o nome depois ou perguntar ao meu vizinho que parecia entender mais daquelas belas plantas do que eu. 

Meu vizinho...  

Não sabia se eram meus olhos me enganando ou se Jeon estava realmente em frente ao prédio que era meu destino final. Esbocei um sorriso fraco ao aproximar-me dele e ver que ele trajava o uniforme da academia de dança feito de fibras de algodão.  

— Além de estudarmos na mesma faculdade e bloco, não vai me dizer que também fazemos aula de dança juntos? — Jeongguk riu. — Aliás, boa tarde. 

— Boa tarde. E não, não pratico dança, sou sedentário demais para isso. Eu faço aula de canto aqui em baixo. — Apontei para o portão de cor clara. 

— Tantas escolas de música e academias de dança pela cidade e estamos no mesmo prédio, isso parece um sinal.  

— Um sinal de que somos preguiçosos por escolher algo perto de casa e bem informados por escolhermos uma das melhores de Seoul.  

— Ou... Um sinal do destino para nos aproximar. — O mais novo sorriu-me. 

— Isso é um convite para sairmos juntos? — Quase engasguei ao proferir tais palavras. 

— E pela sua cara, a resposta é sim. Só não conheço nenhum lugar aberto hoje depois que saímos daqui.  

— Hoje? — Perguntei em vão, constatando o quão estúpida era minha pergunta. 

— A não ser que você tenha outros planos... — O sorriso murchou com a suposição. 

— Não, eu, definitivamente, não tenho outros planos. — Afirmei. — Podemos ir à cafeteria de um amigo, fica próximo ao campus, mas não é longe daqui, eles fazem o melhor pão de alho da cidade.  

— Então, te espero aqui assim que terminarmos. Boa aula de canto, Tae.  

— Certo, dance bem. — "dance bem", que ótimo jeito de me despedir de alguém.  

O moreno riu, logo subindo o hall de escadas a esquerda. Fiz o meu percurso, adentrando o portão e caminhando em direção a minha aula que estava prestes a começar. Teria de não pensar na conversa de segundos atrás e no fato de que iria sair com meu vizinho bonito se não quisesse desafinar na primeira nota Dó cantada. 

 
 

 

 

Esperei alguns bons minutos antes de Jeongguk descer com a mochila sob as costas e o cabelo molhado grudando na testa, quis tocar para afastar os fios, mas não o fiz, perdendo-me naquele sorriso de dentes tortos em minha direção. 

— Desculpe a demora, na minha antiga cidade, eu ia sempre direto para casa após o treino, mas como ia sair com você, resolvi tomar banho em um dos vestiários. Não seria higiênico e nem uma forma de causar boa impressão estar suado logo no primeiro encontro. — Jeongguk curvou os lábios. — Para aonde vamos? 

Soul Jin's, uma cafeteria com música ao vivo de um amigo. O ambiente é legal, um point para os universitários e, principalmente, para mim e Jimin. — Pronunciei-me, dando alguns passos pela calçada. 

— Aliás, ele está melhor? Não sei se ele te contou, mas acabei por deixá-lo ficar em minha casa por algumas horas, ele não parecia bem....  

— Sim, ele me contou. Obrigado por ajudá-lo. — Achava bonito o que ele dissera pelo meu melhor amigo. 

— Ele parece importante demais para você para que eu o deixasse sofrer no relento. Não me parecia certo deixá-lo ir até você sabendo que você, provavelmente, ficaria triste com o estado emocional dele e acho que não quero te ver triste. — Confessou enquanto chutava algumas pedrinhas no caminho. 

Não soube como respondê-lo, tampouco havia entendido direito o que aquelas palavras queriam dizer, embora eu sempre tenha sido aluno modelo quando o assunto era interpretação de textos. Assim, permanecemos quietos enquanto caminhávamos em direção ao estabelecimento, ora ou outra trocávamos alguns sorrisos ou nossos ombros se tocavam e ríamos como se aquilo fosse muito engraçado. Podia não conhecê-lo por um tempo considerável, mas aquele típico clichê de me sentir confortável ao lado dele nada mais era que uma verdade absoluta findada naquele momento. 

Chegamos a Soul Jin's e logo fomos agraciados com o ar condicionado do ambiente, em uma temperatura  tão gostosa que cogitei solicitar a Jin que eu dormisse ali só por aquela noite.  

A cafeteria era um misto de decorações, notava-se influências de Art Nouveau em suas paredes acústicas, alguns objetos de design bauhausiano faziam-se presentes aqui e ali, as cores neutras davam um aspecto casual e o pequeno palco fazia-me querer subir lá e cantar algo composto por alguém que eu não lembrava-me do nome, mas que achava a melodia bonita demais para se perder  apenas em uma playlist qualquer do spotify. As cadeiras faziam-me lembrar daqueles cafés britânicos que apareciam em meus cartões postais trazidos por meus pais em uma das tantas viagens de negócios que eles fizeram no auge de suas carreiras.  

— Aqui é bonito, gostei. Já sei quem escolherá o lugar do próximo encontro. — Jeongguk riu, puxando a cadeira para eu me sentar. 

— Próximo encontro? — Indaguei curioso. 

— Se eu fizer esse encontro ser bom para você, suponho que possamos repeti-lo. — Sentou-se já procurando pelo cardápio. 

Senti as porcarias das mariposas dançando dentro de mim e quase quis vomitá-las. Sequer tínhamos começado o primeiro encontro e o meu vizinho bonito já estava a pensar em outros.  

Esperei que um dos garçons viessem atender nosso pedido, mas quem veio foi o próprio Seokjin, recebendo-nos com um sorriso em seus lábios rosados e um abraço caloroso em meu corpo.  

— Onde está o Jimin? — Questionou ao me soltar, olhando logo em seguida para Jeongguk. — E... Hum, acho que não fomos apresentados.  

— Jimin está em casa, ele tinha uma maquete de um projeto para desenvolver. — Menti, não queria preocupar o hyung. — E este é Jeon Jeongguk, meu vizinho. 

— Prazer em conhecê-lo, sou Kim Seokjin, o dono da Soul Jin's. — Jin reverenciou-se. 

— Prazer. — Jeon estendeu a palma para o outro que logo a apertou. — Bonito e criativo o nome do lugar.  

— Foi uma sugestão do Jimin quando estávamos pintando a fachada, um jogo de palavras com meu nome e a mania de Jimin em colocar inglês em tudo. — Eu ri, lembrando-me do dia em que mais sujamo-nos do que pintamos a frente do pequeno prédio. 

— Bons tempos. — O acinzentado comentou. — Mas, bem, não quero atrapalhar o encontro romântico de vocês. Kim Taehyung saindo com alguém é admirável, não posso estragar esse momento.  

— Hyung! — Bufei, sentindo minhas bochechas aquecerem. 

— Tudo bem, tudo bem. O que irão querer? — O mais velho gargalhou. 

— O mesmo de sempre com chocolate gelado. — Pedi. — E, Jeongguk...? 

— Ah, eu irei querer o "mesmo de sempre", seja lá o que isso signifique, com café expresso com dois cubos de açúcar e, por favor, não deixe aquela espuminha sumir.  

— Certo, dois pães de alho com bebidas totalmente diferentes saindo. — Jin deu as costas. — Ah, diga para Jiminnie me ligar, estou com saudades daquele pequeno. 

Assenti para o mais velho e voltei meu olhar ao garoto a minha frente. Seus dedos tamborilavam entre a mesa e quis rir de como sua mão era grande, praticamente do mesmo tamanho na minha, mas não preferi não tocar-lhe para conferir. Seu corpo estava meio curvado para escutar-me melhor enquanto um garoto tocava violão baixinho e cantava Little Talks de uma banda inglesa chamada Of monster and men, outra banda que eu amava escutar enquanto dava retrocessos e estressava-me em meio a máquinas de costura.  

Nosso pedido não demorou muito para chegar, conversávamos sobre a voz do calouro que havia acabado de sair do palco e mordiscávamos o lanche, ressaltando que aquele era sim o melhor pão de alho da cidade, embora Jeongguk não tivesse provado de outro. Para um primeiro encontro decidido de última hora, aquele estava bem agradável. 

— Quando vou te ver subir naquele palco? — Jeongguk tomou um gole de café de sua xícara. 

— Hum? — Olhei-o confuso. 

— Ora, se faz aula de canto, suponho que cante também.  

— Oh, sim. Mas não sou de me apresentar ao público. — Confessei, era envergonhado demais para isso. 

— E só para mim? — Tocou minha mão que repousava em cima da mesa. 

Ponderei responder e aproveitar o tato sutil provindo do outro, mas logo senti meu celular vibrar, notificando-me que havia chegado uma mensagem no kakao. Movido pela insegurança e desconforto, retirei o aparelho de meu bolso, desfazendo-me do calor emanado pela palma de Jeongguk. 

 

Park ChimChim 18:57 P.M: 

Aonde você está? Preciso de você. 

 

Não respondi, apenas bloqueei o touch do aparelho e levantei o meu olhar para o mais novo, ignorando sua pergunta anterior e levantando-me. 

— Preciso ir.  

— Já? — Indagou e assenti. — Tudo bem, espera só eu pagar a conta. 

— Não se preocupem, primeiro encontro de um casal promissor é por conta da casa. — Seokjin aproximou-se, revelando ter escutado nossa conversa. 

Lancei um olhar de reprovação para o mais velho e logo o vi revirando os olhos e sussurrando algo como "sei que está interessado nele". Embora fosse meu hyung e eu tivesse de respeitá-lo, quis gritar e talvez até explodir de vergonha por sua última fala. 

— Neste caso, agradeço-te pela cortesia e pela outra coisa também. — Jeongguk piscou para Jin e puxou-me em direção a saída do estabelecimento. 

Ao sair, vimos o movimento se intensificar, vários jovens da nossa idade gargalhavam e conversavam futilidades mundanas. Sorriam e gritavam uns com os outros, como costumava ser todos os sábados em que a cidade era tomada por universitários e aspirantes em suas casas noturnas e prostíbulos.  

Encarei Jeon, este que, por sua vez, permanecia inexpressivo durante o trajeto. Preocupei-me em ter passado a impressão errada para ele e precisava apressar-me com boas desculpas.  

— Eu gostei do encontro de hoje, digo... Acho que não fazia isso há anos. E você foi bem agradável. Queria ficar mais e aproveitar da sua boa companhia, mas... — Comecei, porém fui interrompido. 

— Foi o Jimin, certo? — Olhou-me pela primeira vez depois que havíamos saído da Soul Jin's. — Não tem problema, mas se você gostou do de hoje, isso significa que... 

Teremos outros, eu acho. — Sorri-lhe. 

Jeon tocou minha mão esquerda e estremeci com o toque. Não havia sido o primeiro e poderia até acreditar que ele havia gostado da temperatura do meu corpo ou da maciez da minha pele devido ao hidratante de mão que Jimin havia comprado em uma revendedora de cosméticos e eu usava por adorar o frescor.  

Separamo-nos quando chegamos em frente ao meu jardim, desejei-lhe boa noite e movi-me em direção a porta de minha casa. Girei a chave e assim que adentrei dando alguns poucos passos em direção a parte superior do loft aonde ouvia alguns murmúrios, escutei a campainha soar, logo obrigando-me a voltar o percurso. 

Como rotineiro em noites na rua silenciosa que eu morava, não havia ninguém na rua, apenas o vento soprava a pequena flor amarela no chão e seu bilhete que já estava afastando-se de si, peguei-a e retornei a minha residência, logo trancando a porta de madeira envernizada e escorando-me na mesma. 

As palavras em um completo garrancho foram difíceis, mas não impossíveis, de serem lidas, tendo que focar minha visão, mesmo cansada devido ao não uso do óculos ao longo do dia.  

"Celidónias são tão bonitas, não acha? Foi a flor da vez devido a minha crença em certa frase dita ao longo do dia."


Notas Finais


LINK DO AMÔ: https://www.letras.mus.br/cody-simpson/flower/traducao.html


Não tenho muito o que comentar, mas para qualquer efeito, estou o tempo todo no twitter em @umacacta, podem ir lá e perturbar e até lembrar-me de escrever o cap skoaksoakos
Enfim... É isso, babys...



Xoxo, see you ~


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