“Querido Diário...
Eu estou de volta.”
ANTERIORMENTE
O tempo é o inimigo de todos. Principalmente da paciência. As pessoas são fadadas a nascer, crescer, viver, envelhecer e morrer. De fato, o tempo é o karma que todos enfrentam. Alguns lidam com o futuro de sua vida de forma consciente, outros lidam de forma inconsequente e alguns lidam da maneira mais simples que podem: Tentando. Há pra existir algo pior que o próprio tempo? Há sim. As escolhas e as consequências delas.
Upper East Side sempre foi um bairro tão seguro e belíssimo que a madrugada não era nada perto dos jovens habitantes que aproveitavam e abusavam dela. Upper East Side, na verdade, sempre foi o lar de jovens de classe e de ideais que sempre almejaram um futuro bem sucedido, seja ele pessoal ou profissional. Mas atualmente, toda a beleza e a segurança que esse bairro nobre tinha, desapareceu aos poucos. Assassinatos, acidentes, drogas e todo o caos agora dominava a área. Antes, a madrugada que era uma ovelha, hoje é um lobo, inimigo dos habitantes. Não havia explicação para a maratona de acontecimentos catastróficos que estava a acontecer atualmente.
ATUALMENTE
Dias atrás, Blair Waldorf se encontrava deitada em uma cama de hospital, tentando se recuperar de um acidente que lhe ocorreu durante uma cerimônia beneficente com o falecido Dr. Howard Patrick. Agora, ela se encontra andando pelas ruas da Upper East Side, despreocupada, saudável como um cavalo, carregando algumas bolsas da Henri Bendel. Mesmo com o que lhe ocorreu naquele dia, nada podia parar Blair e sua compulsão por roupas.
— “Não precisa ficar ligando para mim a cada hora, Dorota! Eu já tomei os remédios que a Dra. Grey me indicou.” — disse Blair, durante uma ligação com sua empregada — Não. Eu não estou tendo ataque, mas terei se continuar persistindo em ligar para mim!
Com raiva, Blair cessou a ligação e guardou o celular. Olhou para trás e repentinamente viu um homem de sobretudo marrom, parecendo segui-la. Ela revirou os olhos e tomou a iniciativa de ir até o homem, dizendo:
— Se Eleanor Waldorf ou uma mulher baixinha que não tem cara de Polonesa te contratou para ficar me vigiando, eu sugiro que você pare ou ligarei para a polícia informando que tem um assediador me seguindo! — ordenou ela, dando as costas para o rapaz, prosseguindo o caminho.
O homem não pareceu entender o que ocorreu, mas resolveu acatar a ordem da jovem. Ela prosseguiu o caminho, olhando para trás verificando se havia dado certo a ameaça e ficou felizarda que de fato tinha obtido sucesso.
Depois de horas comprando, Blair tinha agora outro objetivo: Encontrar-se com sua melhor amiga, Serena. Resolveu então ir na cafeteria próxima a sua casa, onde ao entrar no estabelecimento, viu a loura de longe, indo em sua direção. Serena a ver, então se levanta e executa um rápido abraço na amiga, preocupada.
— Blair! Ainda bem que chegou! Pensei que havia acontecido algo, você se atrasou. — disse Serena, aliviada.
— Não precisa ficar tão preocupada. Eu estou aqui, não estou? — disse Blair, revirando os olhos, queixando-se de tanta preocupação.
— Eu sei, eu sei. — concordou Serena, sentando-se ao mesmo tempo que Blair — Precisamos conversar.
— Precisamos? — questionou cinicamente, enquanto fazia o pedido pro garçom.
— Nós brigamos durante o evento beneficente do Dr. Howard e isso me partiu o coração. Ver você daquele jeito me deixou... angustiada. — revelou Serena — Eu não sei o que faria comigo mesma se eu soubesse que você...
— S! Nós estamos bem. É sério. — falou Blair com um olhar de sinceridade — Sei que temos nossos prós e contras, mas o que aconteceu no passado, fica no passado. Entendeu?
— Se você diz. — afirmou Serena, mais animada — A propósito, eu espero que você me perdoe por uma coisa...
— Que coisa? — indagou Blair, tomando um pouco do cappuccino que o garçom havia servido.
— Aquela coisa. — respondeu Serena, apontando com a cabeça em direção a porta.
De repente, um quinteto de rapazes surgiu na entrada da cafeteria. Eram Nate, Chuck, Kyle, Dan e Caleb, todos juntos, parecendo a ex-banda “One Direction”. Blair olhou para eles em um certo intervalo de tempo e depois revirou os olhos, observando Serena com um olhar de quem vai cometer assassinato.
— Mas é claro que eu não conseguiria aproveitar minha folga dos terroristas lunáticos. — disse Blair, sarcástica.
Os rapazes se aproximaram da mesa das garotas, próxima da janela, e preencheram a área. Chuck ficou ao lado de Blair, quase a pressionando contra a parede, enquanto Caleb o acompanhava ao seu lado. Já ao lado de Serena ficaram Nate e Kyle que se olharam estranho. Dan optou em ficar de pé.
— A boyband de vocês está perfeita. — ironizou B — Só espero que o Kyle não seja o vocalista e não espero que o nome da banda seja “Cedric”, não é mesmo Dan?
— Pelo visto a antiga Blair está de volta. — disse Dan, colocando as mãos nos bolsos.
— “Desculpe. A velha Blair não pode atender neste momento. Por quê? Oh, ela está morta.” — ironizou, novamente, fazendo uma menção a um trecho de música da Taylor Swift.
— Vamos mudar de assunto. Temos de focar no principal: A morte do Dr. Howard Patrick. — disse Kyle, sério.
— Antes de prosseguirmos, o que você queria me dizer naquele dia do evento, Chuck? — perguntou Blair, interessada.
— A Americon Initiative é uma facção terrorista que inicia seus projetos com uma iniciação.
— Iniciação? Que tipo de iniciação? — perguntou Serena, confusa.
— Eles precisam sacrificar três mestres do conhecimento, vulgo, professores. — falou Dan — Esses eles já sacrificaram, nos levando para a próxima etapa.
— Eles agora precisam sacrificar três curandeiros, vulgo, médicos. — continuou Chuck — Eles já assassinaram o Dr. Howard, agora só faltam duas vítimas.
— Dois médicos? Mas pode ser qualquer um de Manhattan! Como vamos impedi-los de assassinarem quase dez mil médicos formados que há aqui? — indagou Blair.
— Nos questionamos sobre isso também Blair e levantamos uma hipótese... — disse Nate.
— Qual hipótese? — questionou B.
— Pode falar Caleb. — pediu Nate.
— A maioria dos assassinatos são ligados entre si, ou seja, eu pude perceber que mesmo havendo diversas opções aqui em Manhattan, a maioria dos sacrifícios estão ocorrendo apenas em Manhattan, como se fosse um foco para a Americon Initiative. — explicou.
— Vá direto ao ponto. — pediu Serena, impaciente.
— Creio que os sacrifícios não sejam por acaso, mas sim... — pausou por um tempo, respirou fundo e completou: — Talvez esses sacrifícios apenas aconteçam com pessoas que são conectadas com vocês.
— O QUÊ? — indagou Blair e Serena ao mesmo tempo, surpresas.
— É a única hipótese que tenho até o momento. — disse Caleb.
— Mas o senhor Jackson, a senhorita Karine e a diretora Queller, eram conectados com todos os alunos da Constance e da St. Jude’s. Não há sentido em dizer que os sacrifícios só ocorrem com pessoas que vivem no nosso círculo social! — exclamou Blair, indignada.
— Sem mencionar o fato de que o Dr. Howard não era ligado a nós, nunca havíamos tido contato com ele em nossas vidas. — afirmou S.
— Eu não diria “nunca”. — lembrou Nate.
— Como assim? — retrucou Serena.
— O Dr. Howard cuidava de nós Serena, quando éramos criança. — revelou — Não lembra quando fizemos uma corrida de bicicleta e mesmo com a Blair te avisando que era uma brincadeira idiota e que você se daria mal, você acabou caindo e ralando o joelho? — questionou ele, fazendo-a pensar — Pois então... foi ele o responsável em nos medicar e nos tratar nesses casos.
— Então... nós somos um imã de perigo para as pessoas ao nosso redor? É isso? Está dizendo que até mesmo esse garçom que acaba de me servir é uma provável vítima? — questionou Blair, ainda chocada.
— Podemos dizer que... sim. — arriscou Dan com a resposta.
— Espera! — exclamou Serena, urgente — Quais são os próximos grupos de vítimas da iniciativa?
— Deixa eu ver aqui... — falou Kyle, pegando um livro de sua bolsa, colocando em cima da mesa e o abrindo para visualizar melhor — “Três líderes devem ser sacrificados. Eles representam a base da lei, fé e segurança. Representam o poder da sociedade.”
— Líderes? Então teremos de lidar com... — iniciou Serena.
— Pessoas que representam a lei, a fé e a segurança. —completou Kyle, olhando para a loura — Creio que seja o prefeito, um padre e um xerife.
— Há mais sacrifícios além dos líderes? — indagou Blair.
— Sim. — respondeu Kyle, voltando com a leitura — É o último. “Três membros da sociedade devem ser sacrificados. Um representará o sucesso, um o pecado e o outro, o fracasso. Representam a comunidade e a escória.”
— Eu devo admitir que não entendi muito esse. — revelou Dan.
— Há várias pessoas em Manhattan que tem sucesso. — comentou Nate — Assim como há várias pessoas com pecado e fracasso.
— Vamos por etapas. Temos de focar no momento, apenas nos médicos. Eles serão os próximos alvos. — comentou Blair.
— Acho que não serão mais. — alertou Chuck — Olhem a TV.
Assim que todos desviaram suas atenções para a televisão, foram surpreendidos: Era a reportagem atual que mencionava o homicídio de um casal de médicos de alto escalão que foram encontrados mortos em uma sala de cirurgia, ambos assassinados com um tiro na cabeça, mortos da mesma forma que o Dr. Howard. Durante a reportagem, Blair se levantou ao mesmo tempo que Dan, ambos parecendo surpresos com tudo aquilo.
— O que foi? — indagou Nate, confuso com o posicionamento de ambos.
— É a doutora Meredith Grey. — respondeu Blair — Era ela quem estava fazendo meu acompanhamento médico. — afirmou, chocada.
— E o marido dela é o Dr. Derek Shepherd. — disse Dan — Foi ele o responsável em me tratar, após eu ser espancado pela garota do blog.
— E cada vez mais, enfatiza a minha teoria de vocês serem o círculo “negro”. — disse Caleb, quase soando irônico.
— Agora teremos de cuidar dos líderes. Quem é o primeiro? — questionou Nate.
— Começaremos pelos mais fáceis e mais simples: O padre e o xerife do condado. — disse Blair.
— E como faremos isso? — indagou Chuck.
— Esperava que você sugerisse isso. — retrucou B.
— Que tal subdividirmos o grupo? Podemos armar uma estratégia de ficar de olho em cada um, mas evitando contato direto. — afirmou Dan.
— Certo! — exclamou B — Eu, Serena e Chuck, iremos atrás do padre... você, Nate, Kyle e Caleb, irão atrás do xerife. Pronto.
— Lembrem-se: Procurem por pessoas que fazem parte da história de vocês e não desconhecidos. — alertou Kyle.
— É hora de colocar esses terroristas atrás das grades. — disse Blair, determinada.
— Nos encontramos na casa da Blair, a noite. — disse Serena.
Após isso, todos se levantaram da mesa, pagaram pelo que pediram ali e se dividiram no meio da rua, indo de encontro com seus objetivos.
MOMENTO 1 – Blair, Serena e Chuck
— Devemos ir até o padre Anthony, foi ele responsável por me casar com o Nate. — falou Blair, andando a frente do trio.
— Casar? Como assim o Nathaniel e você se casaram? — questionou Chuck, desconfiado.
— Éramos crianças. Eu havia convencido a minha mãe, quando tinha onze anos, de que o Nate era o garoto ideal pra mim. — comentou — Foi quando eu convenci ela a chamar um padre para nos casar não oficialmente.
— Ainda bem que eram apenas crianças, sabemos que o Nate não é tudo para você. — disse Chuck, desafiador.
— Além do mais, o Nate é um ótimo partido para a Serena ao invés daquele cafajeste do Carter Baizen. — afirmou Blair.
— Não vamos entrar nesse assunto novamente, B. — insistiu S — Além do mais, eu tenho minhas próprias escolhas para homens.
— S... eu te amo e você sabe disso. Mas nós duas sabemos que a sua escolha para homens é tão horrível quanto a sua escolha de roupas para festas sociais. — revelou B — Além do mais, pra quem já namorou ao Dan, não pode nem negar a péssima escolha.
— Ah, tá bom sua chata! — exclamou Serena rindo, dando um empurrão de leve na amiga.
— Sabem que poderíamos estar indo numa limusine até a igreja agora, não é? — indagou Chuck.
— Não podemos. Ficará óbvio demais. — afirmou S.
Repentinamente, Blair parou no meio do caminho olhando para a nova coleção de roupas da bloomingdale’s. Impaciente, Chuck foi até ela, contestando.
— Não temos tempo para ver a nova coleção de inverno, Blair. — afirmou Chuck.
— Ah, mas a nova coleção está tão linda! — exclamou Blair, sendo levada por Chuck.
— Esperem aí... — chamou Serena.
— Não vai me dizer que também está maníaca pela coleção? — indagou.
— Na verdade... tive uma ideia. — disse Serena com um sorrisinho de malícia.
Dentro de bloomingdale’s, Serena estava radiante com um visual diferente: Usava um vestido com estampa de onça, peruca de penteado Chanel e óculos escuro. Ela estava com um disfarce. Já Blair, estava vestida como uma versão da Paris Hilton. Enquanto Chuck parecia um músico dos anos oitenta, principalmente com uma cartola.
— Essa era a sua ideia? Nos disfarçar? — perguntou Chuck, desconformado.
— Já somos imã de assassinato, ou seja, nós somos vigiados e seguidos, o que queria? — questionou S.
— Tá, vamos sair daqui logo e prosseguir com a missão. — disse Blair, pronta para sair.
— Na verdade, não sairemos por aí. — alertou S.
— Querida, eu conheço a bloomingdale’s desde quando estava na barriga da minha mãe e sei exatamente que essa é a única saída que existe. — afirmou B, determinada.
— Então deveria saber que há uma saída exclusiva para funcionários. — retrucou S, triunfal, indo até o gerente da loja e conversando com ele.
Blair permanece de braços cruzados, inquieta, observando Serena, juntamente de Chuck, enquanto ela parecia convencer o gerente de tal loucura. A loura retornou, dizendo:
— Pronto! Vamos! — exclamou ela, guiando a dupla.
Durante a guia, alguém pareceu reconhecer Serena e a chamou pelo nome. Serena, Blair e Chuck congelaram, mas não olharam para trás.
— SERENA! — exclamou uma voz feminina.
— Sigam o gerente e sairão daqui. Após isso, virem a esquerda e comecem um novo caminho rumo até a igreja. — sussurrou S.
— Você não vem? — indagou Chuck.
— Eu fui reconhecida. Vocês por outro lado, não. — disse — Precisam ir. Rápidos!
O casal apressou o passo, indo atrás do gerente que lhes indicariam a saída alternativa da loja. Por sua vez, Serena olhou para trás, reconhecendo quem havia a chamando: Era Jenny. Ela se aproximou-se, acompanhada de sua amiga, Katherine.
— Ah, oi Jenny. Tudo bem? — indagou Serena com um sorriso.
— Tudo sim. — respondeu ela — Serena, essa é a Katherine; Katherine, essa é a Serena.
— Ah, oi. Prazer. — disse Serena, cumprimentando a morena.
— O prazer é todo meu. — disse Katherine com um sorriso de malícia.
— O que estão fazendo por aqui? — indagou Serena, sem jeito.
— Eu faço estágio aqui na lo. — afirmou Jenny — Mas hoje eu estou de folga.
— Que ótimo, Jen! — exclamou Serena.
— Já que está aqui, poderia me ajudar a escolher algumas roupas? — questionou Katherine, cínica — Digamos que a opinião da Jenny é insuficiente hoje, já que ela agora é funcionária daqui e diz que todas as roupas ficam ótimas.
— Eu bem que queria, mas... — começou Serena, até ser interrompida.
— É caso de vida ou morte! Preciso conquistar um rapaz o mais rápido possível e a Jenny me disse que quando se trata de homens, você tem um belo radar. — retrucou Katherine.
— Jura? — indagou Serena a Jenny, surpresa. Minutos atrás, sua melhor amiga havia lhe dado uma bofetada na cara, ao dizer que era péssima com namorados — Tudo bem, tudo bem. Mas sem demora!
— Certo, certo! — disse Katherine, fingindo animação — A propósito... onde está a Blair? Uma terceira opinião viria a calhar.
— A Blair? Ah... ela foi para casa falar com a mãe dela, sabe? Ela acabou de saber que a doutora que ela estava sendo tratada foi assassinada. — disse Serena, chocada.
— Que trágico! Espero que a B fique bem! — exclamou Katherine com uma expressão falsa no rosto.
— Também espero. — disse Serena — Então... vamos?
— Vamos! — disse Jenny e Katherine, quase num coro.
MOMENTO 2 – Nate, Dan, Kyle e Caleb
Diferente do outro grupo, os garotos lidavam com a situação de forma extremamente cautelosa, evitando qualquer tipo de ameaça ou desleixo. Nate era o líder; Dan era a inteligência; Kyle era a ousadia; E Caleb era o estrategista.
— Certo... encontramos a delegacia central do bairro. — disse Kyle — O que fazemos agora?
— Antes de tudo, precisamos saber qual é a relação entre o delegado e todos nós. Ao que sabemos, todos os sacrifícios são de pessoas que de certa forma são interligadas conosco. — explicou Dan.
— Eles já me deixaram preso durante um dia, por ter invadido o sistema de segurança da delegacia, na tentativa de roubar o meu laptop que eles haviam apreendido. — comentou Caleb.
— E por que eles estavam com seu laptop? — perguntou Nate, confuso.
— Digamos que eles descobriram que eu tenho feito algumas identidades falsas... — revelou.
— Por mais que haja relação entre você e o Xerife Hudson, não creio que a Americon Initiative esteja interessada em atacar um simples hacker. — comentou Kyle — Sem ofensas, é claro. É até bom isso.
— Galera! — exclamou Nate, chamando a atenção deles — Eu acho que sei quem teve contato com o Xerife.
— Quem? — indagou Kyle.
— Eu. — respondeu Nate — E o Chuck.
— Que tipo de contato tiveram? — indagou Dan.
— Não lembram daquele caso em que o Chuck tentou acusar o Kyle de ter feito a ligação na noite em que o Dan foi espancado na biblioteca? — indagou Nate — Eu fui interrogado e preso. Mais tarde, quando o Chuck admitiu a culpa, ele passou pelo mesmo problema com o mesmo superior.
— Tá. Mas você está esquecendo um detalhe... não era o xerife responsável por tudo aquilo, mas sim, um detetive. — ressaltou Kyle.
— Exatamente! Pois não é com o xerife que temos de lidar, pois ele não teve contato conosco, mas sim com o detetive RICHARD CASTLE! — afirmou Nate.
— Esse detetive é insuportável. — comentou Kyle — Ele fez de tudo para nos manter com fama de culpados.
— Insuportável ou não, temos de salvá-lo. — comentou Dan, aflito.
— Mas espera... como vamos lidar com esse problema? — questionou Kyle — Se não perceberam, ele está lá dentro da delegacia e protegido por um batalhão de policiais, FBI, etc.
— O problema não é esse. — afirmou Dan — O problema é como nós vamos proteger ele, sem ele saber de tudo.
— É simples... contamos tudo que sabemos pra ele. — disse Caleb, despreocupado.
— Ele não acreditaria em nós. — comentou Nate.
— Talvez sim, talvez não. Mas há uma certa possibilidade dele ficar do nosso lado. Nós temos provas. — falou Dan.
— Então vamos resolver isso! — exclamou Nate.
— Calma, Sherlock. A delegacia está cheia de federais, devido aos recentes ataques que vem ocorrendo em Manhattan. Entrar lá para falar com um detetive de alto escalão não será nada fácil. — disse Caleb.
— E o que faremos? — questionou Kyle.
— Digamos que eu tenho um plano. Mas para isso... — começou Caleb, abrindo a mochila e distribuindo um aparelho auditivo com microfone, para cada um — Usem isso. Facilitará a nossa comunicação, principalmente quando eu estiver no controle da delegacia central de Manhattan.
— “Controle da delegacia central de Manhattan”? O que quer dizer com isso? — questionou Dan.
— Vou hackear o sistema de segurança da delegacia, monitorar e controlar as câmeras e alguns outros sistemas que existem. — respondeu.
— Tá. Essa parte eu compreendi. — respondeu Dan — Quero saber mesmo é como entraremos lá.
— Eu já tenho tudo esquematizado. — retrucou Caleb — Mas antes... vamos dividir alguns papéis. — finalizou com um sorrisinho malicioso no rosto.
MOMENTO 3 – Blair e Chuck
— E pensar que é nessa igreja que eu tanto sonho em me casar algum dia, estilo Kate Middleton e príncipe William. — comentou Blair, de frente a tão desejada igreja — Lembro-me quando eu e o Nate vivíamos comentando o quanto aqui seria o lugar perfeito para nós.
— Mas o Nate ama a Serena. — comentou Chuck, estragando a fantasia de Blair — Mas não se preocupe, há muitas opções por aí.
— Por exemplo, você? — indagou Blair, irônica — É mais fácil você casar num cabaré do que numa igreja.
— Pelo menos eu estaria cercado de diversas mulheres bonitas e não feito um engomadinho numa igreja. — disse.
— Vamos entrar, não temos tempo. — adiantou Blair, adentrando a igreja juntamente de Chuck.
A estrutura da igreja era belíssima e ao mesmo tempo, grande. Havia um enorme vitral no meio da igreja que ficava atrás do palanque do padre. Era uma igreja católica com uma temática bastante cubista.
— Ali está o nosso velhinho. — disse Chuck, apressando os passos, indo até o padre.
— Eu falo com ele! — exclamou Blair, colocando-se à frente de Chuck, ficando próxima do padre, chamando-lhe a atenção. — Hum, hum... Padre?
O padre que estava acendendo as velas, virou-se para trás e encarou os jovens. Com estrutura mediana, rosto calvo, cabelos brancos e quase curvado, ele expressou felicidade ao ver Blair e Chuck.
— Oh... vocês devem ser o Sr. e Sra. Jones. — falou o padre, juntando eles dois — Temos de começar esse casamento logo.
— Não, não senhor Padre. Nós não somos... — iniciou Blair.
— Não se preocupe Srta. Jones, prometo que desta vez eu não irei gaguejar! — exclamou o padre, interrompendo Blair.
— Ele sofre de demência. — sussurrou Chuck a Blair.
— Sr. Jones, espero que possa trazer seus amigos da organização para esse seu casamento. Sempre é bom ter convidados em um casamento. — alertou o padre, sorrindo.
— Desculpe padre, mas de qual organização o senhor se refere? — questionou Chuck.
— A Americon Initiative. — respondeu ele.
Após a resposta, Blair e Chuck se olharam atentamente. Os dois ficaram surpresos com a resposta.
— O senhor por acaso conhece o grupo? — questionou.
— Mas é claro que eu conheço! — exclamou o Padre, ofendido — A Americon Initiative, é uma organização beneficente para crianças e idosos.
— Por curiosidade, o senhor teria alguma foto nossa? — indagou Blair — Digamos que queríamos nos certificar de que o senhor tenha.
— Infelizmente, não. — respondeu — Não lembram quando eu mencionei o fato ter problemas na visão?
— Oh, claro que lembramos. Nos perdoe por não lembrar. — disse Blair — A propósito... como eu sou?
— Ah, esta é fácil... a primeira vez que você apareceu, eu havia lhe dito o quão especial é para o Sr. Jones. — comentou — Cabelos castanhos encaracolados, magra, baixa...
— E como eu era? Ou melhor, sou? — indagou Chuck.
— Mais alto que a senhorita, cabelos negros e lambidos para trás, barba...
— Perfeito! — exclamou B — A propósito... qual é o nosso primeiro nome?
— Oh, essa é simples: Vivian Jones. — respondeu — E o dele é Ian Jones. Vocês ainda deixaram uma rubrica aqui na lista de casais. — indicou o caderno de assinaturas.
Blair e Chuck se olharam, mais uma vez. Foram até o caderno indicado pelo padre, abriram-lhe e verificam o último par de nomes: Vivian e Ian. Duas assinaturas extremamente diferentes, indicando que eram de fato, duas pessoas. Para manter como prova, Blair tirou foto e enviou ao celular de Serena.
— Estamos lidando agora com dois membros da Iniciativa. — sussurrou Blair.
— Se são membros da iniciativa, por que não mataram o padre quando vieram? — questionou Chuck, confuso.
— Ai não! — exclamou Blair, assustada.
— O que foi?
— Eles não fizeram nada com o padre, pois esse foi o nosso primeiro contato com ele!
— Mas você não disse que costumava vir a igreja com o Nathaniel?
— Sim! Mas na época quem administrava a igreja era o próprio bispo e não esse padre.
— Então... acabamos de assinar a sentença de morte do padre.
Rapidamente, Blair se deslocou e foi em direção ao padre com intuito de ajudá-lo. Ela ficou à frente do homem, desesperada.
— Padre! O senhor tem de ir embora daqui! Não é seguro! O senhor corre perigo!
— Perigo? Mas que tipo de perigo eu poderia correr, senhorita?
— O senhor está sabendo de toda essa chacina de assassinatos? — questionou.
— Sim, minha jovem. — respondeu.
— Os responsáveis pelas mortes dessas pessoas, virão atrás do senhor agora! Precisa fugir!
— Mas minha cara... para onde um velho de 80 anos, iria? — indagou.
— Eu não sei padre! Mas o senhor precisa ir! — implorou Blair com os olhos se enchendo de lágrimas — O senhor morrerá!
— Não se preocupe, senhorita Jones... a morte chega para todos nós algum dia. Quando minha hora chegar, eu estarei pronto para encontrar-me com o meu salvador.
— Mas essa não é a sua hora! O senhor não merece morrer pelos erros de outras pessoas!
— Jesus morreu na cruz pelos erros da humanidade, minha cara. Não podemos ser justos com a vida ou a morte. Só devemos aceitar a nossa hora, mesmo quando não queremos. — disse — Não se preocupe, eu ficarei bem.
— Mas padre... — insistiu Blair, até começar a ser puxada por Chuck.
— Precisamos ir! Não podemos ficar aqui! — exclamou.
— NÃO! Não podemos ir! — retrucou — Nós não podemos deixa-lo, Chuck! Ele vai morrer, temos de salvá-lo!
— É tarde demais. Nós temos de ir. — disse ele, a agarrando em seus braços e a levando até a saída.
— NÃO! POR FAVOR PADRE! POR FAVOR! — implorou, chorando.
Por fim, Blair acabou sendo levada para fora da igreja por Chuck e a última coisa que ela conseguiu ver e pensar neste momento, era no pequeno aceno e o sorriso gentil do padre com a sua saída. Ele não estava se rendendo a morte, mas sim, se entregando ao céu.
MOMENTO 4 – Serena, Katherine e Jenny
— Acho que esse vestido ficou bom. — comentou Katherine, de frente a um espelho, trajando um vestido vermelho tomara-que-caia.
— A propósito... quem você está interessada? — indagou Serena — Os rapazes da Upper East Side são muito extrovertidos, você vai amar alguns deles.
— Nate Archibald. — respondeu.
Serena olhou rapidamente para Jenny, surpresa com a sua resposta. Ela não esperava que a garota que acaba de conhecer, fosse ser a pretendente do seu ex-namorado.
— Ah, mas que... legal. — comentou Serena, um pouco envergonhada.
— A Jenny me disse que vocês dois possuem um passado, mas que esse passado ficou para trás. Ela me comentou que você está namorando ao Carter Baizen. — afirmou Katherine — É verdade?
— É sim. — confirmou.
— Então não há problema se sairmos juntos, certo? — questionou.
— Não! Claro que não! — exclamou S, rapidamente — Eu e o Nate terminamos, somos apenas amigos. A última coisa que eu impediria ele é de encontrar uma garota tão legal como você. Ele merece.
— Obrigada pelo apoio. — disse Katherine, abraçando Serena.
— Podemos ir agora? Meu pai vai precisar da minha ajuda na galeria de arte. — falou Jenny.
Ao se prepararem, as garotas vão até o caixa da loja, prontas para o pagamento.
— Deixa eu só procurar o meu cheque. — comentou Katherine, vasculhando a bolsa.
— Cheque? Mas por que não usa um cartão? — indagou Serena.
— Ela é metódica. — respondeu Jenny — Por exemplo, hoje ela dá um cheque de dez mil dólares e até o final de semana, ela pode pegar as roupas que quer até dar esse valor do cheque, podendo levar a roupa sem precisar passar no caixa.
— Mas por que tudo isso? — indagou Serena.
— Me sinto poderosa, podendo entrar e sair da loja com roupas de compra antecipada. — retrucou Katherine, fazendo uma pose.
— Eu que fico responsável em subtrair os preços das roupas que ela leva com o valor do cheque. É uma forma de fidelização, sabe? — comentou Jenny.
— Senhorita? — chamou a funcionária da caixa por Katherine.
Ao ser atendida, Katherine retirou o cheque de dentro da bolsa e entregou para a mulher do caixa. Ela avaliou atentamente o cheque, principalmente seu preenchimento.
— Bela assinatura. — disse Serena, vendo a rubrica de Katherine no cheque.
— Obrigada. Tive alguns cursos de caligrafia na Inglaterra. — retrucou a morena.
Para finalizar a venda, a funcionária do caixa resolveu alguns assuntos burocráticos da compra com Katherine, enquanto Jenny e Serena ficavam a espera. Após o assunto acabar, Katherine se juntou a dupla de garotas, indo todas para fora da loja.
— Obrigada mesmo pela ajuda Serena! — exclamou Katherine, falsamente agradecida.
— Não foi nada. — disse ela — Mas agora eu tenho de ir...
— Eu entendo. Já te tomamos muito do tempo. — disse Katherine.
— TÁXI! — chamou Serena — Tchau meninas.
Serena adentrou ao táxi, enquanto Jenny e Katherine acenaram para ela, vendo-a partir dali com tamanha pressa. Durante o ato, Katherine observou atentamente a saída de Serena com um olhar de malícia.
— Para onde iremos amanhã? — perguntou Jenny.
— Talvez a igreja. — respondeu Katherine, mordendo os lábios com uma certa maldade no pensamento.
MOMENTO 5 – Nate, Dan, Kyle e Caleb
— Eu ainda acho esse plano ridículo. — disse Kyle pelo microfone auditivo, na frente da delegacia junto a Nate.
— É o que temos pra hoje. — respondeu Caleb pelo aparelho — Estão prontos?
— Estamos. — todos confirmaram.
— Boa sorte. Que comecem os jogos. — finalizou Caleb.
Apenas Kyle se encontrava na portaria da delegacia. Ele estava vestido como um clássico aluno da St. Jude’s. De repente, eis que surge Nate com um uniforme semelhante ao do rapaz, aproximando-se de Kyle.
— O que você está fazendo aqui seu idiota? — questionou Kyle, atuando.
— Não é óbvio, seu pateta? Eu vim aqui para a pesquisa. — respondeu Nate, atuando de volta.
— A professora foi bem específica: Não devemos entrevistar pessoas no mesmo local. Eu cheguei a delegacia primeiro. — disse Kyle, entoando a voz mais alto, chamando a atenção.
— Que se dane, cara! Eu tenho mais contato com a polícia do que você! Eu que mereço entrevista-los. — afirmou Nate.
— Claro que tem mais contato. — debochou Kyle — Seu pai vive sendo preso, é claro que teria mais.
Por um segundo, os dois rapazes se olharam até o inevitável: Nate executou um soco contra o rosto de Kyle, fazendo ele cair no chão. Jogado, Kyle executou uma rasteira no oponente, fazendo ele ser derrubado e machucar o seu corpo no chão, tempo o suficiente para fazê-lo se levantar e dar alguns chutes contra o seu corpo.
— SEU MAURICINHO BABACA! — exclamou Kyle com raiva.
Mas não demorou muito para Nate se levantar. Ele se ergueu, se jogou em cima de Kyle e começou a bater nele com uma força mediana, não querendo levar aquilo ao extremo. Percebendo a gravidade da briga, um grupo de policiais foram até os jovens, separando-lhes e os apreendendo, levando-lhes para dentro da delegacia.
— ESSE BABACA QUE COMEÇOU! — exclamou Kyle com raiva.
— VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FALAR DA MINHA FAMÍLIA! — retrucou Nate com a mesma raiva.
— Calem-se seus delinquentes. — exigiu um dos policiais — Dois jovens mimadinhos brigando por um pirulito.
De longe, Caleb que estava sentado em um banco, disfarçado e mexendo num laptop, percebeu que Kyle e Nate já estavam dentro da delegacia e agora os monitorava pelas câmeras de segurança.
— É a sua hora, Dan. — disse Caleb pelo aparelho auditivo. — O detetive Richard Castle, encontra-se no quinto andar.
Dan surgiu na entrada da delegacia, onde adentrou ao local apressadamente. A recepção estava agitada, pois Kyle e Nate estavam causando uma grande anarquia, fazendo com que os garotos atraíssem total atenção, porém, não era suficiente.
— Há dois guardas no elevador. Como passarei por eles? — questionou Dan pelo microfone instalado.
— Pelo visto o Nate e o Kyle não foram o suficiente. — afirmou Caleb — Tudo bem, tenho um plano B.
— Temos? — questionou Dan — E qual é?
De repente, os alarmes de incêndio da recepção foram todos ligados. Sprinklers (chuveiros embutidos no teto) borrifaram água por todos os lados, fazendo até os próprios seguranças no elevador, a se dispersarem. Neste momento, Dan adentra ao elevador, juntamente de Kyle e Nate e na mesma hora, o sistema de câmeras da delegacia é desativado por Caleb.
— Estão todos bem? — indagou Caleb.
— Sim. — responderam em conjunto.
— Minha única preocupação é de como é que vamos sair daqui. — afirmou Kyle.
— Não se preocupem. — falou Caleb — Dan, assim que chegar no quinto andar, haverá três portas no início do corredor que sairão... você deve entrar na segunda porta, vestir-se como federal e acompanhar Nate e Kyle. Sabe o distintivo de FBI que te entreguei? Pode ser útil.
— Enlouqueceu? Isso é um crime federal. — disse Nate — Se formos pegos, seremos presos.
— Não se preocupe, Archibald. Vocês são de menores perante a justiça. Apenas prossigam com o plano, caso queiram salvar uma vida. — disse Caleb.
A porta do elevador se abriu. Era o quinto andar. Haviam mais pessoas que trabalham com escritório na área. Dan viu as três portas e adentrou na segunda, acompanhando de Kyle e Nate. Era uma área completa de roupas para federais. Vestiu o terno, colocou a identificação de federal no bolso e saiu do vestuário, acompanhado de Nate e Kyle que agora estavam algemados e sob supervisão de Dan.
— Isso não vai dá certo. — comentou Dan, nervoso — Para onde vamos agora?
— Corredor esquerdo, depois vire novamente a esquerda e em seguida a direita. O nome do detetive está bem na porta. É a última porta no corredor. — informou Caleb.
— Vamos. — disse Dan, andando.
Algumas pessoas que trabalham na área do escritório, passavam por Dan, o estranhando. Talvez ver um rapaz jovem como ele sendo um “federal”, era bastante estranho.
— ALERTA! Assim que cruzarem o corredor esquerdo, darão de cara com três agentes federais. Precisam fazer algo! — alertou Caleb.
— Vamos nos esconder! — indicou Kyle.
— Calem a boca e ajam com seus papéis. — prosseguiu Dan.
Então aconteceu. Dan, junto com os seus “prisioneiros”, deram de cara com os três agentes federais que pararam eles.
— Esses são os dois jovens que estavam causando tumulto na recepção? — questionou um dos federais a Dan.
— São sim. Mas já foram apreendidos por mim. — respondeu.
— E quem é você, por acaso? — questionou um dos agentes.
— Creio que tenha esquecido um dos nossos protocolos, agente. Nunca devemos fornecer nossos nomes reais, mesmo que sejamos da mesma cooperação. — comentou Dan, determinado — Mas para satisfazê-lo, pode chamar-me de “Dary”.
— “Dary”? — questionou um dos agentes, rindo.
— É novato, não é mesmo? Muito jovem para ser um federal. — comentou o agente.
— Mais jovem que você, porém pelo visto, mais informado também. — retrucou Dan — Se me permitem, devo ir até a sala do meu superior.
Sem se despedir, Dan prossegue com os amigos, seguindo as instruções que Caleb havia dito para eles.
— Ufa. Essa foi por pouco. — comentou Nate, aliviado.
E chegaram no último corredor. Bem no final dele, estava a sala do detetive Richard Castle. Ao se aproximar do cômodo, Dan bateu em sua porta e orou para que o mesmo estivesse presente ali. E bem, suas preces foram ouvidas: Ele estava. Abriu a porta e Castle estava com um copo de whisky, analisando uma papelada, sem olhar para a cara dos rapazes.
— Seja o que for, a polícia pode muito bem resolver. — disse Richard — A última coisa que desejo neste momento é ter de lidar com situação de jovens na puberdade.
— Senhor Castle... precisamos conversar. — insistiu Dan.
O detetive olhou para os garotos e ficou surpreso com o que viu: Ele os reconheceu.
— Daniel Humphrey? — questionou ele, vendo o visual do jovem — Nathaniel Archibald e Kyle Spencer? Eu deveria ter adivinhado...
— Nos perdoe por ter feito tudo isso, mas precisávamos falar com o senhor. — adiantou Dan.
— Poderiam ter mandado um torpedo ou até mesmo ligado, mocinhos. — retrucou.
— O senhor é de alto escalão na federal. Tentar falar com o senhor é o mesmo que tentar falar com a rainha Elizabeth: impossível. — comentou Kyle.
— Me desculpem, meninos. Mas não estou com tempo para brincadeiras. — falou Richard, teclando um botão do telefone.
— Vocês precisam sair daí! O Castle acionou os federais e eles já estão indo no gabinete que vocês estão! — alertou Caleb.
— ESPERE! O que temos a falar diz respeito aos assassinatos recentes! — exclamou Nate, nervoso.
— Não me importo com teorias idiotas de amadores ou jovens nerds, atrás de notícias para a escola. — afirmou Richard.
Sem delongas, os federais acionados por Richard surgiram na sala. O detetive indicou os três rapazes que agora começaram a ser levados para fora dali.
— Senhor Castle, solicitaram a sua presença na recepção. — disse um dos federais.
No final das contas, o detetive, junto com o grupo de federais que puxavam o trio de jovens para fora, acabaram indo para de onde tudo começou: a recepção. Todos adentraram ao elevador, juntamente da secretária de Castle que surgiu um pouco depois.
— Senhor Castle, fui informada de que um pacote do correio acaba de chegar para o senhor e está sob processo de examinação para lhe ser entregue. — informou a secretária, dentro do elevador.
— Certo. Por acaso... quem teria enviado o pacote? — indagou Castle.
— No cartão havia “Obrigado por estabelecer a segurança de nosso bairro. Contamos com sua contribuição. Assinado A.I”. — informou a secretária.
— “A.I”? — sussurrou Kyle aos demais garotos.
— Espera... — pensou Dan que em seguida entendeu o jogo — NÃO ABRAM O PACOTE É UMA ARMADILHA!
Assim que o elevador se abriu, o policial que havia tido o primeiro contato com Nate e Kyle, minutos atrás, abriu um pacote junto a um grupo de perícia. No mesmo minuto que retirou a embalagem, o inevitável aconteceu: Uma explosão de impacto mediano, aconteceu na recepção do lugar, causando um enorme barulho aos demais vizinhos da delegacia. Objetos que antes faziam parte da delegacia, agora eram apenas destroços, assim como o corpo do próprio policial que havia aberto o pacote. As demais pessoas presentes, algumas se encontravam com ferimentos graves. O detetive Castle, os federais, junto com Dan, Nate e Kyle, estavam jogados no chão do elevador, impactados com o extremo barulho que a bomba causou. Havia acontecido. A primeira morte do sacrifício tinha sido a de um líder do estado, vulgo, um policial. Não havia explicação de como a bomba — que era para o detetive, o verdadeiro líder e ex-sacrificado — havia sido usada contra um mero policial.
Mas isso não importava. Naquele momento, só havia ocorrido uma explosão e de certa maneira, impactado todos ali presentes.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.