Apesar de seu encontro frustrante com Blair, Serena não poderia deixar se elevar pela raiva ou tristeza. Sendo assim, ao retornar pro apartamento em que estava hospedada com sua mãe e seu irmão, tentou planejar uma maneira de se desculpar com sua melhor amiga.
— A Blair sempre ficou orgulhosa e você sabe disso, Serena. — comentou Eric, irmão de Serena que tinha uma aparência de anão loiro, sendo mais bonito.
— Eu sei. Mas é por esse orgulho, que eu e a Blair ficamos em guerra. — retrucou a irmã, andando por todos os lados, no quarto de seu irmão.
— Por que não tenta falar com ela no Brunch?
— Brunch? — parou Serena, olhando Eric.
— Sim. Mamãe foi convidada pro Brunch da família Spencer.
— Família Spencer? Quem são?
— Pelo que eu sei, eles são novos na cidade. Mudaram-se recentemente.
— Interessante. Porém, você sabe o meu pensamento em relação á Brunch’s desconhecidos.
— É claro que sei. Mas se quer resolver seus problemas com a Blair, sugiro que vá.
— Tem razão... — suspirou Serena, sentando-se ao lado de seu irmão mais novo — Obrigada, Eric. Por isso que eu te amo!
Serena abraçou Eric tão forte e lhe encheu de beijos, que o rosto dele ficou mais vermelho, que um tomate.
A Upper East Side se destacava pela sua cultura refinada e nobre. Além disso, edifícios e mansões, marcavam todo o bairro. Em particular, a charmosa Mansão Spencer, que era de propriedade de Robert Spencer, um homem que trabalhava em um empresarial voltado á tecnologia moderna e conhecido pela sua ambição e deslocamento em países de primeiro mundo.
De manhã, um jovem de cabelos loiros de tamanho médio e desarrumados, corpo esbelto e pele clara, estava no jardim de sua mansão, sentado em um banco e lendo um livro, quando fora interrompido por sua empregada, que lhe chamava pelo nome.
— KYLE! KYLE!
O Jovem revirou os olhos, por causa da interrupção de sua empregada e focou sua atenção na senhora.
— O que foi Moira? — indagou Kyle Spencer, olhando para ela.
— Seu pai insistiu que você fosse se arrumar, para ir ao Brunch dele.
— E que diferença faz a minha presença? Estou cansado de em todos os lugares sempre fazer o mesmo. Diga á ele que eu não vou.
— O senhor Robert disse que é fixo.
— O quê é fixo?
— Sua estadia.
— COMO? NÓS VAMOS FICAR AQUI? QUE INCRÍVEL! NÃO PODERIA SER PIOR. — retrucou Kyle, sarcástico.
— Ora, rapaz! Dê uma chance ao seu pai!
— Já dei muitas chances á ele, Moira. Canadá, Londres, Austrália! São uns dos lugares que meu pai dizia que moraríamos! Acha mesmo que vou acreditar que ele não vá se mudar, depois? É sempre assim! Só falta uma proposta. — afirmou Kyle, fechando o livro com força e levantando-se do banco, revoltado.
— Mas senhor Kyle...
— Diga ao meu pai que se ele quiser que eu vá ao Brunch, que ele mesmo venha me buscar! — exclamou ele, dando as costas pra empregada, saindo do jardim e caminhando em direção á saída da residência.
Enquanto isso, Blair andava ao lado de Dorota pelas ruas da Upper East Side, fazendo compras. A empregada carregava várias bolsas de sua patroa, enquanto Blair prosseguia aborrecida, falando pra sua fiel escudeira a sua conversa com Serena.
—Ela teve a audácia de aparecer na escola, na frente de todo mundo! — comentou Blair, enquanto Dorota á olhava surpresa — O que faço Dorota?
— Senhorita Blair, você deve se resolver com a senhorita Serena!
— NÃO! Serena me abandonou. Como eu posso ser amiga de uma pessoa que abandona quem ama?
— Talvez se as duas conversarem chegarão á um consenso. Dê a chance dela se explicar, senhorita Blair.
— Falando dela... — disse Blair, parando no meio da calça, juntamente de Dorota. Sua atenção foi em direção á Serena, que estava no outro lado da rua.
A loura estava saindo de uma lanchonete, a procura de um táxi. Durante a espera, Serena pode notar Blair e Dorota, lhe observando. Acenou para elas, porém, fora ignorada por B e quase por Dorota, se a morena não tivesse a interrompido. Continuou esperando um táxi e voltou a fitar sua ex-amiga, que agora havia entrado na loja Bendel’s.
Repentinamente, Serena recebeu um esbarrão que deixou o seu cappuccino cair no chão. Quase que fala mal de quem lhe esbarrou, até ver quem era.
— Nate? Não acredito! É você mesmo! — Serena se aproximou do rapaz e lhe deu um abraço forte de saudades. Nate Archibald era um garoto esportista de cabelos castanhos, corpo definido e beleza admiradora. Era um dos garotos mais populares do St. Jude’s.
— Serena? Meu Deus! — exclamou surpreso, correspondendo ao abraço dela e preenchendo um dos lados da bochecha rosada dela, com um beijo afetivo. Cessaram abraço. — Quando foi que voltou?
— Ontem. Fui á escola, mas... Não estava me sentindo bem.
— A Blair deve ter ficado louca em te ver.
— É mais fácil a Blair ter desejado que eu estivesse morta do que desejado a minha volta. — comentou, gargalhando juntamente de Nate. — Vai ao Brunch dos Spencer’s?
— Vou sim. Meu pai está tentando se tornar sócio da empresa dele. Vou apenas pra dar uma forcinha. E você?
— Minha mãe me obrigou ir. Você a conhece.
— Sim. — comentou, sorrindo. Ocorreu um longo silêncio e troca de olhares entre ambos.
— Bem... Nos vemos no Brunch? — indagou Serena, positiva.
— Claro claro. — Serena fez um sinal pro táxi parar e assim o fez.
Despediram-se um do outro e tomaram seus rumos.
O Brunch era um evento social de origem britânica, que ocorria entre o turno da manhã e tarde. As famílias da elite de Upper East Side tinham esse costume de se reunir com familiares e amigos para celebrar algo. Ovos mexidos com bacon, frutas, panquecas, café, cereais, tortas, doces, etc, eram uma das refeições servidas no Brunch. Este ano, o Brunch seria prestigiado por Robert Spencer e sua família. Convidados já se encontravam em sua residência, para apreciar o evento.
Blair se encontrava no salão do Brunch, acompanhada de Nate.
— Eu me encontrei com a Serena. Você já conversou com ela? — indagou Nate.
— Já. Posso dizer que não foi uma conversa agradável. — respondeu Blair, revirando os olhos e mantendo um sorrisinho falso nos lábios.
Nate arregalou os olhos para Blair, surpreso com a situação. Ele imaginava que o encontro das duas seria mais épico e amigável. No lado de fora da mansão Spencer, Serena estava acompanhada de sua mãe e seu irmão, andando pelos jardins.
— Lembre-se Serena: Sorria e seja educada com os outros convidados. — insistiu Lily.
— Eu sei, mãe. Ser falsa e falar com quem não quero. Já entendi. — resmungou Serena que percebeu o olhar feio de sua mãe e os risos de seu irmão mais novo.
Lily e Eric caminharam até a entrada e foram diretamente pro salão, enquanto Serena decidiu ficar um pouco nos jardins, pensando se devia fugir de suas responsabilidades ou encarar elas. Fechou os olhos, respirou fundo e quando os abriu, já estava decidida: Virou-se para completar seu percurso até a porta de entrada, porém, acabou esbarrando no garçom que derramou champanhe em seu vestido cor creme e tomara que caia.
— Ah! — assustou-se Serena.
— Por que não olha por onde anda? — indagou o garçom loiro e corpulento.
— Como assim a culpa é minha? Você que estava atrás de mim!
— Não importa patricinha. Talvez se tivesse sido mais cuidadosa, não teria derramado o champanhe!
— Patricinha? — indagou Serena, sorrindo de modo sarcástico — Olha, eu não estou em um ótimo dia, então... Se eu fosse uma PATRICINHA de verdade, garanto que já tinha falado com seu superior. Mas eu não me chamo BLAIR WALDORF. — comentou Serena, lembrando-se de sua amiga/rival que reagiria com raiva.
— Espero que não te confundam com uma bêbada, a julgar pelo seu vestido. — comentou o rapaz, irônico.
Serena com raiva, não perdeu a chance. Enquanto outro garçom passava por ali, segurou uma taça de champanhe e jogou o líquido no rosto do garoto louro.
— Ops. Desculpe. “Espero que não te confundam com um bêbado, a julgar pela sua cara”. — retrucou Serena, vitoriosa.
O rapaz bufou, com raiva. Antes mesmo que voltassem a brigar, Serena lhe deu as costas e entrou no salão.
Assim que chegou ao salão do Brunch, diversos olhares focaram nela. Principalmente o de Blair e suas minions. Ficou afastada do grupo e perto de sua mãe e seu irmão.
— Serena o que aconteceu com você? — interrogou Lily.
— Um garçom derrubou champanhe em mim. — respondeu.
— Era gato? — perguntou Eric, rindo baixinho de sua irmã.
— Não costumo reparar em otários.
— A-Ah. Espero que isso não fique negativo pros van der Woodsen’s, Serena! — exclamou Lily.
Serena não deu ouvidos á sua mãe e apenas aguardou que o evento iniciasse.
Blair ali no canto conversava com suas minions e Nate, até Chuck Bass se aproximar do grupo.
— Viram a Serena? Está mais molhadinha do que a última modelo que estive em meu apartamento. — comentou Chuck, cínico.
— Não seja tão idiota, Chuck. — comentou Blair.
— Talvez devêssemos ir falar com ela. — sugeriu Nate.
— Vejo que os sentimentos voltaram. — ironizou Chuck.
Blair olhou feio para Chuck, depois voltou a observar Nate e segurou em sua mão. Serena agora se aproximava deles.
— Oi turma. — cumprimentou.
— Oi Serena! — exclamou Nate, cumprimentando-a de volta, animado e sorridente.
—Vejo que não mudou nadinha. — comentou Chuck, olhando-a da cabeça aos pés — Talvez os seios. Ficaram bem maiores.
— Chuck não mudou mesmo. — retrucou Serena, lançando um olhar negativo pra ele.
— Já outras, mudam totalmente. — falou Blair, indiretamente.
As duas trocaram olhares, como se estivessem planejando uma Guerra Fria que nunca começaria.
— Vou indo, pessoal. Nos vemos na escola? — questionou S.
— Sim. — respondeu Nate e Chuck, em coral.
— Não se esquece de levar bebida. Lembra? — disse Blair, irônica.
— Não se esquece de levar o Nate. Lembra também? — disse Serena, retrucando a ironia. No momento, Chuck e Nate estavam distraídos pra ouvir aquilo. A loura se distanciou da morena, enquanto uma sorria de modo irônico e outra fazia uma careta de raiva.
O Brunch iria se iniciar. A secretária de Robert Spencer se colocou á frente de todos, pedindo suas atenções. Logo em seguida, iniciou um discurso.
— Obrigada pela presença de todos. A família Spencer, em especial o senhor Robert, agradece por todos estarem aqui. É com muito prazer e orgulho que anuncio que esta família Honrosa irá se estabelecer na Upper East Side com seus negócios, com objetivo de gerar lucro, parcerias e amizades. É com muito prazer que chamo agora, ROBERT SPENCER! — falou a mulher baixinha e de cabelo ruivo, corte Chanel que se retirou.
Um homem de aparência semelhante á de um alemão, alto, poucos cabelos loiros e barba de mesma coloração, bem feita, se colocava no lugar da sua secretária para discursar. Fora bem recebida com aplausos de todos os convidados.
— Fico grato com a presença de todos em meu primeiro Brunch, em Manhattan. Eu sou Robert Spencer, dono do empresarial Spencer Technology e é de bom grado que anuncio a minha estadia, na Upper East Side. Meu objetivo é obter parcerias, laços e lucros, com minha empresa. Espero conhecer todos bem no futuro, quaisquer reunião comigo, comuniquem á minha secretária, Vivianne. — comentou o homem, sorrindo — E gostaria de chamar uma pessoa em especial, que sempre me auxiliou com tudo. Meu querido filho, Kyle Spencer!
Os convidados voltaram a bater palmas pelas palavras do homem. O filho dele, Kyle, passava entre as pessoas, até se colocar á frente deles ao lado de seu pai. O garoto vestia uma roupa semelhante ao de um garçom e parecia emburrado por estar no meio de tanta gente desconhecida.
Serena olhou para o garoto. Cabelos loiros, corpulento, visual estilo Pinguim e logo o identificou: era o tal garçom que havia discutido mais cedo.
— Eu não acredito! — exclamou Serena baixinho, para sua mãe e seu irmão.
— O que foi Serena? — indagou Lily e Eric, quase ao mesmo tempo.
— Ele é o garoto otário que eu discuti.
— Ele? Ele é o garçom? Serena! — disse Lily, olhando furiosa a sua filha.
— Ele estava segurando uma bandeja com taças cheias de champanhe. O que queria que eu imaginasse?
— Mana, se você não repara em otários, eu sim. Ele é gato. — comentou Eric, gargalhando. De fato, Kyle Spencer era bonito.
Serena ficou surpresa com tudo aquilo. Permaneceu em silêncio e voltou a observar Kyle. Quando menos esperava, seu olhar se cruzou com o do garoto louro que antes estava discutindo. Ela, agora pensava se ele tinha feito aquilo, para testar-lhe.
Sentiu seu celular vibrar e o pegou. Desbloqueando-lhe, visualizou a mensagem do aparelho que dizia:
Não lhe ensinaram modos, S?
É melhor ignorar o passado, mas aprender com ele.
Caso contrário, a história arranja um jeito de se repetir.
- xoxo, GG
Era a segunda mensagem que Serena recebia da (o) tal “GG”. Respirou fundo e olhou para os lados, tentando descobrir quem havia lhe enviado aquela mensagem anônima.
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