Saskia on:
Acordei após mais um pesadelo onde Lysandre sofria o acidente que tomara as memorias dele sobre mim, aquilo se tornara frequente, o pior disto era saber que na verdade aquilo acontecerá, Lys se lembrava de Rosalya apenas assim como que a amava. Aquilo me matará por dentro quando aquela cena acontecerá.
Levantei-me desanimada e fui me arrumar para as aulas, em frente ao espelho penteie meus cabelos de um tom verde bem clarinho e os prende num rabo de cavalo deixando alguns fios soltos, coloquei uma calça larguinha e uma blusa folgada sem me importar muito com a aparência, desci e tomei meu café, aparentemente meus pais já haviam saído para trabalhar e eu me encontrava sozinha.
Aquilo era ótimo, tomei um copo de leite e fui para a escola a passos lentos de certo temia está muito cedo, mas também não gostaria de me atrasar, prestei atenção ao caminho para não fazer igual ao Lys e me perder, no entanto mais uma vez fui tomada pela dor que me assolava durante aqueles dias.
E novamente senti-me a beira de lágrimas, as segurei ao avistar os portões da escola, caminhei entrando e então indo direto para minha sala, me sentando ao fundo esperando que ninguém percebesse o quão mal eu estava, mas quando os outros chegaram ninguém sequer veio falar comigo e não me importei na verdade, talvez fosse melhor assim no fim, também não fiz questão de prestar atenção nas aulas daquele dia, não fazia muito sentido sequer está ali então porque me importaria com as aulas, quando acabou fui direto para casa de forma apressada.
Ao chegar em casa fui para meu quarto totalmente desanimada, me jogando na cama deixando a mochila caída em qualquer lugar de meu quarto agarrei meu travesseiro para mais uma vez deixar quentes lágrimas escorrerem por meu rosto alvo, deixando aquela dor mais uma vez sair, chorei até a exaustão o que me fez desmaiar, afinal eu não conseguia dormir mais.
Acordei com minha mãe me chamando enquanto me balançava para justamente o fazer, me sentei limpando meu rosto, ela sorriu me abraçando e logo beijou minha testa se afastando, me levantei e descemos para jantar quando chegamos ao andar de baixo meu pai nos esperava após ter nos servido o jantar, dei um pequeno sorriso para ele que também se aproximou beijando minha testa.
Nos sentamos para mais um jantar em silêncio, eles sempre me perguntavam como era as aulas, mas ultimamente minha resposta era sempre a mesma para eles por isso foram parando aos poucos, isto me fizera me sentir mal por os preocupar, mas mesmo assim não conseguia mudar aquilo, agora brincava com a comida sem muita vontade de comer mesmo meu pai tendo feito meu prato favorito.
_ Filha sua mãe e eu conversamos e decidimos que é hora de te tirarmos do castigo.
_ Obrigada papai, mamãe _ tentei fingir a maior empolgação possível, mas sabia que deveria ter falhado miseravelmente.
Subi para meu quarto uma hora após aquele jantar uma vez que demorara a conseguir engolir aquela comida e também limpar a mesa para lavar a louça, agora após toma um banho mais uma vez me encontrava em minha cama olhando o teto, não havia muito que podia fazer hoje já era sexta, talvez eu fosse ver Lysandre amanhã. . .
Torturei-me mais uma vez me lembrando de como ele se declarara para Rosa, suspirei me sentando na cama olhando a janela com mais lembranças invadindo minha mente enquanto a noite passava sem que eu conseguisse dormir, quando percebe isto deveria ser por volta das oito da manhã.
Me levantei indo me trocar, sai do quarto descendo as escadas encontrei um bilhete dos meus pais na porta da geladeira, o peguei e então abri a geladeira pegando uma garrafa de leite coloquei num copo devolvendo para a geladeira me encostei na pia tomando um gole para então ler o tal bilhete.
“ Filha vamos passar o fim de semana na casa de sua avó, ela não está bem então por isso precisamos sair quase as pressas tem comida congelada que você possa fazer qualquer coisa pode ligar, talvez precisaremos ficar a semana com ela.
Beijos e abraços
Papai e mamãe”
Suspirei quando terminei de ler, parece que teria a casa somente para mim, talvez eu realmente deva visitar o Lys. . . Fui me trocar, coloquei um vestido simples com pequenos desenhos de flores azuis, passei um pouco de corretivo e base para desfazer meu rosto morto, após isso passei blush para que parecesse que eu estava com uma cor saudável, trancei meus cabelos para logo os prender com uma fita da cor dos cabelos de meu namorado. . . ou ex . . . nem mesmo eu sabia mais.
Suspirei indo até minha mochila pegando minha carteira e chaves passando para minha bolsa, após isso sai de casa trancando a porta indo para o ponto mais próximo para pegar o ônibus, logo o ônibus passou, deu sinal para que ele parasse assim que entrou deu os dez reais da passagem para o cobrador indo se sentar no fundo olhando a paisagem passar diante de seus olhos.
Quando chegou ao hospital pode ir ver o Lysandre ao chegar no quarto o encontrei distraído, aquilo por um momento me fez sorrir ao me lembrar que era sempre assim como o encontrava, ou quase, as vezes o encontrava a procura do famoso bloco de notas perdido.
Espera. . . E se. . . Talvez funcione. . . Eu poderia trazer o bloco de notas para ele assim ele poderia ler e talvez se lembrasse de tudo o que vivemos, sorri com aquela ideia de forma que logo meu peito se enchia de esperanças, me perde nesses pensamentos até ser desperta pelo próprio Lysandre.
_ Está tudo bem? _ ele segurava meu braço de forma gentil porem firme.
_ Sim, apenas tive uma ideia que talvez possa te ajudar _ lhe disse com um sorriso animado.
_ O que seria senhorita? _ ele se sentou na cama.
_ Trazer seu bloco de notas, se ler suas anotações você pode se lembrar de algo . . . _ lhe contei e de repente me senti tímida ao imaginar o que ele poderia ter escrito sobre mim, isto se ele escreveu.
_ Pode funcionar _ ele concordou pensativo _ Mas somente saberemos na segunda a tarde não é mesmo?
_ Sim é. Mas vou perguntar ao medico se pode também, não quero forçar sua memoria.
Ouvi um bipe e então olhei meu celular, era uma mensagem do Nate avisando que teríamos aula no sábado a tarde, sorri com aquilo, viera em boa hora aquela bendita aula, não comentei nada com Lys quando ele me perguntou apenas deixei fluir uma conversa sobre musicas, logo após uma hora nisto, decide que precisava ir, me despedi dele com um beijo na bochecha para logo deixar seu quarto.
Encontrei o medico, mas o mesmo estava falando no telefone andando apressado, logo mais encontrei a enfermeira responsável pelo Lys e lhe perguntei, ela disse que poderia ser bom, sorri ainda mais, corri para o ponto pegando ônibus que me deixaria na escola, não precisava levar mochila tinha um caderno no meu armário.
Cheguei a escola e fui direto procurar o Cas, o encontrei no porão o mesmo parecia esta mal, nem mesmo brigou comigo como de costume, aquilo me atordoou, contei a ele minha ideia e ele aprovou me dizendo para procurar no armário do Lys, esperei as aulas acabarem e todos saírem para tentar abrir o armário dele, consegui após digitar sua senha era algo fácil, sua data de aniversario.
Peguei seu bloco de notas fechando seu armário indo embora, decide que levaria hoje mesmo para ele ainda dava tempo, peguei novamente o ônibus para o hospital logo chegando indo direto para seu quarto lhe entreguei seu bloco de notas o vendo sentar começando a ler.
Quando ele terminou fechando o bloco me olhou com certo pesar e tristeza, então eu soube que não funcionara, me senti mal, mas sorri para ele e disse que continuaria buscando formas de ajuda-lo a se lembrar, então Lys me fez a pergunta que eu temia não poder responder neste momento, pois tinha certeza que ele se magoaria.
_ Porque você é alguém importante para mim. _ foi tudo o que lhe responde.
Depois disso me despedi saindo do hospital, procurei em minha bolsa a chave de casa quando estava no ponto, mas não a encontrava, teria que voltar ao quarto do Lysandre, devo ter deixado cair lá quando tirei o bloco, suspirei irritada comigo mesma por não perceber aquilo, logo entrava no quarto após passar pelo corredor escuro, Lys não estava ali.
Achei rapidamente minha chave e quando já ia embora após pega-la vi um vulto negro o que me fez soltar um grito assustada, mas logo pude ver que era Lysandre, o mesmo chamou meu nome da mesma forma que antigamente, havia doçura em sua voz.
Me aproximei dele, mas não podemos conversar, ele parecia em choque, no entanto a outra enfermeira que me expulsou do quarto prometendo que cuidaria dele, suspirei indo para casa cansada, na segunda não tive noticias dele, mas tomei a decisão de me acertar com a Rosa, tudo que aconteceu entre os dois fora no passado, algo que deveria ter sido superado.
A convidei para dormir lá em casa, claro que liguei para meus pais e perguntei, eles aceitaram na mesma hora, arrumei meu quarto assim como também tentei fazer alguns doces que classifiquei como comestíveis a meu ver, logo que ela chegou trazendo o jantar agradeci.
Aproveitamos aquela noite para esclarecermos tudo e também nos divertimos, rimos, brincamos e a mesma não brigou por causa de minha camisola, o que me fez provoca-la um pouco. Rosa levou na esportiva, a mesma também tentara saber sobre o Lys através do namorado, mas o mesmo não lhe atendera.
Disse que deveria está ocupado, de manhã fomos para a escola juntas, quando chegamos os outros estavam na porta, não perguntei o que estava acontecendo apenas entrei indo direto para a sala, coloquei os fones enquanto a professora não vinha, logo os outros também se acomodavam em seus lugares.
Duas semanas depois, numa segunda em que o sol se escondera de todos, naquela mesma tarde onde tudo parecia sem vida eu soube por fofocas que Lys havia voltado a casa de seus pais, aquilo me causou ainda mais tristeza, não poderia saber se ele recuperou suas lembranças, mas de nada adiantava aquilo o jeito era continuar vivendo como eu vivia antes dele.
Totalmente perdida sem meu sol, sem aquele que trouxera tanta luz e guiará meu caminho naqueles meses, já não me importava com os outros ou o que pensariam, na verdade se pudesse voltar no tempo eu com certeza voltaria e salvaria o Lys, aquela imagem dele deitado ao chão sangrando ainda me perseguia durante as noites me provando que meu namorado se ferira e que eu não mais sonhava.
Quando deixei a escola após mais um dia de tortura eu caminhava para a lanchonete e então alguém chamou meu nome incessantemente, não havia como não me virar ao reconhecer aquela voz tão única e especial para mim, era Lysandre para ali, olhando para mim com aqueles olhos bicolores tão gentis e amáveis.
Fiquei parada de olhos arregalados sem acreditar naquilo enquanto ele não perdia tempo caminhando em minha direção, ele segurou meu rosto com carinho me dando um selinho, vi tantas emoções passarem por seus olhos assim como tinha certeza que passavam pelos meus.
_ Saskia . . . _ ele começou baixinho _ Saskia eu me lembro de tudo, me lembrei quando nos encontramos naquele dia no hospital a noite e peço desculpas por não ter vindo logo atrás de você, mas precisava de um tempo para assimilar as coisas, para colocar as lembranças na ordem certa, a minha amada me perdoe por ter lhe feito sofrer tanto, se soubesse como cada dia longe de você me foi um mártir mesmo sem me lembrar eu ansiava vê-la, ansiava por tocar seu rosto, tomar seus lábios para mim, mas eu prometo a você que vou lhe compensar por toda está dor. _ ele me disse de uma só vez sem sequer tomar folego.
_ Não precisa Lys, você está aqui já é meu maior presente e não me importo com nada mais além disto, de poder tocar seu rosto, sentir teu cheiro novamente dentre tantas coisas que senti falta. _ de meus olhos lagrimas começaram a descer sendo cada uma capturada por seus lábios de forma delicada _ Eu te amo Lys.
_ Também te amo Saskia e nunca mais vou lhe esquecer _ ele sussurrou segurando meu rosto.
Logo nos beijávamos de forma apaixonada em frente aquela escola que tanto testemunhara nossa dor e tristeza, os lábios de Lys eram tão doces como me lembrava e aquilo era viciante para mim, ouvimos palmas e nos separamos corados, quando olhamos ao nosso redor todos da Sweets amores estavam ali e não me importei.
Lys ia se desculpar mais uma vez mais eu não deixei apenas o beijei de forma apaixonada passando os braços de seu pescoço sentindo o mesmo enlaçar minha cintura de forma possessiva, mas sem no entanto me machucar, separamos quando o ar acabou e eu colei nossas testas.
_ Não me importa mais agora quero que todos saibam que pertencemos um ao outro, quero que o mundo saiba, porque você é meu Lysandre e eu sou sua.
_ Vou me lembrar sempre disto _ ele sussurrou.
E foi assim que aquele terrível dia se tornou um dos melhores de minha vida, claro que enfrentamos muitas coisas juntas, mas não temíamos nada, estávamos juntos para todo o sempre e tínhamos a força de nossos amigos conosco.
The end or not?
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