História Live your love - First part

Olá, meu nome é Tuan Yieun, embora eu seja conhecido como Mark. Permita-me relatar algumas experiências que vivenciei.

Ao longo do tempo, percebi que minha propensão à ilusão era significativa, susceptível a ser provocada por gestos simples. Até mesmo uma saudação banal podia desencadear em mim a construção imaginária de uma vida inteira com a pessoa em questão. Como medida para evitar esse fenômeno, optei por evitar interações com o sexo oposto, resultando no gradual afastamento de amigos e familiares. Embora tenha experimentado um período de solidão, persistia a sensação de que algo essencial me escapava, deixando-me incompleto. Observando vídeos que retratavam encontros românticos com perguntas simples na rua, como: “Tem namorado?”, “Me acha atraente?” e “Qual sua desculpa para não me beijar agora?”. Inadvertidamente sucumbi à ilusão por meio dessas representações.

Certo dia, regressando do colégio de ônibus, deparei-me com uma jovem de notável beleza – morena, olhos cor de mel. Havia deixado meu cabelo crescer por meses, exibindo uma estética desalinhada devido à falta de cuidados, e, como sedentário, ganhara mais de oito quilos, mantendo uma postura relaxada em relação à minha aparência. Contudo, determinado naquela ocasião, decidi desafiar-me. Inspirado por encontros similares, questionei-me por que não poderia obter êxito. Reunindo coragem, ergui-me do meu assento, aproximei-me dela e formulei a primeira pergunta.

— Tem namorado?

— Não. — Embora tenha recebido um olhar desdenhoso, consegui manter uma autoestima elevada diante da situação.

— Me acha atraente? — Procedi com a segunda pergunta.

— Não, você está acima do peso. — Ao receber a resposta, minha reação inicial foi de perplexidade. Voltei-me para baixo e afastei-me, decidindo desembarcar imediatamente quando o ônibus parou, sem hesitar, embora estivesse consideravelmente distante de minha residência.

Vejo-me, na necessidade de percorrer o caminho até minha residência a pé após essa rejeição. Uma situação desfavorável, de fato. Expressando-me solitariamente, empreendo o trajeto para casa.

Ao passar por uma loja com um espelho, detenho-me para contemplar minha imagem e dirijo a mim mesmo as seguintes palavras:

— Yieun, como esperava alcançar sucesso? Contemple-se. Você se encontra acima do peso, descuidado e, francamente, com uma aparência desfavorável. No entanto, é momento de transformação. Não é viável nem sensato permanecer confinado em um quarto escuro, entregando-se à música pelo resto da existência.

 Removo a mochila dos ombros e recupero minha carteira. Constato que disponho apenas de trinta reais. Direciono meu olhar à atendente.

— Senhorita, teria a gentileza de informar-me se há algum estabelecimento de cabeleireiro nas proximidades?

— Sim, a distância é considerável. Contudo, permita-me orientar sobre como alcançar o local.

Após receber as instruções dela, expresso meus agradecimentos e deixo o local. Após caminhar por aproximadamente meia hora, chego ao estabelecimento. Este encontrava-se aberto, e o custo do corte era de vinte e cinco reais, quantia que eu podia dispor sem dificuldades. Opto por um corte militar, reduzindo significativamente o comprimento do meu cabelo. O resultado é satisfatório. Despeço-me do profissional do salão e encaminho-me de volta para casa, agora enfrentando uma distância ainda maior.

Após uma hora e meia, alcanço minha residência. Durante todo o percurso, permaneço imerso em reflexões acerca da rejeição que experimentei daquela jovem. Não, aquela situação não se dissipa de meus pensamentos.

— Quer saber? Foda-se ela também!

Dedico meu dia ao recluso ambiente do quarto, desfrutando da audição musical.

À noite, minha mãe retorna para casa. Há bastante tempo que mal interagia com ela, mantendo uma comunicação limitada.

Quanto a meu pai, bem... ele construiu uma nova família. Prefiro não abordar esse assunto.

Resolvo me dirigir à minha mãe e iniciamos uma conversa, discorrendo sobre os acontecimentos dos nossos respectivos dias.

— Gostei do novo corte cabelo! — Ela expressa. Em resposta, sorrio e agradeço. Posteriormente, reúno coragem para questioná-la sobre a abordagem com as garotas, considerando que minha mãe já foi jovem e deve possuir experiências a compartilhar.

Ela inicia uma orientação para mim. Ao longo de todo o jantar, ela compartilhou conselhos. Algumas pessoas poderiam presumir que ela mencionou atitudes cavalheirescas, entre outros aspectos, mas, na verdade, foi extremamente franca em suas sugestões.

— Você deve cultivar uma postura amigável, porém reservada, evitando excessos de amabilidade para não atrair uma abordagem invasiva. Recomenda-se praticar habilidades sociais com mulheres em situações casuais para aprimorar sua desenvoltura.

Concluímos a noite com extensas conversas. Após finalizar a refeição, ela menciona que está prestes a descansar, considerando o longo dia de trabalho que teve. Expresso minha gratidão pela orientação e retorno ao meu quarto.

Ao despertar pela manhã, preparo-me para a ida ao colégio, demonstrando uma determinação renovada. Opto por restabelecer a comunicação com meus amigos. A receptividade surpreendente deles resulta em conversas ao longo de todas as aulas. Ao término das atividades escolares, retorno para casa utilizando o transporte público, não encontrando a referida garota no caminho.

— Que se foda... —  Reflito. Apesar de proferir essa afirmação para mim mesmo, inconscientemente, desejo que ela reapareça por algum motivo. Essa situação persiste em minha mente.

Encontro-me apaixonado por uma jovem que anteriormente me rejeitou.