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História Love at second sight - Time


Escrita por: lagerfeld

Notas do Autor


Olá meus amores, tudo bem?
Espero que gostem desse capítulo. E meus Deus, falta apenas quatro capítulos para o primeiro beijo de Jarlie. Alguém além de mim também está super ansiosa para esse momento? Boa leitura :)

Capítulo 10 - Time


Fanfic / Fanfiction Love at second sight - Time

Point Of View — Charlie

Junto todo o meu cabelo entre minhas mãos, arrumando meus fios rebeldes até que todos estejam o mais organizados possíveis para que eu possa arrumá-los em um coque alto. Jazmyn vendo a minha dificuldade de manter meus fios presos ri. Ela abre a porta do restaurante, e espera que eu entre fazendo o mesmo assim que meus pés tocam o piso extremamente límpido do local. Com a cabeça, aponto para uma mesa vazia no canto esquerdo do lugar e a loura assente sorrindo.

O lugar é muito agradável, todas as paredes de tijolos são decoradas com alguns quadros, as mesas são redondas e de vidro com bancos de ferro preto e estofamento de couro da mesma cor. O teto é de madeira com algumas luminárias sem cor, deixando que o lustre marrom no centro do lugar se destaque. Apesar de muito bem decorado, o lugar não é um antro para aristocratas sociais da cidade se reunirem, mas sim, o lugar perfeito para que os filhos de algum casal possam saborear uma deliciosa porção de batata fritas e onde um homem cansado pode sentir-se renovado ao tomar uma cerveja no bar.

Sento-me no banco relaxando as costas contra a parede e deixando minha bolsa ao lado de minhas pernas. Jazmyn senta-se a minha frente, e põe a bolsa em um banco vago. Quase imediatamente um garçom vem até nós, e anota o nosso pedido: uma porção de babatas fritas, com arroz, salada, e no caso de Jazmyn, bife mal passado, ou como ela disse ao homem ‘’com aquele caldinho vermelho escorrendo’’, o que me fez rir. Eu por outro lado prefiro o meu bife bem passado, mas nada exagerado.

–– Vão querer algo pra beber? –– pergunta o homem de cabelo grisalho, ignorando as anotações em seu caderninho preto e voltando seu olhar para nós.

–– Uma coca-cola, com gelo, e limão, por favor. –– pede Jazmyn. O homem anota o que ela disse, e me encara.

–– Um suco natural de maracujá, por favor. –– sorrio sem mostrar os dentes.

–– Eu já trago as bebidas. –– nós assentimos ao mesmo tempo, e o homem se afasta de nós.

A conversa com Jazmyn flui muito naturalmente, e de certa forma isso me assusta. Considero-me uma garota tímida, mas nunca tive problemas para me relacionar com as pessoas e desde pequena sou muito social, não vejo problema em puxar assunto com um estranho na fila do médico, ou de ajudar uma mulher no mercado que segura seu bebê no colo enquanto tenta alcançar algo na prateleira. Em situações simples como estas, eu conheci pessoas incríveis, com quem esbarrei mais algumas vezes durante esses anos de vida.

Mas, Jazmyn, eu não sei explicar, a conexão entre nós é quase instantânea como se fossemos amigas a vida inteira. Talvez seja o seu bom humor, assim como o de sua mãe, ou o fato de ser uma pessoa realmente engraçada, eu não sei. Mas, de um jeito ou de outro sinto que seremos grandes amigas.

–– Aqui está. –– o garçom se faz presente ao nosso lado, com uma bandeja em mãos, composta por nossas bebidas. –– Uma coca-cola com gelo e limão, e um suco natural de maracujá. –– ele nos entrega às bebidas, juntamente a um guardanapo personalizado com as inicias do restaurante, BL: Bubble Lounge.

A comida chega, poucos momentos depois e tudo o que sou capaz de fazer no instante em que minhas papilas gustativas se atiçam, com o sabor maravilhoso, é agradecer Jazmyn por ter me apresentado a esse lugar.

–– Eu preciso te dar algo. –– diz, após dar um gole em seu refrigerante. –– Na verdade, deveria ter lhe dado isso no 4 de julho. –– completa, deixando-me completamente curiosa e animada.

A loura deixa os talheres de lado abruptamente e estica a mão puxando a bolsa para o seu colo. Assistir a procura desesperada de Jazmyn é uma cena engraçada, e quando a mesma finalmente encontra o que esta procurando diz ‘’Eureca!’’ em alto e bom som me fazendo gargalhar. Ela me entrega um envelope creme, com listras rosa claro, e uma fita fina formando um laço pequeno na frente. Meu polegar desliza sobre o papel até abri-lo, erguendo o papel completamente branco que à dentro do próprio e lendo cada palavra escrita em uma cor que não consigo definir qual é, mas que parece ser um dourado fosco.

–– Está me convidando para o seu casamento? –– a encaro.

–– É claro, eu quero que esteja lá quando eu me casar com o amor da minha vida. –– ela sorri, mas o sorriso não dura muito, logo seus lábios se contraem, e formam uma linha reta. –– Desculpa, eu...

–– Jazmyn, tudo bem. Nós podemos conversar sobre o seu casamento, e sobre o quanto você e Ryan se amam, isso não é um problema. –– digo, e sorrio verdadeiramente.

Ela sorri largamente. Ver a felicidade estampada em sua face não me entristece, assim como o fato do seu relacionamento ser alvo do amor verdadeiro não me fere, mas estaria mentindo se dissesse que não sinto inveja e por mais que ela seja mínima, está presente. Eu só queria que o meu casamento tivesse dado certo, queria não ter passado por tantas decepções amorosas. Sou jovem, eu sei. Ainda tenho muitos anos pela frente e a oportunidade de me apaixonar novamente irá surgir, mas depois de tanto quebrar a cara com os homens não sei se quero me arriscar novamente. Talvez, eu esteja destinada a ser uma dessas mulheres que nunca encontram o amor e passam a velhice com seus gatos, ou no meu caso, cachorros. Pode soar um drama de cinema, mas coisas como estas realmente acontecem.

–– Você deveria ir com Justin ao casamento. –– afirma, comendo uma batata.

–– Seu irmão? –– pergunto surpresa.

–– Sim, ele é o padrinho de Ryan e não tem acompanhante. –– bebo um gole longo do meu suco, evitando dar-lhe uma resposta direta, pois realmente não sei o que dizer. Não quero ser mal educada, e lhe dizer um sonoro não, mas ao mesmo tempo não quero ir ao casamento com Justin e me sentir desconfortável. –– Eu juro, que não estou tentando te empurrar para o meu irmão, mas, você estaria me fazendo um favor indo com ele. Não quero que Justin leve uma garota qualquer ao meu casamento.

–– Eu vou pensar nisso, ok? –– ela assente. –– É melhor nos irmos, meu horário de almoço acaba em dez minutos. Sua mãe é legal, mas ainda é minha chefe e eu não quero abusar.

Em um gesto com a mão ela chama o garçom, e pede a conta. Cada uma paga o seu almoço e assim que o homem de cabelo grisalho nos entrega à nota fiscal nós nos levantamos rumo a saída. Distraída, e envolvida em um debate com Jazmyn sobre Game of Thornes apenas puxo a porta de vidro pela maçaneta grande, e não posso evitar o acidente de bater meu corpo contra o de outro alguém.

Um tanto envergonhada esforço-me para conseguir me recompor rapidamente. Ergo minha cabeça pronta para um pedido formal de desculpas, mas no instante em que meu olhar se fixa no verde de seus olhos as palavras me faltam e um nó se forma em minha garganta. Como se já não fosse ruim o bastante encontrar com meu ex-noivo, tudo piora quando vejo Amber, a loira deslumbrante, ao seu lado com cabelos sedosos e corpo perfeito. Sinto um aperto em peito, mas precisamente como se a própria Amber apertasse meu coração a fim de vê-lo se esfarelar até tornar-se um pó cinza no chão.

–– Charlie, oi. –– ele diz, quebrando o silêncio entre nós.

Continuo a encará-lo sem conseguir dizer uma única palavra, nem mesmo emitir um som seja de tristeza ou raiva por vê-lo. Mas, afinal, o que eu estava pensando?! Nós moramos na mesma cidade e foi minha escolha não ir embora, é óbvio que uma hora eu iria encontrá-lo. Só pensei que não seria tão difícil, iludi-me com a ideia de que quando esse dia inoportuno chegasse eu já teria superado o ocorrido e estaria bem.

–– Charlie, você está linda. –– diz Amber, sorrindo largamente. Ela intercala seu olhar entre Lucas e eu e seu sorriso se alarga, como se ela quisesse esfregar na minha cara que os dois estão juntos.

–– Nossa! Você nem esperou a cama esfriar. –– suspiro pesadamente, jogando para fora toda a minha indignação. Fecho meus olhos juntando toda a minha força para conseguir segurar o choro. –– Quer saber? –– encaro Amber. –– Vocês dois se merecem. Faça bom proveito, Amber.

–– Vem Charlie, vamos embora. –– Jazmyn segura minha mão direita, e me puxa.

No instante em que boto meus pés na calçada o sol bate contra a minha face. O dia parece estar dez vezes mais quente do que antes, mas, sei que todo o calor repentino que me atinge não é uma obra natural do clima, mas sim um efeito colateral do que acabara de acontecer. Ao esfregar meus dedos contra as palmas das mãos sinto-as completamente úmidas, assim como o vale entre meus seios onde algumas gotículas de suor se concentram. Ando menos de meio metro, e sou obrigada a parar. Curvo meu corpo para frente apoiando minhas mãos nos joelhos, completamente sem fôlego, como se o ar me faltasse.

–– Você está bem? –– pergunta Jazmyn, relaxando a mão em minhas costas.

–– Sim, eu só preciso de um minuto. –– respondo com dificuldade. –– Você está com calor? Eu estou derretendo. Não sei o que está acontecendo, não estava assim antes. Eu estou suando como uma mula, e...

–– Charlie. –– paro de tagarelar ao ouvir a voz tão conhecida de meu ex-noivo me chamar, deixando-me ainda mais nervosa. Ergo meu corpo rapidamente e o vejo parado atrás de mim. –– Olha, eu sei o que aquilo pareceu, mas, Amber e eu não estamos juntos. Eu voltei pra cidade essa manhã, e ela me chamou pra almoçar.

–– Onde estava? –– pergunto, sem me importar em parecer interessada em sua vida.

Nunca entendi porque ao terminar um relacionamento uma garota deve se tornar um vegetal, não sentir nada e não se importar com nada relacionado ao seu ex-parceiro. Como eu posso não me importar?

–– San Andrés. –– engulo em seco.

–– Espero que tenha aproveitado a nossa lua de mel. –– ao imaginar tal coisa, sinto meu estômago revirar ao mesmo tempo que meus dedos formigam de raiva, e meus olhos ardem implorando para que eu liberte as lágrimas.

San Andrés era o meu sonho, eu passei semanas organizando essa viagem, procurando um bom hotel e programando ótimos passeios para nós dois então saber que ele aproveitou tudo o que eu organizei, tudo o que eu sonhei, faz com que eu sinta nada menos do que uma mistura confusa de muitos sentimentos.

No instante em que me afasto de Lucas, eu desabo em lágrimas. O caminho até meu carro parece uma estrada sem fim, as pessoas por quem eu passo na rua me encaram sem compreender o motivo de meu choro, mas nem mesmo o conforto do abraço de Jazmyn faz com que eu consiga me conter.

–– Você precisa se acalmar, Charlie. –– diz Jazmyn, sem ausentar o seu braço ao redor de meu tronco, acariciando meu ombro e  tentando me passar tranquilidade. –– Vamos até a oficina dos garotos, é aqui perto e você pode beber um copo d’água. –– sem conseguir protestar, eu apenas assinto.

O caminho até a oficina não dura mais do que três minutos, mas em minha mente esses minutos passam-se tão lentamente quanto um ano inteiro. A cada passo mais próxima do local para qual Jamzyn que guia eu me esforço para conter as lágrimas, chorar na frente de estranhos é constrangedor, mas chorar na frente de homens que eu possivelmente irei ver novamente é ainda pior. Além do mais, a  sensibilidade dos homens no século vinte e um é algo quase nula, um caso para ser estudado, sendo assim não quero nenhum dos meninos me fazendo perguntas que eu não gostarei de responder ou que me deixarão ainda mais chateada.

Viramos a esquina passando por uma livraria, e mesmo estando abalada a própria chama minha atenção com suas várias estantes lotadas á mostra devido ao vidro da janela. Faço uma nota mental, para lembrar-me de comprar alguns livros novos quando eu estiver bem o suficiente para me concentrar nos problemas amorosos de alguém fictício, e não nos meus.

Assim como um alcoólatra precisa de um grupo de apoio para superar o seu problema, eu preciso de um romance. Livros são o meu grupo de apoio, principalmente os romances, o que pode soar estranho, afinal... Porque uma garota que acaba de levar um pé na bunda, iria correr para uma obra do Nicholas Sparks? Romances são como uma bíblia. Enquanto a palavra de Deus faz com que nós, simples humanos não percamos nossa fé no Senhor, o romance faz com que nós, esses mesmos simples humanos, não percamos nossa fé no amor.

Suspiro pesadamente ao ver os quatro rapazes. A princípio, eles não percebem nossa aproximação, estão distraídos demais em um assunto que eu não faço ideia de qual seja e jogados no sofá marrom, mas uma vez mais perto consigo juntar algumas palavras as outras, formando então o tema da conversa: Garotas com peitos falsos.

–– Huhum. –– Jazmyn pigarreia, dura como uma rocha.

O lugar surpreendentemente torna-se um ambiente silencioso, sendo possível ouvir apenas o som de nossas respirações. Os meninos intercalam seus olhares entre Jazmyn e eu, provavelmente notando minhas bochechas inchadas e meus olhos vermelhos.

–– Amor, vocês estão bem? –– pergunta Ryan, quebrando o silêncio e vindo de encontro a sua noiva.

–– Sim, estamos bem. Charlie levou um susto, só isso. –– responde, com o olhar fixo em mim. –– Justin, pode pegar um copo d’água pra ela?

Meu olhar se encontra com o do louro, que até então por um motivo desconhecido eu estava evitando encarar. Suas órbitas carameladas fitam-me por alguns instantes de forma intensa, da mesma forma que um policial olha para o réu a fim de deixa-lo nervoso, para assim poder desvendar os seus segredos. Seu polegar passeia por seu queixo, subindo até o canto direito de seus lábios sem que ele ao menos pisque.

–– Claro! –– responde depois de um tempo. –– Vem aqui.

Ele segue por um corredor não muito longo, e eu apenas o sigo passando as mãos em baixo dos olhos. Justin para e relaxa o corpo contra a parede branca ao lado do bebedouro, cruzando os braços em frente ao próprio corpo. Passo por ele sem olhá-lo, pegando um copo descartável no suporte e enchendo-o de água gelada até que o mesmo quase transborde.

–– O que aconteceu com você, Charlie? –– pergunta calmamente.

Bebo um longo gole da água, quase acabando com a mesma. Encosto-me na parede livre, ficando a sua frente e mantendo o copo erguido firmemente em minha mão. Abaixo minha cabeça apenas o suficiente para que as únicas coisas em meu campo de visão, seja o seu tênis e o copo, mesmo copo em que eu inicio movimentos circulares pela borda a fim de não encará-lo.

–– Nós encontramos com Lucas na saída do restaurante. –– respondo.

–– Ele ainda mexe com você? –– por mas, que tenha soado como uma pergunta ele parece saber a resposta, como se a própria fosse uma pergunta retórica, ou até mesmo, uma afirmação camuflada.

–– Só se passaram poucas semanas. –– digo cabisbaixa.

–– Não, se passou quase um mês. –– debate, em um tom mais firme do que antes.

–– Não é o bastante. Eu só preciso de mais tempo. –– ele não responde, ao invés disso solta uma lufada. –– Você está bravo comigo? –– pergunto com a testa franzida, completamente confusa com o que acabara de acontecer.

–– Eu não estou bravo com você, Charlie, não tenho motivo pra isso. Mas, você não acha que está na hora de superar? –– sua pergunta me surpreende completamente, tornando impossível não encará-lo.

–– Justin, você já se apaixonou? Já sentiu borboletas no estômago, ou frio na barriga só por estar perto de uma garota? Você já amou alguém tão incondicionalmente que morreria por ela? –– deixo o copo de lado, jogando-o na lixeira a poucos metros de mim e surpreendentemente acertando. O louro mantém seu olhar estagnado ao meu, mas não ignoro a forma como seu corpo travou. –– Quando você sentir todas essas emoções, você vai estar apaixonado. E eu espero que a garota dona do seu coração nunca vá embora, porque você vai sofrer, vai entender como eu me sinto agora e finalmente, vai perceber que quando você ama alguém você não deixa de amá-la porque ela cometeu um erro, ou porque ela foi embora. Só o tempo pode curar a dor de um coração partido, mas o tempo é superestimado. 


Notas Finais


Caso tenham gostado do capítulo não deixem de comentar, pois isso me incentiva muito. Críticas são sempre bem-vidas, desde que as mesmas sejam construtivas. O grupo de LASS foi criado e eu estou amando me aproximar das meninas nele presente. Quem quiser entrar me manda uma mensagem, ou me chama no chat. Beijão e até o próximo capítulo <3

Meu Snapchat: lauraa.beaa
TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=DoQ3VBlhrok


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