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História Lucky one - Three p.m


Escrita por: Kairyu

Notas do Autor


Hehehe

Voltei, atrasada, mas voltei. Adivinha quem esqueceu de postar ontem porque ficou assistindo anime/lendo mangá o dia inteiro, como sempre?
Enfim, esse capitulozinho foi o primeiro que escrevi dessa fic, por isso, provavelmente, é o melhor (saiu de pura inspiração de um dia de tédio, escrito no celular mesmo).

Sobre o escolhido dessa semana...

Com vocês, a pessoa maravilhosa que é Kim Minseok.

Capítulo 3 - Three p.m


 

 

Três da tarde 

 

 

Era o último ano do ensino médio. 

Lá estava eu, com a idade fatídica da transição para a vida adulta: dezoito anos. Mesmo depois de meu aniversário, não sentia que muita coisa havia mudado de fato. Eram algumas garotas querendo claramente outras coisas de mim — levando em consideração que eu escondia muito bem a minha sexualidade —, eram os amigos enfatizando que eu poderia beber legalmente, mesmo que todos nós já tivéssemos tomado a nossa dose de ilegalidade, entre outras coisas que seriam de conhecimento desnecessário. 

Se não me engano, o meio do ano aproximava-se com o verão e eu não estava pronto para o que estava por vir. Se o meio do ano se aproximava, as finais viriam junto, logo mais as provas de admissão na faculdade bateriam à porta. A pressão vinha de todos os lugares: dos pais, dos professores, os quais insistiam em jogar na nossa cara a nossa inevitável falta de preocupação, e de todo o resto, principalmente daqueles parentes que engrandecem os próprios filhos por terem conseguido ingressar em medicina. 

Já estava me cansando de tudo. Meus pés batiam com mais força no chão, os braços se moviam mais inquietos, a respiração aumentava seu ritmo tanto quanto os batimentos cardíacos. Estresse me definia. Minhas mãos apertavam forte a alça da mochila enquanto a mente voava para outro lugar. As vozes encontravam-se distantes, os sons, todos abafados pela quantidade de inutilidades que se passavam entre notas e letras de música transcritas em palavras entrecortadas sussurradas numa cabeça sem foco. Um vazio em meio ao tudo, entende? 

Num breve momento de sanidade, peguei-me inalando um delicado aroma de café. Levei minha atenção ao local: uma cafeteria pequena, pouco movimento, mas algo grande emanava dali. Resolvi entrar, testar a capacidade do destino de encontrar nessas aleatoriedades algo de valor. 

E foi ali que eu conheci Minseok. 

 
 

De primeira eu soube que por trás de seus olhos amendoados havia muito além de um mundo de pensamentos — era um universo inteiro, intrincado, complexo, paradoxal. Em todas aquelas nuances de castanho, aprendi sobre muitas coisas, entre elas, sobre mim, mas deixemos essas explicações filosóficas num canto separado. 

Kim Minseok era garçom daquele lugarzinho escondido. O chefe não era lá seu amigo, mas o trabalho valia à pena porque pagava o suficiente para ele bancar os estudos e viver sossegado. O engraçado é que mesmo estando lá, sem falta, todos os dias da semana mais alguns sábados e domingos de manhã, o nome da cafeteria não me volta, só o que aconteceu lá dentro. Uma metáfora estranha para relembrar o que ele foi capaz de causar em mim: uma quebra total de paradigmas. 

Nessas idas e vindas, acabei descobrindo seu nome, seu telefone e que seu turno acabava às três da tarde. 

De vez em quando eu acabava esquecendo algo ali e tirava disso a minha desculpa para acompanhá-lo até em casa. Enquanto isso ele tirava do fato de eu ainda ser pequeno e as noites serem perigosas a sua desculpa para me levar de volta para o apartamentinho perto da estação de trem. Nossa diferença de idade não era tão grande, porém ele insistia em comentar dela a todos os momentos, fazendo disso, sua diversão. 

Levando em consideração que nós dois éramos parecidos e diferentes de algum jeito inexplicável, nos tornamos amigos e logo engatamos em algo que pode ser considerado um princípio de namoro. 

Entre nossos beijos e maratonas de filmes (as quais se tornavam fodas no sofá muito mais esparsamente do que eu gostaria), eu sentia uma vontade quase gutural de tê-lo para mim. Era doído sair de perto, frio, solitário. Criei uma quase dependência de seus abraços quentes no final do dia, dizendo que tudo ia ficar bem e que logo eu conseguiria passar na faculdade. 

Porém a minha dependência foi demais para ele. 

 
 

Minseok era um amante pleno da liberdade e deixava isso bem claro. Seu sonho, assim como o meu, era sair viajando por aí, sem rumo nem hora para parar. A escolha profissional dele foi em consequência desse desejo íntimo. Mesmo em sua casa, seu quarto e nas roupas, havia uma simplicidade própria de todo aspirante a mochileiro, contrapondo a tempestade por trás de seus olhos. Ele era incrível, não há palavras melhores para descrevê-lo. Ao mesmo tempo em que eu só tinha a certeza de que uma hora eu ia acabar explodindo com a escola, ele já construía o futuro. E bem… Como deu de perceber, eu não fazia parte dele. 

 

 

Certo dia, disse-me que eu algemava-o demais, prendia-o em algo que nem ele conseguia entender. Minseok não estava pronto para ser enjaulado desse modo num sentimento, por isso afastou-se. Depois de um bom tempo de reflexão, decidi que também não estava pronto para entregar-me, atar-me tanto a alguém, assim como estava acontecendo. Claro que nesse meio tempo houve crises existenciais, choros e até um indício de depressão, mas são águas passadas. 
 

Até hoje, considero Minseok alguém à frente de seu tempo, muito mais do que o meu tempo. Espero que tenha encontrado alguém para dividir sua liberdade, tanto quanto eu ainda busco alguém para me doar por inteiro. Meu amor é assim, num oito ou oitenta que ninguém entende. Gosto de me dar completamente, mas nem sempre sou preenchido de novo. 

 
 

Acostumei-me a ser incompleto. 

 
 

Mas olha, Minseok… 

 
 

Eu passei na faculdade.


Notas Finais


Gente, eu escrevi quase 1k no celular, o que está acontecendo? XD

Até semana que vem, amores <3
Palpites para o próximo sortudo - ou não -?


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