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História Lucille - Especial: Onde tudo começou...


Escrita por: DannyDixon

Notas do Autor


Olá amores!!
Estava morrendo de saudades de vocês!!! Desculpem a demora, tive que viajar e estagiar nesse final de periodo, foi muito corrido pra mim. MIL desculpas!! Espero que não tenham me abandonado!!
E para compensar, aqui está um capitulo ESPECIAL antes do apocalipse com Negan e Lucille, pra gente saber como eles se tornaram os reis da porra toda. Espero que gostem!!
MUITO obrigado por não me deixarem desistir e por comentarem sempre!
Música do capitulo: Burn Down The Summer - Vittoria and The Hyde Park
Boa leitura!!!

Capítulo 15 - Especial: Onde tudo começou...


Fanfic / Fanfiction Lucille - Especial: Onde tudo começou...

Lucille

11 anos atrás...

Mais um dia de ensaio tinha acabado e eu estava exausta como sempre. Meu corpo todo dolorido por conta do esforço durante horas sem descanso, mais eu amo o que eu faço então me sinto feliz apesar de tudo.

Saio do estúdio junto com minhas amigas, Giovanna e Camila. As únicas amigas que eu tinha, apesar de não entender porque a Camila era nossa amiga, já que ela era rica e extremamente linda e nós somos apenas as garotas do subúrbio que conseguiram uma bolsa no estúdio de dança.

-Minhas pernas estão parecendo gelatina de tão doloridas que estão. –reclama Gi, fazendo uma careta de dor.

-Mais são essas dores que nos faram estrelas da dança futuramente e vão nos tirar dessa merda de lugar. –digo sorrindo.

-Vocês reclamam demais sabia? Se não aguentam um simples ensaio como esse, acho que não irão aguentar os ensaios quando formos profissionais.

-É impressionante como você nos incentiva, não é Camila? –pergunta Gi sorrindo irônica.

-Gente não vamos começar, pode ser? Nós somos amigas, então sem brigas.

-Lucille sempre sendo boazinha demais. –diz Gi revirando os olhos mais logo está sorrindo e brincando novamente.

Seguimos nosso caminho vendo o sol se pôr, quando Giovanna senta no meio fio da calçada para amarrar o cadarço do tênis.

-Não sei qual é o seu problema com saltos, eles não tem esses cadarços idiotas e são mais chiques. –resmunga Camila, fazendo uma careta para os tênis da Gi. Ela realmente odeia tênis.

-Deve ser porque eu passei o dia inteiro dançando e meus pés não aguentariam um salto agora, entende? –rebate Gi, dou uma risada da situação, mas sinto algo mudar, algo novo.

Desvio meu olhar das garotas e me pego olhando para a entrada do bar que tinha do outro lado da rua, me surpreendendo ao encontrar um estranho olhando para mim. Na verdade ele estava me encarando.

Olhando bem agora, eu já o tinha visto uma vez, muitos anos atrás quando ainda era uma criança. Ele é o dono da loja de carros usados que fica na saída da cidade, mas não me lembro de seu nome.

Sua postura era despreocupada, o cigarro entre seus lábios dando-lhe um ar ainda mais sexy, os cabelos bagunçados, calça jeans desbotada e jaqueta de couro, tudo nele dizia sexo e problema. Seu olhar ainda estava em nossa direção, mesmo sem eu ter certeza de para quem ele estava olhando, seu olhar parecia me queimar, então lhe dou as costas.

Sinto sensações estranhas por todo o meu corpo, parece que todo o sangue do meu corpo foi para meu rosto porque o sinto queimar e eu nem sei por quê. Meu coração está acelerado e minhas mãos tremem, mais como pode isso? Eu só olhei para aquele estranho e agora meu corpo parece ter criado vida própria por causa disso?

-O que houve Lucy? Você está bem? –Gi pergunta me olhando preocupada.

-Estou bem, só cansada. –dou um meio sorriso.

Ouço um carro se aproximar e parar ao nosso lado, mas não me viro para ver quem é. Continuo olhando para Giovanna, sentindo todo meu corpo se arrepiar ao sentir aquela presença ainda mais perto.

-Quer uma carona querida? –ouço uma voz rouca e sexy dizer bem próximo a mim. Não preciso olhar para saber que era o mesmo estranho que nos observava minutos atrás. Camila sorri para ele e joga o cabelo para o lado, fazendo charme.

Claro que ele estava dando em cima dela, Camila sempre foi à garota mais desejada e linda da nossa pequena cidade. Todos os homens, não importando a idade, queriam ficar com ela. Então porque aquele homem iria me olhar, uma garota magrela de 20 anos, quando se tem uma Camila linda e perfeita do lado?

-E para onde quer me levar? –pergunta Camila, mordendo o lábio enquanto enrola uma mexa de cabelo no dedo. Essa atitude dela me deixa enjoada.

-Não estava falando com você loirinha, estava falando com a morena que está me ignorando aqui. –ele diz, parecendo magoado, mas consigo perceber o sorriso em sua voz. Viro-me para ele surpresa, ainda percebo seu olhar em minha bunda e isso me deixa ainda mais nervosa. –Finalmente! É surda por acaso?

-Não. –respondo baixinho. Ainda estou em choque e sem entender o porquê daquele cara estar flertando comigo. Porque ele está flertando, não está?

-Então, vai aceitar minha carona? Está muito tarde para uma garota tão linda como você ficar andando sozinha por ai. –ele dá um sorriso torto, que faz minhas pernas virarem gelatina e minha voz sumir.

Estava na cara que ele poderia ter qualquer mulher que ele quisesse, que ele era completamente errado para mim, que seria o pior erro que eu poderia cometer e o maior problema da minha vida. Mas o cara era quente como o inferno, extremamente sexy e ainda tinha aquele sorriso de matar qualquer uma. Um verdadeiro cafajeste!

-Não, obrigado. Estou com minhas amigas. –respondo encontrando finalmente minha voz e agradecendo a deus por ela não ter falhado.

-Você quem sabe querida, aposto que não iria se arrepender. –diz e pisca para mim.

-Eu não sou sua querida. –digo ficando irritada com aquela situação toda.

-Não é ainda, mais vai ser um dia.

-Você é muito convencido!

-E você é muito gostosa!

Pego na mão de Giovanna e a arrasto para longe daquele homem cheio de si, continuo meu caminho sem olhar para trás. Até que o maldito impala dele passa por nós buzinando e virando a esquina em alta velocidade.

-Você já conhecia esse cara Lucy? –pergunta Gi.

-É um dos seus casinhos? –pergunta Camila cheia de maldade.

-Claro que não! Nunca vi esse homem na minha vida. –respondo irritada.

Sigo meu caminho para casa ainda mais chateada do que antes, Giovanna é a única das garotas do estúdio que mora em um bairro perto do meu, então seguimos juntas até metade do meu caminho, o resto eu percorro sozinha.

Minha casa é pequena, bagunçada e precisa de uma reforma urgentemente, mas como não temos dinheiro, fica do jeito que está. Aos pedaços! Minha mãe fugiu com outro homem quando eu tinha dois anos, desde então moro sozinha com meu pai, que gasta todo o dinheiro que ganha com bebidas e prostitutas. Tem dias que passo fome, pois não temos dinheiro para comer, às vezes escondo um pouco do dinheiro dele para ajudar a comprar os materiais que preciso no estúdio, como figurinos e sapatilhas.

Entro em casa e o encontro dormindo no sofá agarrado na garrafa de vodca, reprimo um suspiro enquanto sigo para a cozinha ver se encontro alguma coisa para comer. Mas não há nada em lugar nenhum daquela casa que possa servir de alimento.

Decido ir tomar banho e dormir, e é isso que eu faço. No dia seguinte acordo cedo para fazer minha corrida matinal antes de ir para o treino, depois passo na cantina da dona Rose que todos os dias me dá o melhor café da manhã do mundo! Simplesmente adoro essa senhora. Chego a casa tomo um banho e me visto para ir ao treino, antes passo na cozinha para pegar o dinheiro que eu tinha escondido. Este dinheiro era para pagar a roupa da apresentação de hoje à noite, se eu não levasse esse dinheiro hoje, não poderia me apresentar.

Não encontro o dinheiro onde o deixei, então desesperada procuro por toda a casa, encontrando um monte de “nada”!

-O que está procurando garota maluca? Acordou-me sabia? –meu pai grita quando quase o derrubo do sofá procurando pelo dinheiro.

-Estou procurando pelo dinheiro que guardei na cozinha, você o viu?

-Ah, o meu dinheiro? Claro que vi, sua ladra maldita!

-Pai aquele dinheiro era meu, por favor, onde você colocou?

-Eu gastei, comprei minha bebida que é o que me faz feliz nessa droga de vida.

Entro em desespero, essa era a grande chance da minha vida, treinei a semana toda para isso e agora estou vendo tudo isso indo pelo ralo. Saio de casa desesperada, esqueço até minha mochila, corro para o estúdio.

-Lucille? Por que a pressa? –pergunta minha treinadora quando entro em sua sala como uma louca.

-Preciso falar com a senhora urgentemente!

-O que houve?

-Meu pai gastou o dinheiro que eu tinha para pagar o figurino da apresentação de hoje, juro que tinha todo o dinheiro que precisava e posso juntar de novo, só preciso de mais tempo, por favor?

-Você sabe que o último prazo para a entrega desse dinheiro era hoje Lucille, não posso fazer nada por você. Temos regras e você mais do que ninguém deveria obedece-las já que é uma bolsista.

-Eu sei das regras, mais, por favor, eu treinei tanto para isso! É o meu sonho!

-Entendo querida, mas como você, tem outras garotas nessa cidade que adorariam estar no seu lugar com este mesmo sonho. Sinto muito.

Tudo parece estar ruindo sob meus pés, sinto minha cabeça girar, as lágrimas embaçando minha visão e o desespero me tirando a respiração. Até que tudo parece parar, não sinto mais nada a não ser raiva. Raiva de mim, do merda do meu pai, da minha mãe por não ter me levado com ela quando foi embora, raiva do mundo!

-Então vá se foder sua velha mal comida! –grito pra ela mostrando o dedo do meio. Deixo-a chocada quando saio de sua sala batendo a porta com força.

-Lucille, o que houve? –ouço Giovanna perguntar, mas não paro para falar com ela, apenas sigo meu caminho.

Não sei para onde estou indo, nem para onde quero ir, até que paro no meio da calçada e olho para o lado, vejo o bar novamente. E lá está ele de novo, na mesma posição que ontem, fumando só que dessa vez não está sozinho. Está rodeado de homens, conversando e rindo. Seu olhar cruza com o meu, parece que ele sabia que eu o estava observando, então levanta sua cerveja e me oferece, depois a abaixa sorrindo descarado.

Algo em mim explode, acho que a raiva e o desejo que tinha de fazer algo diferente, algo novo, me fez atravessar a rua e com passos decididos ir até ele.

-Aquela carona ainda está de pé? –pergunto a ele, tirando a cerveja de sua mão e dando um gole.

Todos os homens estão em silêncio observando incrédulos o meu ato de rebeldia, se é que se pode chamar isso de ato de rebeldia. Ele sorri convencido, desencosta da parede e se aproxima de mim.

-Claro docinho, vamos, eu te pago uma bebida. –diz sorrindo sedutor. Ele passa o braço pela minha cintura. –E vocês, tirem os olhos da bunda da minha mulher, entenderam? –manda, e depois gargalha.

Ele compra bebidas no bar, depois entramos em seu carro. Sei que é uma péssima ideia entrar no carro de estranhos, ainda mais quando esse estranho está claramente querendo me levar pra cama, mas eu não estava me importando com nada naquele momento.

-Porque disse que eu sou sua mulher para aqueles homens? –pergunto depois de alguns minutos de silêncio.

-Queria ficar com eles?

-Não.

-Então está resolvido. Eles não vão mexer com você, porque é minha mulher entendeu?

-E o que sua mulher de verdade vai dizer disso? –pergunto um tanto curiosa sobre ele, ele ri, mais é um riso triste.

-Ela não vai dizer nada, até porque ela está morta.

-Sinto muito. –sussurro.

-Não sinta, eu não sinto. Se ela estivesse viva, não estaríamos aqui agora. –pisca para mim. Reviro os olhos para ele e vejo que estamos parados em uma estrada abandonada.

-O que estamos fazendo aqui?

-Vamos apenas beber, pensou besteira não foi? –ele ri. –Cara de santa, mais deve ser um pecado na cama não é?

-Idiota! –resmungo saindo do carro, sentindo meu rosto queimar de vergonha. O vejo pegar as cervejas que comprou enquanto sento no capô de seu carro, ele me entrega uma garrafa e pega outra para si.

-Vai ficar muda agora? Está brava comigo? –pergunta fazendo uma careta, acabo rindo da sua tentativa de parecer triste. –É assim que eu gosto, sorria baby!

-Ainda não me disse seu nome. –digo e dou um gole na minha bebida.

-Negan. –ele pega minha mão e a beija, galanteador. –É um prazer conhece-la.

-Lucille. –digo meu nome e ele me encara, abrindo um sorriso lentamente, seus olhos tem um olhar diferente agora.

-Lucille. –sussurra meu nome parecendo algo sagrado em sua voz. Sempre odiei meu nome, mas dessa vez, com ele pronunciando, parecia algo lindo, especial e único. –É perfeito, combina com você. –desvio o olhar envergonhada, mas logo sinto seus dedos levantarem meu rosto, me fazendo olhar para ele. –Você é tão doce, tão pura que chega a ser um pecado só falar com você. Não precisa ficar envergonhada, apesar de ficar ainda mais linda assim, tem que se acostumar com os elogios baby.

-Se você diz. –dou de ombros, torcendo para que esse assunto acabasse ali, pois não sei quanto tempo mais eu aguentaria diante da sedução deste homem.

-Porque não está no estúdio ensaiando? Soube que hoje a tarde vai ter uma apresentação.

-Como sabe disso?

-Cidade pequena baby e digamos que todos os dias eu te veja sair daquele lugar, então você deve ser uma das alunas, estou certo?

-Sim. –tento ignorar a parte que ele me observa há muito tempo, porque isso parece muito psicopata para mim. –Não vou participar da apresentação.

-Por quê?

-Porque aparentemente eu não sou boa o suficiente. –decido mentir, pois ficaria ainda mais envergonhada se falasse que meu problema era dinheiro. Ia parecer sujo demais pra mim, ainda mais nessa situação, sozinha com ele.

-Você não é boa o suficiente? Caralho o que aquele bando de filhos da puta tem na cabeça? Você é incrível! –ele parece realmente irritado com o que eu disse.

-Não tem como saber se eu sou incrível, você nunca me viu fazendo nenhuma apresentação, nem meus ensaios. –sorrio pra ele.

-Não preciso ter visto pra saber disso. É só olhar pra você e para o jeito como você fala daquele lugar, você ama o que faz! E porra, eu nunca tinha visto alguém falar assim antes.

-Pois é, mas aparentemente há algo mais importante do que isso não é?

-Me escute Lucille, vou falar apenas uma vez. –pede segurando meu rosto entre as mãos. –Não importa o que aquele bando de gente fresca diga sobre você, não importa se não vai participar dessa merda de apresentação, você pode não ter uma multidão te aplaudindo de pé em um local desses cheios de frescura, mas você terá a mim. Eu estarei te assistindo sempre, não importa onde, ou quando. Eu estarei lá por você e pra você, entendeu?

Ele fala tão intensamente que me faz perder o ar, meus olhos estão presos no dele, meu coração está batendo acelerado e estou tremendo. Nunca senti algo assim na vida! Essa coisa me puxando para ele, tão forte, tão intensa, tão Negan.

-Obrigado. –sussurro baixinho, ele sorri e se afasta.

-Acho que isso vai dar muito certo.

-Isso o quê? –pergunto confusa.

-Negan e Lucille. –responde piscando para mim, não me contenho e acabo sorrindo abertamente para ele.

Apesar de não parecer certo, de estar indo rápido demais, aquilo me deixou mais feliz do que qualquer coisa em minha vida. Não sei o que Negan era minha vida, mas sei bem o que eu queria que ele fosse.

 

Dias depois...

 

Os dias foram se passando e todos os dias Negan aparecia no estúdio para me ver ensaiar a noite. A cada dia fomos ficando mais próximos, tento colocar minha timidez de lado, mas com Negan tudo em mim parece ficar ainda mais intenso, não consigo fingir quando estou com ele.

Com o passar dos dias, eu fui tento ainda mais certeza de que o queria, até que aquilo aconteceu. Nossa primeira vez juntos. Não sei nem explicar o que senti naquela noite no chão do estúdio, aquele homem simplesmente me matou de prazer. Eu entrei naquele estúdio como uma garota tímida e sai como a mulher dele.

Eu estava feliz, apaixonada, amando e sendo amada por aquele homem. Negan sabia como me agradar e eu podia ver em seus olhos sua devoção comigo, era quase insano quando olhava para mim. Estávamos ligados para sempre e disso eu tinha certeza. Eu era dele e ele era meu, não existia mais nada, além disso.

Termino de vestir meu short jeans e minha camiseta regata branca antes de sair do vestiário do estúdio, tinha acabado o treino fazia algum tempo, mas eu não me importava de ser a última a sair. Mas para minha surpresa, encontro Camila e Giovanna me esperando na saída do estúdio.

-O que ainda estão fazendo aqui? –pergunto.

-Estávamos te esperando. –responde Giovanna. –Estamos preocupadas com você, Lucy. Você trocou de turma, não fala mais com a gente, anda toda misteriosa e tá correndo um boato pela cidade de que você agora é a nova ninfeta do Negan.

-Não mudei de turma, a treinadora de vocês que me tirou da turma de vocês e me colocou em outra. –respondo enquanto caminhamos pela calçada. –Não falei mais com vocês porque estou focada nos meus treinos e porque estamos em turmas diferentes, o tempo não dá entende? E eu continuo a mesma, não tem mistério nenhum.

-Então porque não anda mais com a gente? –pergunta Camila.

Quando eu ia responder, um carro estaciona ao meu lado na rua.

-Olá baby. –diz Negan tirando os óculos escuros para me olhar. –Estou atrasado?

-Não amorzinho. –respondo para ele sorrindo. –Então meninas, é por isso que não estou mais voltando com vocês para casa.

Elas ficam paralisadas em choque, Negan sorri para elas.

-Então o que estão dizendo é verdade? –pergunta Camila ainda em choque.

-O que andam dizendo? –pergunta Negan arqueando as sobrancelhas.

-Estão dizendo que estamos tendo um caso. –respondo revirando os olhos. –E que eu sou a sua nova “ninfeta”.

-Sério? –ele diz e joga a cabeça para trás gargalhando.

-É verdade ou não? –pergunta Camila impaciente.

-Se você está querendo saber se eu já fui pra cama com ele, então sim, eu já fui e vou todas as noites. –respondo sorrindo de lado. Eu já não era mais a garotinha tímida e quieta, eu havia mudado e isso parece tê-las surpreendido.

-Minha mulher é foda não é? –ele ri e pisca para mim. –Vamos logo baby, temos que fazer umas comprinhas antes de ir para casa.

Entro no carro sem me despedir delas, mas posso ver Giovanna sorrindo no retrovisor, minha amiga está feliz por mim e só isso importa. Giovanna conseguia ser mais maluca do que eu, mas eu sei que sempre conseguiria o apoio dela para tudo.

Dou um beijo em Negan e ligo o som do carro, o sol estava se pondo, o vento em meus cabelos e a música que tocava deixava o momento ainda melhor. Eu estava leve e feliz como nunca havia estado antes.

 

“Olhos bem abertos esta noite

Assim eu posso ver o que você gosta

Seu corpo é meu paraíso

O que você quer fazer

O que você quer fazer.”

 

Começo a cantarolar baixinho, acompanhando o ritmo da música. Sinto o olhar de Negan me queimar, mas não olho para ele.

 

“Colidindo como as ondas

Estamos condenados a quebrar

Nós imploramos

Sexo embaixo d'água

Queimando em nossas veias

Nós somos fugitivos

Nós fazemos amor como nirvana.”

 

Meu olhar cruza com o dele, mordo o lábio ao notar seu olhar intenso pelo desejo. A tensão sexual tomando conta do carro, uma faísca e tudo pegaria fogo.

 

“Incendeie o verão

Persiga a boa sensação

Nós fazemos o que queremos

Meninas como eu e rapazes como você

Quente como um fogo

Nós estamos vivos

Você sabe que nós vamos

Incendiar o verão.”

 

-Baby você sabe como enlouquecer seu homem. Se eu não estivesse dirigindo você ia ver só o que eu ia fazer com você. –me ameaça quase me comendo com os olhos.

-Você devia parar de me ameaçar e fazer. –digo e ele se surpreende, sorrio pra ele.

-Lucille, você está sendo uma garota muito má. Vamos resolver isso em casa, só não garanto que chegaremos ao quarto a tempo.

Paramos em frente a uma loja de equipamentos esportivos e de armas, não entendo porque vendem essas coisas no mesmo lugar, mais tudo bem. Assim que entramos de mãos dadas, todos param para nos olhar. Fico morrendo de vergonha, tento soltar minha mão e sair correndo daquele lugar, mas Negan segura minha mão mais forte, me impedindo de ir embora.

Seguimos pelos corredores da loja, tentando ignorar os olhares curiosos, até que Negan encontra o que queria. Um taco de baseball, não sei por que ele quer isso, eu nunca o vi jogando nada, mas ou ele comprava isso ou morria.

Vamos ao caixa, que é uma mulher muito bonita que praticamente comeu o Negan com o olhar, ajeitou o decote enorme e se insinuou toda pra ele. Eu trinquei os dentes de raiva, mordo meu lábio até sentir o gosto de sangue, enquanto vejo aquela maldita vadia dar em cima do MEU homem.

-É só isso senhor? Fez uma ótima escolha. –ela sorri pra ele.

-Sim, é só isso. A não ser que Lucille queira alguma coisa. –ele me olha e o filho da mãe está amando essa situação. A raiva toma conta de mim, eu vejo tudo vermelho, estou tremendo de ódio. Negan era mesmo um filho da puta!

-Ah, sua filha vai querer alguma coisa? –pergunta parecendo me notar pela primeira vez desde que chegamos.

-Filha? –sussurro, Negan perde o sorriso e olha para ela irritado. Ele também não gostou muito da suposição da mulher.

Algo me chama atenção atrás dela, uma marreta de madeira, parecia pesada, mas para mim era perfeita para esmagar uma cabeça loira tingida que estava na minha frente. Nunca tive pensamentos assassinos, mas dessa vez não consigo conter meu sorriso maldoso ao pensar em como aquela marreta arrancaria a cabeça dela fora.

-Eu quero aquela marreta papai. –digo para ele sorrindo docemente como se nada tivesse acontecido.

-O quê? –pergunta confuso. –Lucille, não sou seu...

-Vai me dar ou não?

-Claro que vou. –responde calmo, mas sei que está furioso.

-Obrigado papai lindo. –respondo sorrindo e lhe dou um beijo na bochecha.

-Uma ótima escolha querida. –a mulher diz sorrindo e embalando a marreta junto com o taco.

Ela me entrega a sacola, Negan paga tudo, enquanto isso me aproximo dela com um sorriso frio no rosto.

-Você sabe que ele não é meu pai, não é? –pergunto friamente. –Aquele é meu homem e se você se oferecer de novo para ele, eu esmago a sua cabeça com essa marreta até ela virar gelatina, entendeu ou quer que eu desenhe? –ela me olha em pânico. Volto a sorrir docemente como se nada tivesse acontecido. –E querida é a puta que te pariu! Tchauzinho!

-O que disse para ela? –pergunta Negan quando já estamos entrando no carro.

-Nada.

-Nada? A mulher está mais branca que defunto e está tremendo até agora.

-Bom pra ela, assim não se mete com o que não é dela.

-Ciúmes baby? –pergunta sorrindo.

-Instinto assassino, isso sim.

-Você fica um tesão assim sabia? –me provoca, mas não ligo para ele.

Chegamos a casa dele, desço do carro batendo a porta com força, ainda estava chateada e com muita raiva. Aquela droga de cidade acabava com tudo de bom que podia acontecer comigo, até as pessoas daqui não prestam.

-Ainda está com raiva? –pergunta se aproximando lentamente de mim, com as mãos para o alto, como se estivesse se rendendo. Estamos na sala dele, e tudo o que eu queria era bater em alguém.

-O que você acha?

-Eu acho que você não precisa ficar com raiva, apesar de ficar muito sexy quando fica assim. –ele sorri torto. –Quando você vai entender que eu escolhi você para ser minha mulher Lucille? Eu quero você, só você. Não existe Negan sem Lucille, você é minha rainha, minha mulher. Porra Lucille, só você me deixa duro só com esse seu ar inocente nesse corpo de mulher. Caralho nunca vou me cansar de você sabia? E não importa o que aconteça, eu sempre vou ser o seu homem e você sempre vai ser minha.

- “Fique comigo, vamos nos comportar mal / As estrelas vão nos levar para longe / Manter para sempre as chamas / O que você quer fazer / O que você quer fazer.” –canto para ele em seu ouvido, a música que estávamos ouvindo em seu carro.

-Sempre. –diz segurando meus cabelos e me levando para seus braços. –Vamos ficar juntos para sempre.

Nos beijamos e tudo explode, minha raiva some, dando lugar ao desejo. Nos beijamos com loucura, como se nossa vida dependesse disso. Suas mãos descem por meu corpo, provocando sensações incríveis que só ele conseguia, até chegar a minha bunda, onde ele aperta com força, me fazendo entrelaçar sua cintura com minhas pernas.

Ele esbarra em algumas coisas antes de nos fazer cair no sofá, arranco a camisa dele, enquanto ele faz o mesmo com a minha. Logo as peças de roupas estão espalhadas pela sala, nossos corpos suados estão colados e se movimentando de forma única e precisa. Então Negan se afasta, olho para ele confusa e irritada por ele ter parado o que estava fazendo, o vejo abrir minha bolsa e tirar meu lenço vermelho de dentro dela. Ele me olha e sorri sacana.

-Me dê aqui suas mãos baby. –pede e mesmo assustada, ofereço minhas mãos. Ele as amarra com o lenço e as coloca acima da minha cabeça. Vai até a cozinha e volta com um cubo de gelo, fico na expectativa do que pode acontecer, até que sinto o gelo passar pelas minhas coxas, solto um suspiro. Ele sorri mais ainda, coloca o gelo na boca e começa a passa-lo por todo o meu corpo, fico toda arrepiada e excitada. Onde antes estava frio por causa do gelo, agora estava quente por causa do seu corpo que agora estava sob mim novamente. Negan me penetra soltando um gemido rouco em meu ouvido, eu queria tocá-lo, traze-lo para mais perto, mas estava amarrada. Nossos movimentos ficam mais rápidos e deliciosos até que chegamos ao ápice e eu experimento aquela deliciosa sensação de quase morte, como diriam os franceses.

-Eu te amo Lucille. –diz me desamarrando. Ainda mole em seus braços, pego o lenço e coloco em seu pescoço.

-Eu também te amo Negan.

-Pra sempre.

-Sempre.

No dia seguinte, decido ir em casa pegar minhas coisas e me mudar definitivamente para a casa de Negan. Ele praticamente me implorou para morar com ele, claro que estava tudo indo rápido demais, mas eu não conseguia evitar e nem poderia evitar mais nada. Eu já estava completamente apaixonada por aquele homem.

Peço a ele que me espere no carro, não quero que ele encontre meu pai. Negan não é uma pessoa muito calma e junto com meu pai então, o mundo poderia acabar. Entro em casa e vejo meu pai, bebendo de novo e vendo TV.

-Viu só a merda que está acontecendo? Os mortos estão voltando à vida e matando os vivos. –ele diz olhando para a TV.

O ignoro, subo as escadas, coloco minhas roupas e algumas coisas pessoais na minha mochila, faço isso rapidamente e desço novamente.

-Para onde vai? –pergunta parado em frente à porta.

-Vou embora.

-Embora? Esta me deixando como a vadia da sua mãe me deixou? Eu sabia que você era igualzinha a ela, arrumou um idiota para te bancar foi princesa?

-Não é da sua conta! Deixa-me ir embora! –peço perdendo a paciência.

-Você não vai sair dessa merda de casa nunca, entendeu? –grita e me dá um tapa tão forte que caio batendo a cabeça na mesinha da sala.

Ele vem pra cima de mim de novo, me arrasta pelo cabelo e me joga contra a parede.

-Vadia! –grita, então ouço um estrondo.

A porta foi derrubada, Negan está na entrada com o taco na mão e com uma cara nada boa. Ele me vê no chão sangrando, depois olha para meu pai, seu olhar é de puro ódio.

-Seu velho idiota! Ninguém nunca te ensinou que não se bate em mulher? –grita e acerta meu pai com o taco.

Meu pai cai no chão com a cabeça sangrando, Negan joga o taco no chão e vai pra cima dele. Bate tanto em sua cara, que não consigo mais ver o seu rosto com tanto sangue. Fecho os olhos chorando baixinho, aquilo era demais para mim. Não sei quanto tempo se passa, até Negan deixar o corpo do meu pai inerte no chão e vir até mim. Ele me pega nos braços e me levanta.

-Ele está morto?

-Desculpe baby, não consegui me segurar. –ele responde mais calmo, mas sei que está irritado.

Não digo nada, apenas pego minha mochila e saio da casa com Negan. Ao sairmos vejo um verdadeiro campo de guerra na minha rua. Pessoas sendo devoradas por outras, incêndios, pessoas desesperadas correndo, tiros e pessoas mortas por todos os lados.

-Mais que merda é essa? –pergunta Negan confuso.

Mas não temos tempo para pensar, pois uma daquelas coisas nojentas vem em nossa direção grunhindo e com as tripas de fora. Negan acerta a cabeça daquela coisa com o taco e ela cai no chão, ele segura minha mão e me leva para o carro.

Estamos indo para a casa dele, quando avistamos Giovanna fugindo de Camila que tinha virado uma daquelas coisas.

-Para o carro Negan! –peço e ele para o carro. –Giovanna!

-Lucille! –ela grita e corre chorando em direção ao carro. –É o apocalipse, estamos no apocalipse! –ela fica repetindo enquanto chora no banco de trás.

E era mesmo o apocalipse, aquele foi apenas o começo. Nos primeiros dias ainda se falavam em cura, então nos pegamos a estrada rumo à cidade grande, mais ao chegarmos lá só encontramos mais gente morta e o exercito explodindo tudo. Depois de alguns meses, a coisa realmente piorou. Não tinha mais nenhuma esperança de que o mundo voltasse ao normal, ficamos só nós três contra tudo e todos. Passamos fome e frio apesar de Negan se esforçar sempre para nos dar um pouco de segurança e de suprimentos.

Andamos por dias, semanas, sempre acampando na floresta. Negan tinha enrolado seu taco com arame farpado, e eu estava usando minha marreta contra aquelas coisas nojenta. Ficamos evitando sobreviventes, até que um grupo nos encontrou.

Negan e eu tínhamos saído para buscar água e lenha, enquanto Giovanna ficava cuidando do acampamento. Mas quando voltamos, tinha um grupo de homens e ela estava amarrada perto da fogueira.

-Mais olha que beleza! O nosso líder vai ficar muito feliz quando a levarmos para ele. –um dos homens diz, enquanto Negan me segura escondida e longe daquilo tudo.

-Quem são vocês? –ela pergunta chorando.

-Nós somos os Salvadores boneca e você vai ser a nova vadia do nosso chefe.

-Não! –ela se desespera e tenta fugir, um deles tenta segurar ela, mas Giovanna morde sua garganta, então ouço um tiro e vejo minha amiga cair no chão com um tiro no peito. Choro em silêncio horrorizada com essa cena.

-Agora vamos ter que ir embora. –o homem diz.

-O nosso chefe não vai ficar nada feliz com isso.

-Dane-se ele! Vamos logo! –eles vão embora.

Espero eles sumirem completamente antes de sair dos braços de Negan e ir até onde Giovanna estava, abraço o corpo morto da minha amiga e choro de raiva por não ter feito nada para impedir isso. Giovanna era minha melhor amiga, a única coisa que me lembrava da garota que eu era antes dessa loucura toda, mas agora ela estava morta.

Depois de alguns minutos, ela abre os olhos e eles estão mortos. Afasto-me dela, e a vejo grunhir em minha direção abrindo e fechando a boca, com aquela fome por minha carne.

Negan pega seu facão, mas não o deixo fazer isso, eu tenho que fazer. Então pego seu facão e enfio na cabeça dela, matando não só ela, mas também a antiga Lucille e toda a bondade que vinha junto com ela.

-Lucille? –Negan me chama depois de alguns minutos, estou parada no mesmo lugar olhando para o corpo de Giovanna, até que a voz dele me tira do meu estado estático.

-Temos que acha-los.

-O quê?

-Quero mata-los.

-E nós vamos baby, mas antes precisa levantar dai. –ele diz com um sorriso triste.

Não demorou muito até encontrarmos o acampamento daqueles vermes malditos, ao chegarmos lá, contei meu plano a Negan, provavelmente ele não gostou nadinha da parte em que eu seduzo o líder deles, mas teve que aceitar meu plano, pois era a única forma de matar e dominar tudo o que eles tinham.

-Olá, não queremos confusão, só estamos perdidos. Minha filha e eu estamos há dias sem comer e a pobrezinha está morrendo de fome. –ele diz fingindo muito bem que era meu pai.

-Ora, uma garota tão bonita como ela não pode morrer de fome assim. –um velho diz sorrindo maldoso. –Eu Dylan, o líder desse grupo. Sua filha e você podem ficar aqui, eu mesmo vou cuidar dela agora. Meus homens vão dar alguma coisa pra você comer também.

Já era noite, quando ele me leva para dentro da sua tenda. Lá dentro ele já vai me tocando e beijando meu pescoço, sinto nojo, mas minha raiva era maior. Minha melhor amiga morreu por causa desse cara, então eu tinha que tirar tudo dele.

-Você é uma tentação sabia? –pergunta me jogando na cama e se deitando por cima de mim. –Como se chama docinho?

-Ela é a insana, a louca, a rainha Lucille. –ouço Negan dizer, o homem vira para ver Negan na entrada da tenda. Negan está com um sorriso louco nos lábios e eu aproveito a distração do maldito para tirar a minha faca da cintura e cortar sua garganta.

-Eu sou o seu pesadelo, a sua morte. –digo enquanto ele sufoca com o próprio sangue. Tiro seu corpo de cima de mim e limpo um pouco do sangue dele que estava em meu rosto. –Olá amorzinho! –sorrio para Negan e o beijo.

-Isso foi lindo baby. –ele diz impressionado.

-Obrigado amorzinho. Agora é a sua vez! –digo e me afasto dele.

Negan termina de arrancar a cabeça de Dylan, a segura em uma mão e me abraça com a outra. Saímos da tenda juntos, ele segurando seu taco e a cabeça do antigo líder e eu segurando minha marreta.

Todos param o que estavam fazendo, Negan joga a cabeça do homem no meio da fogueira e gargalha alto quando ver o olhar de medo e pânico das pessoas.

-Então, acho que começamos do jeito errado não é mesmo? Vocês nem me conhecem ainda, então tenho que me apresentar. –ele diz com um sorriso enorme. –Eu sou Negan e está é Lucille, nós somos os reis do apocalipse e agora tudo o que vocês têm são nosso, inclusive as suas vidas.

E este foi apenas o começo de uma longa e intensa história, a história de Lucille.


Notas Finais


E ai, o que acharam?? Lucille e Negan eram bem diferentes antes do apocalipse não eram?
No proximo capitulo tem a chegada de uma nova ameaça e casamento!! Quem vai casar???
Deixem nos comentários!!
Beijos


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