História Love Wins, Always. - Three

POV Charlie – sexta-feira

- Mais uma mudança? Você acha mesmo necessário? Eu sou muito cuidadoso quanto ao que faço e você sempre estraga tudo quando nos mudamos Dakota.

- Em primeiro lugar, eu sou sua mãe e exijo que me chame de mãe e...

- Você não tem que exigir nada Dak...

- Cale a boca! – ela me interrompeu – É errado querer uma vida normal Charlie? Uma vida onde nós possamos nos ajustar como uma família?

- Eu  não quero me ajustar – eu disse calmo – Eu gosto daqui. Gosto das garotas daqui – sorri maliciosamente.

- Esqueça essas garotas. Partiremos amanhã, uma equipe vai vir buscar tudo. E nós vamos e ponto final. Você ainda é menor de idade e tem que me obedecer.

- Ok... Ok... – disse fazendo piada do tom sério dela – Nós vamos, mas não se esqueça que ano que vem eu vou estar livre de você e então eu vou voltar aqui e terminar o serviço. Seus esforços serão em vão “mamãe”. – Disse satisfeito por ter conseguido fazer com que ela parasse de falar.

Me virei para ir ao meu quarto

- Charlie! Eu ainda não terminei com você! Não dê as costas pra mim!

- Não Dakota – disse me virando levemente – É melhor você não dar as costas pra mim.

A expressão no rosto dela afirmava que ela não ira demorar pra começar a chorar e como eu não tenho paciência pra mi mi mi, me apressei pra ir ao meu quarto. Tirei as chaves do bolso e abri a tranca e a fechadura. É claro que eu não guardo um tesouro aqui dentro, mas Dakota não me deixa outra alternativa, já que quando eu estou fora, ela entra aqui e bisbilheta tudo e eu odeio que mexam no que é meu.

Eu não entendo ela. Seria tão simples me deixar resolver as minhas coisas e cuidar somente das dela. Eu sou absolutamente ótimo no que faço e em  todas as outras coisas. Sou bonito, simpático com as pessoas e nunca a coloquei em qualquer tipo de problema. Nunca coloquei em risco a carreira maravilhosa de delegada dela. Poxa vida, eu sou um exemplo de filho prodígio e ela fica me atrapalhando. Mas tudo bem, eu vou aguentar até ano que vem, daí eu volto e termino meu trabalho.

Resolvi ligar para Sophie e avisar que eu iria viajar por um tempo.

- Oi Sophie. – Disse fingindo tristeza.

- Oi querido! Tudo bem meu amor?!

- Sim, é que... Eu tenho uma coisa pra te contar... É que... Bem... Eu vou me mudar.

- Que bom querido!!! vai mudar pra que bairro?

- Não vou mudar de bairro Sophie. Eu vou mudar de cidade. - Fingi choro

- Como assim Charlie? - Ela entendeu. Fiquei em silencio pro alguns segundos e então ela começou a chorar. Ótimo. Caiu fácil no meu papo furado.

- A minha mãe quer se mudar, por causa da profissão dela - Menti - e eu tenho que ir junto.

- Mas Charlie... Eu te amo... - Disse ela desesperada.

- Eu sei... E também te amo Sophie... Muito... - Fingi igual desespero - Vamos fazer assim. Eu vou na sua casa agora e nós vamos ter a melhor tarde de todas, ok?

- Ok, eu te espero - Ela disse ainda chorando. - Te amo.

- Também te amo. - e desliguei - Ah... Sophie, Sophie, minha cara Sophie - Cantarolei - Você não sabe o que te aguarda querida Sophie.

Eu conheci Sophie em uma boate ha 2 semanas atrás. Ela é completamente gostosa e carente então foi uma presa fácil.

Eu tenho algumas regras. Não são muitas, mas eu as sigo à risca. A que se encaixa no momento é: eu sempre fico com uma garota por 1 mês exato e depois a descarto. Mas com Dakota se intrometendo nos meus planos eu pensei em algo diferente com Sophie. O meu plano é dar um pause a nossa relação até eu conseguir voltar, ou seja, quando eu voltar eu passo duas semanas com ela e depois acabo com tudo. Simples.

Fui para a casa de Sophie e passamos uma tarde patética juntos, com direito a choradeira na despedida. Fiz ela prometer que não ficaria com ninguém e que iria me esperar. Ótimo, porque essa vadia não vai ser de mais ninguém. Enfim, cheguei em casa e por falta do que fazer fui dormir. Amanhã vai ser um dia de merda.

Sábado

Acordei com minha mãe e um membro da equipe de mudanças batendo na porta do meu quarto às 5 fucking horas da manhã. Logicamente mandei eles irem se ferrar, tranquei a porta e dormi até as 10hs e só depois os deixei entrar. Francamente, que ousadia.

5 horas mais tarde eles já haviam terminado e começamos a nossa jornada até a puta que pariu. Eu não me importava pra onde iríamos e Dakota nunca me diz então eu simplesmente conectei o fone no meu celular, liguei uma música qualquer e dormi até pararmos em um restaurante.

A fachada era muito bonita e eu como estava despreparado e usando um Jeans e Moletom. Não estava ruim, mas um restaurante desses merece uma roupa mais sofisticada. Quando entramos, me deparei com um lugar sensacional e a comida estava fabulosa, as garçonetes eram muito bonitas, aliás, todos a minha volta eram muito atraentes. Eu gostei muito local.

Outra regra se aplica aqui. Se alguém me agrada eu agradeço. Eu tenho essa regra porque é muito raro alguém me agradar, é quase impossível. Eu sou putamente exigente e quando esse fato praticamente histórico acontece gosto de falar "obrigado"

Minha mãe estava limpando a boca de Frederich quando eu toquei o seu braço.

- Ótima escolha de restaurante mamãe. Muito obrigada por esse jantar agradável. – disse sorrindo.

- Eu não fiz isso por você Charlie. – ela disse seca.

Não. Para tudo. É sério isso? Quando enfim eu cedo e converso com ela ela me vem com essa?

- Eu sei mas... – comecei já irritado.

- Você não lembrou mesmo não é? – Ela me interrompeu.

Pensei um pouco e lembrei. Era o aniversário dela.

- Feliz aniversário mamãe! – disse sorrindo mais que quando comecei a conversa.

- Pare com esse joguinho Charlie, eu não caio mais.- ela disse séria – Eu só quero que você saiba que essa noite, nada é sobre você. - Ela acrescentou depois de um tempo, triunfante.

Acho que ela pensou estar se dando algum tipo de presente. Era como se ganhar uma discussão comigo fosse o ponto alto da comemoração do aniversário dela. Mas hoje não.

- Você está errada – disse calmo.

- O quê? – Ela disse confusa. Perfeito.

- Você me trouxe aqui porque sabia que eu gostaria do local. Esse é o tipo de lugar perfeito que eu traria alguma das minhas garotas, ou melhor dizendo, todas elas. Você sabia que eu iria agradecer e então você poderia tentar me chatear com esse comentáriozinho arrogante. O fato de você ter planejado tudo isso torna a noite inteira ser sobre mim. Então, muito obrigada. – disse quase gargalhando.

Ela ficou estática. Estava prestes a chorar quando eu acrescentei:

- Sua vida é sobre mim Dakota e não tem como escapar. Você está presa comigo até a sua morte e não se preocupe com ela porque, quando chegar a sua hora, eu mesmo faço o serviço.

Essa foi a gota d’água e ela começou a chorar. Levantou-se, pegou Frederich pela mão e se dirigiu até a porta. Antes que ela pudesse sair eu a chamei.

- Dakota! - Ela se virou devagar – Feliz aniversário.

Ela saiu. Me levantei, fui até a recepção e pedi o endereço do restaurante. Esse é com certeza o meu lugar favorito na terra.