Anteriormente...
- Alô, Ray? Posso dormir aí hoje?
[...]
- Onde você estava com a cabeça hein? – Disse Ray andando de um lado pro outro no seu quarto.
Já havia meia hora que eu tinha chegado a casa dela, segundo a mesma, Jimin havia saído em um encontro com a Anna.
- Ray não estou aqui para ouvir sermão okay? – Disse com a voz mais que embargada. – Então, por favor, me dê colo hum?- Digo fazendo bico.
- Só que infelizmente eu também não vou passar a mão na sua cabeça. – Me fitou. – Nem parece com a Felicity que eu conheço. – Sentou ao meu lado. – Você é muito mais que uma mulher para dar status Feh. Você não merece nada disso, então levanta desse sofá e vai lutar pelo seu casamento.
- Quem não está sendo nem um pouco inteligente agora é você Park Ray. – A olhei zangada. – Eu não vou voltar para um lugar! Muito naquela casa, onde de respeito, eu não tenho nada. – Suspirei. – E também fui eu que pedi pra ele ir atrás dela.
- Porque você é trouxa e idiota. – Respondeu – Porque se fosse o JungKook, aposto que teria o amarrado e o mostrado quem é que manda. – Completou.
- Não é por que sou trouxa não. – A fitei. – É porque eu o vi chorar desesperado pela falta dela, eu também o vi necessitado pela presença dela, e eu nunca fui de prender ninguém. – Ela me olhou com cara de “Ah claro...” – O JungKook era porque eu o amava e o TaeHyung... – Não consegui terminar.
- É apenas medo de gostar e sofrer mais na frente e não sendo correspondida. – Terminou. – Vou pegar umas bebidas para gente. – Saiu me deixando ali.
No fundo Ray tinha razão. Eu tinha medo de começar gostar de TaeHyung e sofrer da mesma forma que sofri com JungKook.
Ele não era um cara ruim, apenas achava coisas e pessoas para descontar sua raiva e dor por ter perdido alguém que amava; e o amor dele... Era algo sobrenatural por aquela mulher que o fez tanto mal. O amor que TaeHyung tem por Akari era tão intenso, que mesmo sofrendo que nem um condenado por ela aquilo se tornava tão puro.
Não vou negar hoje me senti uma invejosa, pois aquilo que ele chorava por ela, eu queria que fosse por mim, nem que fosse um por cento, eu também queria experimentar daquele amor tão irreal que ele tem por ela, amor esse que nunca recebi de JungKook.
- Ei sua trouxa! – Ray gritou da cozinha chamando minha atenção. – Venha pegar sua bebida porque eu não vou levar não. – Sai de meus devaneios e fui até onde Ray me chamou.
Taehyung POV's
Estava em alta velocidade direto ao aeroporto.
Desde o jantar havia ficado inquieto. Aka me mandava as nossas fotos mais antigas e mais especiais pra mim, dizendo que havia encontrado enquanto arrumava a mala já que estava voltando para o Japão.
De primeira tentei evitar, mas aquilo que tanto escondi e menti pra mim mesmo tentou ressurgir e consegui. Eu a amava e o sentimento de perda me invadiu outra vez me machucando muito mais. E as perguntas de Felicity estavam cada vez mais irritantes. Será que ela não via que eu estava querendo outra pessoa do meu lado naquela hora? Será que ela não via que eu queria outra pessoa para conversar sobre a família?
“Eu fui embora por medo de não suportar seus pais, apenas menti sobre um homem pra que você me esquecesse e não pedisse para voltar.”
Aquelas palavras que ela disse naquele quarto ecoavam na minha cabeça.
“Seus pais sempre foram o impedimento Tae, e agora é o seu casamento.”
Eu nunca quis me casar, sempre odiei qualquer mulher que se aproximasse por medo de me machucar outra vez, mas Felicity era diferente, não dizia palavras bonitas ou algo do tipo, pelo contrário, batia de frente comigo nos tornando iguais. No início a odiava e queria sempre a machucar da mesma forma que eu estava, mas a sua inteligência e determinação me fazia querer descobrir até onde era seu limite...
Mas agora, nada disso me faz sentido, apenas quero impedir que Aka fosse embora outra vez, quero fazê-la ficar e estar do meu lado, quero gritar para o mundo inteiro que ela era a dona do meu coração.
Logo cheguei ao aeroporto e descendo rapidamente do carro corri até o guichê de seu destino.
De longe a vi sentada e logo corri até ela, mas quando estava quase chegando vi meu tio NamJoon se aproximar dela e iniciar uma conversa primeiro. Andei mais a espreita para que eu pudesse escutar melhor.
- Então era assim que você planejava fugir outra vez Akari? – Ele dizia rude.
- Não estou fugindo Kim, Felicity e principalmente TaeHyung sabe que eu estou indo embora de vez. – Ela falou em mesmo tom.
Mas como assim aqueles dois estavam juntos e no mesmo lugar?
- A é? – Disse cruzando os braços. – E o que você e seu amiguinho bastardo ganharam desta vez? – Ele a fitava – Naquela época ele roubou a empresa da própria noiva a deixando em ruínas.
- Não ganhamos nada Kim. E se eu fosse você me deixava em paz, acho que não vou ser boazinha igual à última vez. – Ela respondeu em tom sombrio.
- Está me ameaçando Akari? – Ele chegou com o rosto bem próximo dela. – Porque eu também não vou ser o mesmo que te deixou fugir junto com aquele inútil do Jeon como da última vez. – O que? Como assim Jeon? O que esse bastardo fez?
- Deixa o JungKook fora disso! – Ela rosnou.
- Eu deixo. – Disse sorrindo ladino. – Mas antes me devolva os papéis que mandou Felicity assinar. – Disse autoritário.
- É apenas minha demissão. – Ela disse.
- Me dá agora se não quiser que eu chame a polícia e você sabe muito bem que eu tenho provas o suficiente que incriminam vocês dois. – Ele tirou um pen-drive do bolso.
Vi que Aka tirou de sua mala um envelope pardo.
- "Eu, Kim Felicity, declaro através deste documento que entrego tudo que tenho a Akari Harumi e Jeon JungKook por livre espontânea vontade. Com nada mais a declarar, assino está declaração." – Ele leu quando tirou o documento do envelope. – Sério que fez esse documento mais chulo Akari? Costumava ser mais inteligente. – Disse sarcástico.
- Eu te odeio seu desgraçado – Ditou pro mais velho.
- E eu te odeio mais. – Disse simplista – Não sei como TaeHyung pode amar uma ordinária como você.
- Aquele idiota filhinho de mamãe sabe o que é bom. – Espera, ela estava me menosprezando. – Era só eu fazer um draminha de nada que aquele frangote se derretia todo por mim. – Ela dizia aquilo na maior naturalidade possível. – Se ajeitou na cadeira cruzando suas pernas. – E eu teria conseguido tudo que eu queria se você não tivesse entrado no meio.
- Eu não vou perder meu tempo com você. – Disse sem saco. – Vai embora Akari e vê se suma dessa vez, pois se eu te pegar aqui de novo, eu juro que você vai conhecer um NamJoon que nunca viu. – Ele rosnou.
- Não se preocupe Kim. – Disse da forma mais sínica. – Eu posso não ter conseguido o que tanto queria agora, mas eu ainda vou conseguir – Levantou o fitando. – Nem que para isso eu tenha que usar armas antigas. – Aproximou do mesmo que trocava o maxilar. – Lembra-se da titia Suuh? – Ele segurou o pescoço dela com força a sufocando.
- Se ousar a encostar meu sobrinho ou em Felicity eu juro que dessa vez eu te mato. – Disse rangendo os dentes e possesso.
- So-socorro. – Ela disse com dificuldades quando uns guardas apareceram e meu tio a soltou instantaneamente.
- Eu estou te avisando... – Disse com dificuldades. – Que a piedade que eu tive no passado eu não terei agora. – Meu tio disse saindo dali.
JungKook e Akari fugiram juntos dando um golpe em Felicity.
Ela foi à pessoa que matou a esposa de meu tio e minha prima.
E agora ela queria novamente dar o golpe depois que minha mãe passou tudo para o nome de Felicity, ainda mais que JungKook participava de tudo e ainda era um dos cúmplices dela...
Eu estava perplexo, em uma noite descobri o que menos queria e ainda destruir o meu próprio casamento por uma mulher que não vale nem o próprio prato que come.
Corri rapidamente ao estacionamento, tinha que tirar essa história a limpo e mais do que isso, tentar de alguma forma arrancar JungKook da minha empresa.
Andei mais um pouco quando derrapante trombei com meu tio que nervoso tentava abrir o carro.
- TaeHyung? – Disse surpreso.
- Tio NamJoon? – O respondi meio nervoso.
- O que está fazendo aqui? – Disse incrédulo.
- Acho que precisamos conversar. – Ele me passou um olhar interrogatório. – Eu acabei de ouvir tudo. – O vi dar um suspirou pesado.
Felicity POV's
Ray e eu estávamos papeando sobre coisas de garota. Ela ligou pra Jimin quer viesse com Anna para sua casa e logo não tardou de chamar Suga e Jin também.
- Ótimo. – Disse – Cada uma vai ter uma companhia agora.
- Já está assim com o Advogado Min? – Disse a zoando.
- Menina – Ela disse sorrindo. – Aquele homem não é só bom nas lábias da advocacia não. – Ela sorria maliciosamente. – Aquela língua dele faz cada maravilha que você não tem noção.
- Não acredito. – Dizia incrédula. – Vocês já transaram?
- Bebê, aquele lá que paga de tímido, mas de tímido na cama não tem é nada.
- Meu deus cadê minha amiga Ray pura e virgem? – Soltei irônica.
- Sumiu quando YoonGi a fez gozar duas vezes. – Ela respondeu maliciosa.
- duas vezes? – Perguntei assustada.
- Sim, duas vezes – Ela deu uma pausa. – Na boca porque com o membro dele foi... – Eu a interrompi.
- Não quero saber das suas intimidades sua safada. – ri de sua falta de vergonha.
- Mas nem cheguei na parte que ele me marcou toda com a boca dele. – Ela disse brincalhona.
- E nem quero que chegue. – Respondi rindo.
Logo escutei meu telefone tocar pela décima vez hoje depois que sai de casa.
- Não vai atender? – Disse Ray seria.
- Já disse que não. – Respondi fria por saber quem era. – Ele deve achar que sou idiota para atender alguém que não pensou duas vezes pra ir atrás da ex. – Disse meio magoada. – Chega Ray, não vou mais ser humilhada.
- Okay senhorita. – Me abraçou. – Que tal agente dormir? Jin não vem, Jimin e Anna não vão chegar agora é o meu Suguinha que já deve estar dormindo há muito tempo. – Ela ria.
- "Suguinha" ? Já estão assim? – Sorri.
Taehyung POV's
Meu tio e eu estávamos no meu apartamento e nem sinal de Felicity. Já havia tentado várias vezes e nada dela me atender.
- Já tentou ligar para os amigos dela? – Ele indagou? – Talvez ela esteja com eles. – Estávamos preocupado que JungKook ou a Aka fizesse alguma coisa com ela depois do confronto de hoje.
- Não tenho o número de nenhum deles. – Sentei frustrado. – Na realidade não sei de nada da vida de Felicity.
- Como pode um homem não saber de sua esposa? – Me repreendeu.
- Você esqueceu que casei a força? – Disse como se fosse o óbvio.
- Mesmo assim, acho que já deveria saber pelo menos o suficiente para proteger sua esposa. – Ele disse meio irritado. – Esposa essa que você não dá um pingo de valor?
- Valor? – Respondi irritado. – Alguém que casa por dinheiro não merece valor algum. – Soltei.
- Você está se escutando? – Indagou. – Você acabou de correr atrás de alguém que sempre te traiu e na primeira oportunidade te trocaria por qualquer trocado. – Cuspiu as palavras. – Enquanto isso, a esposa que você que você tanto despreza estava me ajudando a te firmar na presidência. – O fitei. – Ela nunca quis seu dinheiro ou a empresa, ela simplesmente estava atendendo ao pedido de sua mãe para que você não perdesse tudo que era seu para o Suho. – Disse raivoso.
- Você não sabe o que é viver sob o mesmo teto de alguém que você não ama. – Digo amargurado.
- E enquanto você repetir pra si mesmo que não a ama, vai continuar sofrendo que nem um idiota. – Me fitou. – Ou esqueceu que acabou de ser humilhado pela garota por quem vive mendigando amor e carinho e que não vale pagar nem sequer uma punheta? – Eu sorri brevemente, mas depois tornei meu rosto sério. – Ou vai lutar por uma mulher que abriu mão de sua própria liberdade para fazer um homem que ela não conhecia adquirir respeito e autonomia diante um dos maiores grupos financeiros da Coreia do Sul? – Indagou.
- Tio, mas... – Eu estava confuso. – Eu não consigo.
- Olha – Pousou as mãos em meus ombros. – Deixa aquela mulher ser sua força, deixa ela te mostrar que já outros caminhos melhores – Ele sorriu. – Deixa ela te mostrar que existe realmente um amor verdadeiro e saudável, não aquele doentio que você sente pela Akari. – O olhei fundo nos olhos.
- Eu vou tentar a olhar com outros olhos. – Não tinha joguinhos ou coisa do tipo, era apenas um idiota e fraco que foi humilhado e largado mais uma vez, tentando ser feliz de verdade.
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