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História Lumière - Um pequeno vislumbre de uma vida no escuro


Escrita por: lunevile

Notas do Autor


Boa noite amiguinhos! Como estão? O que tem acontecido com esse mundo hein? Vivemos um tempo de intolerância e falta de humanidade nas pessoas...
Confesso que os acontecimentos recente no mundo me desanimaram um pouco de postar hoje porque a França em especial é um pais pelo qual tenho um carinho enorme. Amo a cultura, a comida, Paris é linda... e não é a toa que o título da fanfic é francês.

Lumière é luz, e Paris é a chamada Ville Lumière.
Por isso pensei ser legal prestar solidariedade aos parisienses aqui e ao mundo todo que sofre com a falta de amor ao próximo.
#PRAYFORTHEWORLD


AGORA FALANDO DA FANFIC: Fiquei muito feliz com toda a repercussão do ultimo capitulo e adorei vocês tomando as dores do Byun. ESSE É UM CAPITULO ESPECIAL EXCEPCIONALMENTE NARRADO PELO CHANYEOL (nos proximos, voltamos com o Baekhyun contando a estória pra nós) HOJE VAMOS SABER O QUE ACONTECEU.

A narrativa do Chanyeol é meio confusa e corrida porque ele se sente confuso e acelerado com tudo que aconteceu, um tanto deseperado também.
OU NAO.

PS: Obrigada pelos 579 favoritosss e pelos vários comentários,vocês são demais! Lumière é de vocês e para vocês!

Capítulo 13 - Um pequeno vislumbre de uma vida no escuro


Fanfic / Fanfiction Lumière - Um pequeno vislumbre de uma vida no escuro

CAPITULO 13 – UM PEQUENO VISLUMBRE DE UMA VIDA NO ESCURO

Por Park Chanyeol, o idiota dos idiotas.

Eu me odeio.

Quantas burradas uma pessoa só é capaz de cometer em uma vida? Há alguns dias essa pergunta tem pairado em minha mente o tempo todo. Ainda não cheguei a uma conclusão ou resposta que me fosse suficiente, mas tudo aponta para a certeza de que se essa pessoa sou eu, o número de idiotices cometidas chega a beirar o infinito.

Tudo que você precisa saber antes de continuar essa leitura é que eu sou um completo idiota e também que me odeio. Me odeio por ser estúpido o suficiente a ponto de acreditar nas pessoas e não seguir meus instintos quando eles dizem que as coisas vão piorar. Idiota por colocar a própria data de aniversário como senha do celular, quem faz isso? Eu.

Mas de todos os meus vacilos, aquele que mais me incomoda e mais me corroí por dentro, com certeza foi ver a minha pequena luz partir diante de meus olhos e não poder fazer nada em relação à isso porque eu sabia ser culpado.

Você deve estar se perguntando que amontoado de palavras é esse não é mesmo? Ou então deve estar se indagando sobre quem sou eu ou ainda, como eu espero que realmente esteja, deve estar louco como eu, a procura de qualquer notícia de Byun Baekhyun.

A mera menção à seu nome faz com que meu corpo murche de alguma forma e eu assim tenha mais certeza ainda de que sou um grandessíssimo bosta chamado Chanyeol.

Vou tentar te explicar umas coisas, mas elas provavelmente serão confusas ou então depressivas porque emocionalmente, desde que perdi Baekhyun venho oscilando entre as duas coisas.

Primeiro, meu nome é Park Chanyeol e eu não costumo escrever, escrevo só quando componho o que é diferente certo? Comecei com o hábito da escrita quando Lumière surgiu e me colocou em um lugar de desafio, um lugar de fazer coisas que não costumava fazer. Baekhyun me fazia viver de desafios.

Ah! Esqueci de dizer: Lumière é o nome que eu dei a Byun Baekhyun na primeira vez que o vi, porque ele é como uma luz constante e audaciosa que cativou meus olhos em uma fração de segundo. Lumière é também o título que dei ao nosso projeto-documentário, porque procurar o que move a sua vida é também procurar a sua luz, certo?

Eu encontrei a minha luz, mas fui imbecil e a deixei partir diante de meus olhos, agora estou no escuro.

Baekhyun é o ser mais complexo e desafiador que eu já vi no mundo. Seus olhinhos pequenos e caídos em conjunto com seus traços infantis dão a gente a ilusão de que ele é ingênuo e frágil, mas ele é forte e decidido. Ele me lidera, ou liderava, não sei.

Não sei onde ele está e também não sei onde estou, só sei que estou perdido.

Em uma de nossas reuniões para falar do trabalho, Baekhyun sugeriu que escrevêssemos um sobre o outro e eu estou fazendo isso à algum tempo mas totalmente sem sucesso. Eu só consigo falar dele se as palavras forem colocadas em música, é assim que me expresso. Para ser sincero com você essa é a primeira vez que tento escrever um texto mesmo. Mas eu estou lendo as palavras à medida que escrevo e nada parece fazer sentido, por favor eu peço que me desculpe.

Foi no dia 22 de maio que minha vida virou esse mar de melancolia e eu comecei a escrever sobre as coisas para ver se consigo lidar com elas, pra ver se a dor que sinto em cada milímetro do meu corpo quando penso em Baekhyun, diminui.

Vou tentar ser fiel aos fatos e te contar tudo da forma que aconteceu, mas duvido que você entenda. Me esforço pra lembrar de tudo em uma forma sequencial e sistemática mas quando me recordo tudo parece um borrão e eu só consigo sentir de novo na pele a confusão, o desespero, o nó na garganta que doía mais que tudo e depois o meu choro silencioso sentado ao meio fio em frente a faculdade.

Essa é a história de como Park Chanyeol foi idiota, burro, mesquinho e perdeu a melhor coisa que já lhe aconteceu: Byun Baekhyun.

 

Um dia antes do aniversário oficial de Junmyeon nós faríamos uma festa surpresa para ele. Me lembro que nesse dia, Baek, eu e Junma estávamos na biblioteca conversando sobre alguma coisa, fazendo qualquer coisa menos os trabalhos.

Junma nos entupia de informações sobre sua festa de aniversário e nós ríamos muito. Consigo me lembrar com clareza do sorriso que Baekhyun abria a cada besteira dita pelo outro… De todos os sorrisos do mundo o sorriso dele era o meu preferido, retangular como era, mostrando os pequenos dentinhos infantis e fechando mais ainda os olhos já minúsculos. Será que o verei sorrir assim novamente um dia?

Eu contei sobre meus planos: não poderia ajudar muito na preparação da festa surpresa porque estaria fazendo trabalho com o meu antigo grupo de amizades. Meu maior erro! Como pude ser tão burro! Eu deveria ter sacado que estavam aprontando pra mim! Eu devia ter percebido que eles nunca haviam desistido de seu plano… Eu caí feito um tolo, sem querer acabei visitando o covil das feras e deixando lá o material que precisavam para magoar Baekhyun. Eles sabiam que se o atingissem através de mim, ele sairia ferido e consequentemente eu também.

Kim Taeyeon sempre teve uma marcação constante com o Baek e eu nunca entendi o porquê. Quando eu e Baekhyun fomos sorteados como uma dupla ela tentou me convencer de armar para ele de alguma forma, de pregar alguma peça nele, mas eu nunca entendi o real propósito disso. Em mim, o pequeno sempre provocou efeitos intensos. Mesmo antes de saber das ideias de Taeyeon, ele já exercia sobre mim um magnetismo sem explicação. Desde a primeira vez que o vi eu tive para mim a certeza de que precisava conhecê-lo, precisava dele.

Não seria mentira alguma se eu dissesse que me apaixonei por ele à primeira vista.

A verdade é que apesar dos planos maléficos que meu antigo grupo de amigos tramava, eu nunca quis ajuda-los e até me afastei deles porque a cada momento que estava com Baekhyun, mais eu queria e precisava dele, eu nunca iria querer seu mal.

No dia em que disse que faria trabalho com eles, eu realmente fiz, mas apenas o fato de estar com aquelas pessoas já me deixava enojado. Percebi que havia cometido um erro no momento em que coloquei os pés na casa de Taeyeon. Estar com aquelas pessoas era algo que já não fazia mais sentido para mim, as coisas de que falavam, todas me pareciam fúteis, cruéis e mesquinhas e eu não via a hora de sair dali.

Eles insistiam em me perguntar sobre Baekhyun, e eu tive uma grande briga quando todos decidiram dizer que meu relacionamento com Baekhyun era de mentirinha e me acusar – ou elogiar – de estar fazendo um pelo teatro.

- Tão convincente que até eu mesmo acreditei. – Taeyeon falou sentava em uma das cadeiras ao redor da mesa circular que havia no vasto jardim de sua casa.

No momento em que ela falou, eu estava concentrado demais em meus textos que demorou um tempinho para que eu fosse capaz de entender do que ela estava falando. Quando percebi, ergui a cabeça e dei de cara com sua cara cínica me encarando.

- Até parece que você gosta mesmo dele! – Ela continuou, falando entre risos.

- Eu não gosto dele, eu o amo! – Falei quase gritando, porque já estava em meu limite.

Ela e os outros dois ocupantes da mesa riram.

- Chanyeol, você é um ator e tanto! Você mesmo acredita em sua mentira! – Taemin falou, erguendo uma de suas sobrancelhas ao mesmo tempo em que ria e dava leves tapinhas em meu ombro.

- Cara, me larga! – Falei, me desvencilhando de seu toque, levantando bruscamente da mesa, a fazendo sacudir um pouco.

- Ah, não! – Minho, o outro garoto sentado à mesa falou pela primeira vez em quase uma hora – Não acredito que você se apaixonou pelo nerdzinho pobretão! Foi só ele abrir ar pernas pra você que te conquistou!

De ímpeto me levantei pronto para atingi-lo com um soco na cara, mas senti as mãos de Taemin me segurarem com força, e repensei meus atos, não valia a pena agir daquela forma.

- Me larga, eu vou embora! – Taemin demorou a me soltar, e quando finalmente o fez eu encarei os outros três, serio o bastante para que talvez sentissem medo de mim.

Peguei minha mochila com uma de minhas mãos e segui em direção ao grande portão da casa luxuosa. Meus passos no chão eram firmes e eu estava decido a não parar, mas a garota loira gritou meu nome e eu me virei involuntariamente, a tempo de a ouvir dizer.

- Olha Park Chanyeol, ou você é nosso amigo, ou é nosso inimigo. Ou você está com a gente…

- Dane-se vocês seus imbecis! – Eu disse, já cansado de ouvir a sua voz irritante.

Já estava quase no portão quando eu ouvi o som de sua risada mesquinha e a sua voz bem longe dizer:

- Depois não diga que eu não avisei!

Meu rosto queimava e minhas mãos tremiam quando atravessei o portão em direção à rua e lá estava a Labareda, me esperando para fugir dali. Eu estava tão nervoso que chutei uma lata de lixo que se encontrava ao lado de um muro qualquer.

Andar de moto tinha um poder sobre mim, toda vez que eu montava na Labareda, entrava em uma dimensão só minha, era um momento meu. Ali, em cima da moto em alta velocidade deixei que as lágrimas corressem em meu rosto. Eu sabia que agora eles tentariam atingir Baekhyun de alguma forma e eu sabia o quão baixos eles podiam ser.

No meio do percurso senti uma vontade louca de falar com Baekhyun, de dizer a ele o quanto eu o amava e o quanto ele era importante e essencial em minha vida. Estacionei em um dos lados daquela ruazinha silenciosa e tateei os bolsos a procura do celular, mas não o encontrei.

Aquilo não podia estar acontecendo, um mau pressentimento tomou conta de mim quando pensei nas possibilidades. Podia ter caído pela rua ou podia ter ficado na casa de Kim Taeyeon e essa ultima opção me desagradava e muito.

Refiz o caminho de volta bem atento ao chão, mas ele não estava em nenhum ponto do asfalto. Acabei chegando ao grande portão branco da casa de Taeyeon e apertei o botão vermelho do interfone, esperando que ela atendesse.

- Oi – A garota falou.

- É o Chanyeol… meu celular por um acaso ficou aqui?

- Acho que não!

- Posso entrar e procurar? – Pedi, implorando silenciosamente para que ela permitisse.

Demorou um pouco até que eu ouvisse o som do portão ser destravado e eu pude entrar na casa. Rodeei a grande construção para ter acesso ao jardim onde estava antes, que ficava aos fundos. Quando cheguei os outros três estavam lá nos mesmo local de antes, mas quando olhei diretamente para a mesa a procura do meu celular não tinha nada ali. Taeyeon agora estava usando um biquíni cor de rosa e se preparava para dar um mergulho na piscina. Tive que me segurar para não pular atrás dela e afoga-la.

- Não tem celular nenhum aqui! – Minho falou.

E não tinha mesmo, procurei por todo o jardim e aproveitei para dar uma olhada minuciosa em minha mochila, mas não havia nada em nenhum canto dela.

Acabei saindo dali com as mãos vazias e desta vez ainda mais transtornado porque pensei que aquele celular em mãos erradas, poderia causar problemas a mim e a Baekhyun. Eu sabia que o celular estava com eles, mas não fui capaz de falar nada.

Porque sou um tapado mesmo.

Não sei como consegui chegar no apartamento de Baekhyun porque eu estava tão confuso e tão nervoso que minha mente era como uma neblina espessa, cheia de duvidas e culpa.

Eu não sei porque sou assim, só sei que sou.

Quando cheguei ao apartamento a duvida e a confusão pareciam estampadas em minha testa, porque todo mundo ficou em silêncio quando cheguei. Tive que explicar que havia perdido o celular, e todos eles se compadeceram. De alguma forma inexplicável ao olhar nos olhos de Baekhyun e senti o toque confortante de suas mãos nas minhas eu me senti confiante e um pouco da bagunça que estava em minha mente foi embora e eu quis ajudar na festa surpresa de Junma.

Mesmo que eu estivesse nervoso e confuso em um nível bem alto, Suchen era algo tão engraçado que eles me faziam rir ainda que pela a ansiedade eu não pensasse ser capaz disso. Jongdae se declarou para o aniversariante e recitou um poema, todo mundo se sentiu tocado pelo amor e eu abracei Baekhyun, querendo ser capaz de sempre proteger o meu pequeno de qualquer mal.

Aquela noite foi única e muitas coisas aconteceram: dancei com Baekhyun, ri como nunca das palhaçadas de Junmyeon, atendi um telefonema do misterioso Oh Sehun, que se revelou como um cara meio prepotente, um piadista barato. Um dia Baekhyun iria me contar quem ele era… mas não sei se esse dia chegará.

Eu sabia que algo poderia acontecer e minha tensão parecia quase concreta, Baekhyun percebeu e pareceu acreditar que meu silêncio era sua culpa, mas é claro que não era. Nada nunca seria culpa da minha pequena luz!

Algo em mim dizia que as coisas podiam piorar, e que eu devia aproveitar cada minuto ao lado de Baekhyun da melhor forma possível, então depois de beber bastante na tentativa de silenciar meus pensamentos através do álcool, eu fiz amor com Baekhyun e dessa vez tentei fazer de uma forma intensa.

Baekhyun sempre me deliciava e me levava à loucura, mas dessa vez cada centímetro da minha pele queimava e queria ele, e eu queria mostrar o quanto ele era lindo e adorado. Eu o amei como nunca aquela noite e deixei que minha língua dançasse por toda a extensão de sua pele branquinha.

Ele era um paraíso para mim e eu queria mais e mais dele a cada segundo. Ele respondeu as minhas investidas fortes com uma raiva excitante e me arranhou de uma forma que me fez ficar ainda mais louco. Baekhyun me tinha facilmente, ele era meu dono e eu não sabia se tinha consciência disso ou não.

Eu o devorei de todas as formas possíveis e o fiz desmanchar em minha boca para que ele soubesse o quanto eu o amava. Eu queria e precisava dizer a isso porque alguma parte de mim sabia que talvez aquela fosse a nossa ultima noite.

Eu explorei seu corpo com minhas mãos e me apossei dele deixando marcas que imaginava serem bem mais profundas do que as meramente físicas. Baekhyun era lindo, em toda a sua complexidade, ele era um labirinto onde eu já me encontrava preso, um mapa que eu levaria uma vida para desvendar, um livro que eu nunca me cansaria de ler.

Quando estava em meu colo, mais do que um ato sexual eu sabia que havia amor ali. Seus olhos serenos me diziam isso e eu me deliciava com a visão de seu corpo arqueando e vibrando a cada movimento em que eu tentava ir mais fundo.

Eu o amava, essa era a minha única certeza.

Uma pena que ele tenta partido antes de viver nossa história até o fim.

Acordar ao lado de Baekhyun era literalmente uma dádiva e me fazia sentir o cara mais sortudo da face da terra, por isso, por estar imensamente feliz aquela manhã que o choque foi maior e mais doloroso. A gente não consegue prever quando as coisas vão dar errado. Elas acontecem. Simplesmente acontecem.

Tudo estava correndo tão bem que por algum tempo durante o dia fui capaz de me esquecer das ameaças de Taeyeon. Pensei em dizer a Baekhyun sobre tudo, mas optei por guardar as palavras da garota só para mim, afinal, se eu começasse a contar as coisas para o meu pequeno provavelmente a conversa chegaria em um ponto em que eu provavelmente teria que dizer que aquelas pessoas que um dia eu chamei de amigos haviam armado para Baekhyun desde a primeira vez que o viram e aí seria praticamente impossível me ausentar de culpa.

Fomos surpreendidos durante o horário de almoço por Jongdae e um carro de som parados no meio do campus: uma declaração de amor à Junmyeon. Aqueles dois me faziam ter fé no amor, dando asas a minha imaginação, me permitindo imaginar futuros felizes ao lado do Baek.

Os dois se beijaram ao fim da declaração e a multidão que assistia a homenagem, aplaudiu de pé o amor dos dois. Eu pensei que eu e Baekhyun seríamos eternos e me permiti planejar fazer algo parecido para ele em seu próximo aniversário. Sorri imaginando suas possíveis reações. Ele provavelmente não estaria tão feliz como Junmyeon estava, era mais a sua cara se esconder e fingir que não me conhecia.

Eu amava esse jeitinho dele.

Como se fosse capaz de prever o que estava prestes a acontecer, olhei pra ele mais uma vez. Ele encarava o casal ao longe, um sorriso lindo estampado no rosto e os olhinhos felizes. De repente ele me olhou e eu fui tomado por uma onda de eletricidade que sempre se apossava de mim quando ele me olhava.

Eu segurei firme em sua mão para só então depois de se despedir de Jongdae, seguirmos em direção ao laboratório onde faríamos a próxima aula. Tudo estava tão maravilhosamente perfeito que eu devia ter previsto o que aconteceria a seguir.

Alguém chamou meu nome, e Baekhyun seguiu junto com Junmyeon em direção ao laboratório enquanto eu fiquei. A pessoa que me parou, acreditem, eu não lembro quem era e nem ao menos sei dizer o que queria comigo. Minha memória desse dia é bastante fragmentada, acho que meu cérebro tenta evitar a dor – mas é impossível.

Eu entrei no laboratório e as coisas estavam meio estranhas. Algumas pessoas riam, e apontavam para Baekhyun que estava agora de costas um pouco a minha frente. Me dei conta de que o motivo das risadas era provavelmente algo que era exibido nas telas dos computadores quando vi Junmyeon caminhar até o monitor mais próximo e vira-lo em sua direção, mas assim eu também pude ver o que era.

E eu gelei quando vi.

Meu coração se acelerou e minhas pernas tremeram quando eu vi nas imagens um Baekhyun dorminhoco, deitado em minha cama, seu peitoral totalmente a mostra, ele estava murmurando alguma coisa. Primeiro ele pedia para dormir depois dizia mais alguma coisa. A tela se apagava e um outro pequeno videozinho aparecia, nele Baekhyun me pedia para pega-lo de jeito e depois dizia que me queria…

Aquilo era a nossa intimidade, exposta a todos sem nenhum cuidado. Senti meu rosto queimar em um misto de vergonha e raiva porque eu sabia quem era responsável por aquilo, mas sabia também onde Kim Taeyeon havia conseguido aquelas imagens e era aquilo que me magoava e me fazia querer gritar.

As imagens estavam em meu celular e ela havia sido mesmo baixa porque assim toda a culpa cairia sobre mim, e Baekhyun nunca me perdoaria. Só de imaginar a ideia meu corpo todo gelou e eu pensei que fosse cair no chão. Meus olhos se encheram de lagrimas, mas eu segurei, não era do tipo que chorava.

Taeyeon realmente agiu e me fez sofrer como disse que faria, atingindo o meu pequeno e assim me atingindo de uma forma duplamente mais dolorosa. A culpa era dela, mas também era minha.

- Obrigada Chanyeol, por conceder as imagens! Você fez direitinho. Tome aqui seu celular. – A loira falou erguendo o celular em minha direção.

Baekhyun então pareceu notar minha presença e se virou pra mim, e então eu desmanchei ao vê-lo daquela forma, tão vulnerável. Minha vontade era tirá-lo dali imediatamente, protegê-lo de tudo e de todos. Seus olhos brilhavam de lágrimas que por minha culpa haviam brotado lá.

Ele não me perdoaria e eu também não perdoaria a mim mesmo.

- Foi você? – Baekhyun perguntou entre dentes me encarando da forma mais raivosa e ainda assim sentida que eu já havia visto.

Eu até pensava em coisas para dizer para ele, ou então ensaiava atos como, por exemplo, abraça-lo e leva-lo embora dali mas eu não sei, sou tão inútil que não conseguia fazer ou dizer nada. Eu só conseguia pensar que tudo aquilo era culpa minha.

- Chanyeol, as imagens ficaram melhores do que nós imaginávamos, você fez um ótimo trabalho. – Minho falou, parecendo ser de propósito só para piorar as coisas.

- Eu fiz os vídeos...

 Eu ia dizer que os vídeos haviam sido feitos por mim, mas que nunca faria nada desse tipo, eu nunca seria capaz de fazer algo a ele. Mas antes que eu pudesse terminar a frase Junmyeon me atingiu em cheio com um soco forte. Eu nunca pensei que ele fosse capaz de bater assim.

Eu não fiz nada, fiquei ali olhando assustado, sentindo o gosto de sangue se fazer presente em minha boca. Não disse nada porque não sabia o que dizer e no fundo sabia que merecia.

- Você é um completo idiota! – Foi só o que eu fui capaz de ouvir Baekhyun dizer antes que ele deixasse a sala.

Me deixei cair no chão e senti os olhos de Junmyeon me acompanharem, ele havia me batido mas eu podia jurar que estava preocupado comigo. Eu ergui meus olhos e ele disse:

- Eu não acredito que você fez isso!

- Não fui eu… - Comecei a falar e então me dei conta de que os culpados – em especial a líder deles - deveriam sofrer as consequências e de repente a circulação sanguínea pareceu voltar as minhas pernas e nem eu sei como fui capaz de fazer o que fiz.

Rapidamente abri caminho até o fim da sala onde Taeyeon estava, eu iria faze-la se arrepender daquilo. Estava pronto para acabar com ela, mas antes que eu pudesse concluir a tarefa um outro garoto me segurou e Junmyeon também veio ao meu encontro tentando me acalmar. Eles seguravam meu tronco e braços e eu não podia encostar nela, mas mesmo assim ela se aproximou ficando a centímetros do meu rosto pra dizer:

- Eu te disse que você sofreria as consequências.

Mesquinha! Juntei toda a saliva que havia em minha boca e cuspi atingindo uma de suas bochechas. Ela fechou os olhos e levou uma das mãos ao rosto se dando conta do que havia acontecido e depois, saiu dando passos firmes pra fora do local.

Os caras me largaram no chão e Junmyeon me ajudou a me levantar.

- Corre atrás do Baekhyun, vai! – Ele indicou.

Corri mesmo para fora da sala e andei um pouco até encontrar Baekhyun abraçado aos próprios joelhos encolhido no canto de um corredor estreito. Ele parecia tão frágil e vulnerável. As lágrimas rolavam em seu rosto e eu me senti infinitamente culpado por vê-lo daquela forma e saber que a culpa era minha. Ele pareceu ter percebido minha aproximação e começou a enxugar a face molhada.

- Baekhyun por favor, eu… - Eu queria explicar, e tinha que explicar.

- Vai embora! – Ele gritou de uma forma que eu nunca havia visto.

Baekhyun se levantou e veio decidido em minha direção. Seu rosto apesar de triste, possuía traços de raiva e mágoa. Ele chegou bem perto de mim e por uma fração de segundo eu pude jurar que ele também iria me bater.

- Eu não vou embora! Você tem que me deixar falar. – Eu disse, o segurando para impedir que ele fugisse de mim.

- Me larga! Não tenho nada para falar com você. – Baekhyun estava decidido e em nada lembrava aquele com quem eu havia passado a noite.

- Mas Baekhyun, eu te amo! – Falei, sincero esperando que isso o comovesse.

Mas de nada pareceu adiantar, já que ele riu alto.

- Poupe-me das suas mentiras, ta legal? – Seu tom era sarcástico quando falou.

- Baekhyun, confia em mim!

- Não! Você é um mentiroso! – Sua voz ficava cada vez mais áspera e gritada, era perceptível o seu desespero.

E a culpa era minha.

- Baek, por favor, não me odeie. – Rapidamente segurei seu rostinho em minhas mãos para que ele me ouvisse e não fugisse.

- Me larga! – Baekhyun gritou e se moveu rapidamente de maneira tão brusca que não consegui o conter.

Silêncio.

- Talvez eu devesse te odiar, mas eu não te odeio, Chanyeol. Eu odeio a mim. Odeio a mim mesmo por ter sido tolo o suficiente para cair na sua armadilha, tolo o suficiente pra baixar a guarda e acreditar que alguém como eu fosse digno de viver uma história de amor como nos filmes...

Suas palavras doíam feito faca eu definitivamente não me perdoava por provocar nele aquele tipo de sentimento, como se ele não fosse digno de algo.

- Mas você pode! Nós podemos, meu amor! Só me de a chance de me explicar. – Minhas palavras saíram como um pedido desesperado. Eu queria que ele ficasse, eu não podia deixa-lo ir.

- Explicar o que? Que você gravou os vídeos, que você deu pra eles? – Baekhyun olhou em meus olhos enquanto falava e eu pude ver que ainda estava chorando.

- Eu não fiz isso! Eu achei que tinha perdido o meu celular, eu te falei, meu amor.

Eu pedi a Deus para que ele me entendesse, mas nada parecia conspirar a meu favor.

- Não me chama de meu amor! – Ele gritou.

Aquilo doeu muito porque ele era sim meu único e verdadeiro amor, mas eu fui tolo, podia ter argumentado mais, ou segurado ele e dito com todas as palavras que eu o pertencia.

Mas eu achei que quando se ama a gente não precisa falar das coisas, o outro já as lê e entende ainda em nosso olhar, sem que palavra alguma seja dita.

Então eu me calei e entendi que aquele era o fim.

- Não venha atrás de mim, Chanyeol! Por favor.

- Baekhyun... – Supliquei uma ultima vez.

- Você é a maior decepção da minha vida.

 

De todas as dores que já senti na vida aquela foi a mais intensa e cruel. Primeiro me deixei cair ali e chorar quieto, desejando acordar daquele pesadelo. Como pude ser tão tolo e ainda incapaz de fazer meu amor ficar? Ao mesmo tempo pensei que talvez ele não me amasse por isso não quis ficar. Ele podia entender nos meus olhos que o que eu falava era verdade, mas ele nem quis me ouvir.

E eu entendia a sua raiva.

Depois de um tempo ali, segui o caminho de volta, entrei silenciosamente no laboratório onde a aula já acontecia, peguei minhas coisas e fui embora. Na entrada da faculdade encontrei Junmyeon e Kyungsoo que me olhavam com todo o julgamento possível. Como se eles pedissem por resposta eu falei, meio que sem pensar:

- Vou atrás dele!

- Não, você não vai! – Kyungsoo falou – Você já fez a burrada, agora vê se não piora.

Então como se não bastasse eu chorei mais e mais. Sentei no meio fio da calçada e chorei pelo que pareceram ser horas.

Que idiota, Park Chanyeol!

Eu não sei como reuni forças suficientes para montar na Labareda e seguir de volta pra casa, meus pensamentos estavam conturbados e minha visão turva por conta do choro.

Já em casa, me escondi em baixo das cobertas para tentar calar a dor de alguma forma, mas tudo foi em vão. Me lembro de tomar um banho e dormir depois de muito tempo. Lembro que em algum momento minha mãe veio até meu quarto me ver, na certa se perguntando por que não desci para o jantar.

Naquela noite eu não chorei, eu não gritei, eu não me joguei na frente de nenhum carro, eu só parei e pensei que sem Baekhyun eu era grande, mas era um grande nada, do tamanho da falta que ele me fazia, daqueles bem grandes mesmo, sem ele eu não tinha cor, eu não tinha graça.
Sem ele eu era só mais uma canção triste sem ter ninguém pra chorar por mim.

 

No outro dia pela manhã decidi que tentaria falar com Baekhyun na faculdade, talvez ele estivesse mais calmo e conseguisse me escutar, assim entenderia o que realmente aconteceu.

Mas ele não apareceu naquele dia.

Nem no próximo.

Nem no dia seguinte.

No final de semana eu tentei ligar para ele, mas seu celular não atendia. Fui até sua casa e Kyungsoo também não estava lá, no telefone Kyungsoo e Junmyeon não me respondiam com clareza e também diziam não saber de Baekhyun. Os dias eram cada vez mais desesperadores sem sua presença.

Na segunda feira Baekhyun não apareceu.

Nem na terça.

Nem na quarta

Muito menos na quinta ou na sexta.

 

E não havia ninguém capaz de me dizer onde ele estava. Eu comecei a enlouquecer pensando que talvez tudo não passasse de uma grande ilusão de minha mente. Mas eu ainda carregava em meu pescoço a correntinha com o anel que era o símbolo do nosso amor e aonde quer que estivesse, Baekhyun também tinha a sua.

Ele sumiu sem deixar vestígios e eu comecei a imaginar o pior.

Baekhyun era a luz da minha vida e sem ele eu me encontrava perdido no escuro.


Notas Finais


E ai????????????/ Felizes? Tristes?

ALIVIOU O SOFRIMENTO DO ANTERIOR OU PIOROU?

Onde está Baek?

O que voces acharam do Chanyeol?
O que ele deve fazer agora?
ME CONTEMMMMMM!

Agradeço a vocês pelos comentários, a vida corrida me impede de responder todos com o carinho que merecem mas eu leio e surto com cada um deles! Então vou adorar saber de seus palpites sobre o rumo de Lumi.

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bj! lut @baekonda


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