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História Loser - Bubbline - Bolacha ou biscoito


Escrita por: fertalli

Notas do Autor


Espero que gostem.

Capítulo 14 - Bolacha ou biscoito


Fanfic / Fanfiction Loser - Bubbline - Bolacha ou biscoito

  O resto da aula, tentei me concentrar mais na lição, já que Bonnie não dava indícios de que conversaria comigo enquanto estivessem explicando algo. Essa aula era de ciências, então tive mais interesse, já que é minha matéria preferida. Desenhava, anotava curiosidades e perguntava sobre coisas bizarras.

-Estamos planejando fazer um jardim no espaço em frente à escola, não fora, mas no espaço que tem em frente às salas com um pouco de terra. Então, aqui fica o cimento em volta dessa porção de terra – ele começou a desenhar na lousa, para melhor entendimento – e aqui ficariam plantas com aromas e sabores diferenciados, cada fileira com uma espécie diferente. Mas o objetivo é preencher todo o espaço. Se puderem, tragam sementes. – ele concluiu, abrindo a porta. – Vamos lá dar uma olhada.

Todos levantaram de suas carteiras, alguns correram para fora; mas todos ficaram esperando ao lado da porta, já que a maioria, mesmo estando lá há anos, não sabia de onde o professor estava falando. Não era uma área comum, então era compreensível. O professor nos guiou até aquela parte mais isolada nas partes desconhecidas da escola, na frente de algumas salas do nono ano, e começou a organizar para que todos pudessem ver direito:

-Façam duas colunas. Os mais baixos ficam na frente e os mais altos atrás. – ele pediu, apontando para nós.

Lamentei, já que tive de ficar atrás. Não sou tão alta, mas muito menos baixa, então atrapalharia a visão deles. Me posicionei, e o professor, vendo que Bonnie não sabia onde ficar, pediu para ela ficar na minha frente, onde havia espaço e eu poderia enxergar mesmo com ela ali, só teria que me inclinar pro lado um pouco. Ela obedeceu, e parecia tímida. Chegou sorrindo.

-Oi, Marceline. – ela me cumprimenta.

-Oi, Bonnibel. – sorri. – Opa, pode vir. – convidei, abrindo espaço para que ela ficasse em minha frente.

Ela agradeceu e se posicionou a uns bons quatro dedos de distância. Olhei por cima de seu ombro, vendo aquele pedaço de terra com algumas plantas que o professor comentou sobre. Ele, depois de arrumar a posição de todos, sobe no futuro jardim, cuidando para não pisotear as plantinhas. Chega no meio para que todos os alunos pudessem enxergá-lo, limpa a garganta e começa:

-Aqui será o jardim. Ainda não escolhemos o nome, e qualquer sugestão é bem-vinda. – ele proferiu com sua voz grave, abaixando-se perto de uma plantinha pequena.

Começou a explicar algo sobre ela e suas qualidades, quando senti algo encostar em minha cintura. Nem tinha percebido minha aproximação de Bonnibel, na verdade só queria ver melhor o professor. Normalmente eu me afastaria na hora, e pediria desculpas na hora. Mas senti ela relaxar suas costas contra meu corpo, se espreguiçando e bocejando com vontade. Parecia bem sonolenta.

Cheguei perto de seu ombro, para poder observar melhor o professor, e cochichei, risonha, perto de sua orelha:

-Já está com sono? O dia mal começou, Bonnie.

Ela ameaçou afastar a cabeça, e achei que tinha se assustado. Fiquei preocupada de estar incomodando ela e cochichei novamente, dessa vez mais perto, pra ninguém ouvir nada:

-Eu tô te irritando? – perguntei, cutucando suas costas.

Ela sorriu, e respondeu baixo, sem olhar pra mim:

-Não, é só que... você tá cochichando muito perto do meu ouvido. – ela molhou os lábios com a ponta da língua, de leve.

-E isso é tão ruim assim? – rebato, sussurrando ainda mais perto, e mais baixo enquanto rio, observando as plantas.

Ela molha a boca novamente, do mesmo jeito.

-Não... não sei, dá um arrepio estranho. – percebo seu rosto corado de leve.

Não pude evitar a risada que veio, então só tentei rir sem chamar atenção.

-Você é bem provocante pra uma menina tão nova. – murmurei.

-Nós temos a mesma idade, Marceline, e eu não te provoquei. – ela responde, enquanto puxa a barra de sua blusa pra baixo.

-Relaxa, Bel-bel. Seu segredo está muito bem guardado. – respondo, levantando a cabeça e seguindo o resto da turma que voltava reclamando da curta duração da visita ao jardim.

Olho para trás e Bonnibel já estava vindo, rodeada de seus amigos, que lhe perguntavam onde ela tinha estado como se não a vissem há 2 anos. Ela devolve o olhar e acena. Eu aceno de volta, entrando na sala. O professor só teve tempo de guardar suas pastas na bolsa antes do sinal bater, anunciando o recreio. Eu nem sentei na cadeira, e como não tinha trazido nada, só dei meia-volta. Bonnie já entrava com seus amigos na sala, para pegar seu lanche. Fiquei ao lado da porta, e praguejei mentalmente.

“Por que aquelas duas tinham que faltar hoje?”

Encarei meus tênis, me recostando na parede. Vejo os amigos de Bonnibel saírem da sala, e espero ela aparecer, mas nada. Então entro, olhando em volta. Nada. Então, algo perto da mochila me chamou a atenção. Fechei a porta com cuidado, sem fazer barulho, e temi que ela pudesse perceber pela diferença de luminosidade. Me aproximei, na ponta dos pés, e segurei seus ombros num movimento brusco:

-BUUUUU!!

Bonnibel se vira rápido, caindo de bunda enquanto um grito curto e agudo ecoava pela sala. Tapei sua boca com minha mão antes que alguém achasse que ela estava correndo perigo, e comecei a rir. Ela apenas colocou a mão no peito, e riu também, mas me dando tapas no braço com a outra. Tento acalmá-la e me defender, mas estava rindo demais para isso.

Bonnie puxa minha perna, e eu caio sem jeito no chão em frente a ela. Com o susto, parei de rir na hora, mas caída, sorri também.

-É, me pegou, admito. – brinco, levantando as mãos em rendição.

Agora ela que ria, enquanto tapava sua boca com a mão, o que não adiantou, já que seu ataque de riso não cessou tão cedo.

Solto uma risada conformada e me levanto para sair da sala. Então puxo a maçaneta e... nada. De novo, nada. Estávamos trancadas.

-Bonnie... – chamo, rindo.

-Peraí, pronto. – ela se põe de pé com um pote desenhado para parecer uma laranja – Achei meu lanche. Vamos? – ela passa por mim, tentando abrir a porta novamente, falhando como eu.

-Estamos presas. – anuncio.

Ela permanece olhando para a maçaneta, em silêncio e pensativa, então sorri.

-Não é tão ruim, pelo menos nós duas temos um tempo pra... ficar sozinhas. – ela diz, olhando para mim, e balançando o pote, que pelo barulho evidenciava a presença de bolachas, chocando-se umas contra as outras – Quer?

-Claro. – aceito, caminhando até o meio da sala e sentando no chão, aguardando ela.

-Você sabe que tem cadeira aqui né? – ela questiona.

-Tá com medo de sujar a calça, princesinha? – brinco.

Bonnibel bufa, revirando os olhos e se sentando na minha frente. Ela coloca o pote entre nós duas e abre a tampa. Algumas bolachas com recheio de morango estão ali, e eu me adianto em pegar uma.

Ela também pega, mas sem pressa, e morde um pedaço pequeno. Com a bolacha inteira já dentro da boca, mastigo enquanto penso em algo mais para fazer.

-Ei. – termino de mastigar e engulo a bolacha – me dá outra? – peço, descansando as mãos em minhas pernas.

-Sim, pode pegar. – ela diz, ainda na metade da primeira.

-Por que você não me dá? – pergunto, inocente, cruzando as pernas e me ajeitando melhor.

-Porque você tem mão, Marceline. – ela responde, rindo.

-Você também, vai. – abro a boca, aguardando o biscoito recheado.

-Tá, vai. – ela pega uma bolacha do pote, e coloca metade na minha boca, e eu puxo o resto.

-Super romântico, né? – faço piada, olhando em volta, analisando o ambiente mal-iluminado, com as carteiras desalinhadas e algumas faixas de luz solar entrando pelas janelas.

Ela só ri e pega outra bolacha do pote.

-Já sei como deixar bem romântico. – pego a bolacha da mão dela, e Bonnie imediatamente contesta.

-Ei! Essa era minha... – ela sorri, mas não parece ligar e direciona sua mão ao pote em busca de outra, mas puxo antes que ela pudesse agarrar – Marceline! As bolachas são minhas, tá? E eu quero comer elas.

Rio com o biquinho que ela faz no final da frase, e desafio:

-Então começa por essa daqui. – aponto a bolacha que peguei da mão dela, antes de colocar metade na minha boca.

Bonnie entende o que eu queria com aquilo, e balança a cabeça, escondendo o rosto de vergonha.

-Por que você só não dá na minha mão? – ela ri, embaraçada.

-E qual seria a graça disso? – pergunto, meio embolada pela bolacha na boca.

Bonnibel, então, tira as mãos do rosto, ficando de joelhos e me encarando, vermelha. Então ela ri.

-Eu não consigo! – ela diz.

Então eu me aproximo, ficando a poucos centímetros dela, facilitando tudo e aguardando sua resposta. Ela sorriu e aproximou o rosto devagar, mordendo a bolacha enquanto olhava nos meus olhos, mas sem tocar nossas bocas. Então eu que fiquei vermelha, e quando ela se afastou, riu com a mão na boca, escondendo a bolacha que mastigava. Eu ri também, sem graça.

  O sinal tocou novamente e nós duas corremos para os nossos lugares, sem tempo de se despedir, escutando o barulho da chave. A porta se abriu, e a mulher que destrancou nem nos percebeu, e nós duas rimos. Logo os alunos começaram a chegar, e os amigos de Bonnibel a questionar seu desaparecimento. Ela inventou qualquer desculpa e eu sorri. Isso estava sendo muito, mas muito melhor do que eu sequer imaginava.


Notas Finais


Terminou :l


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