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História Loser [HIATUS] - Capítulo 01 - Rotina.


Escrita por: LuaSama

Notas do Autor


Que fofo, ganhei favoritos <3 Aqui está o primeiro capítulo. Talvez o segundo demore a sair pois preciso editar bastante coisa nela. Tive uma ideia inicial, mas seria muito confuso e tenho receio de que alguns de vocês abandonem a história pelo decorrer dela.

Capítulo 2 - Capítulo 01 - Rotina.


De certa forma, me doía tratar Chani da maneira como havia feito essa manhã. Havíamos nos afastado um pouco com o passar dos anos, mas ele ainda era meu "pequeno" e sempre corria aos meus braços quando as coisas ficavam difíceis. Contudo, já era hora dele crescer.

Eu não estava em uma posição na qual pudesse cruzar mares e montanhas para lutar com quem o atacasse, mesmo que quisesse. No momento, era capaz apenas de ser seu escudo, tomar os tiros em seu lugar.

De fato, eu não era a pessoa mais popular no ensino médio. Mesmo estando no último ano, não havia sido aquela pessoa com presença marcante ou ao menos alguém com um grande círculo de amigos. Pode-se dizer que eu vivera, quase, totalmente sozinho em boa parte do tempo. Era melhor assim. Não era bom que as pessoas se envolvessem comigo e acabassem machucadas.

Mesmo sem nunca falar em casa, minha irmã sabia o quão árduo era a vida diária para mim. Porém, também compreendia que não podia deixar nada transparecer.  Nosso dongsaeng merecia ter uma boa experiência escolar, e por essa razão eu o afastara.

Eu não queria que soubessem da nossa ligação. Seria outra forma de abuso contra mim. Chani seria usado impiedosamente para me ferir. E eu ficaria “tudo bem” com isso, se a forma como Kim Seokwoo usasse para atingir os outros não fosse um tanto bárbara e desumana.

Entrei na sala do terceiro ano-b, procurando algum lugar vazio próximo às janelas. Vi as mochilas conhecidas de Seokwoo e seus amigos ocupando todas as carteiras ao fundo, optando, então, pela segunda carteira da parede. Não era um bom lugar para dormir, mas ao menos não seria incomodado constantemente.

Desliguei meus fones de ouvido ao ver Dawon gritando ao entrar na sala. - Até hoje não sei como somos amigos. - sentou-se logo atrás de mim, fazendo com que eu me virasse em sua direção.

-Não vai acreditar o que aconteceu ontem...

-Se for relacionado a você e o Jackson, mais boate, mais alguma merda. Obrigado, mas passo. - Respondi ríspido. -Sabe que não dou a mínima para suas aventuras de uma noite.

-Você fala isso apenas porque fica encalhado vendo netflix e abraçado a alguma pelúcida.

Mostrei o dedo enquanto o mesmo ria da minha cara. Eu não estava a fim de entrar em uma discussão e, graças ao professor, não precisei.

Depois de certo tempo entediante, no qual os professores fizeram um discurso repetitivo sobre a importância do ultimo ano, o sinal para o intervalo finalmente bateu. Já estava cansado de toda aquela baboseira sobre "ainda dá tempo" e "tudo bem estarem em dúvida sobre o futuro". Mas preferia mil vezes escutá-las ao invés de ter que aguentar o jogador de baseball. Parecia que o mesmo tinha um radar. Sabia quando minha paciência estava no limite, o que era sempre se tratando dele.

-Zoho, já esta fazendo poeminhas de amor a essa hora? - O mais alto do grupo puxou meu caderno, levantando-o quando tentei pegá-lo. - Nada disso, parece que esqueceu como as coisas funcionam...

-Seokwoo. Devolve. - Falei, cansando de pular para tentar alcançar meus raps. Ele não era tão mais alto que eu, mas ainda assim era impossível pegar meu caderno de volta. - Não lhe fiz nada, sabe que isso é importante para mim. Não tem ninguém na sala para você mostrar sua superiodade. Pode pegar minha carteira, você sabe onde guardo só me devolve isso.

-Olhem como ele fica fofo. Até parece uma criança quando lhe tiram um brinquedo. - Zombou do meu desespero.

-Sabe que gostamos de brincar com você.

Um dos outros atletas, passou a mão pelo meu rosto. Nunca havia odiado tanto Dawon como naquele momento, provavelmente estava se pegando com algum aluno novo pelo corredor.

 E eu aqui.

Comecei a olhar para os lados, procurando qualquer um. Mas sabia que nada, nem ninguém, seriacapaz de me ajudar nesse momento.

Rowoon- como era o nome atlético de Seokwoo- jogou meu caderno do Batman, versão 2009, para um de seus companheiros e tomou o lugar daquele que ja me pensava contra a mesa.

-Dinheiro não vai te salvar. Esqueceu disso?

Era meu fim.

Lá se vai todas as minhas esperanças de um ultimo ano tranquilo.

Rowoon puxou a gravata do meu uniforme e em questão de segundos pude sentir o soco em meu estomago. Aquele havia sido o primeiro. Em seguida veio outro. Depois um chute, vindo de algum lugar, acertou meu tornozelo. Segurei-me na mesa, tentando manter o equilíbrio. Não havia motivos para revidar. Aquele ciclo nunca acabaria.

Em algum momento daquele "ritual", minhas forças pareciam ter se esgotados e mesmo sabendo que seria pior, deixei meu corpo cair. Largado no chão, não sabia mais diferenciar o que eram pontapés e o que era meu corpo pedindo por arrego.

Horas pareciam terem passado quando desistiram de me usar como saco de pancadas. Acho que o sangue escorrendo pelo meu nariz e saindo ao menor abrir da minha boca haviam os satisfeito.

-Vou dar uma olhada nisso aqui, vocês o levem logo. Precisa estar de volta antes da aula começar.

Senti meu peso ser erguido e, com os olhos fechados, fui guiado ao o que acreditava ser o banheiro.

-Seu amiguinho já deve estar chegando para te limpar.  - Alguém falou ao me jogar em uma das cabines.

Eu não conseguia responder. Na verdade não sabia nem como ouvia. Estava em um estado letárgico. Entre o apagado e o acordado. Não pude expressar se quer a mínima reação ao ouvi-los comentar sobre algo que me deixara curioso. "Por que o capitão espanca esse verme para nos fazer cuidar dele depois?" Uma das vozes fez o questionário que pairava sobre minha mente há anos. "Não sei, mas não questiono. Só faz o que ele manda que 'tá tudo certo." "Pode ser... deve ter sido convivência com aquele primo dele."

Sim, certamente era convivência.  Yoongbin era um louco. Veterano quando eu era novato, aquele que ensinou tudo à Seokwoo. Às vezes me pergunto se ele tem coração, pois a sanidade sei que perdeu. A pior coisa de todas era enfrentá-lo durante as competições de diss, e para meu azar eu era o próximo. Nunca havia visto de fato, mas sei que aqueles que o enfrentaram nunca mais voltavam às ruas.

Estava frio.

Molhado.

-Deus do céu, Baek. Por favor, não deixe mais que continuem com isso. - Dawon, limpava o sangue em meu rosto. - Já fazem três anos.

 Acho que eu estava deitado, pois comecei a tossir todo o liquido vermelho para fora do meu corpo, mas o mesmo teimava em cair sobre mim.

-Arde... -Falei com o pouco fio de voz que eu tinha. - Apaga a luz.

-Já apaguei... Abre o olho.

Ele realmente havia apagado a luz, evitando todo aquele incomodo nos meus olhos. Sorri para o mesmo, agradecido. Como tudo isso havia começado, quando passei a ser submisso ao inferno?

Dawon passou as mãos em meus cabelos, antes de me ajudar a me sentar. Ele poderia não ser o melhor amigo do mundo, mas era o que eu tinha, e era grato por isso.

-Vamos, veste meu casaco.  Temos que voltar para aula.

Fiz o que mandou. Não seria bom chegarmos atrasados e muito menos com minha roupa toda suja. Antes de sairmos do banheiro, recebi um pouco de maquiagem no rosto para esconder os hematomas e um remédio para dor.

Já era nossa rotina. Rowoon me provocava. Eu apanhava. Dawon me ajudava.

Eu não precisava saber o início de tudo. Não precisava me lembrar de porque eu entre todas as pessoas. Apenas precisava saber que passaria por aquilo mais um ano e por mais um ano, não reclamaria de nada.                        


Notas Finais


Alguma ideia de qual o motivo de ser Zuho entre todas as pessoas?


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