História Lucy - Two

-Bem, eu tenho uma noticia para todos aqui presentes, então gostaria que prestassem um pouco de atenção em mim-Todos então a olharam com atenção e um misto de curiosidade e  preocupação - Quero lhes dizer que eu estou ​grávida

-como assim Grávida Lydia?- disse o meu pai com um tom de voz um pouco elevada 

-o senhor entendeu- Disse abaixando a cabeça

-escute aqui, eu não criei você durante toda a minha vida, passei horas e mais horas trabalhando para que você me aparecesse grávida de um zé ninguém como esse, depois de tudo o que eu lhe fiz é assim que você me agradece?

-Me desculpe- foi a única coisa que eu consegui dizer antes que as lagrimas caíssem pelo meu rosto

-Me desculpe? você acha que isso vai mudar alguma coisa?- disse o meu pai batendo o punho sobre a mesa- Chales por favor se acalme- Disse a minha mãe tentando amenizar a situação, mas isso apenas deixou meu pai mais nervoso-  Nossa filha de apenas 17 anos engravida de um zé ninguém como esse e você quer que eu me acalme?- falou apontando para Gabriel, que apenas mantinha a cabeça baixa assim como eu.

-Você vai tirar esse bebê

-não!- ele não iria fazer com que eu realmente matasse um ser inocente por uma culpa que ele não carrega- O senhor não pode me mandar fazer isso! 

-se você não fizer isso faço eu mesmo!- ele se levantou rápido da mesa, tento o braço segurado pela minha mão que que chorava aos prantos pedindo para que ele não fizesse isso, o que realmente não adiantou muito, que ele gritou com ele para não se meter no seu caminho e ficar quieta. Eu estava com tanto medo que não simplesmente minha mente me mandava correr porém meu corpo não me obedecia. 

- O senhor não vai fazer nada com ela e nem com o meu filho- disse Gabriel me puxando pra trás de si

-ora seu moleque! saia da frente antes que eu te mate!- Nesse momento eu olhei para os seus olhos e pude ver o ódio estampado ali, aquele não era o mesmo homem que tanto me deus carinho e apoio quando eu precisei.

-Não! o senhor não vai fazer nada com ele! falei gritando, tentando fazer com que ele me ouvisse

- Então é esse rapaz que você vai querer viver?  Você prefere viver com esse traste do que ter um futuro?

-Eu não iria querer um futuro onde ele não estivesse inserido 

-Então vá! vá viver a sua vida com esse merda! Mas saiba que assim que você passar pela aquela porta você não será mais minha filha!- Minha mãe se ajoelhou atras dele pedindo para que se acalmasse e pensasse com mais clareza, mas ele nada fez. então eu apenas puxei Gabriel para a fora sem antes lançar um ultimo olhar para a casa onde eu costumava chamar de lar, claro que diante dos meus pais eu tentei manter uma pose segura ao passar pela porta, mas assim que ela foi fechada com um estrondoso brulho eu não me aguentei e desabei em choro, sendo abrada por Gabriel que tentava me acalmar.  Gabriel então me levou até o carro, e antes de dar partida olhei de relance para o meu antigo lar. Doía saber que o meu pai tentara matar o meu filho, doía o fato de ser expulsa de casa e doía ainda mais as últimas palavras que meu pai pronunciara antes de eu sai com Gabriel para fora de casa. 

NARRADOR

Lydia acabara por dormir no carro, então ao chegarem no pequeno apartamento Gabriel a pegou no colo e a levou ate o seu quarto, depositando-a carinhosamente sobre a cama, e sentara na ponta da mesma observando o rosto sereno da sua namorada, Gabriel sabia como era ser abandonado pelos pais, afinal ele fora abandonado pelos seus pais aos 5 anos de idade e mandado para um orfanato local, onde passou quase toda sua vida, não iria fazer o mesmo com Lydia e o filho que ela carregava. IRIA?

Os meses se passavam depressa e a cada mês a barriga de Lydia aumentava mais, ela e Gabriel haviam comprado algumas coisas para o bebê com a ajuda de alguns amigos que estavam lhe dando total apoio. O casal estava feliz, quer dizer Gabriel estava feliz, principalmente ao saber que Lydia esperava uma menina, mas entretanto muitas vezes Lydia se encontrava triste pensando se iria ser uma boa mãe e as vezes pensando em seus pais, se é que ainda poderia os chamar assim, não era como se ela não estivesse feliz pelo bebê e por estar recebendo muito apoio e carinhos dos seus amigos e principalmente de seu namorado, porque isso realmente a deixava feliz, mas as vezes se sentia como se algo em si estivesse de esvaindo e muitas vezes levando alguns pontos de felicidade que ela adquiria.

3 DE JANEIRO DE 1995

 Era mais uma noite comum onde o casal fazia algumas panquecas, mas ninguém esperava que a bolsa de lydia fosse estourar naquele exato momento, pode se dizer que Gabriel ficou mais desesperado que a própria namorada. Levou-a as pressas para o Hospital foi rápido na recepção fez tudo o que era necessário e depois viu a namorada ser levada em uma cadeira de rodas para a sala de cirurgia.

Algumas horas depois, carregadas de tensão, uma enfermeira vei lhe chamar para conhecer sua filha e lhe avisar que tudo ocorrera bem, ela lhe entregou algumas roupas necessárias para se entrar em uma sala de cirurgia e seguiu a enfermeira até uma porta, aonde ao entrar se deparou com a cena de Lydia segurando o bebê, com a face cansada e suada devido o parto, porém feliz.

Se aproximou de Lydia aos poucos sem tirar o nervosismo e o sorriso bobo do rosto, deu um beijo na testa de Lydia e outro na da pequenina ali em seu colo, que ainda chorava. 

-Bem vinda ao mundo pequena Lucy- Disse Lydia sorrindo. Tudo parecia perfeito para o casal, mas será que tudo realmente estava perfeito?