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História Loser - Bubbline - Decepcionante


Escrita por: fertalli

Notas do Autor


Espero que curtam O)_(O

Capítulo 15 - Decepcionante


Fanfic / Fanfiction Loser - Bubbline - Decepcionante

  Quinta-feira: a primeira aula era Educação Física. Mas não gosto de usar calça legging. Gruda demais e eu odeio qualquer coisa justa, que marque minha bunda. Então tinha duas opções: minha calça jeans e minha calça de moletom. Mas eu tinha que levar em consideração o sol que eu enfrentaria voltando pra casa, então a opção mais sensata foi a calça jeans. Joguei a camiseta de uniforme por cima da calça jeans e fui pro banheiro. Fiz um bochecho, me encarando no espelho. Que olheiras gigantes, preciso dormir mais. Ou melhor. Ou os dois.

Após apertar a descarga e observar a água indo embora em um vórtice super rápido que eu sempre acho legal de assistir acontecer, lavo as mãos e o rosto. Seco as mãos na toalha dobrada no suporte logo em frente à pia (só precisei girar o corpo, o banheiro da casa é pequeno). Eu não falo “minha casa” porque estaria mentindo sobre essa afirmação: a casa não é minha, é emprestada. Minha família sempre repete isso, que essa casa é alugada mas nunca chegou a ser nossa. Eles provavelmente tem vergonha de algum dia ter que depender de uma casa alugada, com preço caro e feia como essa.

Sim, a casa é feia, mas não posso reclamar, mal ando nela. Só fico deitada usando o celular a maior parte do dia, se não jogo no computador do meu irmão quando ele está fora e/ou tomo banho. Meu irmão dizia que, quando eu me apaixonasse, começaria a me cuidar mais, mas isso não aconteceu. Eu continuo a mesma preguiçosa e desleixada. Mas agora, determinada a levar uma relação adiante, e nisso eu não posso ter nem um pingo de preguiça; o que me obriga a me esforçar mais.

Não que isso seja ruim, muito pelo contrário, acho que isso vai ser uma ótima motivação para que eu possa evoluir cada dia mais, me surpreender e o principal: surpreendê-la cada dia mais. Não é toda semana que se conquista a pessoa amada. Tenho que curtir em nome de todos os que não tiveram toda essa sorte. E encher ela de amor, de mim. Uau, quando fiquei tão filosófica? É essa chama da paixão, do romance, que causa isso; e serve de inspiração, nunca decepcionando o autor quando se precisa de incentivo para expressar seu interior em palavras.

E pode vir como amor frustrado, abandonado, correspondido, rejeitado, medroso, desesperado. Não importa, o amor vai chegar uma hora ou outra, e arrebatar os mais desavisados. Às vezes vai embora, às vezes fica, mas nunca perdemos nossa capacidade de amar. É como uma faísca sempre pronta para crescer em brasa alta, chama quente, bonita e claro: perigosa.

Enquanto refletia tão profundamente sobre o amor como só uma pessoa fortemente apaixonada consegue fazer, arrumava meu café da manhã em modo automático, e quando voltei ao controle de meu corpo, minha mão tremeu e quase fiz uma bagunça com o chocolate em pó na toalha de mesa branca. Que estrago seria. Tiro da geladeira a margarina e deixo em cima da mesa. Pego minha caneca e levo para esquentar com o leite e chocolate misturados enquanto tiro o pão do armário e com uma faca de serra o separo em duas metades. Passo margarina em uma, e assim que termino ouço o som do micro-ondas. Abro, tiro minha caneca e deixo-a perto do pão. Então passo margarina na outra fatia. Sento na mesa, e tomo o café, imaginando se Bonnie estaria pensando em mim naquele momento.

Sacudo a cabeça, assustada. Estou pensando demais nela. Isso é normal? Eu já pensava muito, e piorou. Talvez eu seja louca. Rio sozinha, absorta em meus pensamentos.

Já me trocando, decido ir de boné e com um rabo de cavalo. Me dou por satisfeita quando termino de me vestir, passo desodorante, perfume, e vou chamar meu irmão para acordar.

Caminhando pela rua a caminho da escola, olho em volta e as árvores estavam tão vivas e coloridas, que quis tirar uma foto, mas tinha esquecido o celular. Suas pétalas caiam pela rua e decoravam o asfalto, as folhas laranjas estavam jogadas pelas calçadas e tudo isso combinava perfeitamente em uma paisagem digna de filmes, mesmo sendo uma rua normal.

Cheguei na escola, Fionna e Phoebe tinham vindo, felizmente. E me acometeu a dúvida: digo pra elas que estou com a Bonnibel? Elas diriam que estou sendo trouxa por ela não querer contar pros outros. Mas eu sei que não estou, cada um precisa do seu tempo, e isso é coisa nossa. Nem todos precisam saber. Mas elas... elas precisam, são minhas melhores amigas, não posso esconder delas algo em que me ajudaram tanto. Sim, vou falar.

Após a oração, entro na sala ao lado de Fionna e Phoebe e enquanto as duas conversavam sobre algo engraçado que viram, já simulava a conversa que teria com elas e me preparava. Não me sentei, arrastei minha cadeira até perto da mesa de Fionna. Como Phoebe senta em frente à Fionna, podia falar com as duas ao mesmo tempo daquele jeito. Elas não estranharam minha aproximação, então tive que chamar a atenção delas:

-Bonnibel. – proferi baixo, cortando a conversa delas e chamando sua atenção.

-O que aconteceu agora? – Phoebe perguntou, parecia cansada de falar nisso.

Fionna aguardou minha resposta e provavelmente as duas esperavam que fosse algo triste como antes, além de minha expressão chateada e olhar machucado que fiz para enganar elas.

-Bonnie... ela tá ficando com uma pessoa. – digo, cabisbaixa.

As duas arregalam os olhos, e se entreolham confusas e bravas, antes de me consolar:

-Relaxa, Marceline. Essa menina é muito otária mesmo. – Phoebe cuspiu o xingamento.

-É, mano... esquece ela. – Fionna aconselhou, mais calma que Phoebe.

-Eu não posso, porque ela está ficando com uma pessoa da nossa sala. – explico, me segurando pra não rir.

-Quê? – Phoebe pergunta.

-Quem? – Fionna intercala a fala da amiga, também chocada.

Apoio o cotovelo na mesa de Fionna, me inclino mas perto das duas como fazemos quando vamos contar um segredo, e sussurro com um sorriso vitorioso:

-Eu.

As duas se afastam imediatamente. Phoebe começa a rir e Fionna tapa sua boca com a mão, mas tira logo depois, para ter certeza de tudo:

-Mentira. Cê tá falando sério? – ela pergunta, agora sorrindo como Phoebe, que já tinha parado de gargalhar.

-Tô. Mas tem algo. – limpo a garganta enquanto as duas perguntavam o quê – Ninguém pode saber, esse é nosso acordo. Mas contei para vocês, já que me ajudaram tanto. Mas não contem pra ninguém, ninguém mesmo, entenderam? – peço, apreensiva.

As duas parecem pensar um pouco, antes de assentir e concordar em manter isso como um segredo só nosso. Suspiro, aliviada.

-Mas quem quis que fosse segredo? – Fionna questiona, apenas para confirmar o que as duas estavam pensando.

-Ela, mas... – as duas fazem sons de desgosto e reviram os olhos. – calma, isso é normal hoje em dia.

-Marceline, larga de ser IDIOTA. – Phoebe reclama, um pouco mais alto do que deveria. Olho pra trás e assim como outros alunos, a atenção de Bonnie fora atraída pelo xingamento inusitado. Ela arqueia uma sombrancelha, me encarando, antes de voltar a focar na lição.

Viro de volta para minhas amigas, assustada.

-Acho que ela sabe do que a gente está falando agora. Valeu, Phoebe. – fico emburrada, imaginando que Bonnie ficaria brava com isso depois.

-Nós somos suas melhores amigas, Marceline, ela vai entender. – Fionna tenta me acalmar, mas eu só me estresso com as duas, por não estarem admitindo seu erro.

-Não, Fionna, ela não vai entender, porque agora além de eu ter contado pra vocês, o que não era pra eu fazer, a Phoebe chamou a atenção da sala inteira. – anuncio, já expondo minha raiva e me levanto da cadeira.

-Vai embora? – Phoebe pergunta.

-Vou pra minha mesa, de onde não devia ter saído. – decido, enquanto puxo minha cadeira até meu lugar. Ouço as duas falando algo atrás de mim, mas não ligo.

Então o professor nos chama para fora da sala, eu sigo os outros sem virar para trás e evitando qualquer contato com as duas com quem discuti. Vejo Bonnie à minha frente junto a seus minions. O professor abre o portão da quadra, subimos as escadas e entramos. Seria queimada. Uau, que droga. Phoebe ficou no meu time, mas não conversei com ela. Então olho para o outro time e vejo Fionna conversando com Bonnie. Elas estavam sérias, e já deduzi o assunto.

Começamos o jogo, e lá pela metade, o professor adicionou outra bola ao jogo e cada time estava atacando o outro. Bonnibel foi desviar de uma bolada nas pernas pulando e caiu de lado. Várias pessoas, inclusive eu, fomos ver como ela estava, mas indo esbarrei em Fionna, que vinha na direção contrária, e me encarou espantada. Então seu olhar mudou para um chateado e quase decepcionado. Devolvo o olhar na mesma intensidade, mas irritada. Olho Bonnibel de perto, mas não muito, já que seus amigos fizeram uma barreira em volta dela, enquanto a ajudavam a se levantar. Ela mancou indo pra longe.

Enquanto isso, no outro lado da quadra, enquanto o resto da sala tinha ido ajudar Bonnie, Phoebe tentava levantar, sem sucesso, sendo socorrida apenas por Fionna. Finalmente conseguindo levantá-la, Fionna passa o braço da amiga, que estava com o rosto vermelho e chorando com uma mão no rosto, tentando esconder as lágrimas de dor. Ela parecia três vezes pior que a Bonnibel. As duas passaram por mim, Phoebe olhando para baixo. Fionna parou um pouco à frente, eu estava estática. De costas para as duas, sem coragem de encará-las.

-Você fez sua escolha, Abadeer. – Fionna avisa, amargurada de uma forma que nunca tinha visto e mesmo sem ver seu rosto, podia dizer que estava chorando como Phoebe. Meu peito doía, como se metade do meu coração tivesse sido arrancado.

Ignorada por Fionna e Phoebe até o intervalo, eu saí depressa atrás de Bonnibel, que estava como sempre sendo circulada por seus amigos, ou fãs. Enquanto estão distraídos, chego perto e a cutuco. Ela me cumprimenta com um sorriso.

-Oi, o que foi, Marceline?

-Preciso falar com você. – peço, sem paciência para acobertar com alguma desculpa como “é sobre matemática”.

Ela estranha meu humor e me segue até o local onde começamos a ficar juntas. Nós nos sentamos.

-Fionna e Phoebe não querem mais ser minhas amigas. Porque... – ela me corta.

-Porque você achou que eu ficaria brava por você ter contado a elas sobre nós duas. A Fionna veio falar comigo. Eu já sabia que estavam falando disso – ela suspira – e mesmo não gostando, eu não ficaria brava por algo assim. A Fionna soube e veio me prometer que não contariam pra ninguém.

Me senti horrível, incapaz de respirar, pensar ou mover meu corpo. Bonnie então pega minha mão, chamando minha atenção.

-Marceline, você ainda pode voltar a ser amiga delas, você sabe.

-Não. Quando você caiu, Phoebe também tinha caído a alguns passos de mim; mesmo assim, não percebi, atravessei a quadra para te ver sendo ajudada pela sala inteira. Eu ignorei minha melhor amiga sofrendo do meu lado.

Bonnie respirou fundo, e encostou no banco.

-Marceline, vai pedir desculpas. – ela pede em um tom firme.

-Eu vou. Só não tenho certeza de que elas vão aceitar – e isso nunca aconteceu antes.

-Vai logo, em vez de ficar enrolando. – os amigos de Bonnibel vem chamá-la de volta – Hm... eu tenho que ir. Tchau. – ela se despede, acenando.

“Ela tem razão. Preciso ir logo”.

Levanto com pressa e saio andando, procurando as duas em volta. Quando vejo, me aproximo delas, que estavam perto da porta.

-Oi. – chamo a atenção delas.

Elas não respondem, limitando-se a olhar pra mim.

-Eu sei que fui super babaca. Eu ainda preciso aprender a lidar com tudo isso... por favor, não desistam de mim.

-A gente sabe. – Fionna responde pelas duas. – Não vamos deixar você de lado. Nós não somos assim, diferente de certas pessoas.

-Não precisa ficar xingando a Bonnie sempre que me vê, isso não vai adiantar em nada. – aviso, calma.

Fionna suspira, cansada.

-Bom, eu te avisei. – ela dá um soco no meu braço com força, me desequilibrando – Estamos quites agora. – ela sorri, e Phoebe também.

  -Ei, dá um por mim aí Fionna. – ela pede, enquanto me afasto devagar, sentindo meu braço esquerdo dolorido, enquanto Fionna se aproxima com uma risada maléfica.


Notas Finais


O)_(O


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