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História Lumière - A lebre inquieta e a baleia furiosa


Escrita por: lunevile

Notas do Autor


Boa tarde! Atrasei essa semana, né? Foi mal gente! Disse a vocês que estou terminando a faculdade, então tá complicado. Estou com uma dor de cabeça constante que me impediu de revisar e postar o capítulo ontem.
POR ISSO, ME AVISEM SE ENCONTRAREM QUALQUER ERRINHO, OK?

Lumi perdeu leitores e eu fiquei meio tristonha, mas ao mesmo tempo tem muito leitor novo chegando e agregando amor a história!

O capitulo tá bem simples, espero que curtam pois tem uma surpresa!
Boa leitura!

Capítulo 11 - A lebre inquieta e a baleia furiosa


Fanfic / Fanfiction Lumière - A lebre inquieta e a baleia furiosa

Passar tempo com quem a gente gosta é um dos maiores prazeres da vida e eu estava descobrindo isso de uma forma maravilhosa: ao lado o meu orelhudo. Cada momento que compartilhávamos, cada sorriso, cada piada, e até os pequenos momentos de irritação, cada instante ao lado dele era precioso.

Passávamos mais tempo juntos, a medida que nosso trabalho nos pedia por atenção. Víamos nosso projeto tomar forma diante de nossos olhos e se tornar maior que eu, maior que ele. Não medíamos esforços para que nosso trabalho se tornasse o mais potente possível e de fato, estávamos atingindo nosso objetivo de tocar e provocar as pessoas com a nossa pergunta, mas ainda tínhamos muito trabalho pela frente.

 

***

 

Naquele dia, nosso professor havia reservado um tempo antes da aula para realizar orientação dos projetos das duplas que precisassem, então quem achasse necessário poderia chegar mais cedo e mostrar ao senhor Choi, o que já havia produzido, enquanto o professor aproveitaria para observar o progresso de cada dupla.

Por isso, combinamos de chegar bem mais cedo na faculdade, antes da aula iríamos agenciar algumas coisas e estabelecer alguns objetivos. Sabíamos que nossa ideia era boa, mas coloca-la em vídeo era um desafio. Como fazer isso? Em uma sequencia de imagens? Imagens e música? Muitas perguntas habitavam nossas mentes e pediríamos orientação a nosso professor quanto a isso, mas tínhamos certeza de que um bom trabalho talvez exigisse de nós dois alguns sacrifícios. 

Acordei junto com o sol (ou talvez antes dele) e saí de casa mesmo antes que Kyungsoo acordasse. Mesmo que na maioria das vezes acordar fosse um grande desafio pra mim, as vezes, como naquele dia, acordar cedo me fazia bem, pois eu me sentia revigorado de alguma forma.

Andei devagarzinho pelo caminho e como sabia que Chanyeol possivelmente havia acordado cedo também, passei em uma pequena padaria perto da faculdade, e comprei alguns pães e suco, além do meu habitual toddynho. Acho que tomar café da manhã com ele havia se tornado uma de minhas coisas favoritas no mundo, e eu queria ter a oportunidade de compartilhar esse momento com Chanyeol por várias e várias manhãs ao longo de nossa vida juntos.

Droga, ele havia me transformado em tudo aquilo que por anos havia me negado a ser: um romântico, meloso e sonhador.

 

***

 

Quando cheguei à nossa sala de aula, de imediato não notei a presença de Chanyeol, encolhido em um nos cantos do recinto, os olhos vidrados na tela do computador. Os olhos de Chanyeol eram o melhor dele. Quer dizer, tudo nele era lindo e colaborava para um maravilhoso conjunto da obra, porém os olhos de Chanyeol transmitiam bem sua identidade, sua personalidade. Estavam sempre bem abertos, alertas, animados, prontos para qualquer aventura que lhes fosse proposta, mas incrivelmente esses mesmos olhos eram também doces, ingênuos e às vezes confusos, infantis e dóceis como os olhos de uma criança.

Eu amava os olhos de Chanyeol e podia mergulhar e me perder neles o tempo todo.

Ele estava tão compenetrado no que estava fazendo que nem percebeu quando eu fui até onde ele estava e me sentei bem ao seu lado. Sua expressão estava fechada como alguém que se esforça muito. Eu poderia jurar que um fio tímido de fumaça surgia do topo de sua cabeça.

- Bom dia! – Falei fazendo ele se assustar ao notar minha presença.

Coitado! Minha voz o assustou de tal forma que ele pulou na cadeira, colocando a mão em seu coração, arregalando mais ainda os olhos. Sua respiração se tornou ofegante e eu vi seu peito subir e descer.

- Nunca. Mais. Faça. Isso. – Ele disse, apontando um de seus dedos em direção ao meu nariz.

- Foi fofo, Chanyeol. E muito engraçado! – Falei entre risos – Podia ter filmado a sua reação.

Ele me encarou sério por um tempo e depois deu um sorrisinho de canto. Eu sorri com ele e me deixei levar pelo sorriso bonito que ele exibia. Deixei me  perder ali por um tempo e senti meu coração acelerar quando ele, sem avisar deitou a cabeça em meu ombro, manhoso.

- Ei, o que é isso? – Perguntei enquanto ele remexia a cabeça sobre meu ombro, fazendo os fios de seu cabelo roçarem em meu pescoço.

Aquilo fazia cócegas e eu não consegui segurar o riso.

- Eu estou sendo fofo com meu namorado.

Namorado.

Na-mo-ra-do.

- Chanyeol…

- Hm? – ele perguntou ainda sobre meu ombro.

- Você pode repetir pra mim essa ultima palavra?

Eu descobri que gostava de ouvi-lo me chamar daquela forma, algo em mim parecia vibrar quando ele me dizia aquela palavra.

Então ele disse.

- Namorado.

E depois seguiu dizendo várias vezes, enquanto eu ria como um louco.

Nós dois éramos bem loucos e bobos as vezes.

Foi só depois de rir bastante e repetir a tal palavra um milhão de vezes em implicância, que Chanyeol ergueu a cabeça e se deu conta das coisas comestíveis que estavam dentro da sacola ao meu lado e desesperadamente começou a remexe-la como um animal faminto.

Comemos os pães e bebemos o suco enquanto ele me mostrava as coisas que já tínhamos e traçava alguns objetivos, à curto e longo prazo.

- Estava pensando em te levar lá pra casa depois da aula, Baek! – ele colocou um grande pedaço de pão na boca e continuou de boca cheia mesmo – aí a gente pode organizar nossas ideias.

- Tudo bem, Chanyeol.

- Olhe aqui. – Ele falou indicando que eu me aproximasse da tela de seu computador.

Eu me aproximei e ele então continuou.

- Temos mais ou menos uns vinte vídeos pequenos, temos alguns textos escritos…

- Textos? – Perguntei ainda confuso.

- Bem, eu tomei a liberdade de falar para algumas pessoas sobre o nosso trabalho e então algumas delas resolveram escrever sobre o que as move e me enviar, olha só… – ele indicou a tela do computador onde havia um poema escrito:

O que me move

É andar descalço

É sentir a chuva

E o seu abraço.

 

O que me move

É seguir sua luz

É inventar, me reinventar.

É o infinito e as possibilidades

 

É a vontade de viver.

É saber responder convicto

O que me move é você.

 

- Chanyeol, que bonito isso, quem escreveu?

Ele riu baixinho ao mesmo tempo em que abaixava a cabeça.

- Eu que escrevi.

Senti meu corpo inteiro formigar quando me dei conta da beleza e da simplicidade do pequeno poema que Chanyeol. Fiquei pensando que assim como a influencia dele em minha vida,vinha aos poucos me transformando, o efeito contrário era tão possível. Eu também estava afetando Chanyeol, só que ele era artista e conseguia transformar um sentimento em música,em poema.

Eu tinha tanta sorte em tê-lo e esperava um dia conseguir dizer isso a ele.

Suspirei.

Mas que droga! Ele estava me fazendo agir feito um idiota apaixonado.

E a pior parte, é que lá no fundo eu não estava importando, porque adorava me sentir assim.

- Meu Deus, Chanyeol! Tem algo que você não saiba fazer?

Aparentemente não.

- Bem, eu não sei nadar muito bem, nem assoviar, nem dançar...

Eu apenas ri. No fundo pensei que ele devia saber sim fazer todas aquelas coisas.

Ele continuou a mostrar o que nós tínhamos enquanto algumas pessoas começavam a chegar, entre elas o nosso professor. Prontamente, assim que ele se ajeitou em sua mesa, fomos até lá ansiando por sua orientação. Falamos a ele a nossa ideia e ele disse que estávamos indo na direção certa e que se sentia super feliz por um trabalho acadêmico nos motivar a algo tão delicado e importante quando falar de felicidade. Porque mesmo que nós não nós déssemos conta disso o tempo todo e não termos formulado a nossa questão dessa forma, era mesmo disso que estávamos falando: a felicidade. Era isso que estávamos procurando, estávamos realizando um estudo investigativo sobre o que faz as pessoas felizes.

Conversar com nosso professor nos ajudou a responder algumas questões referentes ao projeto, ele nos ajudou a pensar, por exemplo, que seria bom mostrar tudo o que estávamos fazendo em imagens em flash e nos indicou alguns outros trabalhos baseados em intervenções urbanas como a nossa, ou ao menos parecidas, mas falar com nosso mestre havia nos feito pensar em algumas coisas de forma ainda mais profunda, foi muito bom se dar conta de que falávamos de felicidade afinal, e que é ela, a felicidade que move o mundo. É ela, ou a busca por ela que nos faz levantar da cama, estudar, trabalhar, namorar…

É a busca pela felicidade que nos faz construir sonhos em nossas cabeças e a lutar por eles.

Mas falar disso era complicado porque quando não se consegue o que se almeja, é a infelicidade que nos toma e nos faz murchar, sem perspectivas de realização. Então, era delicado perguntar o que move alguém para alguém que ainda não tinha certeza de que coisa era essa.

Muita gente vive sem saber o que é ou da onde vem sua felicidade e eu, ao ter aquela conversa acabei me convencendo de que talvez eu fosse uma dessas pessoas.

Meu professor nos fez uma pergunta e eu fui sugado de volta a realidade. Quando ele nos perguntou quais ações estávamos desenvolvendo, nós dissemos que havíamos produzido vídeos, contamos dos textos que recebíamos, da oficina de fotografia que havíamos realizado e também contamos sobre as placas com nossa pergunta, que havíamos distribuído no campus.

O professor mais uma vez elogiou todo o nosso empenho no projeto e nos fez mais uma pergunta.

- Vocês já pensaram em usar a internet no trabalho de vocês? – O Senhor Choi perguntou, com os olhos atentos no computador de Chanyeol.

Nossas expressões continuaram vazias demonstrando o quão reticentes estávamos diante daquela questão, então o professor começou a nos explicar o que queria de fato nos dizer.

- Muitas ações ganham força quando colocadas na rede. Acho que vocês dois fizessem uma página nas redes sociais, explicado o projeto, e assim muita gente poderia ser alcançada e assim contribuir para o trabalho de vocês.

Nós dois sorrimos em concordância afinal aquela ideia era mesmo maravilhosa.

- Muita gente ia ser ajudada também, seria uma forma de motivar um número cada vez maior de pessoas… - Falei me dando conta da proporção que as coisas tomariam.

- Eu disse que podia esperar grande coisas de vocês dois! – Nosso professor falou, nos fazendo pensar nisso e nos dar conta de que nossa parceria era mesmo magnífica, em vários aspectos da vida…

Chanyeol voltou logo para seu lugar e eu o segui, ainda afetado por tudo que havíamos discutido, pensando em como nosso trabalho ficaria maravilhoso ao fim.

Me sentei ao lado de Chanyeol ainda super viajante e assim eu permaneceria por muito tempo, mas Junmyeon chegou feliz trazendo consigo uma generosa dose diária de micão, como só ele mesmo era capaz de nos proporcionar.

- Baekhyun meu amigo safadão, me conta tudo! – Ele disse, puxando rapidamente uma cadeira para o meu lado, segurando minhas mãos com os olhos cheios de expectativas.

Ele era mesmo maluco! Falava aquelas coisas sem ao menos perceber ou se importar com a presença de Chanyeol ali ao nosso lado. Lancei um olhar cortante a ele, na esperança de que se calasse. Não vou mentir, era óbvio que naquele momento eu também queria compartilhar os últimos acontecimentos com ele, mas se possível longe de Chanyeol né?

- E aí, Junma, apimentou as coisas com o Chen? – Chanyeol indagou com um sorriso malicioso enfeitando seu rosto.

- Que? – Junmyeon revidou nervoso.

- Ué, aquele dia você não usou meu computador para procurar coisas para apimentar sua relação?

De imediato não entendi o que ele falava, mas então me lembrei do dia em que Junmyeon havia utilizado o computador de Chanyeol para pesquisar “eu sou ativo ou passivo?” na tentativa completamente falha de me ajudar a decidir.

- Com Suchen não tem tempo ruim, meu queridos! – Junmyeon disse rapidamente, revirando os olhos.

- Suchen? – Eu ri.

Achei que as coisas não podiam piorar e que eu não era capaz de rir mais, mas a vida é uma caixinha de surpresas e eu literalmente quase explodi quando Junmyeon abriu a boca e disse, cheio de si:

- Suchen rainha, Chanbaek nadinha!

Jesus atire a corda que depois dessa eu vou subir. Mas então, foi a vez de Chanyeol usar toda a sua criatividade com a magnífica tirada:

- Que nada, Junma! Chanbaek na veia, Suchen na cadeia.

Eu estava cercado de pessoas malucas, mas, eu as amava e estava aprendendo a amar a minha vida também.

- Ah, queria ser da dupla de vocês! – Junmyeon suspirou.

Nós dois éramos definitivamente a melhor dupla.

***

 

Após a aula, como havíamos combinado, iríamos até a casa de Chanyeol para desenvolver nosso trabalho e assim fizemos. Chanyeol e eu nos sentamos no chão de seu quarto para examinar todo o material que já possuíamos para o nosso projeto. Havia fotos espalhadas pelo chão,fotos que as crianças haviam tirado, fotos que nós havíamos tirados, fotos de amigos e de pessoas que desconhecíamos, mas todas possuíam um fio comum, a resposta a pergunta o que te move? Em nossos computadores tínhamos vídeos que fizemos na faculdade e textos que havíamos capturado nas redes sociais ou que amigos haviam nos mandado também respondendo a nossa pergunta. Estávamos também de posse das placas em madeira que distribuímos pelo campus da faculdade. As tais placas antes eram lisas como um quadro negro, mas agora cada pedacinho delas estava coberto com palavras que as mais diversas pessoas colocaram ali.

Segurei em minhas mãos algumas das fotos feitas pelas crianças da ONG que havíamos visitado. Fiquei observando aquela foto e ela me deu muito a pensar. A foto era simples, mostrava apenas dois pezinhos descalços sobre a terra daquele quintal e aquilo me afetou bastante, porque ela provocou em mim uma necessidade de contestar algumas coisas como por exemplo a insistente mania que eu tinha de complicar as coisas ou de encontrar um significado profundo por trás de todas elas. Aquela foto, com toda a sua simplicidade me fez chegar a conclusão de que o simples era valoroso, e que as vezes não se deve pensar muito sobre as coisas e apenas agir intuitivamente como aquela criança que ao ser perguntada sobre que a movia, fotografou seus pés na terra.

Era fascinante ver o nosso trabalho acontecendo sabe? Nas placas a resposta variava,tínhamos desde respostas mais gerais como: “o que me move é a vida, até respostas bem específicas e até engraçadas como: “o que me move agora é conseguir uma boa nota na prova de cálculo.”

Era ali no quarto de Chanyeol que imaginávamos e criávamos nosso trabalho. Aquele chão e aquelas paredes viram nascer aquele projeto e viram também a transformação que ele causava em nós dois.

 

 

***

 

O tempo passava e nós assistíamos orgulhosamente os resultados de todo o nosso esmero. Passávamos horas e horas enfiados no quarto de Chanyeol pensando algumas coisas e discutindo outras, sempre animados com qualquer coisa relacionada ao trabalho.

O ultimo desafio em que havíamos apostado era, conforme a sugestão de nosso professor, a criação da tal página na internet onde as pessoas que tinham acesso a nossa ideia, podiam contar e compartilhar com um número cada vez maior de pessoas aquilo que de fato as movia. O resultado foi algo muito além daquilo que podíamos imaginar quando concebemos a ideia. O número de curtidas em nossa página crescia cada vez mais e várias outras ações de motivação e vida, iam nascendo a partir daquilo que nós dois havíamos idealizado.

De todas as falas e depoimentos que líamos na página, tirávamos uma lição, um proveito qualquer, combustível para nós,para o nosso projeto. Cada frase, musica, texto ou imagem que era publicada lá, nos ajudava a responder a questão e ao mesmo tempo nos motivava a continuar com o trabalho porque sabíamos que a nossa ideia já não era mais apenas nossa, tínhamos o papel de instigar, de convocar cada um a pensar em sua própria vida, em seus atos e seus objetivos, mas na verdade quem respondia efetivamente a pergunta eram as outras pessoas. O trabalho não era só nosso, mas delas também.

Nós dois tínhamos agora a nossa própria coletânea de coisas que nos moviam,fotos nossas,musicas que acreditávamos contar a nossa história e havia também os momentos que vivíamos juntos.

Estávamos novamente no quarto de Chanyeol, discutindo sobre os efeitos de nosso trabalho quando fizemos uma promessa um ao outro. Era a nossa vez de dizer como esse trabalho nos afetava, era a nossa vez de contar, em um texto, dos efeitos de nossa parceria. Eu queria escrever sobre Chanyeol e adoraria saber o que ele escreveria sobre mim.

Nós dois estávamos esparramados em sua cama e eu, que estava com um pequeno bloco de papel e uma caneta nas mãos e fingi iniciar um texto sobre ele, ao mesmo tempo que lhe direcionava a fala:

- Chanyeol, eu não sei muito sobre você, me conte o que preciso saber…

- Você só precisa saber que te amo. – Ele se ergueu na cama e se lançou sobre mim tentando me beijar. Seu cheiro era bom.

- Park Chanyeol, eu estou tentando trabalhar sério aqui. – falei brincando enquanto ele fazia cócegas em meu pescoço.

- Impossível te levar a sério! Mas já que é assim, o que quer saber? – ele falou, se endireitando sobre a cama, sentando de frente para mim.

Eu queria saber muitas coisas sobre ele, então fiz uma cara séria e lancei a primeira pergunta:

- Qual é o seu filme favorito?

- Hm, não sei, acho que Escola de Rock.

Bem a cara dele.

- E o seu, Baek, qual é? – Ele devolveu pergunta como eu esperei que faria.

- O clube dos cinco! – Falei orgulhoso.

- É bom? Nunca vi.

- Como assim você nunca viu esse clássico, Chanyeol? – Falei indignado, afinal aquilo não era possível.

- Tá, tá, tá! – Ele falou se sacudindo e me fazendo parar de falar, depois continuou – Agora me deixe perguntar, está bem?

- Tá bom.

- Hm, se você fosse um animal, qual seria?

Nossa! Essa era definitivamente uma pergunta difícil.

- Acho que eu seria uma baleia orca. – Falei convicto.

- Uma baleia, Baekhyun?

- É, uma baleia grande e soberana pelos oceanos, que brinca com as suas vítimas antes de extermina-las.

Silêncio.

- Nossa Baekhyun, você é meio sanguinário né? – Chanyeol falou quase se encolhendo – eu ia dizer que era uma lebre inquieta e fofa, mas agora fiquei até com medo da sua fúria de baleia.

Chanyeol que estava sentado, resolveu deitar em sua cama larga, e eu adorei a cena, aquela era uma ótima oportunidade de provocar Park Chanyeol, e eu com certeza não perderia a chance.

- Então você quer sentir a fúria da baleia? – falei, me colocando sobre ele, de quatro.

- Nossa Baekhyun, pode vir quente que eu estou fervendo.

A situação me fez rir e eu tombei sobre seu corpo, rindo de como conseguíamos ser tão bestas juntos. Chanyeol circundou meu pescoço com seus braços e me beijou entre os sorrisos, me mostrando que seu corpo realmente fervia e me queria naquele instante. Eu também o queria então comecei a exercer mais pressão sobre seu corpo, levando minhas mãos até os fios de seu cabelo durante o beijo.

Senti alguma coisa vibrar quase no meio de minhas pernas e resolvi ignorar, afinal devorar Chanyeol era infinitamente mais importante que qualquer outra coisa. Mas o celular insistiu o vibrou mais uma vez,indicando mais uma chamada.

Pensei que algo pudesse estar acontecendo com meus pais ou com Kyungsoo, porque não era comum para mim receber muitas chamadas e resolvi atender. Saí de cima de Chanyeol que continuou deitado e peguei o celular no bolso.

Fiquei surpreso, pois o nome que piscava na tela enquanto o celular vibrava não era o do meu pai, nem o da minha mãe, muito menos o de Kyungsoo ou Junmyeon. Era o nome de alguém que eu não via há muito tempo, então resolvi ignorar.

- Quem é? – o outro, ainda deitado perguntou erguendo a cabeça.

- É, é… n-não é ninguém. – Respondi, bastante reticente e confuso, voltando a olhar pra ele.

- Ninguém mesmo? – Chanyeol disse erguendo uma de suas sobrancelhas em sinal de desconfiança.

Droga! Ele havia detectado a confusão em minhas palavras após a tal ligação misteriosa e estava desconfiado. Fiz um exercício simples de empatia, e me colocando em seu lugar rapidamente, eu acho que também estaria desconfiado.

- Ninguém mesmo! – Falei colocando o celular junto de meu bloquinho e caneta que repousavam sobre uma pequena cômoda ao lado da cama de Chanyeol, tentando desviar o assunto – Onde estávamos?

De início ele manteve a expressão desconfiada, mas depois acabou cedendo, sorrindo para mim malicioso, e me puxando de volta para mais perto de seu corpo em um aperto mais forte.

Ele me beijou com tanta fúria que eu confesso que cheguei a ficar apreensivo. Depois, Chanyeol me jogou com força sobre a sua cama, fazendo um pequeno estrondo. Minha respiração se tornou ofegante e eu praticamente esqueci como se respirava quando ele beijou meu pescoço maltratando a minha pele com mordidas e depois, me disse firme ao pé do ouvido:

- Você é meu, tá entendendo?

Gelei.

- Chanyeol, os empregados eles… eles estão lá embaixo. Eles vão nos ouvir! – Falei ofegante e desesperado.

- Eu quero você agora! – Ele falou com a voz parecendo mais grave do que o normal.

Eu me sentia vivo a cada toque de Chanyeol, como se minha pele esperasse por ele por todo esse tempo. Ele me despiu e distribuiu seus beijos por toda a extensão de meu corpo, beijos que me faziam vibrar de desejo e quando ele me tomava em seus braços, eu sabia que nossa parceria já estava mesmo escrita, como destino.

Naquele dia em especial ele havia me levado para sua casa e me amado de uma forma diferente. Ele me amou de forma ardente, urgente. Seus movimentos eram rápidos e pesados, ele me mostrou naquele dia que gostava de mandar e sabia como fazer isso. Ele maltratou minha pele, e me marcou em todas as partes possíveis de meu corpo, quando eu tentava dizer algo a ele, ele me calava com um beijo ardente. Em todas as vezes em que arfei, perdi o fôlego ou gemi seu nome em desespero ele pareceu se deleitar e não posso negar que vê-lo daquela forma me deixava feliz também.

Senti a língua áspera e cruel de Chanyeol e gemi quando ela atingiu a extremidade da região mais sensível de meu corpo. Arqueei meu corpo e senti um fio de eletricidade passar por mim quando ele acelerou seus movimentos e apertou suas mãos sobre minhas coxas me fazendo desmanchar em sua boca.

Ele não parou.

Suas mãos habilidosas continuaram sobre meu corpo dessa vez se deitando e me erguendo sobre ele, mantendo a pegada forte em minha cintura me fazendo seu mais uma vez com maestria. Quando meu corpo vibrava sobre o seu, e eu pensava que desabaria a qualquer momento sobre ele, ele apertava o aperto em minha cintura.

Quando gemi alto em sinal de redenção, ele ergueu seu tronco um pouco, e me beijou e eu senti ele se desmanchar. Seu beijo então se tornou doce como sempre e ele sorriu pra mim, com os cabelos desgrenhados e o olhar cansado.

Tombei ao seu lado, já exausto.

- Você é mesmo uma lebre inquieta, Chanyeol.

Meu peito subia e descia, minha respiração era totalmente descompassada porém feliz e para minha surpresa ele disse:

- Você é o melhor, Baek!

Eu? Eu não…

 

***

 

Acho que adormeci no meio da frase e quando abri meus olhos, ele ainda estava ao meu lado, porém dormia pesado, sua pele e músculos estavam a mostra e ao alcance de minhas mãos. Tracei devagar um percurso com meu dedo, do topo de sua testa até o fim de seu queixo. Sua expressão serena me transmitia uma sensação boa de constante segurança, mesmo que o conhecendo como já o conhecia e sabendo de sua faceta livre e infantil, eu soubesse que na verdade ele também – e principalmente – era quem precisava e devia ser cuidado.

Eu sorri sozinho, olhando pra ele e pensei em todas as coisas que ele me motivava a fazer e em tudo que eu queria ser capaz de mostrar a ele. Não sei bem o porquê, mas neste ponto me revirei na cama, estendendo a mão até a cômoda ao lado para alcançar o pequeno bloco de papel e a caneta que havia deixado lá antes que nos ocuparmos com outra coisa…

Fiquei olhando o papel em branco. Deus sabe o quanto eu queria ser poético ou ao menos criativo, para escrever para ele algo que fosse bonito, e que tocasse seu coração, mas ao mesmo tempo me sentia exageradamente meloso. Fiquei nervoso e desisti por um instante de escrever qualquer coisa.

Mas foi então que olhando pra ele me dei conta de uma coisa: Chanyeol era fascinante, mas era simples em certa medida e talvez ele exigisse de mim apenas isso: singeleza e simplicidade nas palavras.

Então como se uma inspiração divina viesse sobre mim, ao olhar para ele, as seguintes palavras brotaram em minha mente e eu as escrevi no papel.

Sujupdeon misowa sangnyanghan nundongja

Ango sipeunde eotteohhajyo*

 

***

 

Acho que adormeci novamente ainda pensando em Chanyeol, porque acordei algum tempo depois, com ele me cutucando. Suas mãos estendiam seu celular em frente ao próprio rosto e eu soube que ele estava me filmando.

Aquele maldito.

Seu celular era um poço de vídeos vergonhosos onde eu era um dos protagonistas. Depois de me filmar ele me mostrou o vídeo de hoje onde ele brincava com meu rosto e meu cabelo enquanto eu dormia profundamente.  Ele me beijava e eu continuava imóvel como uma pedra, o máximo que fazia era esboçar um pequeno sorrisinho. Meus ombros apareciam no vídeo, e ao ver meus mamilos na tela de seu celular ele disse algo sobre mamilos serem polêmicos.

Chanyeol era mesmo pirado.

Antes que pudesse tomar o celular de suas mãos ele se esquivou e deixou o quarto com a desculpa de ir buscar comida para nós, e eu não me opus, o deixei ir, pois estava faminto.

No momento em que fiquei sozinho no quarto de Chanyeol, peguei meu celular, ainda confuso sobre todas aquelas ligações. O aparelho indicava quatro ligações perdidas da mesma pessoa, e ler seu nome ali me fez lembrar de muitas coisas. Há tempos eu não o via, e por isso não fazia ideia das razões pelas quais ele estava me ligando. Chanyeol havia percebido que aquelas ligações haviam me deixado inquieto e tudo que eu menos queria era dar motivos para ele duvidar de mim, ou do que sentia por ele.

Olhei a tela de meu celular, que exibia uma foto onde eu e Chanyeol sorríamos. Eu queria que as coisas permanecessem assim.

O aparelho celular voltou a vibrar em minhas mãos indicando mais uma chamada. Fiquei olhando a tela do celular imaginando uma centena de hipóteses para aquela ligação. Reuni toda a coragem existente dentro do meu ser para atender, mas antes li algumas vezes o nome daquele que insistia em me ligar, o nome que piscava sem parar no visor do celular:

Oh Sehun


Notas Finais


* O trecho que o Baekhyun escreveu é uma parte de My Turn to Cry, que diz:
Seu sorriso tímido, e seus olhos gentis
Eu quero tanto te abraçar. O que eu faço?

E ai? Gostaram da surpresa? HAHAHAAHAHAH O QUE SERÁ QUE PODEMOS ESPERAR DE OH SEHUN?
Quero saber mais de vocês! Por favor me contem o que esperam desse novo personagem.

Novamente peço que me avisem se encontrarem algum erro!
beijo!
lut @baekonda


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