História Love Me If You Can - Baile de Máscaras (Parte 3)

P.O.V Robert

2 Semanas Atrás...

“Precisamos conversar”, essa foi a única coisa que a minha noiva falou antes de subir e ir em direção ao nosso quarto. Eu estava com o Caleb e o Martin no sofá da sala, assistindo um jogo de futebol enquanto tomávamos algumas cervejas, mas inesperadamente minha noiva desceu apressada, disse aquilo e subiu novamente, fazendo com que os dois idiotas me olhassem com cara de “se fodeu”. E eu acho que me fodi mesmo.

Larguei a garrafa em cima da mesa e corri – tropeçando em alguns degraus – até o quarto, fechando a porta assim que entrei, vendo a pequena loira sentada na cama parecendo bem nervosa. Lá vem merda.

- O que foi, pequena? – Perguntei receoso.

Ela não levantou a cabeça, apenas puxou um bastãozinho que estava sobre a cama e me entregou. Eu não sabia o que era aquilo, só sabia que duas barrinhas – que era o que tinha no centro – não era um bom sinal.

- O que é isso? – Perguntei muito assustado, se aquilo fosse o que eu estava pensando, eu nem mesmo sabia como deveria reagir.

- Roby... vamos ter um bebê. – Lisa que era sempre descontraída e brincalhona, parecia estar dando a notícia de morte para alguém.

Isso pode ser estranho, já que para qualquer pessoa o nosso sonho parece ser ter um bebê, e realmente é. Agora se imagine no nosso lugar, que corre risco constante e ainda tendo um bebê para criar. Sabemos que a Rachel e Luna passaram por isso, mas eram adolescentes e fizeram isso mais pelo calor do momento, hoje em dia elas sabem do perigo que aquela criança corre e a cagada que fizeram por serem impulsivas.

Lily é uma ótima criança, que faz qualquer um simpatizar por ela, entretanto ter uma criança na nossa situação é a mesma coisa que você pegar um recém-nascido e jogar na linha de fogo. E agora por imprudência nossa, outra criança também correria o mesmo risco.

- O que faremos? – Ela perguntou perdida, desolada. Aquilo me destruiu.

- Eu não sei. – Fui honesto. Eu realmente não sabia como lidar com essa situação e me sentia péssimo por não poder consola-la... Porque eu também preciso de consolo.

- Você acha que deveríamos... – Apontou para a barriga e fez uma careta – Você sabe...

- NÃO! – Pelo nervosismo minha voz saiu mais alta do que eu esperava e logo me arrependi disso quando olhei a expressão chorosa de minha noiva – Não Lisa, isso... não. Vamos dar um jeito, se a Luna e a Rachel que são duas idiotas conseguiram, nos também conseguiremos!

Sorri tentando passar conforto a ela, o que parece ter funcionado já que ela abriu os braços em um pedido claro de aproximação. O que eu não neguei. Me sentei ao lado dela e a puxei para o meu colo.

- Eu não sei como faremos isso, mas somos dois adultos responsáveis... – Fiz uma pequena pausa para encara-la – Bom, na medida do possível. – Ela me deu um leve tapa no ombro e riu... Já estamos melhorando – E conseguiremos passar por isso juntos!

- Juntos. – Ela levantou o dedo mindinho em um gesto bem conhecido por nós, já sabendo o que deveria fazer, levantei meu dedinho e entrelacei com o dela em uma promessa silenciosa mas muito significativa para nos dois.

Juntos!

Tempo Atual...

Eu estava perdido e sem saber muito bem o que fazer. As ordens da Lise não tinham sido muito claras, Como merda vou achar um homem mascarado, de estatura baixa, nessa mansão gigante? Acho que é melhor eu começar a procurar.

Primeiro decidi ir ao lugar que ele havia ido com a Diane: a varanda. Segui pelo corredor dos banheiros até chegar na grande porta dupla e para minha decepção, quando abri eles não estavam mais lá. Eles não podem ter saído sem que nós tenhamos visto, ou... droga! Enquanto tínhamos nossa conversa nada agradável com a Camile, eles devem ter saído e nós não vimos já que estávamos distraídos demais. Decidi ir para o único lugar que eles poderiam ter ido sem que nós tivéssemos visto: o interior da mansão. Dei meia volta e entrei pelo mesmo corredor que a Lise tinha ido, e minha maior decepção foi ver que no final do corredor ainda tinha uma bifurcação. Por que ninguém pode comprar uma casa pequena nessa história? Facilitaria tanto a nossa vida! Ainda bufando e de cabeça baixa, eu optei pelo corredor da direita. O que me chamava atenção é que mesmo que a casa fosse enorme, tinha poucas portas, ou seja, os quartos deviam ser enormes.

Não me preocupei em sair abrindo porta por porta, até porque, tinha medo do que poderia encontrar... Porque vai que... Prefiro nem imaginar. Eu andei por um longo tempo até que em um dos corredores reparei em um homem de paletó cinza, máscara de corvo e o mais engraçado – já que ele o segurava como se fosse a coisa mais normal do mundo – uma pistola na mão esquerda. Recuei imediatamente, dada as circunstancias de que para ele seria muito fácil apontar a arma para mim e atirar, já comigo seria mais difícil, já que precisaria pegar a arma que está por dentro da camisa.

Fiquei escorado no corredor anterior, esperando que ele fizesse algo, porém ele não fez nada, ficou só observando algo pela janela. Depois de alguns minutos e de já estar cansado de ficar escorado na parede, saquei minha arma e me aproximei lentamente de uma das janelas, sem chamar atenção – o que deu certo, já que ele estava tão concentrado que não me notou. Olhei pela janela e vi a hora exata em que a Lise se aproximou de Camile e de uma mulher desconhecida, apontando a arma para a mulher e tendo uma arma apontada para sua cabeça pelo garçom.

Sem saber muito o que fazer, voltei a observar o homem que continuava parado e sem qualquer reação. Isso já está começando a me assustar! Me virei rapidamente, para ver os movimentos da mulher que abaixou os braços do garçom, como se não quisesse que ele machucasse a Elise. E foi nesse momento que eu vi o homem se mexer, ele ergueu os braços e mirou em um dos quatro lá em baixo, achei que ele estava apenas blefando, mas quando vi que ele destravou a arma e ia atirar... Ia.

- EI!!! – Minha reação nem um pouco racional, acabou assustando o homem que imediatamente me encarou e sem hesitar puxou o gatilho... com a arma apontada para mim.

A dor inacreditável que senti na barriga, me fez largar a arma e cair de joelhos no chão e quando levantei a cabeça ainda tive tempo de ver o homem correr desesperado mansão a fora. A dor pouco a pouco foi tomando conta de mim e quando vi já estava jogado no chão, sentindo o liquido quente se espalhar e manchar toda a minha camisa e meu único pensamento naquele momento era.

Lisa...

P.O.V Camile

- Sua irmã é uma idiota! – Francesca disse raivosa.

Desde que havia recebido uma ligação de um dos seguranças que tinha visto um cara com máscara de corvo fugindo, não tinha se aquietado já que estava morrendo de preocupação.

- Foi o que tinha comentado mais cedo. – Disse irônica – E quer saber, eu sou a impulsiva aqui, então eu vou atrás dela! – Tentei correr, mas Francesca me segurou pelo braço.

- Vamos deixar que os seguranças protegeram ela! – Ela disse firme e a preocupação dela continuava visível.

- EU NÃO CONFIO EM NINGUÉM!! – Gritei e soltei meu braço furiosa – Se ninguém nunca fez isso, eu vou cuidar da minha irmã!

E dessa vez sem qualquer bloqueio eu corri de volta para a mansão, não poderia deixar aquela maluca sozinha; mesmo que ela fosse a mais racional entre nos duas, eu cheguei à conclusão de que somos melhores juntas do que como rivais e não me importo se somos de times opostos do tabuleiro.

Depois de subir as escadas na velocidade da luz, decidi seguir pelo corredor que tinha a visão para o lago, já que queria evitar qualquer tumulto no salão. Não sei se aquele foi uma boa ou péssima ideia, só sei que travei no momento em que vi um corpo todo ensanguentado largado no chão. De repente, fleches da noite iluminaram minha cabeça e eu reconheci aquele homem como Robert, o acompanhante de Elise.

Não!

- Hey. – Me ajoelhei ao lado dele, sem me importar de molhar meu vestido com sangue e virei ele de barriga para cima – Você aguenta até o resgate chegar?

- Nã..o. – A voz dele era bem fraca já, Ele não vai durar muito tempo – Li...sa.

Esse nome não me é estranho.

- Se eu me lembro bem, de um dos vários relatórios que li, Lisa é sua noiva, correto? – Perguntei e ele quase sem forças, balançou a cabeça em concordância – A algo que gostaria de dizer a ela? – Sorri.

- Apenas... cuide dela e do meu pequeno.

- Nenhum dos relatórios fala sobre uma criança! – Disse já apavorada, Eles tem um filho?

- Lisa... gravida... cuide dela. – E puxando os últimos resquícios de ar que seu pulmão conseguiu aguentar – Camile, cuide.

- Sim, eu vou cuidar deles não se preocupe.

E ele sorriu, sorriu antes de perder a consciência... Para sempre.

Eu não sei quem merda é o corvo, só sei que ele irá morrer e será pelas minhas mãos. Ninguém irá tocar em Elise, aquele bebê e em Lisa! Afinal, eu sou a Rainha das peças brancas e irei derruba-los nem que seja suicídio ao meu time!

Peça Negra Removida: Peão/Robert.