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História Reputações - A arte do segredo - Out Of The Woods?


Escrita por: SrSpellman

Notas do Autor


No capítulo anterior: A rotina escolar do sexteto, retornou; Blair e Chuck se encontram em um clima de guerra, enquanto Serena parece lidar-se com seus problemas de superação; Serena inicia um novo relacionamento com Carter; Jenny retorna á Constance; Há uma nova professora estranha de literatura; Katherine e Coin planejam algo.

Capítulo 26 - Out Of The Woods?


10 de agosto de 2016

“Querido diário. A semana tem sido pesada, eu sei. Mal tenho escrito e te contado sobre o que estou passando. Ou na verdade, não passando. Desde quando deixei que minha vida se tornasse monótona? Bem... Tem algo que você merece saber. Tive um ataque contra o Chuck no meio da aula de literatura. Por causa disso, a nova professora — que é uma megera — nos obrigou a ter de fazer um trabalho juntos — o que será difícil pra mim — sobre a peça de Hamlet.

Pra piorar, não sou a única que estou em surtos. A Serena também está. Parece que apesar do luto que passou, ela não consegue desapegar do próprio irmão. Mas quem a julgaria? Ela por um minuto pareceu ter visto ele, o que é muito estranho. Será que ela está mentindo para si mesma que superou ou é apenas saudades?

Bem, amanhã o Chuck estará provavelmente aqui. Apesar de estranho, sinto saudades dele. Mas não posso me permitir a estar ao lado de um homem que não consegue expor seus sentimentos para sua amada ou dizer as três palavras com sete letras. Preciso ser forte.

De sua querida e amada amiga, Blair.”

11 de agosto de 2016 (Atualmente)

— Dorota! — berrou Blair, enquanto descia as escadas de sua morada.

— Sim, senhorita Blair? — indagou a empregada com os olhos arregalados, confusa.

— Preciso que você busque a minha mãe no aeroporto e avise á ela que o motivo de eu não ir é por estar realizando um trabalho em dupla. E como hoje é Black Friday, passe em algumas lojas e compre roupas que você julga eu usar. — ordenou a garota, ao descer.

— Certo. — disse — Na casa da senhorita Serena, não é?

A garota parou no caminho, olhou para os lados e engoliu um seco. Virou-se para a empregada, forçou um sorriso e lhe respondeu.

— É claro Dorota! Com quem mais eu faria trabalho se não fosse com minha melhor amiga?

A empregada á olhou de modo desconfiado.

 — Tudo bem. Avisarei á ela.

— Obrigada. — disse Blair, pegando a bolsa, dando as costas á empregada e saindo dali, indo de encontro com Chuck.

Apesar das ocupações que a todos tinham, a pequena J era quem mais batalhava. Estava dentro da loja da bloomingdale’s, assinando um contrato num balcão, para o seu estágio na loja. Precisava ganhar dinheiro e a única forma de conseguir era trabalhando.

— Muito obrigada pela oportunidade. Não vou decepcionar. — disse Jenny, animada.

— Sei que não. Eleanor Waldorf nos deu você como referência. — retrucou a mulher — Se a Eleanor disse que você é ótima, então você é.

— Bem e quando eu começo? — questionou Jenny.

— Na próxima segunda-feira ás cinco. Não se atrase. — falou, entregando á Jenny uma pasta marrom — Até segunda.

— Até. — respondeu com um sorriso no rosto, segurando a pasta e indo em direção á saída.

Infelizmente, o importuno aconteceu. As malvadinhas, vulgo, grupinho da Blair, surgiram entrando na loja. Jenny ao vê-las, não pensou duas vezes e se escondeu entre alguns manequins da loja. À medida que o quarteto andava, Jenny se deslocava até derrubar um cabide no chão e atrair á atenção das meninas que estavam na entrada. Após elas á ver, olharam entre si e foram andando até Jenny, enquanto suspirava de raiva.

— Ora, ora, se não é a Jenny Humphrey. — disse Penélope com um sorrisinho sonso nos lábios, junto das outras meninas — O que faz por aqui? Sei que pessoas que moram no Brooklyn não possuem o necessário para vir comprar aqui.

— Na verdade Penny, ela agora mora com os Van der Woodsen’s, então ela tem dinheiro, eu acho. — disse Hazel, morgando a amiga.

— Que seja. — retrucou Penélope — Uma rata do Brooklyn sempre será uma rata do Brooklyn. Mesmo que vista roupas tão caras, sempre será uma gata borralheira.

Jenny revirou os olhos e passou pelas garotas, até Isabel esbarrar na garota, juntamente de Penélope que colocou o pé no caminho, suficiente para fazer a garota cair. Após a queda dela, as quatro riram e se afastaram. A loura ficou caída no chão por alguns segundos, tentando conter as lágrimas de choro com a humilhação. Foi resgatada então por uma garota morena que se aproximou dela e ajudou-lhe á se levantar.

— Você está bem? O que aconteceu? — questionou á garota.

— Eu estou bem. Obrigada. — respondeu Jenny, suspirando.

— Aquelas garotas são umas idiotas. Por que elas fizeram isso com você? — indagou.

— Adivinha. — afirmou Jenny, olhando para ela e esperando alguns segundos para que ela pudesse responder — Você pode ser milionária, mas mesmo assim, nunca vão te aceitar por ter vindo do fundo do poço.

A garota morena olhou para Jenny, quase conseguindo compreendê-la. Revirou os olhos, enquanto ela não via e disse:

— Você não deveria se preocupar com a opinião dessas vadias. Além do mais, é você quem um dia pode fazer história e não elas. Elas são o tipo de garotas que vão casar com o garoto mais otário da escola, ter o filho mais mimado do mundo e ficar em casa fazendo aulas de dança, vivendo de fofocas e intrigas. — disse — Mas você não. Você será uma garota de sucesso que um dia irá esbanjar a sua marca, para quem não acredita em você.

Jenny ficou bem com as palavras da desconhecida e sorriu. Não imaginava que tudo aquilo era verdade, mas por incrível que pareça, era.

— Obrigada. — disse Jenny, esperançosa — A propósito, o meu nome é Jenny. — afirmou, estendendo uma das mãos para cumprimenta-la.

— Prazer. Katherine Pierce. — disse ela, apertando sua mão.

Enquanto o olhar de Jenny parecia de uma garota inocente e esperançosa, o olhar de Katherine parecia de pura malícia e maldade. Ao se conhecerem, as duas saíram juntas da loja e aproveitaram alguns minutos no caminho, para conversarem.

O táxi de Blair finalmente chegou ao destino do endereço enviado por Chuck ao celular da garota. Ela parou de frente á um hotel chamado “Empire” e por um minuto questionou se estava no lugar correto, até avistar um carregador de malas que se aproximou dela.

— Senhorita Waldorf?

— Sim. O que deseja?

— O senhor Chuck me avisou sobre sua vinda. Peço que siga-me até o aposento.

O homem se virou e começou andar, enquanto Blair, ainda confusa, seguia o homem. Entraram num elevador e o viu clicar no último botão que era o décimo primeiro andar, sendo a cobertura. Aguardou por uns dois minutinhos no elevador, até ambos saírem. O homem guiou Blair até o maior dos aposentos daquele hotel que parecia presidencial. Bateu na porta e se afastou, indo embora. Segundos depois, Chuck apareceu abrindo-a.

— Chegou cedo. — disse ele com uma blusa social meio aberta e segurando um copo de whisky.

— Quanto mais cedo, melhor eu me livro de você. — disse Blair, arqueando um sorriso nos lábios, convincente.

Chuck abriu a porta melhor, até uma mulher passar por eles.

— Nos vemos amanhã, Rebekah. — disse ele, despedindo-se da mulher loura de vestido azul e com decote que saiu dali.

Blair não poupou julgamentos mentais e fez uma careta. Entrou no apartamento e olhou ao redor.

— Por que estamos nesse hotel? — questionou.

— Meu pai está em negociação com uma investidora secreta para poder comprar o Empire.

— Se a tal da “Rebekah” é a investidora, eu não diria que é tão secreta. — afirmou Blair em tom de deboche.

Chuck riu e olhou fixamente para a garota com uma feição de malícia.

— A Rebekah é correspondente dessa investidora. Nada mais.

— E o que a Rebekah é sua? — questionou.

— E por acaso importa? — retrucou a indagação.

Olharam-se nos olhos por alguns segundos, como se estivessem novamente, travando uma guerra.

— Vamos começar o trabalho? Não tenho tempo á perder. — afirmou, indo se sentar no sofá, cruzando as pernas.

Ele riu. Foi em seu quarto. Pegou os materiais e voltou. Assim, começaram com seus deveres.

Ser escritor não era nada fácil para Dan. Principalmente por estar escrevendo um livro sobre tudo e todos ao seu redor com mínimas alterações. Passava horas no notebook, parecendo uma estátua. A barba já estava grande e ainda não se dava conta que precisava voltar á vida real.

— Filho, vou sair com a Lily e depois leva-la pra jantar. Tem direito no balcão pra você e a Jenny pedirem uma pizza. — disse Rufus.

— Tá. — respondeu Dan, seco.

O homem se aproximou do filho que estava no sofá do apartamento e abaixou a tela do notebook. Dan olhou para Rufus, confuso.

— O que foi?

— Precisamos conversar. E logo. — anunciou.

— Agora não dá. Estou em um capítulo importante. Não posso parar. — alertou Dan.

— Filho, o que está acontecendo? Você fica o dia todo nesse notebook, mal conversa com todos e quando fala é apenas na hora das refeições.

— Desculpa pai, mas infelizmente a vida de um escritor é corrida. — justificou-se.

— Isso não é motivo para viver fora do mundo. Seu cabelo tá grande, sua barba tá grande e até começo a desconfiar sobre você estar usando a mesma cueca ou roupa.

— Pai, eu estou bem. Sério. Estou indo á escola, estudando, já comecei tirando notas boas. Quando eu volto pra casa, estudo e no meu tempo livre, eu escrevo. Qual o problema nisso?

— O problema é que somos uma família e você parece estar se excluindo dela. — respondeu Rufus — Cadê a Serena?

— Tá na escola. Ela disse que ia estudar com um grupo de meninas. — respondeu.

Mas na verdade, ela não estava estudando. Estava fazendo algo mais indecente. Em uma das salas da Constance, encontrava-se em cima de uma das carteiras, aos beijos e agarrados com seu novo namorado, Carter Baizen. As mãos do rapaz estava em sua cintura, enquanto os braços da garota em torno do seu pescoço, aproveitando cada momento saliente ali. O beijo pausou por um tempo com um alerta do rapaz.

— Espera! Você atrasar seu horário do remédio. — disse ele, olhando para ela.

— Não se preocupe, tomo depois. — afirmou ela, beijando o pescoço dele.

— Tem certeza? Da última vez... Não foi tão legal. — ele falou, preocupado.

Serena olhou em sua direção, constrangida. Revirou os olhos e desceu da mesa, ajeitando suas vestimentas. Deu as costas ao rapaz e tirou da própria bolsa um pequeno pote de forma cilíndrica e estampa laranja, um remédio e tomou-lhe. Pegou a garrafa d’ água ali dentro e bebeu um gole. Virou-se pra ele e disse:

— Feliz? — questionou ela, forçando um sorriso e com raiva.

— Olha, não precisa ficar com raiva de mim. Eu só penso no seu bem estar.

— E pensa no seu também, não é mesmo? Eu sei que tive um surto e te ataquei uma vez, mas não quer dizer que ficarei maluca toda vez que ficar sem tomar meu remédio.

— Eu confio em você. — disse — Não é atoa que eu te amo.

Os dois se olharam de forma fofa e finalmente Serena cedeu aos encantos do rapaz. Aproximou-se dele e o puxo, selando um beijo demorado. Ficaram naquele clima por alguns minutos, até a garota ouvir algo estranho como um barulho de correntes.

— O que foi isso? — questionou Serena, ao ouvir um suposto barulho.

— O quê? — questionou ele, confuso.

— Eu ouvi um barulho estranho. — afirmou, puxando o garoto pela mão e saindo da sala.

No meio do corredor vazio, Serena procurava a origem do problema. Olhou para os lados e não encontrou. Foi quando novamente ouviu o barulho das correntes e se assustou.

— Ouviu agora? — perguntou.

— Eu não tô ouvindo nada, S. — respondeu.

Curiosa, direcionou sua atenção em uma das salas ali presentes. O barulho parecia estar vindo de lá. Segurou firme a mão do namorado e andou devagar até se aproximar da porta aos poucos. O ritmo dos seus batimentos cardíacos parecia rápido e o suor escorria de sua testa com o nervosismo. Assim que se aproximou, girou a maçaneta e respirou fundo. Por fim, abriu a porta e viu a causa do problema. Arregalou os olhos, surpresa com o que viu.

— Kyle? Nate? O que fazem aqui? — questionou ela, confusa.

Os dois garotos estavam em atividade, resolvendo um experimento complicado de química. Com a aparição de Serena, eles também pareciam confusos com a presença da loura.

— Estamos fazendo trabalho de química. E você? O que faz aqui? — questionou Kyle.

— Bem, eu vim fazer um trabalho também. — disse ela, comprometida.

— E eu vim ajudá-la. — disse Carter, surgindo para mais próximo da entrada com um sorriso.

Nate não manteve atenção nos dois, pelo contrário, pareceu ignorar toda aquela ceninha e continuar com o trabalho. Já Kyle, parecia desconfiado.

— Hum, legal. Trabalho de quê? — questionou.

— Geografia. — respondeu Serena.

— Biologia aplicada. — respondeu Carter ao mesmo tempo.

O casal se entreolhou, constrangidos. Kyle deixou escapulir um riso diante da gafe de ambos.

— Assuntos bem interligados, não é mesmo?

— A propósito... Vocês ouviram um barulho de correntes? — questionou.

— Não. Pensávamos que poderia ser provavelmente o zelador da escola. — respondeu Kyle.

— Ah sim... — disse Serena, compreensível.

— Tenho de ir, S. Nos vemos mais tarde na sua casa? — indagou Carter, beijando a bochecha da garota.

— Claro. — respondeu com um sorriso.

Após o rapaz sair, fechou a porta e deixou o trio ali na sala, sozinhos. Nate ainda não olhava para Serena, apenas fazia algumas misturas. O silêncio reinou no local até ser quebrado por Kyle.

— Quanto tempo juntos? — questionou.

— Uns quatro ou cinco meses. Sempre perco as contas. — respondeu.

— E pensar que um dia a gente já suspeitou dele trabalhar com a garota do blog. — afirmou, rindo.

— Pois é.  — disse ela, acompanhando as risadas.

— CONSEGUI! — exclamou Nate, animado.

— O que foi? — indagou Kyle.

— Consegui finalmente fazer a coloração da reação ficar avermelhada. — respondeu — Agora é só misturar com aquela outra reação e pronto!

— Ah... Melhor não. Ambas reações não se misturam, pode apresentar falhas. — alertou Serena.

— Quem é você? Robert Boyle? — ironizou o rapaz.

Serena deu de ombros. Nate fez a mistura e a sua coloração mudou para uma laranjada. Tanto ele como Kyle comemoraram com a vitória, até a reação começar a espumar, mostrando os primeiros indícios de que algo estava errado ali. Os dois se afastaram ao ver a situação da mistura que estava prestes á explodir e quando aconteceu, abaixaram-se. O chão da sala estava agora sujo, assim como sua bancada. Os três se levantaram nervosos.

— Eu disse que daria errado.

— Você sempre tem que se intrometer, não é mesmo? Sempre tem de estragar tudo. Parece que não se cansa. — desabafou Nate.

— Do que é que você tá falando? — perguntou Serena, confusa.

— É... Vou ir buscar um esfregão pra limpar. Já volto. — falou Kyle, saindo dali para não ter de enfrentar aquela tensa conversa, mas ao mesmo tempo, de fato, foi procurar algo para poder limpar a bagunça ali.

— Esquece Serena. É impossível pra você, compreender um alguém. — afirmou.

— Você ainda tá com raiva de mim sobre o que aconteceu no passado? Eu já disse que nosso término foi uma reação da garota do blog. Ela me obrigou na época. Era terminar com você ou preparar seu funeral. — lembrou — Você não tem o direito de me julgar.

— Não tô com raiva por isso, Serena. É por outra coisa. — disse, virando-se de costas pra garota, enquanto estava na janela da sala.

— E pelo que é então? — questionou.

Ele engoliu um seco e respiro fundo, enquanto olhava a vista. Virou-se para a garota, enquanto o brilho do sol que atravessava a janela parecia impactar-se diante do lado de sua face.

— Eu... — antes mesmo que completasse a frase, foi interrompido.

Um grito ecoou por todo o corredor, parecendo um ato de desespero. Era de Kyle. Assim que Serena e Nate ouviram o grito, partiram apressadamente da sala em direção ao final do corredor até a saída. Assim que saiu, viu Kyle que estava mais pálido que o normal e nervoso, de frente á portaria da escola.

— Ky, o que foi? — questionou Nate, preocupado.

— O-Olhem p-pro alto. — disse ele, apontando para o que estava pendurado.

Ali em cima, amarrado á uma das pilastras da entrada do colégio estava um corpo preso com um arame em seu corpo, principalmente um no pescoço que deixava uma linha marcada por sangue. Os pingos caíram sobre o chão, atingindo quase a ponta das solas de seus calçados. Quem estava morto ali, era o professor Jackson. A reação dos três não foi uma das melhores. Serena estava pasma, enquanto Nate estava congelado e Kyle entrando num ataque de pânico. Porém, o que os três mais perceberam foi um símbolo desenhado com o próprio sangue da vítima, em sua testa. Era um triângulo com um olho no meio.

Enquanto o trio passava por um problema, Blair passava por outro. Ela e Chuck já tinham preparado pelo menos umas cinco folhas sobre a peça de Hamlet, até ficarem cansados. Blair sacudia as mãos no ar, tentando passar o cansaço.

— Melhor acabarmos o restante em outro dia. — sugeriu ela.

— Pelo menos algo na qual concordamos. — disse ele, fechando os livros e olhando para ela com um sorrisinho — Tá a fim de fazer algo?

— Com você? — questionou ela, rindo — Não. Acho que já vou.

— Não vai. É sério. Fica um pouco e me fala sobre sua administração nos desfiles da sua mãe em Paris. — insistiu ele, ligando a televisão e deixando o barulho dela, rolar.

Ela revirou os olhos e voltou á observá-lo, notando sua feição.

— Tá. Eu conto. — disse — As modelos são bonitas. Além disso, maioria delas são legais. Tirando uma que não obedecia ao que eu pedia e então pedi á minha mãe que demitisse ela.

— E como se divertiu lá? — questionou ele, sem desviar sua atenção da garota.

— Como sempre, segui a tradição de ir com meu pai na Torre Eiffel. Aproveitei uns croissants. E comprei vários perfumes.

— Sabia que você ficou mais bonita do que já era, quando voltou de Paris? — questionou ele, alisando uma das mãos da garota e aproximando sua cabeça para mais perto.

— Espero que não tenha sido uma cantada para me surpreender. — falou ela com a respiração ofegante devida á aproximação dele.

— Com certeza não é... — finalizou, onde quando ambos estavam prestes á se beijarem, mudaram de ideia e olharam para a televisão ao ouvir o acontecimento.

Tanto a repórter como a polícia e o instituto médico legal, já estavam presentes na escola da Constance Billard. A notícia já estava espalhada por toda Upper East Side.

— De acordo com informações, um grupo de jovens foi responsável por encontrar um cadáver preso á uma das pilastras do colégio misto da Upper East Side. O corpo foi identificado como Jackson Whitmore, um dos professores do corpo docente que antes era responsável pela disciplina de literatura. Não se sabe o autor do assassinato do homem, porém algo chamou bastante á atenção da mídia e da polícia. — disse a repórter.

— O professor Jackson? Ai não! Mas ele não estava doente? — questionou Blair.

— Os legistas ficaram impressionados ao realizarem a identificação. A causa da morte foi enforcamento á partir de um arame que ao mesmo tempo perfurou o pescoço da vítima. A polícia se questiona sobre a forma do assassinato ser tão incomum, principalmente pelo fato da vítima ter um símbolo estranho em sua testa. Alguns suspeitam que a tática esteja ligada á magia negra. Em breve, traremos mais notícias.

— Precisamos ir. Rápido! — disse Chuck, saindo com Blair dali em disparada.

Katherine e Jenny tinham passado metade da tarde, juntas. Foram á cafeteria, praça e outros lugares. Caminhavam agora pela rua até cruzaram um caminho que dava no colégio. Perceberam o tumulto e resolveram se aproximar, até avistarem Dan.

— Jenny! Eu te ligarei faz horas! — exclamou Dan, preocupado.

— Desculpa, a bateria descarregou. Estava com a Katherine. — disse Jenny, apresentando-a — Kath, esse é o meu irmão, Dan. Dan essa é a Katherine.

— Prazer Katherine. — disse ele, cumprimentando ela com um sorriso.

— O prazer é todo meu. Mas pode me chamar de Kath, se quiser. — alertou ela, retribuindo o sorrisinho — O que aconteceu?

— Encontraram um cadáver preso no alto da entrada da escola. — respondeu.

— Quem era? — questionou Jenny, horrorizada.

— Era o professor Jackson, Jenny. — disse ele, decepcionado.

— Ai não... — comentou a garota, pra baixo.

— Pensei que aqui fosse mais normal, mas pelo visto não é tanto assim. — disse Katherine — Prenderam o assassino?

— Sem suspeitos. Nenhuma digital. — ele respondeu.

— Quem encontrou o corpo? — indagou Jen.

— O Kyle encontrou enquanto procurava materiais de limpeza. Ele deu um grito e a Serena com o Nate foi ver o que estava acontecendo. Então... Viram o corpo do senhor Whitmore.

— Estou abismada. — afirmou Katherine, fingindo surpresa.

Segundos depois, uma limusine surgiu ali e parou na esquina, deixando Chuck e Blair. A dupla correu em direção ao trio de frente á escola.

— Todos estão em? O que aconteceu exatamente, Daniel? — questionou Chuck.

— Kyle encontrou o corpo e a Serena com o Nate foi atrás ele e viram. — respondeu ele.

— Estão supondo que foi magia negra. — comentou Blair.

— Uma prática bem medieval e tradicional. Quem fez isso, certamente não conhece facas ou armas de fogo. — afirmou Katherine, atraindo á atenção de Chuck que logo ficou encantado com a figura da garota.

— Quem é você? — questionou ele com um tom de voz sensual.

— Katherine. Prazer. — disse ela, estendendo uma das mãos pro rapaz.

— O prazer é todo meu. — retrucou, beijando as costas de sua mão com carinho.

— Blair Waldorf. Prazer. — disse a garota, interrompendo o momento e sacudindo a mão de Katherine, cumprimentando-a — Precisamos falar com os outros.

— Olha lá! O pai do Kyle chegou. — alertou Dan, apontando pra um homem que saía de uma caminhonete e abotoava seu terno.

 Katherine não poupou olhares para o coroa. Ela sabia quem ele era e sabia sobre toda sua trajetória. Ao ver a figura, lembrou-se das palavras de Coin, sua chefe. Foi quando teve um devaneio em sua mente, passando por um flashback.

— Não se engane com Robert Spencer. Tudo que vem dele é falso. Quase comprometeu nosso grupo. Ele fez coisas na qual se arrepende até hoje. Quando tentou sair do círculo, queria nos entregar, mas nós retrucamos á ameaça. Com isso, ele fugiu. O procuramos durante um tempo e nada. — comentou Coin, andando por um corredor escuro com a garota.

— Mas o que ele fez de tão ruim cujo se arrepende tanto? — questionou.

— Você saberá. — respondeu, enquanto conduzia Katherine — Robert nunca foi um homem bom. Nem com o próprio trabalho e nem com a família. Tanto que abandonou uma das maiores dádivas de sua vida. Ele sempre foi corrupto, ansiando pelo poder e a glória. Em uma época, foi capaz de fazer algo que nunca imaginou pelo dinheiro.

— E o que ele fez? — ela perguntou.

— Entre e saberá. — respondeu Coin, abrindo a porta pra Katherine.

Receosa, Katherine ficou um pouco pensativa. Respirou fundo e adentrou á sala indicada por Coin. Segundos depois, a porta se fechou para ela, deixando-a trancada. Com medo, Katherine começou a bater na porta com força, pedindo socorro. Após isso, o local em que estava foi bastante iluminado. Havia várias televisões. Antes que pudesse se virar, levou um soco no rosto que a fez desmaiar.

O suficiente para fazer ela voltar á realidade.

— Katherine? Você tá bem? — indagou Jenny.

— É... Tô sim. Só estava pensando em algo. — respondeu ela com um sorriso forçado.

Robert Spencer foi até o filho que necessitava de um abraço do pai, naquele momento. Mas não o teve. Ao invés disso, os dois pareciam discutir num canto. Lily e Rufus estavam acompanhados de Serena, prestando depoimento. Enquanto os pais de Nate também o acompanhavam.

— Será que devemos nos preocupar com isso? — indagou Blair ao grupo.

— Claro que não. Deve ser só alguém querendo chamar atenção. Tá na cara que é uma manifestação religiosa. — afirmou Katherine.

— Tem razão. — disse Chuck.

— Ah, sim. O seu pai está na cidade, Chuck? — questionou a morena.

— Está sim. Por quê? — indagou.

— Digamos que preciso falar com ele sobre negócios. — disse.

— Caso deseje, posso levar você agora até o escritório dele. — sugeriu.

Blair não pode deixar de reparar no olhar malicioso de Chuck com Katherine. Jenny e Dan apenas pareciam se divertir com a cena.

— Não é necessário. Preciso falar com a minha chefe, antes. Mas agradeço pelo auxílio. — disse Katherine, sorridente — Tenho de ir. É um prazer conhece-los.

Despediu-se do grupo, andando em direção ao final da rua. Chuck não retirava seus olhos das nádegas da mulher, enquanto ela andava. Dan riu com a situação, assim como Jenny. Blair revirou os olhos e ao perceber que Serena foi liberada do depoimento, foi em seu encontro ás pressas, assim como os demais. Nate foi junto dela, ao ser liberado também.

— Serena! — exclamou Blair, abraçando-a —Você está bem?

— Estou sim. Obrigada. — disse ela, meio sem graça.

— Tudo bem cara? — indagou Dan á Nate.

— Tudo sim. — respondeu ele, colocando as mãos nos bolsos.

— Vocês viram alguém? — questionou Jenny á Nate e Serena.

— Não. Foi tudo tão rápido. Saímos correndo pelo corredor e nos encontramos lá fora com o Ky. — respondeu Nate.

O grupo ficou inquieto, apenas aguardando o retorno de Kyle que agora conversava com o pai ali afastado. Os dois estavam sérios.

— Tá acontecendo de novo, não é? — indagou o garoto ao pai.

— Eu temia por isso. Mas sim. Está acontecendo. — respondeu ele com as mãos nos bolsos.

— O que vamos fazer? — questionou.

— Você? Nada. Mas certamente creio que devamos ir embora, de novo. — afirmou determinado e pegando o celular, digitando alguns números.

— Ir embora? Não. Já estou cansado de me mudar, criar laços e fugir. Não podemos ir. Temos de assumir nossos erros, pai! — exclamou.

— Erros? Você acha que o governo vai perdoar o que fiz? Quando descobrirem tudo, não sou só eu que estarei enrascado, mas você também! Não entende que nosso nome tem um peso enorme na elite? Não vou arriscar tudo por causa do que fiz no passado.

— E até quando iremos fugir? Ou você trabalha com eles e vive como um criminoso ou vive uma vida de fugitivo. — disse Kyle.

— As escolhas são minhas, Kyle. Não suas. Você não tem o direito de me cobrar exatamente nada! Fiz o que fiz em nome da nossa família! — exclamou Robert, impaciente.

— E por que eles mataram o nosso professor? Que culpa ele tinha?

— Eu não sei. E eu sinceramente espero que você não interfira. — disse Robert, afastando-se do filho para atender o celular.

Kyle bufou com raiva. Revirou os olhos e reparou no grupo de amigos ali. Caminhou na direção deles com as mãos nos bolsos, pensativo.

— Oi. — disse ele ao se aproximar dos demais.

— Oi. — responderam em conjunto, preocupados.

— Você tá bem? — indagou Jenny.

— Tô sim. — ele respondeu.

— Seu pai parecia bravo. Como se fosse sua culpa. — comentou Chuck.

— É eu sei. Mesmo quando não sou culpado de nada, ele me olha feio. — retrucou Kyle.

— Ainda me questiono sobre quem mataria o professor Jackson. — afirmou Serena, pensativa.

— O melhor agora é ficarmos longe de problemas. — alertou Blair.

— Apesar de ser uma opção boa, não é a gente que corre atrás dos problemas, mas sim, são eles que correm atrás da gente. — desabafou Nate.

— Vamos. Nos vemos amanhã na escola. — disse Serena.

O grupo se desfez. Serena, Dan e Jenny foram de encontro com Rufus e Lily que estavam ali; Blair pegou um táxi que estava por ali, para voltar pra casa; Kyle foi na caminhonete do pai; Enquanto Nate foi em um porsche ali.

Após Nate chegar em casa, tomou um banho e ficou no quarto. Via agora a notícia sobre o acontecimento na escola pela televisão. Questionava-se agora sobre o símbolo na cabeça do professor Jackson. Foi quando se levantou e foi pro computador. Começou a digitar no teclado sobre o tal triângulo com um olho no meio. Ao ver os resultados, viu do que se tratava.

— “Sociedade secreta”? — questionou Nate para si mesmo, ao ler o conteúdo na internet.

Continuou com a pesquisa. O barulho que se escutava mais era do clique em seu mouse. Estava curioso com o acontecido. E se não fosse coincidência? Clicou em um site, depois em outro, até que conseguiu uma resposta concreta. Seus olhos ficaram arregalados e por um tempo, pareceu decifrar uma das peças do quebra-cabeça.

— “Acima de todos”. Não é nada bom. Não tinha nada a ver com magia negra! — exclamou.

E prosseguiu. Mas não estava sozinho. Não literalmente. O webcam de seu computador estava ativada, isto é, estava sendo observado. Do outro lado, um grupo de pessoas reunidas numa sala estava observando um telão com o rosto de Nate Archibald estampado, ao vivo. Sabiam que o garoto estava investigando tudo que aconteceu.

— Ele já está suspeitando. Não podemos deixar isso acontecer. — disse Coin, séria.

— Certamente é apenas um jovem brincando de CSI. — ironizou Katherine, enrolando as pontas de seu cabelo com o indicador.

— Ou um rapaz que está fadado á virar um intrometido. — disse ela — Quero ele fora do caminho.

— Ele não vai entrar no nosso caminho. Não podemos destruir qualquer um que aparece na nossa frente. Temos de seguir o plano em nome da ordem. — afirmou Katherine.

— Está sentimental? — perguntou Coin.

— Estou sendo racional. Não vai querer chamar atenção. O Archibald sabe o que sabe só pelo que pesquisou. Nada demais. — finalizou.

— Se eles começarem a descobrir deve dar um jeito nisso. — alertou — Como está o andamento do plano?

— Falarei com Bart Bass, em breve. Em seguida, irei procurar Lily van der Woodsen e Eleanor Waldorf. — respondeu — E como vai o andamento do outro plano?

— Já matamos a nossa primeira vítima. Acham que foi magia negra de algum praticante de umbanda ou algo do tipo. Quando as mortes começarem de verdade, ficarão preocupados.

— E quanto á Robert Spencer? Vi ele hoje. — disse.

— O temos em nossas mãos. Mas apenas nos revelaremos assim que completarmos o nosso ciclo. — falou — Você ainda se lembra do que ele fez, não lembra?

— É claro que eu lembro. Como esqueceria?

No mesmo momento, as memórias do passado invadiram a mente de Katherine, fazendo-a recordar-se do que aconteceu durante o tempo que ficou numa sala televisionada. O flashback lhe tomou conta, relembrando a memória.

Presa á uma cadeira giratória, parecia acordar aos poucos. Seus cabelos estavam bagunçados e uma marca roxa intensa estava sob seu rosto. Parecia incomodada com a extensa luz no local, não tendo ideia do que acontecia. Olhou para os lados e até mesmo para as amarras que lhe prendiam, tentando encontrar uma maneira de livrar-se do problema.

— O que estão fazendo? Me soltem daqui! — exigiu Katherine, tentando sair da cadeira.

— Boa noite, Katherine. Espero que esteja bem acomodada. — falou Coin, ao adentrar a sala.

Na época, Coin tinha boa parte do cabelo preto e usava roupas mais claras. Carregava uma pasta até ficar de pé em frente á garota com um sorriso psicótico nos lábios.

— Você é do grupo e irei te colocar nessa “missão”. Mas antes, não quero que você coloque sentimentos em jogo, como fez da última vez.

— Isso é mesmo necessário? O soco, as amarras, etc? — questionou surpresa.

— Sim. Deve ver tudo. Por isso... Divirta-se com o filme. — afirmou Coin com um sorrisinho e despedindo-se da garota.

— Não! Coin, não! Por favor, me tira daqui! ME TIRA DAQUI! — exclamou Katherine, contorcendo-se na cadeira, querendo sair dali.

E apenas escutou-se o som dos gritos de Katherine, ecoando pela sala. Era questão de tempo para que ela soubesse toda a verdade dos Spencers.

Na residência dos Spencers, Robert estava em seu escritório perto da lareira, saboreando uma boa dose de uísque. Parecia estar bebendo para compensar o fato que está sendo caçado. Em seguida, Kyle apareceu no meio do cômodo, encarando o pai.

— Pai? — chamou.

— Ah, filho... Já arrumou suas malas? Teremos de ir logo. — disse.

— Na verdade... Eu não vou. — afirmou com determinação.

— Já conversamos sobre isso. Sem discussão.

— Não. Você conversou. Não eu. — retrucou — Não vou embora toda vez que esses babacas nos acharem, pai. Eu não vou embora daqui.

— Ah, você vai sim. Eu já cortei sua mesada, não vai querer que eu corte mais, né?

— Não me importo. — falou.

— Tudo bem então. Você ficará aqui sozinho, sem nenhum centavo meu. Quando mudar de ideia, pode me procurar em Brighton na Inglaterra. — disse Robert, abotoando seu blazer e aproximando-se do filho — Você é uma vergonha pra mim. Preferia que sua mãe tivesse te matado ao invés de preferir a própria morte. Se abrir a boca pra alguém, me certificarei da sua eliminação.

Robert esbarrou no filho e saiu dali. Kyle mordeu os lábios e ao mesmo tempo segurou as lágrimas que forçavam cair de seus olhos. Não esperava uma atitude daquela vinda do seu pai. Estava triste e magoado. Optou em ficar pelos amigos do que pelo próprio pai. Mas na verdade, não estava querendo ficar ali apenas por causa do seu círculo de pessoas. Estava querendo ficar ali, pois estava cansado de fugir. Era hora dele ter seu próprio papel na cidade.


Notas Finais


Espero que tenham gostado do capítulo! A ação está apenas começando.


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