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História Reputações - A arte do segredo - Reality Bites Me


Escrita por: SrSpellman

Notas do Autor


E lá vem, mais problemas <3
Boa leitura!

Capítulo 11 - Reality Bites Me


No dia seguinte, de manhã, o clima estava tenso. Menos para Rufus. Apesar da sonolência em que estava na cadeira de visitantes, no quarto de hospital em que Dan estava ele permanecia acordada á espera que seu filho despertasse. O doutor que havia atendido Rufus anteriormente entrou no quarto, segurando dois copos com cappuccino.

— Presumi que estaria aqui. Trouxe um café. — falou o doutor, entregando um dos copos ao homem.

— Obrigado doutor. — falou Rufus, bebendo um gole do cappuccino — Como ele está?

— Ele está bem. Mas como eu disse antes... Ele irá precisar de sua ajuda, durante esse tempo. Principalmente ajuda médica. — informou — Ele está apenas dormindo.

— Você disse que ele teria complicações neurológicas. Ainda não compreendi isso.

— O cérebro é o principal órgão do sistema nervoso, senhor Humphrey. Ele não é apenas responsável pela “inteligência”, “criatividade” ou “raciocínio” de alguém. É responsável também, pela condição motora de nosso corpo. — explicou — Por exemplo, não nascemos já sabendo das coisas é necessário ter auxílio ou iniciativa, para que possamos aprender elas aos poucos.

— O que quer dizer com isso? — questionou Rufus.

— Que o jovem Daniel irá precisar “aprender” novamente. Ele não irá conseguir segurar um garfo de forma correta, nem tão cedo. — finalizou — Sinto muito.

Rufus entendeu o que o doutor quis dizer. Sua expressão, antes alegre, passou para arrasada. Engoliu um seco, respirou fundo e suportou a situação.

— Tudo bem doutor. Obrigado por me falar. —disse — Quando ele poderá voltar pra casa?

— Quando nossos pacientes passam por um processo assim, feito o de Dan, nós fazemos uma espécie de “análise final” que é para verificar se ele realmente está melhor. Ficará por mais vinte e quatro horas no hospital e poderá voltar amanhã pra casa.

— Certo. Grato. — falou Rufus, bebendo um gole do cappuccino.

— Disponha. — falou o doutor indo até a saída do quarto, até se lembrar de algo — Ah, antes que eu me esqueça... Há uma visita pro Daniel agora. Gostaria de autorizar a visita?

— Quem é? — questionou.

— Não perguntei quem era, pois ela estava falando com a Eliza, da recepção. Quer que eu pergunte?

— Não precisa. Pode mandar entrar. — falou.

— Certo. — falou o doutor, saindo do quarto.

Rufus desabou na cadeira em que estava sentado e continuou bebendo a cafeína. Seus olhos estariam vidrados em seu filho que permanecia dormindo. A porta se abriu e uma figura feminina, a mesma que estava na recepção, adentrou ao quarto hospitalar.

— Oi Rufus. — cumprimentou a mulher, sem jeito.

Ele á olhou, surpreso. Não acreditava que dentre muitas pessoas em que conhecia e faziam parte de sua vida, seria ela que estaria naquele momento ali. Quase deixou o copo de cappuccino cair no chão, mas segurou bem ele, quase espremendo. Por um minuto, viu a sua própria filha, Jenny, mas não era ela. Era alguém que julgava ser igual á ela, isto é, sua ex-mulher, Alison Humphrey.

— A-Alison? O que faz aqui? — questionou ele, pálido.

— Quando soube da situação em que o Dan estava, pelo jornal, vir o mais rápido possível pra cá. — respondeu, aproximando-se da cama em que seu filho está — Como ele está?

— Ele está melhor. Teve traumatismo cranioencefálico. — falou e olhou para ela — Acho melhor você ir embora, Alison. Não acho que sua presença vá fazer bem ao Dan.

— Ele é meu filho também, Rufus. Não pode me impedir de ver ou falar com ele.

— Mas foi sua opção querer isso, assim que saiu de casa. — retrucou, deixando-a calada.

Dan começou a despertar aos poucos. Abriu seus olhos lentamente e escutou a voz de seu pai.

— Pai? — chamou Dan, com um pouco da visão embaçada.

— Graças á Deus você acordou! — exclamou Rufus — Estou aqui filho.

— E eu também. — falou Alison com um sorriso. Rufus á olhou, desaprovando sua presença.

— M-Mãe? — indagou Dan, surpreso com a presença dela ali — Você está aqui mesmo ou estou alucinando de novo?

— Estou aqui sim. — respondeu ela.

— Alucinando? Como assim? — indagou Rufus, preocupado.

— Tive uma alucinação durante a madrugada. — respondeu — A Jenny tinha vindo me visitar. Porém... Dei-me conta de que era mentira.

— Sinto muito filho. — falou — Ah, a Lily, a Serena e o Eric vão vir mais tarde pra te visitar.

— Quem? — questionou Dan, confuso.

— Filho, a Lily, a Serena e o Eric. Não se lembra deles? — perguntou.

— Não faço a mínima ideia de quem sejam eles, pai. — respondeu.

Rufus olhou para Alison, preocupado. O seu filho tinha perdido a memória? Mas como era possível ele se lembrar dos pais e não do restante das pessoas que fazem parte de sua vida?

A manhã dos van der Woodsen’s foi marcado por um enorme intervalo de silêncio. Lily estava acompanhada de seus dois filhos, Eric e Serena, degustando a refeição matinal. O silêncio se quebrou com a iniciativa da matriarca.

— Você quase não tocou na sua refeição, Serena. — falou Lily.

— Não estou com fome. — retrucou ela.

— Mas Serena se você não comer você vai... — antes mesmo que a mulher completasse a frase, foi interrompida pela filha.

— EU NÃO TÔ AFIM, TÁ BOM? — disse — O DAN TÁ NO HOSPITAL E O NATE TÁ PRESO! COMO VOCÊ QUER QUE EU COMA, ENQUANTO AMBOS SOFREM? VOCÊ NÃO TEM UM PINGO DE AMOR NO CORAÇÃO!

— Não é pra tanto Serena. — falou Eric.

— É PRA TANTO SIM, ERIC! A mamãe sempre se glorifica quando sai por cima dos problemas e acaba esquecendo que as pessoas por baixo estão sofrendo. Ela é egoísta. Só pensa na própria imagem. Tá com medo de ver sua filha ao lado de um preso ou de um doente? — interrogou ela, enquanto se levantava da cadeira.

— Eu apenas estou preocupada com a sua saúde, assim como estou preocupada com o Daniel e o Nathaniel. — retrucou Lily — Tanto que eu falei com o Rufus mais cedo que iríamos visitar o Dan.

— Faça a visita com o Eric, pois de você eu só quero distância. — falou Serena, afastando-se, pegando a sua bolsa e saindo dali.

— Serena! — chamou-lhe — Serena!

Ela ignorou a sua mãe e foi até o elevador de casa. Clicou em um dos botões, aonde depois de alguns segundos, o elevador chegou acompanhado de um alguém.

— Kyle? O que faz aqui? — indagou e entrou no elevador com ele.

— Vim te ver. — respondeu confuso — Pelo visto está ocupada. Precisava falar algo contigo.

— Pode falar enquanto descemos. — afirmou, clicando em um dos botões do elevador e começaram a descer.

Durante o intervalo de tempo em que o elevador fazia a descida, Kyle explicou por partes, sobre o envolvimento de Chuck na história. Assim que saíram, Serena parecia com muito mais raiva.

— Então foi o Chuck que ligou pra policia? — indagou surpresa e com raiva — Ele me paga!

— Precisamos dar o troco nele, S. Eu já tenho um plano, mas preciso de você.

— O que você pretende? Se vingar do Chuck? — ironizou Serena.

— Exatamente isso. — respondeu.

Serena parou no meio do caminho e olhou para Kyle.

— O Chuck é barra da pesada. Não mexe com ele. — avisou.

— Fala como se o Bass fosse um bandido ou um assassino.

— Não é. Porém, não duvido mais da capacidade dele em machucar os outros.

— Quer saber o plano ou não? — perguntou.

Serena ficou pensativa por alguns segundos. Naquele momento, queria apenas se vingar de Chuck pelo que causou a ela e Nate. Sorriu e respondeu:

— Sim. Mas antes, vamos procurar uma pessoa. — disse, acenando á espera de um táxi, acompanhada de Kyle que parecia animado.

Eram já 11 horas da tarde e mesmo nesse horário da manhã, a movimentação era intensa. O detetive, Richard Castle, estava em uma sala de interrogação, a mesma em que Serena estava, conversando com Chuck Bass.

— Por que escondeu uma evidência importante, senhor Bass? — questionou.

— Isso é tudo obra do Kyle Spencer. Eu não liguei pra vocês. Ele deve ter pegado o meu celular e feito a ligação. Ele me odeia.

— E você não o odeia? — questionou — Pelo que eu sei a família Spencer agora ocupa o primeiro lugar na lista de famílias mais influentes de Manhattan, ultrapassando a sua e a terceira mais influente dos Estados Unidos. Será que o ódio vem dele mesmo?

— Não há provas contra mim. — falou.

— Não? Certo. — disse o detetive, abrindo o notebook, digitando uma senha e iniciando um programa — Então... De quem é essa voz? — questionou, dando play em um áudio que posteriormente era uma ligação gravada pela central de policia.

— Alô... Gostaria de fazer uma denúncia anônima, por gentileza. — falou a voz masculina na gravação.

— Poderia nos informar qual é o problema? — questionou a atendente.

— Vim apenas informar que está ocorrendo um ataque dentro na biblioteca municipal de Manhattan. Há um jovem prestes a ser executado por uma dupla e por sorte, consegui reconhecer eles. — falou.

— Nos informe quem julga ser a dupla presente nesse suposto ataque. — pediu ela.

— Serena van der Woodsen e Nathaniel Archibald. — respondeu — Eu os vi arrombar uma porta da biblioteca e pareciam procurar alguém. Fiquei por um tempo e fui ver o que estava acontecendo lá dentro. Não entrei na biblioteca, mas pude escutar gritos. Por isso decidi ligar.

— E como tem certeza que essa suposta dupla quer fazer algo de errado? — perguntou.

— Os conheço. Sem contar que estavam agindo de maneira agressiva e um deles até carregava um bastão de lacrosse consigo. Quer dizer... Quem sai por aí, à noite, com um bastão de lacrosse? — falou.

— Obrigada por nos informar do problema. Iremos mandar um pelotão para a biblioteca. Caso esteja fazendo um trote, certifico que a ligação é gravada e se for uma pegadinha será rastreada pela brincadeira de mau gosto.

— Longe de se fazer uma pegadinha. Apenas me preocupo com o bem estar dos outros. Obrigado pela atenção.

A gravação acabou e o detetive olhou para Chuck que estava inexpressivo.

— Vai dizer que não é a sua voz? — questionou.

— Há aplicativos para manipular e imitar a voz de outras pessoas. Não se engane.

— Não se engane você, senhor Bass. Seu celular e sua voz. O senhor Kyle fez tudo isso?

— Sim. Ele tem uma obsessão por mim. É claro que ele faria isso.

— Isso não responde a minha pergunta. Quais provas você tem contra ele? — perguntou — Se tiver uma, que comprove muito, eu te solto agora mesmo.

Chuck ficou em silêncio e ignorou as palavras do detetive. Seu orgulho prevalecia naquele momento.

— Ótimo. Se não quer falar comigo, sei com quem você falaria bem. — disse o detetive, levantando-se da cadeira e fazendo um sinal com a mão em direção á janela escura da sala — Obrigado pela sua atenção, senhor Bass.

O detetive saiu dali. Chuck voltou a revirar os olhos, sem se importar com quem mais viria. Não cederia tão fácil. Minutos depois, os policiais trariam Nate, algemado, para falar com Chuck. Naquele momento, Nate queria poder bater nele, porém, preferiu se conter e sentar na cadeira que antes o detetive estava.

— Te mandaram aqui pra me sensibilizar? Não vai funcionar. — falou Chuck.

— Me mandaram aqui pra iluminar essa sua cabeça podre. — falou Nate — Como você teve capacidade de fazer isso?

— Não sei do que está falando. Foi tudo obra do Kyle. — retrucou.

— Kyle? O Kyle não faria nada contra mim. — comentou — Já você... Vejo que faria de tudo pra se salvar.

— Não fiz nada. Eu não sei nem o motivo de estar falando com você. Ainda não perdoei o soco da festa.

— E eu não perdoei o fato de você querer transar com a Blair.

— Eu já transei. — afirmou Chuck, determinado e com um sorriso cínico na face.

Nate olhou para ele e não o reconhecia. Sua vontade de bater em Chuck, tinha passado. Apenas queria mata-lo naquele momento. Pelo menos, desta vez, saberia que sua pena seria justa.

— SEU COVARDE! — berrou Nate, descontrolado.

— Não tenho culpa se a Blair achou conforto na minha cama do que na sua. Você não tem o direito de ficar com raiva, quando transou com a melhor amiga da namorada!

— Meus problemas com a Blair e a Serena são problemas nossos! Você não tem o DIREITO de se meter nisso!

— EU TENHO TOTAL DIREITO! — berrou Chuck — Você acha que vou deixar a Blair se magoar por sua culpa? Sempre fui seu amigo e sempre te apoiei, mas não vou dar ao luxo de te apoiar numa traição.

— TRAIÇÃO?! Como pode falar de traição, quando você a cada dia está com uma mulher diferente na cama? Você é um hipócrita CHUCK! Você vai fazer pior com a Blair, pois no fundo, você é pior do que eu. — disse — Além disso, você é um covarde que mentiu pra policia sobre mim e a Serena. Admita!

— NÃO FUI EU! FOI O KYLE! — exclamou Chuck.

— DROGA CHUCK! — gritou Nate — VOCÊ NÃO PERCEBE QUE PODE MANDAR UMA PESSOA INOCENTE PRA CADEIA POR CULPA SUA?

— FOI O SPENCER E NÃO EU! — gritou Chuck.

Nate olhou para a mesa e em cima dela, além do laptop do detetive, tinha uma bandeja com comida. Mesmo com as mãos algemadas, aproximou as duas juntas e com auxílio da palma da mão direita, pegou o garfo.

— Eu prefiro morrer a viver uma eternidade na prisão. Ou você admite que errou e dá a inocência que eu mereço, senão... Viva com o peso da minha morte! — falou Nate, com os olhos se enchendo de lágrimas, aproximando o garfo do pescoço.

— NÃO FAZ ISSO! — ordenou — POLICIAIS, VENHAM AQUI!

— SE ELES ENTRAREM EU ACABO COM ISSO AGORA! — ameaçou Nate — ADMITA CHUCK!

— EU NÃO SOU CULPADO! É O KYLE! — berrou.

Nate, chorando, olhou para o seu “amigo”.

— Então... Adeus Chuck. — falou Nate, fazendo mais força com o garfo para penetrar a carne de seu pescoço. Sendo assim, para ser mais rápido, jogou o corpo para trás e a força das mãos pra frente, prestes a se executar.

— NÃO! — berrou Chuck, chorando. Era um momento raro emocional de se ver — EU ADMITO! EU QUE FIZ A LIGAÇÃO ANÔNIMA! EU QUE ACUSEI VOCÊ E A SERENA DE SEREM OS CAUSADORES DO ESPANCAMENTO DO DAN! EU QUE FIZ TUDO ISSO! EU QUE INVENTEI TODA ESSA MENTIRA!

Nate parou. Largou o garfo deixando cair no chão. Olhou para Chuck que parecia estar arrependido.

— Obrigado Chuck... — disse ele com uma feição tristonha. Chuck o olhou e parecia mais aliviado por soltar aquilo. A feição de Nate mudou para uma mais alegre, tudo aquilo não havia passado de uma atuação — Detetive Castle, ele admitiu. Cumpra com o acordo da minha advogada.

Chuck olhou para Nate e finalmente, desvendou o quebra cabeça. Tinha sido sensibilizado por seu amigo e não sabia. Era tudo pura atuação, porém, perguntou-se se Nate teria tido mesmo a capacidade de tentar se matar.

— Espera... Então foi tudo um teatro para me fazer falar? — questionou.

— Minha advogada fez um acordo com o juiz que planejou a liminar contra mim. O acordo foi: Se a pessoa anônima se revelasse ou declarasse perjúrio, eu teria 75% de chances de se livrar das acusações e apenas passar por uma investigação.  — falou — Graças á você, estou em liberdade. — levantou-se da cadeira com um sorriso vitorioso.

O detetive adentrou á sala, novamente e desta vez, satisfeito. Uma escolta policial, o acompanhava.

— Liberem o senhor Archibald e escoltem ele até a sua casa. — disse — Nathaniel, não poderá sair da cidade durante esse tempo de investigação. Quando acabar, alertaremos á sua família. Pode ir.

— VOCÊ ME ENGANOU! — gritou Chuck que se levantou, partindo pra cima de Nate, até ser contido pelo detetive — VOCÊ ME PAGA! NÃO SABE O QUE ESTÁ FAZENDO NATHANIEL! EU FIZ ISSO POR MOTIVOS QUE VOCÊ MESMO DEFENDERIA!

— Senhor Bass. Sente-se. — pediu Richard — A conversa será desagradável.

Chuck olhou para o detetive, receoso e cumpriu com o pedido. As coisas esquentaram pro seu lado.

De tarde, por volta de umas 14hrs, o almoço já estava sendo servido para os pacientes e visitas do hospital St. Jude’s.

— Quando o doutor trará o almoço? Estou morrendo de fome! — exclamou Dan, sentado na cama e com um sorriso no rosto.

Seguidamente, uma enfermeira adentrou ao quarto, empurrando um carrinho com três pratos ocultos por uma bandeja. Eram as refeições de Dan, Rufus e Alison. O doutor de antes, adentrou juntamente da sua auxiliar.

— Senhor Humphrey? Soube que queria falar comigo. — disse o médico.

— Sim. Vamos lá fora. — falou.

O doutor saiu do quarto e Rufus também. Fechou a porta ao sair e iniciou um breve diálogo com o médico.

— Não me informou que ele perderia a memória. — disse o pai, preocupado.

— Na verdade, eu havia citado sobre esse problema. — retrucou o doutor — Eu esperava que esse problema não se despertasse. Mas... Ele só lembrará aos poucos e as pessoas de quem ele se lembra são as mais importantes, isto é, sua família. Deverá relembrar ele dos amigos, namoradas, etc.

— E como eu faço isso? — questionou.

— Além das consultas que ele terá de fazer ao fisioterapeuta, terá de se consultar com um neurologista e um psicólogo.

— Isso vai ser um gasto e tanto para mim. Não posso bancar tudo isso. — comentou — Já bastam as contas desse hospital.

— As contas estão sendo pago, senhor Humphrey. Assim como as consultas também já foram.

— Por quem? — perguntou.

— A senhora Lily van der Woodsen. Ela é quem está bancando. — disse — Vou indo. Sugiro que ajude o seu filho na alimentação. Será um processo e tanto. Boa sorte. — falou o doutor, retirando-se dali.

Rufus voltou para dentro do quarto e observou Alison e Dan com suas refeições separadas. Alison já estava comendo, enquanto Dan, parecia dificultado em utilizar a colher. Muitas das vezes em que tentava segurar o utensílio, deixava cair.

— Filho, deixa que eu te ajude. — falou.

— Não precisa pai. Eu sei me virar. — afirmou Dan.

— Não é hora de ser orgulhoso. Vamos. — pegou na mão do filho e ajeitou. Colocou o lado segurável da colher entre seus dedos, ensinando-lhe como usar. Apertando sua mão, sem fazer força, mergulhou a parte importante do utensílio na sopa e bem devagar, caminhou em direção á boca de Dan, fazendo-lhe tomar. Repetiu o processo mais e mais vezes. Alison os olhou como se visse pela primeira vez, seu ex-marido, segurando um recém-nascido.

Serena e Kyle estavam na casa de Blair, esperando ela voltar das compras. Sua mãe, Eleanor, que estava resolvendo algumas sessões de costura para a “Waldorf Designs” é quem tinha autorizado ambos, esperarem por ela. Por fim, Blair voltou das compras e estava acompanhada de Dorota, sua empregada e fiel escudeira.

— Arrependi-me de não ter comprado aquela Prada Corsaire. Quando passarmos pela loja, não irei pensar duas... — comentou Blair com Dorota até ver a presença de Serena e Kyle — O que estão fazendo aqui?

— Viemos falar com você. — afirmou Serena.

— Não temos nada pra falar, S. Vai embora e leva seu namorado ‘oxigenado’ junto contigo. — ordenou Blair, entregando as sacolas de compras á Dorota para que levasse ao seu quarto. A empregada arregalou os olhos e saiu correndo, segurando os pertences.

— Você também ajudou o Chuck á incriminar a mim e ao Nate? Chegou até esse ponto de se vingar da gente por algo do passado? — questionou S.

— Você só pode estar louca, Serena. Não sei do que está falando. — afirmou B, sentando-se na sua poltrona, cruzando as pernas e lançando um olhar enjoativo em direção á sua amiga.

— Eu e o Nate fomos à biblioteca municipal se encontrar com o Dan, par falarmos sobre a garota do blog. Quando chegamos lá, encontramos o corpo dele. — explicou — O Chuck foi à pessoa em que ligou pra policia e nos denunciou.

— Certo. Mas ainda não achei a parte em que estou na história. Terá de ser mais convincente.

— O Bass me disse que fez o que fez contra Serena e o Nate, para te proteger das ameaças da garota do blog. — falou Kyle.

— Ameaça? Do que você tá falando? Não fui ameaçada pela garota do blog.

— Ele me disse que você foi. Mas você não sabia que estava sendo ameaçada. Ele fez isso com a Serena e o Nate, pois foi um acordo com a garota do blog. — explicou K — Provavelmente, ele pediu que você não fosse machucada.

— Ainda quero saber o motivo de estarem aqui. — disse.

— Você e o Chuck fizeram algo que possivelmente deixou a garota do blog, furiosa, ao ponto de querer machucar o Dan e prender eu e o Nate? — indagou Serena.

— Eu e o Chuck fomos apenas pra Inglaterra, Brighton á procura da Georgina. — disse ao saber que tinha uma parcela de culpa na história.

— Mas o que a Georgina tem a ver com a história? — interrogou Serena, confusa.

— Três anos atrás, naquela noite de Halloween, a Georgina procurou o Chuck para dar uma informação extra sobre a garota do blog, em troca de um cheque. — explicou — Sendo assim, eu e o Chuck julgamos que ela soubesse de mais detalhes e fomos procurar ela. Mas o plano deu errado.

— Por que deu errado? — disse Kyle.

— A Georgina presumiu que estávamos atrás dela e nos enganou. Fomos até o aeroporto procurar por ela, mas nada. O Chuck ficou alguns minutos lá dentro, procurando por ela e não encontrou. Fiquei no lado de fora, cuidando de nossos pertences na limusine.

— Como a Georgina saberia sobre vocês dois? — indagou S.

— Ela deve estar trabalhando com a garota do blog. — respondeu B — Georgina disse ao Chuck que a garota do blog é um círculo sem fim. Toda vez que a garota do blog for revelada, sempre terá um substituto. É um círculo que não para de crescer.

— Precisamos fazer algo. — falou Serena, correndo em direção ao elevador do apartamento de Blair. Clicou em um dos botões, aguardando o elevador chegar. Kyle e ela acompanharam-lhe.

— E o que vamos fazer? — questionou K.

— Temos de perguntar ao Dan onde fica o QG dele de quando era a garota do blog. Ele tem uma pasta com todos os segredos que ele nunca foi capaz de postar no blog, pois estava envolvendo o lado emocional dele. — disse — Se pegarmos essa pasta, ficamos um passo á frente da garota do blog.

— Espera aí. “QG”? Não nos contou sobre isso. — falou Blair — E nem sobre essa “pasta”.

— Você e o Chuck não são os únicos com segredinhos. — afirmou S.

O elevador finalmente chegou e para a surpresa dos três, carregava Nate como convidado. Serena se assustou com a presença dele e juntamente de seus amigos, ficou surpresa.

— Nate? Você foi solto! — exclamou Serena, abraçando seu amigo, entrando no elevador.

— Como? — perguntou Kyle, adentrando ao lado de Blair junto dos outros dois. O elevador se fechou e começou a descer.

— Minha advogada fez um acordo com um juiz de suspender a liminar contra mim caso o denunciador anônimo se revelasse ou declarasse falso testemunho. — explicou Nate.

— O Chuck te ajudou? — perguntou B.

— Não. Eu o fiz assumir a culpa. — respondeu.

— E onde é que ele tá? — questionou.

— Provavelmente preso. Pro bem dele. — disse.

Blair engoliu um seco com a revelação. Apesar da culpa ser toda de Chuck, Serena ficou arrasada com a notícia, porém, aliviada de não ver mais Nate ir preso por um crime na qual não cometeu. Ficaram na calçada, de frente ao prédio de Blair, aguardando um táxi que finalmente, tinha chegado.

Agora era o momento de se fazer justiça. Chuck permanecia de frente ao detetive Richard Castle que o interrogava pelo seu perjúrio. De vez em quando, ambos olhavam para o relógio que marcava exatamente, 15hrs e 30 minutos.

— Vai dizer que foi o Kyle Spencer que te possuiu e fez assumir toda culpa? — ironizou o detetive.

— Não vou perder o meu tempo elaborando uma defesa. — disse — Apenas quero a presença da minha advogada. Somente.

— Claro. Mas... — começou o detetive — Não tem medo de correr o risco de ser preso? Perjúrio, difamação, danos morais...

— Como eu disse detetive Castle... Quero a presença de meu advogado e sei que ele está aí.

O detetive sorriu com o desespero de Chuck e fez um sinal com a mão direita em direção á janela escura da sala. Levantou-se do assento e caminhou até a saída. Segundos depois, a advogada contratada pelos Bass, adentrou ao local e foi em direção à cadeira em que antes o detetive estava sentado. Cruzou as pernas e olhou para seu cliente.

— Olá senhor Bass. — disse a advogada com uma feição séria.

— Você é... — falou Chuck, analisando o físico da mulher sem nenhuma discrição. Ela era de fato, uma morena alta, bonita.

— Eve Rothlo. Sua advogada. — informou, colocando uma bolsa em cima da mesa.

— Seja direta com o assunto. — ordenou Chuck.

— A promotoria pode te acusar de perjúrio, danos morais, acusação falsa e difamação. — disse.

— Some a penalidade de todas e diga-me como ficaria. — insistiu.

— Três anos de reclusão e multa por perjúrio, indenização pelos danos morais, detenção de um a sei meses ou multa por acusação falsa e três meses a um ano e multa por difamação.

Chuck ficou surpreso com a tamanha penalidade que sofreria. Engoliu um seco e depois, respirou fundo, tentando pensar.

— Como posso me livrar disso? — questionou ele.

— Pode ser perdoado pelo juiz, caso declare culpa pelo perjúrio. Assim, não passará três anos de reclusão, mas terá de pagar uma multa pela mentira. — respondeu.

— Qual seria a indenização? — perguntou.

— Os danos morais são irreparáveis. Você não foi acusado diretamente disso. A acusação é mais pessoal e pode ser feita pelo senhor Archibald ou pela senhorita van der Woodsen.

— Enquanto a acusação falsa e a difamação? — perguntou, passando a mão esquerda na testa, preocupado.

— Essas duas penalidades são mais tensas. Como é seu primeiro “ato criminal” posso solicitar prestação de serviço comunitário. — explicou.

— Certo. Faça o que achar melhor. — disse.

— Solicitarei um julgamento amanhã. Tudo bem?

— Portanto que saia daqui o mais rápido possível... Sim. — respondeu.

A advogada se levantou, assentiu com a cabeça em direção á Chuck com um sorriso e saiu do local com seus pertences. Chuck abaixou a sua cabeça e voltou a pensar nos problemas que tinha causado a si mesmo e em todos.

Serena, Blair, Nate e Kyle chegaram ao hospital em que Dan estava hospitalizado. Foram diretamente á recepção, pedirem permissão para poderem visitar o rapaz.

— Queremos ver o paciente Daniel Humphrey, por gentileza. — pediu Serena.

— O horário de visitas é só daqui á trinta minutos, senhorita. Estamos em horário de alimentação. — falou a recepcionista.

— O horário de almoço já passou ou vocês estão seguindo o horário do Japão? — questionou Blair, impaciente.

— Não é horário de almoço. É um horário para a entrega dos lanches da tarde, para evitar que os pacientes fiquem com fome. — informou.

— Nós só precisamos de cinco muitos. Por favor! — pediu Nate.

— Perdoem-me, mas não posso autorizar. — afirmou a mulher.

— Esperem seus idiotas! Eu sei como resolver este impasse. — disse Blair, aproximando-se mais do balcão da recepcionista, mostrando um sorriso enorme no rosto — Oi tudo bem? Eu sou Blair Waldorf, uma das garotas mais ricas de Manhattan. Que tal fazermos o seguinte... — começou, abrindo a própria bolsa e tirando um cheque e uma caneta, começando a escrever nele — Você nos deixa ir por cinco minutinhos e em troca... Você ganha quinze mil reais. O que acha?

— Está me subornando, senhorita? — questionou a mulher.

— Eu não chamaria de suborno. Chamaria de ‘troca de favores’. O que acha? — indagou sorridente.

— Oferecer ou prometer vantagem á um funcionário público ou de iniciativa privada é um crime de corrupção ativa. Você pode pegar de um ano a oito anos de reclusão e multa. — disse ela — Então... Que tal sumir com esse dinheiro, antes que eu chame a segurança? Ou melhor... Que tal saírem daqui, antes que eu chame a policia?

Blair se afastou, um pouco sem graça. Nate e Kyle contiveram suas risadas pelo momento constrangedor de Blair. Ao perceber suas risadas, ela pisou em seus pés.

— AI! — berrou Kyle.

— Quem manda oferecer suborno a ela. — disse Nate.

— Não deveria ter feito isso, B. — comentou Serena, balançando a cabeça negativamente.

— Pelo menos eu tentei e vocês? — questionou Blair, bufando.

— Hey! Aquele não é o seu irmão, Serena? — perguntou Kyle a garota.

O grupo olhou diretamente para o jovem Eric, que estava pegando um copo de café perto da entrada do hospital. Eles se mobilizaram e foram em direção a ele.

— Eric? O que faz aqui? — perguntou S.

— Serena? Pensei que não fosse vir. A mamãe e eu viemos visitar o Dan e o Rufus. — respondeu.

— E cadê a mamãe? — perguntou.

— Foi com o Rufus e a ex-mulher dele, tomar um ar. Mandaram-me esperar aqui. — disse um pouco incomodado pelo fato de ser deixado pra trás.

— “Ex-mulher”? A Alison Humphrey? A mãe do Dan tá aqui? — questionou S, surpresa.

— Sim. Depois de anos, ela voltou para ver o filho. E eles até conversaram entre si. — disse.

— O Dan tá acordado? — interrogou Nate.

— Ele tá no quinto piso, corredor direito, quarto quatro. — afirmou.

— Não tem como nos levar, mini van der Woodsen? — pediu Blair.

Ele revirou os olhos com o pedido de Blair, mas cedeu.

— Vamos ter de ir escondidos. O que tá acontecendo? — indagou Eric.

— Contamos no elevador. Vamos! — disse.

Juntos, guiados por Eric, pegaram o primeiro elevador em que viram que levaria pro segundo piso. Enquanto subiam, Eric pediu explicações resumidas do que estava acontecendo e durante aquele tempo, foi o necessário para ele entender um pouco de tudo. Ao chegarem no L5, saíram juntos e foram novamente guiados pelo garoto. Andaram por um corredor enorme, apressadamente.

— Você já teve a chance de falar com ele? — perguntou Kyle a Eric.

— Não. O Rufus contou algumas coisas pra minha mãe, mas ela não quis dizer pra mim. Ela ama me tratar como criança. — disse — Quando chegamos aqui e fomos ao quarto dele, ele estava dormindo.

— Espero termos sorte. — disse Blair.

Finalmente, chegaram ao quarto de Dan. Ele estava deitado na cama e de olhos abertos, mexendo em seu celular. Assim que a porta se abriu, sua atenção foi diretamente pro grupo.

— DAN! — exclamou Serena, correndo em sua direção, dando-lhe um abraço amistoso. Ele ficou confuso com aquela situação — Você está bem. Graças á Deus!

— Viemos falar com você, cara. Tá tudo bem? — perguntou Nate, aproximando-se da cama com um sorriso excitante por ver o seu amigo bem. Estava preocupado com ele, desde a última vez em que o viu.

— Vejo que você não é tão fácil de derrubar, Humphrey. — falou Blair — Melhoras.

— Relaxa que vamos solucionar esses problemas. — afirmou Kyle, determinado e positivo.

— A mamãe e seus pais foram dar uma volta. Viemos escondidos, acredita? — indagou Eric, rindo.

Dan não entendia nada que eles falavam. Respirou fundo, olhou pros lados e finalmente disse algo.

— Me desculpem, mas... Quem são vocês? — questionou o rapaz, cerrando um pouco dos olhos, sem ter conhecimento de nada.

Logo então, todas as faces de felicidade mudaram para uma façanha mais séria e preocupada. Ele estaria fazendo uma brincadeira com os amigos? Os celulares de todos, menos o de Dan, tocaram em total sincronia e também vibraram, notificando uma nova mensagem. Ao mesmo tempo, eles pegaram os seus aparelhos eletrônicos e visualizaram o que a mensagem dizia.

Parece que o garoto solitário bateu forte com a cabeça mesmo!

A questão é: O quão forte foi? Boa sorte em fazê-lo relembrar!

Dizem que é melhor os problemas te esquecerem do que você esquecer deles.

— de sua admiradora secreta, Gossip Girl


Notas Finais


Espero que tenham gostado desse capítulo :3
Não se preocupem <3 Procurarei ferrar mais ainda cada um.


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