1. Spirit Fanfics >
  2. Love is not over (Hiatus) >
  3. Rainbow

História Love is not over (Hiatus) - Rainbow


Escrita por: MyHopeHurts

Notas do Autor


Relou!
Adivinhem quem estava mal e pensou em excluir a fic?? Eu mesma :v
Sem mais delongas, vamos para o capítulo (que ficou grande).
Boa leitura, seus bolinhos delícia :)

Capítulo 12 - Rainbow


Depois de muita birra, usei a desculpa de estarmos em um encontro (porque sou desses) e paguei a conta. Antes de sairmos, acenei para o garçom que nos atendeu, o cara acenou de volta exibindo um sorriso que fui capaz de ver sua dentição completa. Seguimos até a moto subindo em seguida, nem precisei pedir dessa vez, assim que Jeon subiu seus braços rodearam meu tronco, me abraçando por trás. Com ele acomodado e eu com um sorriso por detrás do capacete, fomos até uma loja que vendia materiais para limpeza, decidimos comprar primeiro o balde para sabermos o quanto de purpurina iríamos precisar.

– Tae hyung, olha esse. - Fitei um balde, não muito grande, que o mais novo estava indicando na parte de cima de uma das prateleiras da loja.

– Você acha que é o suficiente? - Perguntei me aproximando dele e estudando suas orbes negras. Elas brilhavam de animação por conta da nossa brincadeira. Como verdadeira criança indo comprar seu brinquedo.

– Na verdade não. - Nos olhamos, ele estava com um sorrisinho digno de crianças travessas que sempre estão tramando algo. Ele está curtindo essa ideia maluca mais do que eu imaginava.

– Entendi. - Falei rindo soprado – Então vamos pegar um maior.

Ele assentiu e caminhamos até os baldes maiores, escolhemos um, agora nem tão pequeno, mas bom o bastante para uma quantidade grande de purpurina e que vai deixar o Namjoon hyung como eu, brilhando. Que gay.

– Pronto, vamos pegar o elemento final. - Disse sorrindo travesso e subindo na moto. – Você vai conseguir levar e se segurar ao mesmo tempo? - Perguntei olhando ele com o balde em uma mão e colocando o capacete com a outra.

– Acho que sim, hyung, não se preocupe. - Ele falou tranquilo e subindo na moto sem dificuldade. Minha cintura foi enlaçada por um de seus braços e assim fomos até nosso destino. Durante o trajeto, apoiava uma das minhas mãos na dele para checar se ele estava bem. Quer dizer, na primeira vez sim, foi para ver se ele estava bem, mas tocar em sua mão me causou uma sensação tão boa que continuei a pegar nela para fazer o contrário, para me deixar bem. Sua tez macia parece umas das mais delicadas pétalas da mais preciosa flor que existe. Não sei ao certo o que esse garoto está fazendo comigo, mas ele consegue mexer até com o demônio dentro de mim, e de um jeito bom. Muito bom. Chega a ser assustador para alguém que, até um tempo atrás, pensava que não era capaz de se sentir assim.

Ao chegarmos na loja, enquanto esperávamos a funcionária trazer a purpurina que pedimos, Jeon observava os pequenos compartimentos coloridos alinhados nas prateleiras atentamente e eu o olhava com a mesma atenção. Suas orbes negras olhavam as peças, mas não parecia que ele prestava atenção nelas, ele estava perdido em seus próprios pensamentos, no seu próprio mundo. Decidi parar de tentar adivinhar o que ele tanto pensava, além de eu estar dando mais atenção em seus lábios vermelhinhos, que ele fazia questão de umedecer vez ou outra com sua língua.

– No que tanto pensa, Kookie? - Falei perto do seu ouvido tirando-lhe do transe e o vi se arrepiar.

– Nas cores, TaeTae. - Às tintas já não tinham mais a atenção de suas orbes e seu olhar veio para minha direção. Sorrindo ele virou para ficar cara à cara comigo.

– Nas cores!? - Perguntei surpreso, realmente pensei que a resposta seria o típico: “em nada”, mas pelo visto eu tenho razão quando digo que ele é um mistério a ser descoberto. E eu estou cada dia mais perdido nele.

Ele assentiu mordendo os lábios, começando a corar.

– Uhum, eu sei, é viadagem demais. - O moreno caminhou até a parte que tinha materiais para pintura expostos para venda, me dando às costas, corado por completo. Fui atrás dele e lhe peguei pelo braço de leve para não machucar e o fiz olhar para mim.

– Não é, não. - Sorri reconfortante, ele ergueu ambas as sobrancelhas. – Por que não me conta um pouco sobre elas?

– C-como? - Ele respirou fundo, o soltei colocando as mãos nos bolsos traseiros da calça. – Você realmente quer saber?

Assenti, recebendo um olhar desconfiado do cosplay de coelho na minha frente, porém ele não negou. O mesmo olhou para a prateleira atrás de mim pensativo, provavelmente escolhendo as palavras que iria usar. Não o apressei, afinal sua expressão era tão fofa que não me importava de ficar olhando para ela.

– Bem… cada cor representa alguma coisa. - Ele começou. – Eu costumo pensar em como seus significados se fazem presentes no dia à dia. Em como as cores podem fazer toda diferença em um quadro ou fotografia. Entende? - Jungkook explicou seus pensamentos calmamente para que eu pudesse compreender o que ele queria me passar.

– Acho que eu entenderia melhor se soubesse o que as cores significam. - Falei sincero e cabisbaixo, pois eu nunca tinha pensado realmente nas cores. Na verdade, nunca pensei em coisas que não fossem me passar de ano. Minha vida sempre foi tão corrida, sempre me mudando, que não podia me dar ao luxo de pensar em coisas assim, de viver descobrindo algo novo. O que me entristece muito, porque, em conversas com essas, as pessoas percebem o quão burro e sem conteúdo eu sou. – Desculpa, Kookie, mas não entendo nada sobre cores.

–  Hyung, saber o que significa as cores não quer dizer nada. - Ele colocou o indicador no meu queixo levantando meu olhar para si. – Se você quiser perder seu tempo me ouvindo falar sobre elas, tudo bem, mas você não precisa ficar assim por não saber de algo. Há sempre tempo para conhecermos novas coisas, termos novos desafios.

Sua palavras foram ditas como se ele tivesse lido meus pensamentos. Pelo visto, o universo dentro dos seus olhos possuem uma certa mágica que permite ler sua alma.

– Você é um coelhinho muito especial, sabia? - Sorri de imediato, tanto que meus olhos se fecharam. Ele também sorriu, ganhando uma leve coloração na sua face, sua mão migrou para minha bochecha direita fazendo um carinho ali com seu dedão, virei meu rosto deixando um beijo na mesma. Voltei a fitar suas orbes me aproximando e deixando minha mão em sua cintura. Seu olhar estava se alternando entre minha boca e meus olhos, ele parecia tenso mas relaxado ao mesmo tempo. Continuei, pois eu já não aguentava mais esperar para sentir seus lábios. As libélulas faziam uma festa no meu estômago à medida que nossa distância encurtava e nossas respirações se cruzavam.

– SR. JEON!? - Demos um salto ao escutarmos a funcionária chamar, ou melhor, gritar o nome do moreno. Que estava muito mais corado do que das outras vezes. Ele foi até a moça no balcão e por lá ficou, enquanto eu estava me recompondo no mesmo lugar que estávamos quase nos beijando antes. Passei a mão no cabelo frustrado e bufei irritado, cruzei os braços me encostando na parede à espera do pequeno.

– Tchau, Obrigado. - Ele agradeceu a moça e veio até mim. Eu praticamente fuzilava a mulher com os olhos. – Vamos, Tae?

Assenti abandonando a parede e indo até minha moto estacionada na frente da loja.

– Hyung, está tudo bem? - Minha frustração era visível, eu sabia que ele imaginava qual era o motivo. Afinal de contas, aposto que ele também não gostou da aparição da mulher naquele momento.

– Não. Quer dizer, sim. Na verdade… Aish, Kookie. Não sei. - Falei todo enrolado, passando as mãos no rosto e colocando as mesmas na cintura.

– Hã? - Ele juntou as sobrancelhas e pendeu a cabeça para o lado. Nem eu entendi minha resposta.

– Está sim, Jungkookie. - Por fim, decidi responder algo para o menino não pensar que fiquei louco. Se bem que ele já deve achar isso. Foda-se. Os loucos são as melhores pessoas. – Espero que goste de parques. - Tomei as coisas que ele carregava e pendurei na moto. Subi na mesma e ele veio em seguida.

– Gosto, mas por que?

– Que bom. - Disse sem responder sua pergunta e acelerei minha máquina.

Jungkook P.O.V

Desde o almoço eu estava com um turbilhão de emoções que não posso descrever. Hoje, arrisco dizer, que nunca gostei tanto do Taehyung com agora. Pude conhecê-lo melhor, sobre sua vida. Como ele pode ser fofo ao falar da avó, mas admito que me assustei quando o mesmo citou o Tio. Seus olhos assumiram um tom obscuro e frio, seus músculos ficaram tensos, os nós de seus dedos ficaram esbranquiçados e fiquei com receio dele acabar quebrando o maxilar com tamanha força que ele colocou ao trincá-lo. Mas, de alguma forma, eu consegui deixá-lo mais relaxado, o que foi bom, pois seguimos nosso almoço calmamente. Agora, a caminho do tal parque, eu não consigo parar de pensar no nosso quase beijo. Nós estávamos tão próximos, estava quase lá, meu coração batia tão rápido que não me impressionaria se ele tivesse parado. Mas, como a vida é uma grande filha da puta comigo, fomos interrompidos e naquele momento eu só queria um buraco para me enfiar de tanta vergonha. Tentei deixar esse assunto de lado e foquei nas paisagens ao nosso redor, “brisei” tanto que só me dei conta que uma pequena chuva havia começado quando a viseira já estava cheia de gotículas de água. Kim parou assim que o chuvisco passou, o que não demorou muito, descemos e pude ver como era o parque. Ele era uma grande extensão verde, com árvores de vários tipos e tamanhos espalhadas. No centro havia um lago, que me pareceu familiar mas não persisti muito nessa ideia, ele tinha alguns patos nadando e outros do lado de fora, que estavam sendo alimentados por umas crianças, haviam mesas de piquenique ao redor de todo parque. Era um lugar bom demais e afastado de todo caos do centro de Seul.

– Gostou, Gukkie? - Sorri ao escutar o apelido. Fitei seus olhos castanhos para responder, mesmo eu achando que minha expressão já dizia tudo.

– Muito, hyung. Acertou no restaurante e agora aqui. Que dia incrível. - Falei sincero, o mais velho deu seu sorriso retangular lindo, que me encanta todas as vezes que ele aparece.

– Aigoo, ficou feliz. Vem, vamos procurar um lugar para sentarmos. - Com os olhinhos quase fechados, por causa do sorriso que não deixava seu rosto, ele disse estendendo a mão para mim. Olhei para a mesma ponderado sobre se segurava ou não, quando o olhei, o mesmo mordia os lábios. “Bem, que outra chance eu iria ter?”, eu me perguntava. Assim que segurei ele me puxou e fomos caminhando até o lago.

Caminhamos de mãos dadas, meu coração batia fortemente e não escondia o sorriso casto que meus lábios faziam questão de esbanjar. Olhava atentamente para o lago, e uma sensação de dejavu tomou conta de mim. O sonho! Claro, Jeon Jungkook, como não lembrou antes? Agora eu sei de onde conheço esse lugar, mas como sonhar com alguma coisa que nunca vi antes?

“Sabe, as vezes sonhos podem ser presságios. Podem ser a visão de algo que vai acontecer futuramente”

A voz de JB ecoou na minha mente. Não pode ser. É seria muita coincidência para um dia só.

– Kookie? - Escutei ele me chamar e meu corpo tencionou involuntariamente. O que me assusta é o que aconteceu depois, no sonho, não interessa se eu não faço ideia do que foi, mas não foi algo bom. Não precisa que ninguém me diga para eu saber. Mas receoso, me virei.

– O-oi. - Quase me bati por te gaguejado.

– Olha - Ele indicou algo atrás de mim com a cabeça. – Um arco-íris.

Olhei e realmente havia um lindo arco-íris, provavelmente por causa da chuva mínima que caiu agora a pouco.

– Que lindo. - Disse, mas saiu muito mais robótico do que eu queria. Continuaria andando mas senti um puxão na mão que me fez parar. Como no sonho. Ele me virou para olhá-lo, o mesmo tinha as sobrancelhas franzidas formando um linha entre elas.

– Agora eu que pergunto: Está tudo bem? - Kim repetiu minha fala de quando saímos do restaurante, quando perguntei eu imaginava que ele estava daquele jeito por causa do beijo que não aconteceu entre a gente. Mas como explicar que eu tive um sonho com ele e que o mesmo está se repetindo agora? Como explicar a parte que ele some e eu entro em desespero? Simplesmente não dá. Respirei fundo e assenti para ele.

– Você não me engana. Pode falar, Jungkookie. - Ele falou se aproximando e, por reflexo, recuei. Ele estranhou e percebi o seu olhar chateado.

– Mas… é besteira, hyung. - Tentei convencê-lo que não era nada demais. Mas, descobri outra coisa sobre ele, é teimoso. – Ok. Só… só não se assuste.

– Uhum.

– É que eu sonhei com esse lugar. - Mesmo ainda procurando palavras para falar comecei.

– Mas não é por isso que você está estranho. É? - Maneei negativamente a cabeça e ele apertou minha mão para continuar, ele não fazia questão de soltá-la e muito menos eu.

Comecei a contar o sonho, desde a parte que estávamos de mãos dadas até ele me chamar.

– É que até agora está exatamente igual. Quer dizer… no sonho você não tinha me chamado para ver um arco- íris. - Claro que não pretendia falar sobre sua tentativa de me beijar.

– O que eu fiz no sonho? - Ele indagou.

– Nada. - Falei rápido e ele, infelizmente, largou minha mão, mal deu tempo de sentir falta do calor das suas, pois o mesmo quase me fuzilou com os olhos me fazendo engolir seco.

– Qual é, Jeon. Você me contou tanto para agora fazer isso? Não, não. Termina. Você sonhou comigo e eu tenho direito de saber.

Já disse o quanto ele é teimoso? Bufei cruzando os braços, olhei para ele, que estava esperando alguma resposta.

– Hyung, é constrangedor… - Desfiz dos braços e coloquei minhas mãos nos bolsos de trás da calça. Ele suavizou e veio até mim, apenas observei o que ele iria fazer.

– Por favor, Gukkie, me conta. - Pediu manhoso e acariciando minhas bochechas. Suspirei assentindo e resolvi falar.

– Você fez exatamente isso, depois que me chamou, só que… - Ele arqueou as pestanas em um gesto para eu continuar. – Você tentou me beijar.

Disse rápido com os olhos fechados. Pude escutar um murmúrio do mais velho e abri meus olhos, ele não tinha mais sua mão na minha bochecha e sua expressão era neutra.

– Eu te assediei ou algo do tipo? - Ele perguntou indignado.

– Não, não, não, TaeTae. - Felei freneticamente balançando as mãos na sua frente.

– Então por que eu apenas tentei? Por que eu não fiz? - Ele perguntou, agora a parte mais difícil do sonho, à que nem eu sei direito o quê aconteceu. Resolvi contar, ele já sabe até aqui, não tem motivo para não falar o resto.

– Podemos ir nos sentar pelo menos? - Falei e ele pegou novamente minha mão. Quando chegamos embaixo de uma cerejeira nos sentamos.

– Sou todo ouvidos. - Com uma perna esticada e outra dobrada para dar apoio ao braço, ele falou me olhando atentamente.

Então comecei, contei com calma a segunda parte do sonho. Ele me escutou, não falou nada enquanto eu tentava contar o que eu sonhei sem fazer uma confusão. Ele parece ter entendido, ou fingiu que sim, quando terminei. Não muito diferente de mais cedo, quando contei para o Jae, estava envergonhado e com o rosto queimando, por isso, imitei seu seu jeito de sentar prestando atenção nos patinhos do lago para não olhá-lo.

– Eu não acredito que não consegui te beijar nem no sonho. - Ele disse de repente. Não era a reação que eu imaginava, por isso o fitei confuso.

– Sério que você só prestou atenção nessa parte? - Incrédulo, era a definição de como eu estava.

– Não, mas eu estou decepcionado com mesmo. Enfim… - Taehyung, suspirou e não pude deixar de rir. – Kookie, não acho que um sonho deva te preocupar tanto. - Ele pegou minhas mãos, olhando fundo em meus olhos, dando um sorriso para me tranquilizar.

– Mesmo com ele se repetindo agora? - Perguntei olhando para nossas mãos, ele fazia um carinho com seu polegar nas costas das minhas, muito bom me relaxando.

– Bem, ele vai não se repetir por completo. - Agora eu estava confuso por completo.

– Como assim, TaeTae? - Ele abriu um sorriso e acariciou minha bochecha.

– Eu não vou sumir, Gukkie, sei que é loucura falar algo assim, mas-

– Nada que se compare ao meu sonho, relaxe - O cortei, mas o mesmo não reclamou, apenas riu.

– Continuando… Eu não pretendo te deixar em paz tão cedo. Por isso, seu sonho não vai se realizar, sinto muito. - Rimos e foi como se ele tivesse o poder de deixar tudo bem. Não tinha mais sonho, não tinha mais tensão por conta dele, apenas nós dois. Nossa bolha surgiu novamente, ficamos nós olhando e sorrindo abertamente um para o outro. Eu me convenci que não devia me importar, não devia ter dado ouvidos ao JB com aquele papo de que sonhos podem ser preságios. E foi perdido com esses pensamentos que não me dei conta que o Tae havia se aproximado, que nossos rostos estavam mais próximos e nossos narizes se encostando. Mas não desgrudamos o olhar um do outro.

– Outra coisa que seu sonho errou… - Ele sussurrou e fez um carinho com seu nariz no meu em um beijo de esquimó, fechei os os olhos para aproveitar o carinho. Foi rápido o suficiente para em seguida eu sentir seus lábios nos meus. Kim Taehyung estava me beijando. Abri meus olhos, por conta da surpresa, e Tae tinha seus olhos fechados, sua expressão calma e relaxada.

Voltei a fechar os meus para aproveitar o contato dos seus lábios macios, sua mão ainda estava na minha bochecha e a outra foi para minha cintura me trazendo mais para perto. Abri um pouco mais meus lábios quando senti os dele fazerem o mesmo, e, acompanhado por sua língua, ele aprofundou o beijo. Com sincronia, acompanhei seus movimentos com meu músculo quente, levei minha direita até sua nuca e entrelacei meus dedos no seu cabelo castanho. Ele mexeu a cabeça continuando o beijo e apertando de leve minha anca com sua mão que não deixava me afastar. Nossa pequena guerra com nossas línguas teve que terminar, o que pareceu rápido demais, devido ao ar que nos faltou.

Mesmo depois do beijo ter acabado, nós não nos movemos, continuamos ali, com as testas juntas e recuperando os fôlego. Eu tinha noção do sorriso bobo que tomou conta dos meus lábios, mas não me importei, já que o Kim também tinha um igualzinho, quer dizer… o dele é mais bonito, é especial, lindamente diferente. Ele nunca seria igualzinho a a alguém. Kim Taehyung é único, especialmente para mim.

– E eu nunca gostei tanto de algo errado. - Ele disse, soltei um riso anasalado e fui acompanhado. Claro, que eu estava envergonhado, como sempre fico na presença dele. “Efeito Kim Taehyung, meu caro”. Lembro das palavras de Jimin na nossa conversa do início da semana. Nem parece, mas passou tão rápido e nesse pequeno tempo eu e o Kim nos aproximamos de uma forma que, até um tempo atrás, era inimaginável para mim.

Ele passou os braços por mim e ficamos encostados árvore observando o arco-íris. Soltei um suspiro, que nem sabia que tinha aguardado, e relaxei nos braços dele.

– Jungkookie? - Fui chamado e levantei um pouco o olhar para o castanho.

– Pode falar, Taehyunggie. - Imitei a forma que ele me chamou, até que não ficou ruim.

– Eu fiquei curioso sobre aquela história das cores. E se eu me lembro bem, você disse: “Se você quiser perder seu tempo me ouvindo falar sobre elas, tudo bem” - O mais velho falou fazendo uma imitação engraçada da minha voz. Gargalhei com sua imitação ridícula.

– Eu não falo assim, hyung. Depois dessa eu vou te deixar curioso. - Fiz um bico que foi desfeito pelo mais velho com um selinho. Corei na hora, mas não vou mentir não, adorei.

– Desculpa, mas você não sabe a quantidade de vezes que me segurei para não fazer isso. - Neguei com a cabeça rindo. – Hey. - Ele levantou meu rosto encostando seu nariz no meu e em seguida me dando outro selinho.

– Agora você fala? - Um sorriso sacana tomou conta dos seus lábios.

– Você não existe, Taehyung. - Demos uma gargalhada. – Eu falo, satisfeito?

– Uhum. Pode começar. - Ele disse assentindo.

– Tá, olha. - Apontei para o arco íris na nossa frente e ele seguiu até onde eu indicava. – Quais cores você ver? - Perguntei.

– Vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e roxo. - Ele disse estreitando os olhos para enxergar.

– Mas o arco íris tem sete cores, não é? - Perguntei e ele assentiu. – Você esqueceu o anil.

– Mas não tem essa cor ali. – Ele disse apontando para o fenômeno natural na nossa frente.

– Na verdade ele está ali, entre o azul e o violeta, ou roxo, como preferir. - Expliquei

– Ah. Mas não tenho culpa se não consegui ver, ela é praticamente invisível. - Ele falou revirando os olhos.

– Mas você conseguiu ver as outras seis. Isso é muito bom, o próprio Isaac Newton só conseguiu ver cinco. Ele que deu origem e batizou o anil, foi mais para fazer analogia as notas musicais, ao sistema solar e essas coisas com sete elementos.

– Sério? Que foda. Mas eu ainda quero os significados. - Ele falou e pegou minha mão esquerda brincando com meus dedos.

– Ela não é perceptível ao olho humano, por isso que não conseguimos distingui-la. É uma cor metafísica, representa uma ponte em o consciente e o inconsciente. - Esperei um tempo para voltar a falar, como ele não mencionou nada continuei.

– Em excesso ela gera muita atividade mental e imaginativa voltada para o interior e pode levar a distorção da realidade. Hm...mas sua falta traz medos, frustrações e falta de tato, que revela alguém extrovertido e que tem pouco ou nenhum contato com emoções e fantasias.

– É LSD em forma de cor. - Ele disse causando uma risada em ambos. – Que viagem. Continue.

– Favorece o convívio familiar. É a cor do angelical, da compreensão do incomum, intuição, essência das coisas, alquimia, magia e a cura do estado físico, emocional e mental. - Falei fazendo uma careta e contando nós dedos para não deixar nada de fora.

– Ela tem alguma simbologia? Tipo, água, ar… - Ele perguntou e sorri por causa do seu interesse.

– Sim, hyung. Ela simboliza a água, cristalização e acúmulo de energia. Ah! E também indicada para contrabalançar cores quentes e trazer à consciência os medos, obsessões e impulsos reprimidos. Pronto, acho que é só isso.

– Só!? - Rimos e assenti. – Gostei, pena que uma cor fantástica não é tão vista.

– Infelizmente…

– Tá, vamos fazer assim, eu escolho uma cor e você fala sobre ela. Pode ser? - Fitei seus olhos e vi que brilhavam de animação.

– Como quiser. Pode escolher. - Respondi e ele observou o arco-íris pensando.

– Azul. - Ele disse depois de um tempinho.

– Ok. Significa tranquilidade, serenidade e harmonia. Porém, é ligado à frieza, monotonia e depressão. Simboliza à água, o céu e o infinito.

– Só isso? Anil foi tanta coisa. Que bullying, só porque ele é azul. - Ri dele e pensei em mais algumas coisas para contar.

– Ele é a cor da realeza e aristocracia. Por isso a famosa frase: Eu tenho sangue azul.

– Descobri minha cor. - Tae disse passando a mão no cabelo.

– Só se fosse for um Smurf ou Avatar. - Zombei e ele me olhou de canto.

– Avatar, Smurf já é o Jimin. - Ele falu e ergui as sobrancelhas.

– Eu que chamo ele assim, procure outro apelido. Agora, continuando para eu não me perder.

– Ah, sim. Desculpa. - Fiz um sinal com a cabeça que estava tudo bem e voltei a falar.
– Lugares pintados de azul favorecem o exercício intelectual, tranquiliza e estimula a criatividade e tem efeito calmante. Mas em excesso pode dar sonolência. Por isso, é melhor ser combinada com outra cores para não ficar algo monótono.

– Eita, o sangue de um amigo meu deve ser mesmo azul. - Ele disse rindo.

– Por que? - Falei, acabei rindo junto devido seu sorriso.

– Além da família dele ter uma fortuna digna de reis, ele só vive dormindo. E não, não estou exagerando. - Ele disse, como se tivesse lido meus pensamentos.

– Mesmo assim, acho que é exagero. - Falei e ele colocou a mão no bolso tirando seu celular. – O que está fazendo? - Perguntei quando ele colocou o celular no ouvido, mas tirou logo deixando no viva voz.

– Veja só. - Esperamos a chamada ser atendida e assim que aconteceu uma voz embargada de sono falou.

O que é? - Ele foi rápido e grosso.

– Hey,Yoongi, o que você tá fazendo? - Tae perguntou divertido.

Eu estava dormindo, seu neandertal. - Mais uma vez ele foi grosso, mas ri da cara do castanho ao escutar a ofensa.

– Ok, obrigado, meu albino favorito. - Ele disse finalizando a chamada.

– Eu disse, devia ter apostado dinheiro. - Revirei os olhos e ele voltou a guardar o celular no lugar que estava antes. – Vamos continuar que ainda temos cinco cores. Agora, violeta.

– Tudo bem. Ela é ligada ao mundo místico. Significa espiritualidade e intuição. Cor da alquimia, magia, mistério e energia cósmica.

– Como o anil. - Ele murmurou baixo, mas eu escutei.

– Exato, lembra que ela dá origem a ele? Faz sentido, não faz? - Disse e ele concordou comigo. – Ela também estimula o contato com o lado espiritual, proporcionando purificação do corpo e mente, e a libertação dos medos e inquietações. Vem da junção das cores azul e vermelho. Semelhante ao azul, pode trazer sensação de tristeza e introspecção, em excesso torna-se depressiva e melancólica.

– Ele se parece como vermelho em alguma coisa? - Ele perguntou fitando o arco-íris lá na frente.

– Não muito. Acho que a mais parecida com ela é o laranja. - Respondi-lhe. – O violeta se parece muito com o azul.

– Estou percendo. Pode terminar. - Assenti e voltei a falar.

– Ambientes roxos são misteriosos e místicos, por isso são ideais para meditação. Esqueci algo? - Perguntei mais para mim porém fui respondido.

– Sua simbologia. - Virei para encará-lo e sorri aí ver que ele não estava farto de mim. Muito pelo contrário, ele é a única pessoa que tem paciência para conversar comigo sobre esse tipo de coisa.

– Simboliza respeito, dignidade, devoção, piedade, sinceridade, espiritualidade, purificação e transformação. - Contei nos dedos, pois, mesmo sabendo, estava nervoso o suficiente para esquecer algo.

– Acho que posso considerar essa como sua cor. - Ele falou me olhando, juntei as sobrancelhas e ele riu de minha cara. – Resumindo, você é meio que um mistério para mim, e a sua energia cósmica da para ver nos seus olhinhos negros, que parecem ter o universo inteiro aí. Mas desconsidere a parte melancolia e depressiva, porque você não tem nada disso. - Ele disse, não segurei o sorriso que apareceu nem as bochechas coradas. Ele notou e me puxou mais para perto depósitando um beijo nelas. – Que tal amarela agora?

– Uhum. Significa luz, calor, descontração, otimismo e alegria. Cor inspiradora que desperta a criatividade, estimula atividades mentais e o raciocínio. Dá a sensação de calor e luminosidade para ambientes frios e escuros, além de proporcionar concentração e atenção.

– Mas em excesso pode causar… - Ele começou falando divertido e sorrindo para mim.

– Pode causar distração e ansiedade. - Completei.

– Percebi que nada em excesso é bom. - Ele falou. – E o que ela simboliza?

– Tenta adivinhar. É fácil. - Sugerir passando a mão no ar indicando a paisagem para ele olhar.

– Amarelo, significa calor, luz… O Sol? - Ele disse e concordei com a cabeça.

– Sim, hyung. Mas também simboliza o verão, prosperidade e felicidade.

– Wow, quanta coisa. As cores são fascinantes. Quem ver não diz que podem significar tanto. E o vermelho?

– Uma das que mais gosto. Ela significa paixão, energia e excitação. Está associada ao poder, à guerra, ao perigo e à violência. É a cor do fogo, do sangue e do coração humano.

– Por que é a que você mais gosta? - Ele disse sorrindo de canto e um pouco de malícia na voz. Mordi meu lábio e devolvi o sorriso para ele.

– Porque representa o amor e paixão e simboliza a chama que mantém o desejo vivo e a excitação sexual.

– Acho que também é uma das minhas favoritas agora. - Sua voz saiu rouca e maliciosa demais, causando um turbilhão de emoções que se manifestaram desde meu estômago até abaixo do meu ventre. – Continue, Kookie. - Ele disse virando o olhar para frente e me deixando desconcertado. Respirei fundo e comecei mexer na manga da minha blusa.

– Ela torna lugares convidativos, glamourosos, vibrantes e estimula a sexualidade. Mas em excesso, provoca inquietação, nervosismo e confusão. Pronto.

– Gostei dessa. Vamos dar uma volta pelo parque? Daí você termina de me contar sobre as outras. Tem problema? - Ele sugeriu.

– Tudo bem, vamos. - Falei e ele se levantou, sua mão me ajudou a levantar e ele aproveitou para entrelaçar nossos dedos. Supreendi-me com tal ato, tanto que ele fez a menção de desfazer, mas sorri mostrando que não tinha problema.

– Aí que alívio, minha bunda estava ficando dormente. - Ele disse descontraindo o ambiente fomos andando até a beira do lago. – Laranja, eu escolho você. - Ri mais uma vez e comecei.

– Ela significa alegria, vitalidade, prosperidade e sucesso. Cor quente, resultante das cores vermelho e amarelo. Assim como o vermelho, torna lugares convidativos. Em excesso, causa nervosismo, ansiedade e descontentamento.

– E como o amarelo? - Ele perguntou.

– Vou chegar lá, apressadinho. - Felei lhe causando uma risada. – Ela está associada a criatividade, energia, entusiasmo, comunicação e espontaneidade. Sua tonalidade lembra ao verão, calor, diversão, liberdade e atitudes positivas. Porém não deve ser pessoas estressados e que se irritam facilmente.

– Como o amarelo. - Ele falou junto comigo e rimos assustando um patinhos que estavam na beirada do lago.

– Ele quer falar com você, TaeTae. - Disse me referindo ao pato e ele fez cara de ofendido.

– Palhaço. Vamos voltar as cores? Acho melhor. - Ele tentou parecer bravo, mas falhou.

– Verde, última cor. Significa esperança, liberdade, saúde e vitalidade. Está associada ao crescimento, renovação e plenitude. Deixa lugares harmoniosos e trás boas energias para o local. Mas com outras cores pode trazer sentimentos de inveja, posse ou até mesmo raiva.

– Raiva!? - Ele perguntou surpreso e me olhando. – Como o verde pode trazer raiva? Isso eu nunca imaginei.

– Também tive essa reação. Mas o verde também acalma e trás equilíbrio ao corpo e espírito. Em momentos de depressão e tristeza é bom usá-lo para reconfortar e estimular a pessoa.

– Ah, isso explica a cor da maconha. - Ele falou e rir. – Mas, sério, acho que o verde não seja capaz de causar raiva. Olha ao nosso redor, é praticamente tudo verde. Diga se você se estressaria nesse lugar?

– Acho que não, mas tudo é possível, hyung. - Respondi e ele deu de ombros.

– Sim, é. Ah, já sei um exemplo. Lembra do meu amigo? - Ele disse me fitando e usei a cabeça para negar. – “Eu estava dormindo, seu neandertal.” - Ele imitou o rapaz da chamada e ri.

– Agora eu lembro. O que tem ele? - Perguntei.

– Adivinha a cor do cabelo dele. - Ele propôs, não sabia o porquê apenas dei de ombros e falei a cor que estávamos falando.

– Verde?

– Exatamente. E ele só vive estressado, como você presenciou. - Ele explicou e eu ergui minhas sobrancelhas.

– Há. Viu que eu tinha razão. O verde pode sim estressar alguém. Devia ter apostado dinheiro. - Falei o que ele tinha dito antes e o mesmo riu.

Ficamos debatendo sobre mais algumas coisas que envolvia cores que nem me dei conta que tínhamos andado até o outro lado do parque. Nem parecia que estávamos nos conhecendo, a conversa fluía tranquilamente e naturalmente. Meu coração dava pulos de alegria, isso tudo, meus caros, é o efeito Kim Taehyung. Esse menino não sabe o que está fazendo comigo, e o pior é que eu também não sei.

– Acho melhor nós irmos. - Ele sugeriu. Eu não queria, mas se ficar mais tarde será perigoso.

– Sim, vamos. - Seguimos até a moto e ele subiu me ajudando em seguida. – Você sabe onde eu moro, hyung? - Perguntei quando ele já tinha ligado máquina mas sem começar a andar.

– Sei, já dei carona para o Jimin algumas vezes.

– Ah. Bom saber que não fui o único louco a montar nessa coisa. - Disse e ele estapeou de leve minha coxa.

– Olha como fala dela. - Dei uma risada.

– Desculpa. Mas meu interesse é no dono dela, de qualquer forma. - Disse e coloquei os braços em suas ancas. – Vamos?

– Vamos, mas antes, deixa eu te contar um segredo. O dono dela está tendo uma queda, quase um precipício, por você. - Ele disse e senti meu queixo despencar do meu rosto. Meu coração batia contra meu peito, fiquei até com medo dele sair corpo a fora. Ele acelerou e seguimos, no caminho meus batimentos não tinha se normalizado por completo, mas me acalmei o suficiente para aproveitar o carinho que ele fazia na minha mão e na minha perna, quando parava em algum sinal. Logo chegamos no apartamento.


Notas Finais


MEU SANTO YOONGI.
60 FUCKING FAVORITOS.
LOVE VOCÊS, BOLINHOS DELÍCIA.
💕💕
O que acharam?
Obrigada, por lerem!! :)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...