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História Love Me If You Can - Goodbye Old Friend


Escrita por: Dark_Girl01

Notas do Autor


Hey, Mafiosos :3
Esse capítulo está curtinho, mas ele é extremamente necessario, por isso leiam com atenção!

Boa Leitura ^-^
(Desculpem qualquer erro)

Capítulo 52 - Goodbye Old Friend


Fanfic / Fanfiction Love Me If You Can - Goodbye Old Friend

Melancolia

1. Estado mórbido caracterizado pelo abatimento mental e físico que pode ser manifestação de vários problemas psiquiátricos, hoje considerado mais como uma das fases da psicose maníaco-depressiva.

2. Estado de grande tristeza e desencanto geral; depressão.

Você já sentiu como se estivesse fazendo tudo errado? Como se cada vez que você tentasse ajudar, você só atrapalhasse mais; Como se quanto mais você procurasse, mais você perdesse. Acho que me sinto assim, ou melhor, todos nos sentimos.

Uma semana... Uma maldita semana de melancolia, onde até o White estava mais quieto que o normal. Uma semana desde aquela missão fracassada. Uma semana desde a morte... dele.

Quando fugi da mansão com o Nick e os outros, deixamos José e o corpo do Martin para trás, Mesmo que deixar meu amigo para trás, tenha sido uma das coisas mais difíceis que já fiz na vida. Conseguimos fugir antes do FBI invadir a mansão, já José não teve a mesma sorte. Ele foi levado preso e julgado em menos de uma semana; mas claro que isso não teria sido tão rápido se não houvesse a intervenção da minha irmã, que percebeu que era o Martin, e talvez tivesse percebido qual era minha dor no momento.

É meio estranho pensar na Camile como alguém que entende o que eu sinto. Tivemos apenas um encontro e desde daquele momento tudo se tornou estranho, nós conversamos como se fossemos irmãs que cresceram juntas. Mas não fazia uma hora que nos conhecíamos. Acho que todas aquelas pessoas que falam “o sangue grita” tem razão, nosso parentesco falou mais alto e é como se tivéssemos uma afinidade enorme, e sabe o que é mais irônico disso tudo? Não temos nada haver. Nossas manias são diferentes, nossos jeitos são diferentes e nossos costumes também, mas mesmo assim nos demos muito bem.

Em certos momentos em minha conversa com Camile, eu percebi que ela dava certos sorrisos que demonstravam orgulho. Ela sentia orgulho de mim. Quão loco é você descobrir que tem uma irmã gêmea, que não se parece em nada com você, mas que no primeiro encontro vocês já se dão super bem. Realmente, não faz o mínimo sentido, mas o que faz sentido na minha vida?

O que certamente me doeu nessa longa semana, foi não ter conseguido nem se quer fazer um enterro digno ao meu amigo, mas não podia carrega-lo comigo, eu já estava tendo o trabalho de carregar o Nick!

Falando em Nick, esse foi outro que nessa semana não falou mais do que o necessário. Sempre preso em seus próprios pensamentos, e tenho certeza que não eram dos melhores. Não posso julga-lo já que todos pareciam estar em suas próprias bolhas, claro que ninguém estava pior do que eu, Rachel e Nick. Nick porque viu tudo acontecer sem poder fazer nada, e eu e a Rachel... Bom, preciso mesmo lembrar que ele era como um irmão?

Eu vi Luna engolir a própria dor – já que ela também tinha virado uma boa amiga do loiro – para consolar a namorada e, mesmo com todo o esforço, a única que conseguia arrancar um sorriso da ruiva era justamente a ruiva menor. Lily foi a única que mesmo sentindo o clima tenso, tentava animar todos sem se importar em muitas vezes ser ignorada. White – que já tinha virado seu fiel escudeiro – sempre a acompanhava em alguma traquinagem, que no início irritava, mas no final até que nos arrancava bons sorrisos. 

Uma parte dolorosa para todos, foi tentar responder a pergunta da pequena, “onde está o Tio Martin?”. Como explicar para uma criança de três anos que uma pessoa que ela considera tanto, não voltara mais? Bom, essa é uma tarefa que a pessoa mais inusitada, ficou responsável por lidar.

Lisa, de uma forma bem humorada – que era uma das coisas que eu mais tinha inveja na loira: ela tinha um bom humor inabalável. Claro que isso não quer dizer que ela não ficou triste, pois claro que ficou, mas ela lida de uma forma tão curiosa com a vida, como lida com a morte. Ela explicou a pequena que o Tio Martin tinha sido promovido a cavalo e precisou ir a outro lugar para se tornar um grande cavaleiro. A pequena, claro, a olhou confusa, mas foi de um jeito incrivelmente paciente que Lisa explicou que o lugar onde Martin foi não é na terra e muito menos onde podemos ver; ele foi a um lugar superior, onde precisam mais dele do que a gente.

E foi de um jeito bem humorado, que a pequena correu para dentro da casa e fez um desenho de um homem dentro de uma armadura, e mostrou a todos da casa como o Martin deveria estar. De uma maneira confusa, ela viu a mãe ruiva chorar e a abraçar com força, dizendo que agora ele estaria melhor e que o loira foi uma das pessoas mais corajosas que ela já conheceu, E eu não discordei de nenhuma palavra dela.

Outro coisa que me preocupou muito essa semana foi a Adrian, ela não só parecia estar terrivelmente deprimida, como também, parecia se sentir culpada. Não que eu esteja tendo pena dela, mas eu fico curiosa para saber o que ela omiti de nos. Nick e Martin devem ter descoberto, mas como o Nick não falou muito com ninguém essa semana, duvido que eu vá conseguir arrancar algo dele.

- O criatura, tu tá querendo dissolver? – A voz de Lisa ecoou pelo banheiro, tirando-me do meu transe – Você tá a quase uma hora nesse banho, sabia que tem países com falta de água? Não seja hipócrita pedindo para darem atenção para a guerra e esquecendo da água!

Estranhamente a Lisa tinha razão.

- Já estou saindo. – Avisei e desliguei o chuveiro.

- Aposto vinte pratas que você está parecendo uma uva-passa! – Revirei os olhos, mas quando olhei para as minhas mãos, percebi que elas estavam completamente enrugadas.

Me enrolei na toalha e sai do banheiro, logo avistando a loirinha sentada na minha cama e mexendo... no meu celular, Eu vou matar essa cadela!

- Lisa Sicker, solta meu celular agora! – Disse entredentes, enquanto me aproximava lentamente.

- Hmmmm, que bonitinho, o seu papel de parede é uma foto sua com a Minster, owwwn. – Debochou da foto que eu tinha tirado com a Adrian depois da nossa maratona de sexo no meu apartamento, no dia em que ela decidiu que seria uma boa ideia se “hospedar” lá – Essa sua cara de pós-foda é até que bonitinha. – Riu.

- Devolve Lisa! – Eu me aproximei da cama, mas ela começou a se arrastar se distanciando de mim – É sério, me devolve.

- Hmmm, será que a Adrian sabe que você ainda tem todas essas fotos com ela...? – Ela foi arrastando todas as fotos, até que de repente ela arregalou os olhos e tentou segurar o riso inutilmente – Que foto incrível, já dá para ir pro meu álbum de nudes no Tumblr!

Ela virou o celular e me mostrou a foto. Nela eu estava nua, com os cabelos bagunçados e uma cara obvia de quem tinha acabado de transar. Meus seios só não estavam expostos na foto porque Adrian, que estava atrás de mim, tinha suas mãos sobre eles. O sorriso malicioso de Lisa me fez ficar terrivelmente corada.

- Agora você fica vermelha, né safada? – Lisa gargalhava da minha expressão e aquilo foi o suficiente para eu, literalmente, me jogar em cima dela e começar a brigar pelo celular.

O que eu não percebi é que quando me joguei a toalha caiu, me deixando assim completamente nua.

- Lise, por que a Lily está... – Rachel entrou no meu quarto, mas antes de conseguir completar a própria fala, ela parou ao ver nossa posição. Eu nua, em cima da Lisa e imobilizando os braços dela em cima da cabeça – Seu namorado sabe que você está dando pra ela? – Rachel perguntou confusa.

- Se você não percebeu, quem está nua é ela, então quem está dando aqui obviamente não sou eu! – Soltei um dos braços dela para ter a mão livre e a acertei um tapa no ombro – OUCH! Eu estava vendo uns nudes dela com a Minster, ai ela ficou irritada.

- Deixa eu ver? – A ruiva pediu e eu a encarei com um olhar mortal, mas antes que eu pudesse negar, com a mão livre, Lisa jogou o celular para a ruiva que fez a mesma expressão que a loira ao ver a foto – Meu deus! Quando você ficou tão ousada? – Ela ia passando as fotos e a cada nova foto ela ficava mais chocada – Onde está minha amiga puritana?

- Eu nunca fui! – E antes que ela falasse algo, eu me levantei da cama e imobilizei o braço livre dela, o entortando – Vai me devolver?

- Filha da... pega. – Ela me entregou o celular e eu soltei o braço dela. Ao ter o braço solto, ela começou a alisa-lo e limpou as lagrimas que escorreram – Ninguém mandou você não colocar senha nessa merda. – Disse manhosa.

- Não se preocupe, eu vou colocar e vou trancar a porta do meu quarto!

- Agora entendo porque a Minster gosta tanto de te comer. – Lisa falou enquanto observava minunciosamente o meu corpo. Achei alguém mais safada do que a Adrian... Não espera, ninguém é mais safado que a Adrian!

Revirei os olhos e peguei a toalha que tinha caído. Me enxuguei e vesti a roupa que eu já tinha deixado em cima da cama, que por sorte, não foi amaçada durante a minha briguinha com a Lisa. Uma lingerie branca e um vestido soltinho amarelo, bem simples de alças finas. Calcei os chinelos, fiz um rabo-de-cavalo no meu cabelo e coloquei meus óculos.

- A Lily está te esperando lá em baixo com uma pilha de jornais e juntou todo mundo na praia. – Rachel falou, assim que eu terminei de me ajeitar – O que estão aprontando? – Perguntou desconfiada.

- Você lembra quando o seu passarinho morreu?

- O Batata? – Perguntou confusa.

- O nome do seu pássaro era Batata? – Lisa perguntou sem acreditar.

- Eu tinha onze anos! – A ruiva tentou se defender, mas a loira olhava-a como se ela fosse a pessoa mais estupida da terra, E talvez com onze anos ela tenha sido.

- Lembra como foi o “enterro” – fiz aspas com os dedos – dele no lago do parque?

- Sim, fizemos um barquinho de papel e colocamos ele dentro. – A ruiva sorriu nostálgica – Lembro que chorei por uma semana. – Lisa riu mas parou ao ver a forma como a ruiva olhava-a – Mas o que isso tem haver?

- Tudo!

Sai do quarto deixando as duas com expressões curiosas para trás, mas isso não demorou muito tempo porque logo elas já estavam ao meu lado me enchendo de perguntas. Quando chegamos a praia, percebemos que todos já estavam lá; até mesmo Nick, que tinha os braços cruzados sobre o peito e uma expressão fechada – expressão essa, que perdurou por toda a semana.

- Tia Ely, eu trouxe o que você pediu. – Lily me entregou uma pilha de jornais que ela carregava com dificuldade – Ele vai receber nossa mensagem, tia? – A garotinha perguntou com os olhos marejados.

- Claro que vai, pequena. – Me agachei para ficar na mesma altura que ela e limpei uma lagrima que escorreu – E tenho certeza que ele vai amar seu desenho! – Exclamei e ela sorriu.

- O que estamos fazendo aqui, Lise? – Anna perguntou.

Anna também foi outra que ficou terrivelmente abalada com a morte do Martin, eles eram como cão e gato desde pequenos, mas o Martin nunca escondeu o amor que sentia por ela como se fosse seu irmão, e deixava isso ainda mais claro quando a protegia de tudo junto com a Rachel.

- Lembra do pássaro Batata? – Perguntei e vi Rachel revirar os olhos, já imaginando as brincadeiras que viriam.

- O passarinho da Rachel? – Anna perguntou confusa e eu afirmei com a cabeça – Aquele que fizemos o enterro dele no lago do parque, o colocamos até em um barquinho de papel. – Anna deu o mesmo sorriso que a Rachel deu ao se lembrar: nostálgico.

Mesmo que eu ache que lembrar da morte de um animal não deveria ser tão nostálgico assim!

- Amor, você tinha um pássaro chamado Batata? – Luna perguntou divertida.

- Eu tinha onze anos! – Rachel tentou se defender, mas foi inevitável a risada de todos, inclusive a de Nick.

- Tá, mas o que um pássaro com nome estranho tem a ver com isso? – Adrian, que tinha um sorriso divertido, perguntou.

Pela expressão dela eu tinha certeza que ela já havia entendido o que eu pretendia fazer, mas perguntou apenas para que eu falasse logo.

- Vocês vão ver. – Eu sorri para a loira que piscou um olho e afirmou com a cabeça.

Eu me sentei na varanda junto com a Lily e juntas fizemos onze barquinhos de papel sobre o olhar atento e curioso de todos. Lily já sabia o que iriamos fazer, porque na noite anterior eu dei a ideia e ela aceitou na hora, por isso passamos duas horas com várias tentativas falhas dela tentando aprender a fazer barquinhos, até que na última tentativa ela conseguiu. Lerda pra certas coisas que nem a mãe.

Quando terminamos, ela entregou um barquinho para cada um junto com uma flor branca.

- Bom, acho que já entenderam o que vamos fazer, certo? – Perguntei sorrindo.

- É... Não. – Só podia ser a Lisa.

- Não conseguimos nos despedir do Martin, então... – Fui interrompida.

- Vamos fazer uma oferenda para Iemanjá? – Lisa perguntou brincalhona.

Eu até tentei olha-la séria, mas foi impossível segurar o riso. Essa garota tem uma qualidade incrível: animar as pessoas a onde estiver.

- Quase. – Fiz um sinal com a cabeça para a Lily, que pegou o seu barquinho, que já estava com o desenho dobrado dentro, colocou a flor por cima e me entregou – Vamos nos despedir do nosso velho amigo, lhe entregando essa rosa e a nossa mais profunda gratidão.

Então com um movimento simples, eu joguei o barquinho no mar. Como a mare estava baixa, as ondas levaram o barquinho lentamente para mais e mais distante.

- Já podem jogar o de vocês. – Avisei e todos se aproximaram lentamente, perdidos em seus próprios pensamentos.

Lily – que tinha se agarrado ao braço da mãe Minster –, observou cada barquinho se distanciando, com os olhos brilhando. Ela estava fascinada, na verdade, acho que todos estávamos.

Depois que todos já tinham jogado seus barquinhos no mar eu fui a última que sobrou. Eu encarei a rosa branca e a beijei antes de colocá-la no barquinho e joga-la ao mar.

- Adeus meu amigo, espero que posso me perdoar por ter sido uma covarde. – Sussurrei em meio as lagrimas que escorriam sem preocupação.

E como uma resposta silenciosa, uma garoa fina começou a cair me fazendo sorrir, O tempo já estava nublado e agora isso? Tem como ficar mais dramático?

- Lily, entre para não pegar um resfriado. – Rachel mandou e a pequena meio que a contra gosto, fez o que a mãe mandou.

Em meio a enxurrada de pensamentos que bombardeavam a minha cabeça, senti um braço rodear minha cintura e meu corpo ser colado a outro que era poucos centímetros mais alto. Eu nem precisei abrir os olhos para saber quem era.

- Eu sempre achei que você era genial. – Ela sussurrou no meu ouvido – Agora tenho certeza! – Sorri.

- Okay, momento dramático passando. – Lisa quebrou todo o momento – Mas ainda temos coisas a resolver, vocês sabem que se o José abrir a boca será perigoso. – Disse séria.

A Lisa tendo razão duas vezes no mesmo dia... O que está acontecendo com o mundo?

- Sabemos, mas isso eu tentarei resolver! – Adrian falou no mesmo tom e me apertou mais em seu abraço.

De repente, algo me veio em mente, algo que quase tinha nos feito ir presos e principalmente, não nos fez chegar a tempo.

- Nós não somos rápidos o suficiente! – Exclamei e todos me encararam.

- Querida, se você não percebeu, todos os carros e motos naquela garagem são ótimos! – Luna avisou e eu revirei os olhos.

- Mas podem ser melhores!

- Como? – Adrian perguntou... Empolgada?

- O que eu sou? – Sorri.

- Escritora, fotografa, guerrilheira, loca dos signos, sapatão, cú doce... – Lisa começou a listar e eu dei um tapa na nuca dela.

- Adrian? – Arqueei uma sobrancelha e a loira sorriu.

- A melhor mecânica que conheço! – Afirmou e quando todos entenderem eles sorriram.

- Yep, agora vai ser Velozes e Furiosos em uma versão bem gay!

- LISA!

Todos gritaram estressados, mas as expressões fechadas não duraram muito, pois logo todos começaram a gargalhar das palhaçadas da loirinha idiota.

Eu sem perceber, direcionei o meu olhar para o mar e avistei os barquinhos já ao longe, carregando as flores e a gratidão de todos ao meu lado.

Adeus, velho amigo.


Notas Finais


Será que a Elise finalmente vai entrar de cabeça? :/
E será que vai virar Velozes e Furiosos em uma versão bem gay? :v

Até o próximo, Bye :3


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