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História Loveless or lovely? - Two


Escrita por: skybgyu

Notas do Autor


Agora com fotinho :3

Capítulo 2 - Two


Fanfic / Fanfiction Loveless or lovely? - Two

Haru p.o.v



Me assustei com o que vi.



Um garoto largado no chão, com o rosto inchado, roupas levemente rasgadas e sangue por conta dos prováveis socos e chutes que levou. A julgar pelo uniforme, estudava na escola próxima ao meu estúdio e não aparenta ter mais de 17 anos. Me ajoelhei para vê-lo mais de perto, cutuquei sua bochecha com cuidado e ele começou a abrir os olhos aos poucos.

- Ei, você está muito machucado - Disse em um tom calmo para não assustá-lo. Um estranho cheio de tatuagens não é uma boa impressão de qualquer maneira. - Você quer ajuda para sair daqui?

Ele deveria estar com a visão turva por causa da pouca luminosidade do beco, pois estava estreitando os olhos procurando por mais foco. Assim que conseguiu, ficou um pouco espantado e me encarou por alguns instantes antes de passar o braço pelo meu ombro, me permitindo deixando ajudá-lo.

- Como é seu nome? - Perguntei enquanto o ajudava a andar

- Min. Tatsuya Min - Respondeu com a voz fraca.

- Meu nome é Haru. Onde fica sua casa? Eu posso te levar até lá. - Ofereci. Ele parecia inofensivo.

- Não! - Ele aumentou a voz, tossindo logo em seguida. - Não me leve para casa, por favor.

- Para onde quer que eu te leve então? - Ele não seria capaz de aceitar a oferta de ir à casa de um estranho, iria? Não que eu fosse fazer algo de errado com o garoto, longe disso. Mas seria muito perigoso se em meu lugar, estivesse alguém com segundas intenções.

- Eu não sei. - Começou a chorar. - Você... você poderia me levar para onde você mora? Eu não sei! Não quero voltar para minha casa.

Respirei fundo, era só o que me faltava a essa hora. Sinceramente, eu não estava com a mínima vontade de insistir ou discutir com o coitado que estava se apoiando em mim.

- Eu posso levar, mas você não deveria confiar em estranhos. Eu poderia ser uma pessoa má, cheia de segundas intenções. Ainda bem que consegui te encontrar aqui antes de algum maluco.

- Desculpe. - O baixinho disse em voz baixa.

-Tudo bem, tudo bem, agora vamos.



<3



O caminho até a minha casa foi silencioso, apesar de curto. Não precisamos andar tanto já que estávamos perto. Assim que consegui abrir a porta - com certa dificuldade, uma vez que o Min com o peso do corpo em cima de mim - nos deparamos com a bagunça que estava. Várias garrafas de bebida espalhadas, pratos e roupas sujas em todo canto.

- Desculpe a bagunça, não esperava receber visitas. - Disse, tirando uma blusa de cima do sofá para que o menor pudesse sentar.

-Tudo bem, sou eu que precisa se desculpar - falou sem graça.

Fui até meu quarto para buscar a caixinha de primeiros socorros que eu precisava ter sempre em casa. Não a uso desde a última vez que tentei me tatuar, uma ideia muito ruim por sinal.

Voltei para a sala, onde vi Min observando tudo ao redor. Se ele não estivese com a cara toda inchada, necessitando urgentemente de rémedios, eu até ficaria mais tempo prestando atenção em si.

Puxei um banco para que pudesse ficar de frente para ele e comecei a pegar o que precisava dentro da caixa. Passei um rémedio no algodão, mas assim que eu encostei em sua testa, ele resmungou de dor.

- Dói! Me deixe fazer isso. - Disse, pegando o rémedio da minha mão.

- Tudo bem então. Tente não quebrar nada. - Levantei de onde estava. Ele ficou um pouco envergonhado com minha atitude, talvez esperasse que eu fosse insistir em ficar.

Fui para a cozinha preparar algo para comer. Preciso fazer algumas compras, a comida já estava acabando. Pelo menos consegui achar dois pacotes de rámen. Faz muito tempo desde a última vez que eu cozinhei para mais de uma pessoa, me sinto um pouco menos solitário agora, mesmo que involutariamente.

Assim que acabei, levei tudo para a pequena mesa de madeira que ficava na sala, colocando, com cuidado, em cima dela toda a comida. Assim que o menor sentiu o cheiro, sorriu. Ele deveria estar com fome. Terminou de finalizar seus curativos, e veio ao meu encontro, sentando no chão para comermos.

- Bom, era isso que tinha, espero que goste. - Não sou muito bom em ser educado, uma vez que moro sozinho e não sou obrigado a lidar com pessoas. No estúdio, não há muito diálogo entre eu e meus clientes. Para falar a verdade, eu até gostaria de ser mais sociável e falante, mas minha natureza meio grossa me impede, espero que algum dia eu possa mudar isso...

-Obrigado! - Min fala sorrindo, tirando-me dos meus pensamentos. Ele já havia aplicado os rémedios, seu rosto estava melhor. Pude notar que seu dente era meio torto, fato que o deixa fofo.

Sorri um pouco com a situação, se eu não tivesse ido até àquele parque, provavelmente, agora, eu estaria sozinho mexendo no celular. Decidi quebrar o silêncio

- Quantos anos você tem? - Perguntei, ainda com a boca cheia.

- 17. - ele responde, também comendo. - E você?

-23

Ele me olhou surpreso, talvez não esperasse que eu tivesse essa idade.

- Quem fez isso com você? - apontei para o seu rosto.

- Uns garotos da escola que não gostam de mim. - Min disse como se fosse uma situação comum. Até me assustei, pois achava que havia sido algum assalto ou coisa do tipo.

-E você por que você deixou?

- Sou baixo, fraco, não sei lutar. O que seria de mim se tentasse revidar? O jeito é aceitar. Só falta mais um ano para eu acabar com tudo isso, então eu aceito o fato de apanhar semanalmente.

Apenas assenti com a cabeça. Não poderia me aprofundar mais na vida do garoto, apesar de ficar indigado com sua situação.

- Você é tatuador? - ele perguntou, quebrando o silêncio.

-Sim, meu estúdio não fica muito longe daqui.

-Que legal! Você ganha bem? - Ele perguntou animado, mesmo sendo um pergunta muito incoveniente.

- O suficiente - Disse um pouco frio. Eu não poderia falar coisas tão pessoais, já que não estava exigindo informações dele.

Reúni as louça suja e as levei para cozinha, largando lá.

- Min, é o seguinte: Esta casa tem dois quartos, mas um deles é quase impossivel de entrar, por conta da bagunça, então você pode dormir na minha cama hoje, enquanto eu durmo no chão.

- Não, eu posso dormir no chão - Ele respondeu sem graça.

- Eu durmo no chão, você na cama. - Disse por fim, guiando-o até meu quarto. Ele ainda deveria estar com o corpo doendo, seria melhor se dormisse na cama.

-Muito obrigado, Haru. Por tudo - Ele fala sorrindo, parecia estar aliviado. - Onde fica o banheiro?

Levei-o até lá e fui arrumar o quarto, coloquei um colchão extra no chão e me deitei de uma vez, eu realmente precisava de um descanso.

- Boa noite, Haru. - Foi a única coisa que eu ouvi antes de cair num profundo sono.



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