História Louder Than Love - Sacred

Capítulo vinte e seis: Sacred

Nunca que três dias se passaram tão rápido, durante todo esse tempo pude mandar uma mensagem aos meus fãs, agradecendo por todas as mensagens lindas de apoio e carinho. Mesmo já acordado alguém ficava comigo caso eu precisasse de ajuda. Mamãe, Tom e Adam se intercalavam nas horas para ficar comigo.

Mesmo me recuperando super bem precisava de cuidados, o médico me disse que não podia fazer nenhum esforço, esforço zero. Por isso aonde eu fosse, alguém tinha que ir atrás, me ajudando a andar para onde eu fosse.

Minha perna ainda doía, á noite era um sacrifício para poder dormir, não podia mexe-la muito e só na base dos remédios para ter uma noite tranquila.

Adam ficava comigo a noite e se virava em 3 para me ajudar, mesmo eu dizendo que não precisava. Ele estava sendo muito prestativo e sempre ficava acordado comigo quando não conseguia dormir, mesmo eu pedindo para que ele dormisse.

Via as crianças todo final de tarde, todos os três tentavam ao máximo não ficar muito em cima de mim, já que o médico disse que isso também no momento era perigoso. Sofia parecia uma matraca contando sobre o seu dia e também de todos os meses que eu perdi, ela tinha crescido muito durante esse tempo, seus cachinhos estavam mais longos e ela já tinha perdido mais 3 dentinhos, Matthew também estava enorme, seus cabelos ruivos já precisavam de um corte, já falava algumas coisas e era o mais tímido entre os três. Manu estava sempre próxima de mim, ainda estava meio tímida e de vez em outra me chamava de pai, ouvi essa palavra vindo dela era uma emoção a mais.

Era de manhã quando mamãe me acordou - ela ficava comigo no horário da manhã - disse que Adam já estava lá fora assinando todos os papéis da minha alta, ela me ajudou a ir até o banheiro, tomei meu banho e ela me ajudou a me vestir, coloquei uma calça jeans escura e uma blusa de manga longa branca, calcei meus tênis e arrumei meus cabelos que estavam um pouco longo, tudo com ajuda de mamãe. Assim que estava pronto  peguei minhas muletas e me segurei em mamãe para então sairmos do quarto, andamos com calma até a recepção, Adam estava de costas no balcão assinando alguns papéis, só notou a nossa presença quando mamãe o chamou.

- Olha quem chegou! - Adam se virou e sorriu largo vindo em nossa direção, deu um abraço longo em mamãe e depois veio até mim me dando um selinho rápido.

- Bom dia amor, como dormiu? - Ele perguntou enquanto nós três nos dirigimos até o balcão. Ontem a noite dormi cedo ansioso para poder sair do hospital e por isso não tinha visto a chegada de Adam.

- Dormi feito bebê. - Rimos juntos e ele voltou a assinar os papéis. - Quando eu vou embora?

- Quando o médico mandar. - Minha mãe respondeu enquanto eu me escorava no balcão, com os seus braços ao meu redor.

- E assim que você assinar os papéis também. - Adam disse entregando os papéis e a caneta para mim. - É só assinar e você tá livre.

Com ajuda de Adam assinei os papéis e depois me sentei em uma das cadeiras, esperando o médico aparecer, conversamos sobre diversos assuntos até que o médico apareceu, assinou os papéis e conversou conosco sobre os horários dos meus remédios e das fisioterapias, além da dieta que vou ter que seguir a risca.

Adam me levantou me ajudando a caminhar até a saída alternativa, já que a entrada principal do hospital estava lotada de fãs e paparazzis.

Um carro já nos esperava na porta, Adam me ajudou a entrar no carro e minha mãe foi no banco da frente.

Adam deu a volta no carro e entrou no banco do passageiro, colocamos o cinto de segurança e então o carro seguiu, passamos por um portão onde não tinha ninguém nos esperando, dando a volta no hospital e seguindo o caminho até pra casa.

Eu estava ansioso para ver como estava tudo por lá, estava nervoso e com bastante expectativa para voltar pra casa.

Minha perna não estava doendo tanto, iria ficar poucos minutos sem estar com ela esticada, mas seria alguns minutos sentindo um desconforto grande.

Finalmente cheguei em casa, Adam dizia a todo tempo durante o percurso que eu teria uma grande surpresa quando chegasse, me deixando ainda mais ansioso. O carro entrou nos deixando na porta de entrada, Adam e minha mãe desceram, e meu marido me ajudou a descer, mamãe entrou primeiro enquanto o motorista ajudava a tirar as malas, me segurei no braço de Adam enquanto a outra mão segurava a muleta.

- Pronto? - Adam perguntou olhando para mim, assenti e então ele abriu a porta.

- SURPRESA!!! - Todos gritaram assim que eu coloquei os pés dentro de casa, de início tomei um leve susto, mas esse susto deu ao lugar da emoção.

Todos os nossos amigos e parentes estavam lá, com sorrisos e lágrimas de felicidade, um grande cartaz estava na entrada “ bem vindo de volta, Bill!” era o que estava no cartaz.

Comecei a cumprimentar todos, ouvindo entre “seja bem vindo” até “que bom que você voltou!”, porém me sentei na poltrona onde um banco estava posicionado de frente para mim, onde pude repousar a minha perna - que já doía - na almofada.

Como era meio dia, fizeram um grande almoço de boas vindas, a comida seria colocada lá fora no pátio, onde todos pudessem conversar e as crianças brincarem a vontade.

Fiquei debaixo da árvore onde tinha uma sombra me deixando mais fresco neste dia de calor, ali pude rir e trocar idéias com todos que estavam ali, compartilhando aquela felicidade que era recíproca em todos.

A hora do almoço foi aquela festa, os adultos agindo feito crianças, fazendo piadas e dando com os talheres uns aos outros, deixando o local ainda mais contagiante.

Infelizmente após o almoço eu tinha que me repousar, o doutor foi bem específico quando falou que nos primeiros dias era repousou na cama absoluto, sem descer ou subir as escadas nos 3 dias.

Antes de subir, resolvi dizer algumas palavras, já que todos começaram a dizer “discurso!”

- Bom.. eu não vou me prolongar muito, já que vou ter um grande chá de cama nos próximos dias. - Todos riram. - Eu não tenho palavras para agradecer tudo o que fizeram por mim nesses últimos meses, foram os meses mais sofridos por mim.. porque.. bom.. eu lutei pra viver. - Respirei fundo antes de voltar a falar, todos ali estavam prestando a atenção. - Eu ainda estou confuso, tentando entender o que passou durante esse tempo em que estive ausente, vai demorar muito para me situar. - Disse com calma, já que minha voz ainda estava rouca e tentava poupar ela o máximo possível. - Eu só tenho que agradecer por não terem desistido de mim, por terem lutado comigo, me dando apoio. Eu agradeço cada um de vocês. - Todos ali sorriram e alguns estavam emocionados e eu não estava de fora dessa. - Eu devo agradecer principalmente a esse homem… - Olhei para Adam que estava de pé do meu lado, este sorriu e segurou minha mão, entrelaçando na sua. - Esse homem foi a minha base, o meu chão durante muito tempo, eu se parar pra explicar o quanto esse homem significa pra mim, vou passar anos falando. Porque, eu não consigo achar palavras para descrever o quão Adam significa pra mim. - Eu dizia olhando para todos ao meu redor, virei o meu rosto olhando diretamente naquele belo mar azul em seus olhos. - Adam, eu só quero te dizer obrigado, obrigado por nunca desistir de mim, por ter estado ali todos os dias, mesmo sem eu saber, eu sentia você ali. Você foi a minha força, você me fez voltar, ninguém nesse mundo poderia me fazer feliz como você faz, eu te amo como nunca amei ninguém na vida. Obrigado por me deixar fazer parte da sua vida.

Adam visivelmente emocionado sorriu e me abraçou com força, e após o abraço selou meus lábios em um beijo cheio de carinho, fazendo todos ali assobiarem e aplaudirem.

Me despedi de todos e Adam me ajudou a subir as escadas, o que demorava segundos demorou minutos, minha perna doía a cada degrau que eu subia me fazendo resmungar de dor.

Após aquela tortura finalmente cheguei em nosso quarto, assim que entrei o visualizei, aquele quarto com o cheiro do perfume de Adam me trazia lembranças maravilhosas e entrar ali após esses meses fora foi uma emoção a mais.

Fomos direto pro banheiro, tomar o meu banho da tarde, eu podia tomar banho sozinho, já que o banheiro estava todo preparado para mim, Adam ficou do lado de fora do box, de prontidão caso eu precisasse de algo.

Após o banho e me trocar, tive que enfrentar o primeiro remédio do dia, mesmo a contragosto tomei o maldito remédio que tinha um gosto horrendo, Adam me deitou na cama apoiando a minha perna em um travesseiro fofinho, me fazendo suspirar de alívio. Ele ficou ali alguns minutos fazendo carinho em meus cabelos, até os efeitos do remédio me fazer cair no sono.

Adam POV

Bill adormeceu pesadamente por conta dos medicamentos. Velei seu sono por alguns instantes mas logo desci, precisava jantar com as crianças e hoje seria pizza. Já tinha me acostumado com aquela rotina, jantar, dar banho em Matt e colocá-lo para dormir, depois contar história para Sofia, e Manu, bem, ela já é grandinha. A única coisa que me pediu dessa vez foi para dar um beijo em Bill antes de dormir.

Enfim tudo terminado, segui para meu banho, me troquei e deitei ao lado de Bill o abraçando. Eu estava tão feliz por novamente poder senti-lo perto de mim, seu cheiro, seu calor, tudo nele me fazia reviver como se me trouxesse uma força para enfrentar tudo que viesse.

Senti ele se mexer e se virar para mim, seus olhos se abriram me fazendo cair naquele castanho claro que agora brilhava e se tornava pequeno devido ao enorme sorriso estampado nos seus lábios.

Senti meu coração acelerar, meu corpo inteiro tremer, ele me causava isso, sensações com o simples ato de sorrir.

- Dormi demais? - Ele disse com a voz um pouco rouca.

- Umas duas horas. - Respondi. - Está com fome?

- Não, eu tô bem. E as crianças?

- Já estão dormindo. - Acariciei seu rosto delicadamente - Fica tranquilo.

- Você tá se saindo muito bem como o homem dá casa - Nós caímos na risada com isso.

Ele se aproximou mais de mim encostando sua testa na minha, sua respiração chocava com meu rosto e o ver morder os lábios foi demais. O puxei para um beijo que começou calmo, lento, nossos lábios se tocavam devagar apenas matando a saudade, sua língua invadia a minha boca timidamente como se fosse a primeira vez. Desci minha mão segurando firme em sua cintura, sua pele macia em meus dedos me tiravam a sanidade. Aprofundamos mais aquele beijo, agora com desejo, nossas línguas disputavam espaço, seu gosto me instigava a fazer coisas das quais minha mente sabia que não podíamos, não agora, mas ele era irresistível. Separamos nossos lábios devagar para recuperar o fôlego que já faltava, meus pulmões ardiam pedindo ar. Selei seus lábios demoradamente e ele mordeu o meu puxando levemente para si. Suas mãos acariciavam a minha nuca enquanto as minhas desciam por sua pele.

- Se a gente continuar vamos ter que tentar algo totalmente diferente. - Ele disse debochado apontando para sua perna.

- Você sabe que não podemos….

- Na realidade não vi isso no relatório do médico. - Nós rimos.

- Para de ser safado!

- Sério, próxima consulta eu irei perguntar.

- Bill! - Dei um leve tapa - Toma jeito.

Ele gargalhou me fazendo cair na risada também, ouvir aquela risada era muito bom depois de tantos dias silenciosos naquele quarto.

- Vamos dormir que amanhã temos vários compromissos.

- Hm -- Ele resmungou fazendo bico. - Antes eu quero um beijo.

- Mais um? - O repreendi.

Ele fez que sim com a cabeça se aproximando de mim, é claro que eu também queria beijá-lo, se pudesse o beijaria à noite toda.

Depois de outro longo beijo fomos dormir, ele se aninhou em meus braços e eu o envolvi cuidando para não machucar. Sua mão estava entrelaçada com a minha, e assim caímos no sono, depois de meses longe, depois de quase perdê-lo eu estava ali cuidando do meu amor, o qual ninguém mais nunca ia tirar de mim.