História Love is not over (Hiatus) - Azedume...

Depois de duas aulas seguidas de matemática é a hora do intervalo, em outros tempos eu ficaria na sala dormindo, mas um certo garoto mexeu comigo e aqui estou eu, indo para o refeitório à procura de Jeon Jungkook. Como nessa escola só tem esfomeado, todas as mesas estavam ocupadas e a fila para comprar o lanche enorme, que bom que eu roubo comida dos meus amigos e não preciso passar por isso. Duas pessoas passam por mim e uma delas esbarra no meu ombro quase me derrubando, era o JB, ele estava acompanhado de Jimin que não entendeu de primeira o que aconteceu.

– Desculpa, cara - falou rápido e me olha preocupado – Te machuquei?

– Não, tá tudo bem - dou um sorriso tranquilizador para o mesmo que suspira aliviado – Relaxa.

– Hey, Tae - Jimin começa a falar antes que eu possa me mexer para voltar a caçar o Kookie – vem sentar com a gente, o Hobi vai para lá e o Jungkook está lá - ele me olha de um jeito que prefiro ignorar, JB bate seu cotovelo em Jimin e ele sorriem cúmplices. Aish, odiei isso. Mas ignoro de novo revirando meus olhos e afirmo com a cabeça.

– Tá, pode ser. - sigo eles e logo vejo em uma mesa afastada Jungkook mexendo em seu celular com uma mão, claro com seus inseparáveis fones de ouvido conectados e com a outra segurava um sanduíche. Ele ergueu a cabeça e seus olhos me encontraram, porém foram desviados para os dois garotos na minha frente que se sentaram nos lugares vagos na frente de Jungkook, me aproximei e sentei ao seu lado apoiando os cotovelos na mesa e varrendo o lugar a procura de Hoseok ou Mark, já que eles são minha fonte de comida, como não os acho olho para o moreno ao meu lado, ele tinha voltado a mexer no celular, seus cabelos caíam na sua testa branquinha e davam um contraste lindo, ele as vezes mordia o inferior ou torcia o nariz e ria de canto para algo no celular. Confesso que fiquei curioso, mas Jimin me tira do transe com um grito que até fez Jungkook largar o aparelho em cima da mesa e procurar o motivo do grito. Tadinho, deve ter se assutado mesmo.

– HOOOBIII! - ele gritou acenando freneticamente as mãos. Viro vendo o Hobi e logo atrás o Mark, acompanhado por JinYoung, caminhando até nós.

– Oi, pessoas e Tae - Mark nos comprimenta e dou língua para ele (não julguem meu ato infantil, por favor) arrancando risos dos outros, ele murmura um “estou brincando” e senta ao meu lado me oferecendo um biscoito que ele trazia suas mãos, como e meus olhos param em uma garrafinha de suco na mão de Hoseok, e meu Deus deu uma sede agora.

– Hobi hyung? - o chamo manhoso e com a carinha mais fofa que posso fazer.

– O que você quer? - ele fala rápido e toma um gole da bebida, observo o líquido rosa quase vermelho, provavelmente é suco de malancia ou morango, na garrafa e fico com água na boca, ele segue meu olhar e deduz minha resposta – Até quando eu vou ter que te alimentar?

– Até eu morrer - ele me estende a garrafa e pego a mesma dando um bom gole, é melancia, delícia.

– Mas vai que eu morro antes de você? - ele pergunta e cruza os braços por cima da mesa, seco minha boca com as costas da mão e lhe devolvo a bebida.

– Você me alimenta quando estiver como fantasma - respondo dando de ombros fazendo até os que não estavam na conversa rirem.

– Hey, quem vai sábado? - JB pergunta, e eu imagino que ele esteja se referindo a festa do Namjoon, mas resolvo perguntar mesmo assim.

– Não, Tae, é para o puteiro - Jimin responde e todos, inclusive eu, riem.

– Aish, para que tanta agressividade? - pergunto retoricamente – Eu vou, todos aqui vão não é?

– Sim, só não sei o ser do seu lado - Jimin aponta para Jungkook que estava em um relacionamento com seu celular – JUNGKOOK! - ele grita e o outro nos olha assutado. Ele cora ao notar a quantidade de gente ali e que todas o olhavam, vejo ele engolindo seco e ajeitando a sua postura.

– Que foi, hyung? - ele perguntou retirando um fone de uma das orelhas, observo ele todo desajeitado por conta do constrangimento.

– Seja sociável, está a um tempão nesse celular. Com quem você tanto fala? Achei que só se relacionasse com o Tae pelo celular, mas pelo visto… - viro minha cabeça na direção de Jimin com o olhos semicerrados e o mesmo me dá uma piscadela e todos ao redor fazem “Hmmm” como se tivessem ensaiado. Bando de arrombados – Nem me olhe assim, Taehyung, ele não responde mensagens, só as suas são privilegiadas.

– EU SHIPO - Hobi grita e os outros riem.

– Poxa, agora o senpai não vai me notar de jeito nenhum - Mark fala fingindo tristeza.

– Psiu, eu estou aqui. - JinYoung fala lançando um beijo para o mesmo. Rimos deles e me pronuncio.

– Idiotas, não tem nada para shippar. Eu hein, que ridículos. - falo rápido percebendo que Jungkook estava totalmente envergonhado, ele estava estático e vermelho ele mexia a boca como se quisesse falar e finalmente consegue, quer dizer, quase.

– E-Eu esta-va falando com o Jin hyung - ele se atrapalha com as letras e revira os olhos e dá a última mordida no seu sanduíche.

– Ahh - Jimin da uma risadinha, e volta a falar com os meninos sobre a festa de Namjoon e puxo conversa com o Kookie.

– Estava? - começo perguntando e o mesmo ergue o olhar para mim.

– Sim, desde que você me disse que ele estava vindo não parei de encher o saco dele sobre quando ele iria chegar - ele responde olhado para meus olhos e desviando de forma muito rápida.

– Mas são oito horas de diferença, ele não está dormindo, ou pelo menos devia estar?

– Sim, mas, lá em Londres, acho que são por volta de onze da noite ou meia noite e ele nunca está dormindo essa hora, sempre fica fazendo trabalhos ou coisas do tipo.

– Com tantos horários bons para conversar - riu e consigo ganhar o olhar dele novamente sobre o meu e também rio soprado.

– Ele não se importa, só as vezes um de nós desliga rápido porquê está cansado demais.

– Entendi. Você vai sábado, né? - pergunto lembrando do nosso plano.

– Sim, tenho que jogar purpurina em uma pessoa - sorrimos cúmplices e mordo meu inferior e ele acompanha meu movimento com os olhos, sorriu de canto, parece que já estou chamando sua atenção, hehe.

– Ainda faltam 15 minutos para o intervalo acabar, quer ir sentar no gramado lá fora? - pergunto tentado tirar a tenção dele, mas parece que piorou, ele arregalhou os olhos e abria e fechava a boca.

– A-acho q-que sim - ele fala gaguejando e arrancando um sorriso de mim.

– Que bom, vamos? - levantamos e quando demos os primeiros passos ouvimos Hobi gritar nossos nomes e viramos.

– USEM CAMISINHA - o refeitório nos olha e para completar entra Jimin berrando.

– O OTP INTERAGINDO GENTE!

– Vamos logo - digo para o moreno, nos viramos e saímos o mais rápido dali, ambos vermelhos de vergonha, que saco, comecei a falar com o menino ontem e já estão com mais fogo do que a gente.

Caminhamos em silêncio até o lado de fora do colégio que tinha um gramado com árvores que soltavam florzinhas e alguns arbustos com flores, é um lugar lindo e calmo que os alunos geralmente ficam antes e depois das aulas e nos intervalos.

– Quer sentar onde? - ele perguntou tirando minha atenção de dois esquilos em uma árvore.

– Vem, vou mostrar minha árvore. - falo e faço um sinal com a cabeça para ele me seguir até uma árvore afastada que ficava quase na lateral do prédio. Sentamos com as costas no tronco e ficamos sentindo a brisa leve que passava.

– Por que ela é a sua árvore? - ele pergunta e o olho, ele está com a cabeça encostada na árvore, os olhinhos fechados e a boca um pouco aberta revelando seus dentinhos se coelho.

– Eu simplesmente gravei minhas iniciais nela quando entrei no colégio, desde então, ele é minha - rio da minha própria explicação e Jeon me acompanha – O que está escutando? – falei reparando que ele ainda estava com um fone do ouvido, o mesmo não me respondeu só que entregou o fone e coloquei o mesmo, como o fio não era muito grande tive que me aproximar mais deixando nossos ombros colados. Reconheci a letra de primeira, é If You do Big Bang, imitei o moreno do meu lado e encostei a cabeça na árvore, assim que música acabou começou uma inglês que não conhecia.

– Qual é essa? - perguntei e abri meus olhos o encarando e ele me acompanhou.

– Paper Hearts, de Tori Kelly - ele voltou a cabeça para cima encarando o céu, mas eu continuei olhando-o, ele cantava junto com música, e meu G-Dragon que voz linda, era suave e trazia calma. Tirei o fone e ele me olho confuso.

– Não gostou? - perguntou me olhando

– Gostei, mas prefiro você cantando - joguei sem pensar, mas não retirei o que disse, afinal, era verdade. Jungkook ficou corado, pelo que parece ser a trigésima vez essa manhã, e abaixou a cabeça.

– Eu nem canto tão bem assim - ele disse coçando a nuca, como é modesto, que fofo.

– Canta ela do início? - fui direto e ele me olha – Por Favor - faço um biquinho arrancando uma risada dele.

– Só não me bata se eu te decepcionar - ele falou e eu só concordei com a cabeça. Ele começou, a cada palavra que saia da sua boca era uma benção nova em meus ouvidos, eu estava escutando a voz do mais belo anjo que existe, Jeon Jungkook, o anjo que pode despertar seus demônios. Ele mantinha os olhos fechados enquanto cantava, a veias saltavam em seu pescoço branquinho, que por um momento a vontade de marcá-lo me dominou, mas não consegui pensar mais além disso acho que me perdi quando ele cantou “I hate this part, paper hearts”, seu sotaque deixava tudo mais perfeito e sua pronuncia é extremamente fofa e muito boa para um coreano. Nem me toquei que ele havia terminado.

– Como eu fui? - perguntou corado, sim, de novo, enquanto arrancava algumas gramas.

– Não foi nem perto do que eu pensei - ele me olhar surpreso e triste – Foi mil vezes melhor - completo e ele sorri abertamente, que sorriso lindo.

– Obrigado, TaeTae - ele agradeceu usando meu apelido e sorriso de volta. Escutamos o toque para voltar para a classe e nos levantamos, atravessamos o gramado e assim que chegamos na porta o paro.

– Ei, quando você sair me espere lá na árvore. Quero falar com você, pode ser? - pergunto e ele acena com a cabeça – Ótimo, até mais tarde, Kookie – não sei o por que mas eu dei um beijo em sua bochecha, mas me afastei logo quando percebi o que fiz.

– T-chau, hyung - ele ficou nervoso, droga, não quero deixar ele desconfortável, me virei e saí antes que eu fizesse algo para constranger ele mais ainda. Caminho rápido pelo corredor e encontro JB no bebendo água, resolvo parar para esperá-lo.

– A conversa com o Kookie foi boa? - ele pergunta quando se afasta do bebedouro e aproveito para tomar água e o mesmo fica do meu lado esperando terminar.

– Sim, foi. Vocês vão ficar enchendo meu saco por causa disso agora? - bufo irritado e ele ri soprado.

– A culpa não é nossa se vocês combinam tanto - eu reviro os olhos e começamos a andar para a sala – mas sério agora, você sente algo por ele, não é?

Se eu sinto algo por ele? Óbvio, mas não é como se eu conseguisse falar o que é, eu comecei a conhecer ele agora, não dá para saber o que eu sinto por ele. Ele pode ser totalmente diferente, com o tempo eu vou descobrir, mas agora eu só sei que seus olhos negros amendoados me fazem querer saber mais e mais sobre ele.

– Nós estamos nos conhecendo ainda, mas eu fico te devendo uma resposta concreta - nós rimos da minha resposta e entramos nas nossas respectivas classes, a professora de história chega logo depois e começa sua aula. Não presto atenção em nada, fico pensando na pergunta de JB e na confusão de pensamentos em que me perdi nem percebo que a professora me chamou e me perguntou algo. Droga. Jimin atrás de mim me cutuca e sussurra baixo demais porém o suficiente para eu ouvir.

– Mao Tsé-Tung - ele fala e eu digo a professora, ela dá um sorriso e vira para o quadro anotando o que eu falei. Viro e murmuro um obrigado para Jimin e ele pisca olho.

– Azedume, da próxima vez deixe ele responder sozinho - a professora fala usando o apelido que ela deu para Jimin e arranca risadas da classe inteira.