Virei-me rapidamente para ver de quem era aquela voz. Não me surpreendi ao ver que era ninguém mais, ninguém menos, do que Gabriel Agreste, pai do Adrien e justamente quem eu estava procurando.
— Olá, sr. Agreste – cumprimentei com um sorriso.
— Responda às minhas perguntas, senhorita.
— Ah, sim. Claro. – Engoli em seco. Senti um calafrio percorrer minha espinha, mas limpei a garganta e continuei: – Eu sou Marinette Dupain-Cheng, colega de classe do Adrien.
— Ah, é. Claro que é. Nenhum outro adolescente viria falar comigo assim, por vontade própria – ele disse com desdém. – Enfim, lembro-me vagamente de você quando confeccionou um chapéu-coco para o meu filho. Ficou bem melhor do que eu esperava. – Bem melhor do que ele esperava? Será que ele conhecia meu trabalho ou coisa do tipo? – De que assunto deseja tratar? – ele concluiu.
Senti um nervosismo intenso tomar conta de mim e toda aquela confiança que eu tinha há cinco minutos sumiu completamente. Eu tinha que me recompor. Não podia me mostrar fraca na frente do meu sog... Digo, do sr. Agreste.
— Sinto muito incomodá-lo, mas acho que eu posso ajudar na busca pelo seu filho – eu disse, colocando as mãos atrás das costas para parecer séria.
— Como uma garota como você poderia ajudar se nem a polícia encontra alguma pista sobre ele?
— Soube que recentemente acharam um pertence dele.
— Sim, e daí?
— Daí que eu preciso vê-lo.
— Para quê? Você por acaso trabalha para a polícia?
— Não, mas, considerando os fatos, eu com certeza conheço o Adrien melhor do que eles. Talvez até melhor do que você.
— Como você pode conhecer meu filho melhor do que eu? Ah, por favor, garota! – Eu já estou quase pegando fogo de tanta raiva!
— Sei que ele é seu filho, mas desde quando o senhor realmente se importa com ele? Primeiro, nem na escola ele ia e quando começou a ir, duvido que tenha perguntado sobre o que aconteceu, o que ele estava estudando... Eu podia não ser muito próxima dele, mas pelo menos eu sabia o que acontecia e tentava ajudar de alguma maneira, ao contrário de você!
Eu estava de queixo caído com a arrogância dele. Ele era meu ídolo. Como o Adrien podia suportar um pai desses? Gabriel ficou calado, encarando-me. Depois de um tempo chamou a Nathalie e ela pediu que eu a seguisse. Quando passei por ele, olhei bem nos seus olhos com uma cara séria. Não sei que força maior me fez não bater nele, mas eu queria muito.
Segui a secretária até o quarto de Adrien. Obviamente, já estive ali como Ladybug, mas nunca cheguei a examinar bem o lugar. Devo admitir: é enorme! Tem até uma cesta de basquete e uma rampa! Meu quarto com certeza cabe umas cinquenta vezes aqui!
Pedi à Nathalie que me deixasse sozinha por alguns minutos. Ela assentiu e disse-me que o cachecol estava em uma caixa dentro do guarda-roupa dele. Agradeci e ela saiu. Fui até o lugar indicado. Só havia uma caixa ali e de certo era nela que eu encontraria o que procurava. Bingo! Achei o cachecol!
Levei o objeto em uma mão e a caixa na outra e sentei-me na beirada da cama dele. Nossa, como ela era macia! Deixei a caixa de lado e segurei o cachecol com as duas mãos. Aproximei-o de meu nariz e pude sentir o suave cheiro do Adrien. Não era um perfume, mas o cheiro natural dele. Doce, suave... Não, não posso me desconcentrar! Afastei o objeto e balancei a cabeça para afastar aqueles pensamentos. Ele pode estar em perigo e talvez eu seja a única pessoa que pode salvá-lo.
Examinei o cachecol. Estava idêntico ao dia em que o vi usando pela primeira vez. Porque algo me dizia que havia algo a mais nele? Olhei mais atentamente. Procurei minuciosamente qualquer pista que fosse. Nada. Estava quase desistindo quando observei um pequeno detalhe: a etiqueta. Eu não tinha nenhuma loja de confecções, então não havia motivos para que eu colocasse uma etiqueta, mas mesmo assim eu pus. Não podia deixar que alguém roubasse a minha ideia. E ali, bem naquela pequena etiqueta com as iniciais MDC, estavam pequenos rabiscos. Antes, eles não estavam ali, isso eu posso jurar. Imaginei que o sr. Agreste não deixaria que eu simplesmente saísse da casa dele com um objeto pessoal do filho, por isso resolvi tirar uma foto. Coloquei o cachecol de volta na caixa e levei-a até o guarda-roupa, guardando-a lá.
Saí do quarto e desci as escadas. Em momento algum Gabriel Agreste ousou dar as caras e perguntar o que eu havia feito. Obviamente, sua secretária vasculharia o quarto e diria o que foi feito ali. Não senti medo, aliás, eu não roubei nada.
Saí tranquilamente daquela mansão. Eu ainda estava com raiva da arrogância do pai do Adrien mas procurei afastar estes pensamentos. Eu deveria manter o foco no meu objetivo: achar o meu amor desaparecido.
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