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História Lost and Brave 《 jihancheol 》 - The letter


Escrita por: blue_whalien

Capítulo 1 - The letter


O garoto de cabelos escuros foi até a caixa de correios que ficava em frente da sua casa, verificar se havia correspondências nela. E havia, o rapaz se surpreendeu serem cartas normais, escritas por alguém. E não contas para pagar ou panfletos de alguma loja. Entrou em sua casa e chamou o seu namorado.

- Josh ? - disse o mais velho com esperança que o mais novo respondesse. Em vão. Ele ainda estava chateado por Seungcheol ter esquecido o aniversário de dois anos de namoro, e Cheol sabia que ele tinha razão.

- Amor, quantas vezes eu vou ter que me desculpar? Eu faço qualquer coisa para você, mas me perdoa, vai? - Seung disse olhando para a porta do quarto dos dois, onde o mais novo dormia. Sim, o mais velho teve que dormir no sofá esta noite.

- Qualquer coisa, uh? - o mais novo disse com um sorriso malicioso.

- Eu não vou ser passivo, Jisoo. - Cheol disse revirando os olhos.

- Mas você disse qualquer coisa, Cheolie!  - o mais novo exclamou com um bico nos lábios. - Você é um chato com amnésia.

- E você é um pervertido! - o mais velho respondeu e seu namorado riu.

- Mas você não vive sem mim. - Joshua disse convencido. - E nem eu sem você, eu te desculpo, seu cabeça oca. - continuou com um suspiro.

- Obrigado, Josh. - Seungcheol disse e puxou o mais novo para um abraço. - Eu acabaria ficando louco se você continuasse me ignorando.

- Foi só um dia, seu dramático. - Josh disse e riu no ouvido do mais velho.

- Mesmo assim - dessa vez o mais velho que fez um bico.

- Mas o que você queria me falar? . - Jisoo disse se afastando um pouco do abraço e sorriu.

- Recebemos cartas, de verdade, escritas por alguém. - Seungcheol disse e observou seu namorado franzir o rosto. - Não é estranho? Quem escreve cartas em pleno 2016?

- Talvez seja alguma avó, ou tia nossa sei lá. - Josh disse sem interesse.

- Vamos ler ela agora? Estou curioso. - o mais velho disse ancioso.

- Tudo bem. - Joshua concordou.

  Abriram o envelope branco e retiraram um papel com letras impressas. O que foi muito estranho. Por que alguém digitaria algo e depois enviaria como carta e não por e-mail?

   Desdobraram o papel com cuidado e Cheol começou a ler a carta em voz alta.

" Querido amigo,

Sei que pode parecer curioso receber cartas de alguém completamente estranho mas peço que você leia e me entenda. Minha terapeuta disse que seria bom para o meu tratamento que eu conversasse com alguém e escrevesse meus sentimentos em um diário, mas tenho medo que meus pais possam le-lo - Depois explico o motivo. Não sei como achei seu CEP, escolhi números aleatórios. Mas achei melhor escrever cartas, pois não tenho mais amigos. Meu melhor amigo se suicidou no fim do ano passado e agora, assim que o verão acabar, terei que começar o terceiro ano do ensino médio e talvez serei mais livre, espero que eu sobreviva até lá.


Eu estou muito triste nos últimos dias, não fico assim desde que minha tia faleceu quando eu tinha seis anos, e tenho medo que eu posso me descontrolar de novo, não quero voltar para uma clínica, não quero ser assim. Eu só queria ser uma garota normal.


Me desculpe por ocupar seu tempo, se não se importar irei enviar mais cartas.


Com amor, Jeonghan."


  Após lerem as cartas, ambos estavam de boca aberta e olhos arregalados. Será aquilo verdade ou brincadeira de mal gosto?


Dentro de seus corações eles sabiam que era verdade, havia uma garota em algum lugar daquela cidade enviando cartas para eles. E ela precisava de ajuda.

- O que vamos fazer? Responde-la? - Joshua perguntou olhando para Cheol. O mais velho sorriu pelo mais novo também sentir que aquilo era verdade.

- Melhor não... e se os pais dela lerem a carta? Não podemos arriscar. - o mais velho respondeu e Joshua assentiu, seria melhor assim, se ela mandasse mais cartas eles leriam, mas não poderiam responder, não ainda.

- Tudo bem, Cheolie. - Joshua disse e suspirou. - Estou com medo por ela. Mesmo sem conhece-la já me sinto responsável.

- Se acalme, Josh. - Cheol disse acariciando o rosto do amado. - Vou me arrumar e vou pro trabalho, quer carona para a faculdade?

- Sim, aceito. - Joshua respondeu. - Preciso ocupar minha cabeça com os estudos. Será que quando voltarmos terá mais cartas?

- Espero que sim, Josh. - Cheol respondeu e entrou no banheiro do seu quarto para se arrumar. Claro que na frente do mais novo ele demonstrou tranquilidade, mas quando ficou sozinho começou a pensar sobre o que a pobre menina passaria em sua casa.

Joshua estava felizmente surpreso.

  Após uma manhã e metade da tarde de dúvidas e incertezas, ao chegar em casa o rapaz encontrou outra carta da menina. Sorriu em animação e ligou para o namorado. Decidiu ler a carta só quando o mais velho chegasse, pois não teria coragem de ler sozinho.

  Duas horas depois, Seungcheol chegou e os dois resolveram pedir uma pizza para a janta, já que nenhum dos dois estava com cabeça para cozinhar.

- Cheolie, vamos ler a carta agora? - Jisoo perguntou para o mais velho depois de terminarem de comer a pizza.

- Vamos. Quer que eu leia? - o mais velho disse.

- Sim, por favor. - Joshua respondeu, o mais novo gostava muito de ouvir a voz de seu namorado narrando algo para ele, lembrou-se de quando ele obrigou o namorado a ler um livro inteiro para ele.

"Querido amigo,

Como não recebi nenhuma pessoa na porta da minha casa alegando que uma louca estava lhe mandando cartas, eu decidi mandar outra. Quero acreditar que você - ou vocês - estão me protegendo de meus pais e se for verdade, muito obrigada.


Agora que já me conhecem posso explicar as coisas com mais detalhes.


Tudo começou quando eu tinha três anos e não queria me vestir igual ao um menino, e sim como uma bela princesa. Meus pais chamaram o pastor da igreja que frequentam para me 'livrar daquele demônio' e eu fui obrigada a parar de me vestir do jeito que queria e tive que cortar meus cabelos.


Com cinco anos as visitas ao psiquiatra começaram, apesar de não confiar muito na ciência, meus pais sabiam que meu comportamento e perda de memória não eram normais para uma criança.


Com seis anos, minha tia que eu tanto amava morreu em um acidente de carro. Fui internada meses depois, pois minhas crises aumentaram.


Meus pais começaram a controlar totalmente a minha vida, não deixavam eu brincar com outras crianças e sempre me levavam para igreja.


Vivi assim por um tempo, até que com treze anos eu deixei meus cabelos crescerem, arrumei um amigo e ele me protegia dos garotos maus da escola que sempre queriam mecher embaixo da minha saia quando eu estava no vestiário masculino.


A vida estava muito boa para mim, mas meus pais não queriam me ver feliz. Eles descobriram minha amizade com esse garoto e que eu usava roupas femininas na escola. Tiraram meu celular, acesso a internet e me mandaram para um Colégio Militar, meus cabelos foram cortados e eu fui obrigada a me comportar como um 'homem de verdade'.


Voltei dois longos anos depois, os piores da minha vida. Com quinze anos voltei para a minha antiga escola, agora no ensino médio. Com sorte fui para a sala do meu melhor amigo, mas ele estava estranho. Calado, triste, sem ânimo para viver. Eu queria perguntar se seus pais tinham voltado a brigar, se ele estava bem de saúde, ou qualquer outra coisa. Mas fiquei com medo e com vergonha, com os meus cabelos curtos ele quase não me reconheceu e não me chamava mais por pronomes femininos. Fiquei um pouco triste com isso e passei a ficar mais calada com o tempo, no fim do ano passado, estávamos no segundo e nada de novo havia acontecido, um dia eu cheguei na escola e não o vi, o procurei por todas as partes e não o encontrei. Na hora do intervalo fui chamada na diretoria e me avisaram que ele havia morrido. Fui para casa e sem dar explicações para os meus pais, chorei pelo resto do dia. Faltei o resto do mês de aulas e mesmo assim passei de ano, pois tinha boas notas.


Agora, com dezessete anos, eu irei começar o terceiro ano do ensino médio em um Colégio novo e sem nenhum amigo. Meus cabelos batem um pouco abaixo da orelha e são pretos, pois meus pais não deixam eu pinta-lo ou deixá-lo crescer. Isso me deixa triste. Sinto vontade de desistir de tudo e desde a morte de Jooheon, meus pais voltaram a me levar ao terapeuta.


Não quero ser internada e não quero ser chamada de louca pelos novos alunos, dessa nova escola.


Estou tão perdida.


Desculpe de novo por tomar seu tempo, quando for a hora certa deixo vocês me responderem.


Com amor, Jeonghan"


- M-meu Deus, C-Cheolie... - foram as únicas palavras que Joshua conseguiu dizer. Quando olhou para o namorado, percebeu que ele estava com os olhos marejados e parecia não conseguir acreditar no que lera.


- Josh... - o mais velho sussurrou. - Isso é tão... nossa, ela é tão jovem! 


- Sim... o que vamos fazer? É horrível ficar aqui esperando por mais cartas. - o mais novo disse.


- Eu sei, amor. Mas precisamos ser sensatos, daqui um ano ela fará dezoito e será livre. - Seungcheol respondeu tentado tranquilizar o mais novo. - Ela pode até se apaixonar por alguém nesse novo ano escolar e ser feliz, não é? Vamos ser otimistas.


- Vamos. Agora vou dormir que amanhã tenho aula...  espero que amanhã ela mande mais cartas. - Joshua disse e bocejou.


- Tudo bem e... Eu posso dormir no nosso quarto? - Cheol perguntou um pouco hesitante.


- É claro, Cheolie. - Joshua respondeu. - Ontem nem consegui dormir direito sem você. - continuou com as bochechas adquirindo um tom rosado.


- Sério? Sabia que você fica adorável assim corado. - O mais velho respondeu e as bochechas de Joshua coraram mais forte.


- Cheolie... pare com isso, vamos dormir logo - Joshua disse emburrado puxando seu namorado pela mão e o levando para o quarto. Tomaram banho, colocaram roupas confortáveis e dormiram. A preocupação pela menina ainda pairava por suas mentas quando fecharam os olhos e se entregaram ao mundo dos sonhos.




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