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História Lumière - Park Chanyeol: o motoqueiro fantasma


Escrita por: lunevile

Notas do Autor


Ei pessoal!
Aqui estou eu com mais um capítulo da fanfic mais aguardada do momento (não hahaha)! Nesse capítulo tem de tudo: referências, baek nervosinho, chanyeol pirado, um pouquinho de kaisoo e... labareda!
Tô postando um pouquinho antes do que planejei porque consegui um tempinho livre nessa manhã de segunda e porque vocês queriam muito esse capítulo amorzinho!
É isso, boa leitura!

Capítulo 2 - Park Chanyeol: o motoqueiro fantasma


Fanfic / Fanfiction Lumière - Park Chanyeol: o motoqueiro fantasma

Alguns dias se passaram e eu segui minha vida normal. Os poucos encontros com Park Chanyeol eram sempre iguais: uma troca de farpas e várias piadinhas idiotas por parte dele. Eu devia avisar a ele sobre ser um comensal da morte?

Certa noite eu estava em casa com Kyungsoo, ele nos fez lasanha e sentamos para conversar. Fazíamos isso às vezes:

- Como vai seu projeto? – Kyungsoo perguntou. Ele sempre se interessava muito nos meus projetos e eu gostava de conversar com ele. Ele sempre me dava muitas ideias.

- Qual projeto? – Perguntei distraído brincando com o garfo em meu pedaço de lasanha.

- Aquele com o cara que você odeia.

- Ah. – Eu não gostava muito desse assunto então não olhei pra Kyungsoo, ao invés disso continuei brincando com meu garfo sobre o pedaço suculento de lasanha.

- Como é mesmo o nome dele? – Kyungsoo perguntou com a boca toda cheia.

- Park Chanyeol.

- Ah, eu sabia que era familiar. Jongin já me falou dele... – Jongin era um ‘amigo’ de Kyungsoo. Eu sabia que havia algo mais entre eles porque estava na cara, mas ele negava, então eu fingia que acreditava nessa história de ‘só amizade’.

- O que ele disse?

- Só sei que os dois se conhecem desde a época de escola...

Pobre Jongin, teve que lidar com aquela ameba desde cedo!

- E sobre meu projeto, eu realmente não sei o que fazer. – Eu falei desanimado. - A proposta é falarmos de nós sabe? Tem que ser legal e eu tenho várias ideias mas eu acho que o Chanyeol vai estragar tudo.

- Não entendo porque você odeia tanto ele.

- Ele é insuportável, Soo. In-su-por-tá-vel. – Eu disse as sílabas separadamente enfatizando meu desprezo em cada uma delas.

- Você também não é a pessoa mais fácil de lidar né, Baekhyun?

- O que você ta querendo dizer?

- Sei lá... Só pega leve com ele, está bem? Pelo seu bem e pelo bem do seu trabalho também.

- Não, Kyungsoo. Eu sou um comensal da morte, você sabe, não vou facilitar pra ele.

Kyungsoo me encarou e eu percebi que ele não havia achado graça na minha piadinha, então devia estar mesmo falando sério sobre pegar leve com Chanyeol. Mas ele tinha que entender que não era fácil pra mim essa coisa de ser paciente. Chanyeol torrava os últimos resquícios de paciência que ainda restavam em meu ser. Vendo que Kyungsoo esperava algo, continuei.

- Mas Kyungsoo, eu sou um cara durão, você sabe, sempre fui.

Eu até me assustei com a risada de Kyungsoo, que ecoou pela pequena sala onde estávamos.

- Que foi? Não entendi o motivo da risada... – Claro que eu era durão, eu hein!

- Baekhyun, você chorou durante uma semana inteirinha quando fez onze anos e sua carta de Hogwarts não chegou. Uma semana toda, Baek! Eu consigo lembrar como se tivesse sido ontem. Eu nunca ri tanto na minha vida.

- Não tem graça.

- Claro que tem – Kyungsoo disse com o rosto vermelho de tanto rir. - Não mãe não feche a janela minha coruja tem que ter por onde passar! – Ele falou no que eu imaginei que fosse a imitação chorosa de mim mesmo aos 11 anos. – Baek você nem tinha uma coruja!

Kyungsoo ria tanto que nem conseguia completar direito as palavras, pensei que ele pudesse ter um troço ali mesmo na minha frente de tanto rir da minha cara.

- Em minha defesa, devo dizer que a minha coruja deve ter se atrasado pelo caminho. Eu sinto que o sangue bruxo corre em minhas veias.

Fiz uma careta séria por alguns segundos e depois nós dois, eu e Kyungsoo tivemos uma crise de riso. A vida era tão leve com Kyungsoo comigo. As pequenas alegrias do dia a dia ganhavam força e cresciam quando eu as compartilhava com ele, ao contrário dos problemas que quando divididos, diminuíam e o fardo ficava mais leve.

Fiquei pensando bastante nas palavras que Kyungsoo havia me dito. É, eu não era mesmo fácil e talvez estivesse exagerando. Talvez  Chanyeol merecesse uma chance. De qualquer forma não havia escapatória e para que meu trabalho fosse um sucesso eu ia ter que ao menos tentar trabalhar com ele.

Mas a verdade era que ser obrigado a trabalhar com Park Chanyeol estava sendo mesmo horrível porque fazia com que eu fosse notado pelo resto de minha turma. Faziam apenas alguns dias que éramos oficialmente uma dupla, mas já estava sendo uma tortura. Às vezes, Chanyeol vinha até perto de mim nas aulas ou nos intervalos com a desculpa de falar sobre o nosso projeto, e eu era obrigado a escutar suas ladainhas. O pior é que ele só andava em bando, ele mais uns três caras igualmente idiotas e umas três garotas que aplaudiam tudo que os tais idiotas fizessem.

Agora haviam risinhos toda vez que eu entrava na sala e por alguma razão eles achavam legal me chamar de baconzitos! Sim, baconzitos! Um dia após ter sorteado o nome de Chanyeol do cálice de fogo, ao chegar na sala fui surpreendido, por várias risadinhas abafadas por onde eu passava, e em minha mesa habitual havia uma folha branca com apenas uma palavra ao centro:BACONZITOS. Alguém por favor me diz qual é a graça de chamar alguém de Baconzitos? Eu nunca havia escutado algo tão ridículo em toda a minha vida. Com um nome como o meu, eu já tinha ouvido todos os tipos de piadinhas, mas essa era nova, e eu podia apostar que tinha dedo de Park Chanyeol nisso.

Graças a essa atenção que comecei a receber de repente por parte de meus colegas, eu vivia fugindo, queria passar o menor tempo possível na sala então eu era sempre o ultimo a chegar e o primeiro a sair, correndo, diga-se de passagem.

Eu estava em meu intervalo de almoço e naquele dia eu, Kyungsoo e Junmyeon almoçaríamos juntos. Eu gostava de passar tempo com eles porque eles eram os únicos que eu não tinha vontade de matar. Recolhi todas as minhas coisas rapidamente e as joguei na bolsa, concentrado na refeição que faria daí a alguns minutos. Eu estava morrendo de fome.

Eu e Junmyeon chegamos um pouco mais cedo ao restaurante onde comeríamos e esperamos por Kyungsoo. Depois de uns quinze minutos mais ou menos de espera, eu o vi surgir ao longe e quase levei um susto. Ele estava de mãos dadas com Jongin. Isso mesmo, de mãos dadas! O que eu havia perdido? Ele negava que tinham alguma coisa e agora andavam feito casalzinho pelo campus?

Quando eles se aproximaram eu disse:

-E aí, casal?

Eu nunca soube ser sutil.

Kyungsoo arregalou mais ainda seus olhos que já eram grandes e Jongin apenas sorriu pra mim. Ele era um cara legal e gostava do Soo, dava pra ver. Então eu estava feliz por eles.

Jongin era bonito, alto e tinha a pele bronzeada e se destacava de nós três porque obviamente ele não era um nerd como nós, mas mesmo assim nos tratava sempre muito bem, naquele momento ele nos cumprimentava com um sorriso que fazia a gente se sentir bem, ou ao menos parte da galera descolada. O Junmyeon coitado, nunca teve muita inteligência social, então ele não soube muito bem como lidar ao ver o casalsinho à nossa frente. Ele abriu um sorrisinho meio malicioso seus olhos se arregalaram e dispararam de mim para Kyungsoo e posteriormente, para Jongin, esperando explicações. Jongin, percebeu e riu, já Kyungsoo era um pouco mais travado, ele apenas disse:

- É... Vamos almoçar então? Eu to com fome. – ele falou, apressando o passo nos deixando pra trás. Jongin o seguiu e eu e Junmyeon ficamos um pouquinho pra trás de forma que só eu fui capaz de ouvir quando Junmyeon disparou:

- Nossa, que babado!

 

Eu estava um tanto desanimado graças aos últimos acontecimentos, mas me senti surpreendentemente mais feliz quando vi que havia couve-flor no cardápio. Ah, eu adorava couve-flor! Se havia alguma coisa que podia levantar o meu humor, certamente essa coisa era comestível, e era couve-flor! Nada poderia atrapalhar minha felicidade naquele momento.

Escolhemos uma mesa e cada um de nós ocupou uma cadeira ao redor dela, nós éramos quatro mas a mesa possuía cinco cadeiras, então aproveitei para deixar toda a minha parafernália na cadeira vazia.  Do lugar onde nos sentamos eu conseguia ver através do vidro que separava o interior do restaurante da movimentação externa do campus da faculdade.

Por alguns segundos me ative a pensar em como apesar de todas as adversidades, a minha vida era boa. Lá fora o clima era ameno e algumas nuvens pintavam o céu, deixando o dia perfeito para alguém como eu. Olhando através do vidro eu via pessoas caminhando apressadas com suas vidas e ouvia muitas vozes que em uníssono zumbiam e penetravam a minha mente. Fechei meus olhos, ouvindo aquele som que podia enlouquecer qualquer um mas que pra mim era um lembrete de tudo que eu havia conquistado. Ah, eu tinha muitos problemas mas eu podia dizer que apesar dos pesares, gostava da minha vida. De olhos fechados sorri e agradeci pela vidinha que eu tinha e pela couve-flor que embelezava meu prato e em breve seria devorada... Ah, nada podia estar mais perfeito.

- Chanyeol! – Jongin gritou me despertando de meu delicioso devaneio.

Abri os olhos espantado e me dei de cara com Chanyeol, com seu mesmo sorriso irritante de todos os dias. Não era possível que ele sempre estragaria meus momentos de felicidade! Eu e a minha couve-flor não permitiríamos isso!

- E aí, cara! – Ele disse, se aproximando da mesa onde estávamos.

Pelo amor de Deus! Nem a minha refeição eu faria em paz?! Eu lancei olhares desesperados a Kyungsoo e a Junmyeon mas eles pareceram me ignorar e cada um focou a própria atenção no próprio prato de comida. Enquanto isso, Chanyeol abria caminho por entre as outras mesas para chegar a nossa. Ele era como um fantasma, um fantasma irritante que sempre aparecia do nada só pra me deixar... tenso! É eu ficava meio tenso perto dele. O fantasma não se atreveria a se juntar a nós, não é?

- Jongin, moleque! Como você ta? – Ele disse alto ainda chegando em nossa mesa.

- Como vão as coisas? – Jongin perguntou parecendo interessado.

Tudo que eu queria é que Chanyeol fosse embora, mas apesar de querer gritar e manda-lo para o quinto dos infernos, me contive baixando os olhos e me deixando encarar meu prato de comida.

- Tô ralando, e você? – Chanyeol colocou uma das mãos na cintura e jogou todo o peso do corpo em uma das pernas, fazendo uma pose e levando a outra mão ao cabelo para joga-lo de lado. 

Eu não consegui deixar de rir, aquilo era muito ridículo. Minha risadinha fez com que todos na mesa e Chanyeol olhassem pra mim. Jongin pareceu ter achado que minha risada era algum tipo de deixa porque meu olhou com um olhar de desculpa, como se estivesse esquecido algo primordial e então seguiu dizendo:

- Pessoal, esse é Park Chanyeol, um grande amigo. Chanyeol esse é o Kyungsoo e esses são...

- Eu sei! Baekhyun e Jonghyun, eles estudam comigo, são gente fina esses garotinhos!

- É Junmyeon – Meu amigo corrigiu baixinho num misto de vergonha e irritação.

- Sim, Jonghyun, foi o que eu disse...

Todo mundo ficou se encarando e ninguém teve coragem de corrigi-lo uma segunda vez.

Chanyeol era aquele tipo de pessoa que está sempre feliz, e em minha humilde opinião não há nada mais irritante do que essa gente que quer esfregar felicidade na minha cara.

- Então Chanyeol, senta aí com a gente, cara. – Kyungsoo, sempre educado, convidou.

Mas nem por cima do meu cadáver ele ia se sentar conosco.

- Mas não tem lugar... que pena! – Eu disse, irônico.

Fiz questão de continuar a deixar minhas bolsas na cadeira que sobrava em nossa mesa para que talvez assim Chanyeol se tocasse que sua presença não era desejada. Mas ele era imbatível na tarefa de me irritar, então, antes que eu pudesse fazer algo para impedir, ele se virou para a mesa do nosso lado, onde havia uma cadeira vazia, e disparou às ocupantes, um grupo de meninas da nossa idade:

- As moças se importam se eu pegar essa cadeira? – Ele disse em um tom galante demais para a situação.

O grupo de garotas rapidamente fez gestos com a cabeça indicando que Chanyeol poderia retirar a cadeira, e ele o fez, colocando a cadeira bem ao meu lado.

Chanyeol era elétrico, ao contrário de mim. Ele era grande e se mexia sem parar em sua cadeira durante a refeição e aquilo estava me incomodando. Vez ou outra ele ria de uma piada ou fazia uma, eu nunca achava engraçado e não entendi porque todos estavam rindo dele. Até o Kyungsoo estava rindo dele. Até o Junmyeon estava rindo dele. Eu odiava Park Chanyeol, como os outros não podiam ver o quanto ele era irritante? Agora com certeza eu o odiava mais ainda por estar levando meus amigos para o lado negro da força. Ele ia me pagar.

Agora mesmo ele lançava a mim aquele olhar maníaco e mostrava cada um dos trezentos dentes que ele devia ter naquela boca. Porque ele estava me olhando daquele jeito? Tentei abaixar a cabeça mas seu olhar me prendia de tal forma que me mantive encarando.

Junmyeon me deu uma cotovelada sem motivo e eu acordei do meu momento de transe. Olhei para os outros quatro caras na mesa  não entendendo o que estava acontecendo porque parecia que todos esperavam alguma coisa de mim, e então Chanyeol quebrou o silêncio.

- Vou refazer a pergunta por que parece que você estava pensando em alguém, e pela cara de desejo que você tava fazendo devia ser mulher.

Todos na mesa riram e pra minha própria surpresa eu ri também, só que nervoso.

- Como eu estava dizendo Baekhyun, nós vamos trabalhar juntos esse semestre... o que você acha de falarmos sobre o meu clube de motoqueiros? Acho que seria legal. – Ele disse entusiasmado, seus olhos parecendo saltar das órbitas.

- Sem chance! – eu disse rapidamente

- Mas porque, cara? O Jongin mesmo já fez uns trabalhos maravilhosos de fotografia com a gente...

- Você ta falando sério? Tipo, mesmo? Você participa de um grupo de motoqueiros? – Chanyeol era mesmo uma caixinha de surpresas.

- Qual é o problema?

- Nenhum. Eu só não gosto muito de motos. – eu disse desviando meu olhar do dele e enfiando um punhado de comida na boca.

- Uma pena, sabia? Porque eu já ia te convidar pra dar um passeio na garupa da Labareda. - ele disse fazendo charme.

- Eu to até com medo de perguntar, mas... Quem é Labareda?

- Labareda é a minha moto, o meu bebê. Assim, eu costumava a chamar de Preciosa, mas depois de um tempo comecei a achar gay e não combinava com a minha personalidade quente. Eu sou fogo, sabia?

Eu estava ouvindo aquilo mesmo? Todo mundo na mesa fez silêncio, para meu consolo. Aparentemente todo mundo estava chocado com a história da motoca de nome Labareda.

Foi então que eu percebi o que ele havia feito, sorrateiramente Chanyeol levava seu garfo até o meu prato de comida e roubava meus preciosos talos de couve-flor. Ele estava despertando o dragão, e as coisas ficariam feias se ele continuasse agindo dessa maneira. Ele podia mexer comigo, mas não com a minha comida.

- Então Baconzitos, de qualquer forma eu acho que a gente podia começar logo esse negócio, eu tenho várias ideias e queria te dizer o que faremos, para começarmos logo porque aí não ficaremos tão ocupados no fim do semestre... Eu tenho algumas ideias, de verdade, mesmo que o lance nas motos não role acho que podíamos falar de lembranças, de momentos bons que nos tragam felicidade...

- Quem foi que te elegeu como chefe do time, meu querido, baixa a bola aí que eu não sigo ordens de qualquer um! Eu sou o Batman, e você é o Robin.

A ideia dele era boa, mas eu tinha que mostrar quem estava no comando antes que ele achasse que podia mandar em mim.

- Baconzitos? Essa é nova – Kyungsoo falou ente risos e os outros ocupantes da mesa o acompanharam.

Eu não havia me dado conta de que Chanyeol havia usado aquele apelido idiota na mesa com os meus amigos. Meus próprios camaradas confraternizando com o inimigo! É, eu estava mesmo perdido. Eu fiz cara de desprezo para a situação e fingi rir com eles.

- Chanyeol, vou te contar uma coisa sobre o Baekhyun, ops, Baconzitos!  Ele não é tão durão quanto mostra. Quando tínhamos onze anos ele chorou sem parar durante uma semana porque não havia recebido a carta de Hogwarts! Fale disso no trabalho de vocês.

Que bonitinhos, Kyungsoo e Junmyeon meus amigos, rindo do Mané. Eu e Kyungsoo havíamos lembrado dessa cena no dia anterior e tinha sito tão fofo... Agora ele estava ali me humilhando, o meu amigo, quase sangue do meu sangue contando a Park Chanyeol os micões da minha vida trouxa antes de ser comensal, ele ia pagar. Eu o chamaria de baixinho para o resto da vida e contaria pro Jongin daquele dia que ele pôs madeira dentro do sapato para parecer mais alto. 

- Vai ser massa pessoal, a gente pode falar da labareda e do pessoal do clube de moto aí... Ei, - ele disse virando em direção ao Kyungsoo - você tem vídeos do Baekhyun chorando por causa de Harry Potter? A gente podia fazer uma ligação entre aquele sentimento de liberdade que temos quando a gente ta pilotando a moto e o sentimento de liberdade que os sonhos nos dão... Podemos usar fotos, vídeos. Eu tiro fotos sabia, Baekhyun?

Chanyeol era mesmo frenético, ele emendava as palavras uma na outra e não parecia respirar, tamanha empolgação, olhando assim talvez ele parecesse alguém legal. Respirei fundo e disse as palavras que estava evitando:

- Chanyeol, vamos nos encontrar hoje à tarde então...

- Hmmm você quer montar na labareda né?

- Não seu Mané, eu quero fazer o trabalho.

- Você falou Mané?

- Maneiro, Chanyeol, maneiro.

 

***

 

Marcamos de nos encontrar em uma cafeteria do campus para conversar sobre o trabalho e eu não estava nem um pouco animado com a ideia de conversar ou tomar café com ele. Mas, como eu prometi ao professor e a mim mesmo que me esforçaria, topei.

Eu estava bem nervoso, na verdade. Eu não sabia muito bem porque. Cheguei ao lugar que havíamos combinado com mais ou menos trinta minutos de antecedência e conforme a hora marcada se aproximava eu ia me sentindo cada vez mais estranho. Minhas mãos estavam frias e suavam, e eu sentia um friozinho irritante na barriga.

Mais ou menos uns cinco minutos depois do que havíamos combinado ele apareceu na entrada da pequena cafeteria, para a minha surpresa acompanhado por uma garota. O que ele estava pensando para trazer alguém para a nossa reunião de trabalho? Chanyeol estava maluco! Fechei a cara no momento que os dois se entraram e pude perceber que quem o acompanhava era Taeyeon, uma garota que também estudava conosco. Ela talvez conseguisse a façanha de ser mais insuportável do que Chanyeol.

Chanyeol parou no balcão para conversar com alguém, mas Taeyeon me viu e veio saltitante até a mesa onde eu estava lançando a mim um sorrisinho que eu sabia ser falso.

- É Baekhyun seu nome né? – Disse a garota, se sentando na cadeira antes vazia que estava a minha frente.

- É. – Eu disse, seco.  

- Então Baekhyun, eu sou a Taeyeon, mas você já sabe né? – Ela disse jogando os cabelos tingidos de loiro.

- Não. Desculpa. Até hoje achava que seu nome era Tiffany. – Eu menti.

Ela fechou a cara imediatamente e eu fiquei feliz por ter conseguido atingi-la de alguma forma. Seus olhos e estreitaram e ela me olhou com uma expressão que eu não consegui desvendar dizendo:

- Então, soube que você e o Junmyeon estão se pegando…

- Tô pegando só se for a tua mãe. – eu disse rapidamente.

Chanyeol que havia se aproximado da mesa nesse ponto da conversa, fez uma expressão de surpresa e disse a Taeyeon que ela já podia ir, mas ela se ateve por alguns instantes me encarando e eu mantive o olhar pra ela saber que eu não tinha medo. Depois de ter percebido que eu não abaixaria a cabeça, ela abriu um sorriso bem falso e se levantou da cadeira dizendo a Chanyeol:

- Ih, ela tá nervosa hoje tá bom Chanie?

Nem me atrevia responder por que o som da voz dela chamando Chanyeol de Chanie me deixou meio enjoado.

Assim que ela saiu, Chanyeol assumiu seu lugar na cadeira a minha frente, jogando sua mochila no chão e retirando dela um pequeno caderninho onde supus que ele faria anotações. Ele sorriu pra mim e perguntou:

- Ela te disse alguma coisa?

E eu respondi sarcástico:

- Nada não, Chanie.

Ele deu uma gargalhada e eu não entendi o motivo, por isso segui com uma pergunta:

- O que ela veio fazer aqui?

- Ela só me deu uma carona, não precisa ficar com ciúme.

- Que ciúmes? Imagina eu com ciúmes de você? Se situa meu querido!

Ele riu e disse a mim:

- Vamos ao trabalho.

Aquela situação toda havia me desestabilizado, eu estava nervoso demais por algum motivo desconhecido, tudo que eu sabia era que precisava socar alguma coisa. Estava me esforçando para me concentrar nas coisas que Chanyeol dizia mas a raiva havia anestesiado meus sentidos. Culpa de Chanyeol, sempre culpa dele.  Eu teria que trabalhar com ele durante os próximos quatro meses no mínimo e algo me dizia desde o momento em que sorteei seu nome, que seria um porre. Estávamos ali naquele café durante uns vinte minutos tentando conversar sobre o nosso trabalho e eu já havia pensado em umas cinquenta formas de suicídio.

- Quais são suas ideias, Baekhyun?

- Não quero te ofender não, mas eu trabalho sozinho. – Eu disse ríspido.

- Eu quero te ajudar, maluco! – ele disse, gesticulando com as mãos.

- Dispenso.

- O trabalho é nosso...

- Receio que um idiota que nem você não possa me ajudar muito... – Falei, rindo baixinho.

Eu meio que me arrependi do que tinha dito quando vi a cara dele. Park Chanyeol estava com cara de cachorrinho que caiu do caminhão de mudança, ele fazia um biquinho que não pude deixar de achar fofo. A carinha triste dele de repente foi se transformando em uma expressão de raiva e eu percebi que não devia tê-lo chamado de idiota, por mais que ele fosse um.

- Eu te fiz alguma coisa, Baekhyun?

Eu pensei em responder, mas me contive porque no fundo eu sabia que estava sendo muito duro com ele.

- Não... Me desculpe, ok? É que eu prefiro trabalhar sozinho. E além disso eu já tenho planejado o que faremos, você não vai precisar se preocupar com muita coisa...

- O trabalho não é seu, é nosso, ta me entendendo? Eu quero te ajudar cara.

- Olha Chanyeol, a proposta é falarmos das nossas vidas... Eu acho que não tem nada em comum que a gente possa chamar de nosso, sabe? A gente não tem como falar das nossas vidas em um filme, porque não temos nada em comum, nada que valha a pena ser mostrado...

- Se você não tem, eu tenho. – Ele disse com raiva.

Eu ri.

- Ok, Chanyeol, o que há de tão interessante na sua vida? Falaríamos de que? Das noitadas? Das meninas que correm atrás de você feito tontas? Oh não! Poderíamos falar do quanto você malha na academia... Ah é, tem seu clubezinho de motoqueiros! Acho interessante. Chanyeol, me responda uma pergunta: por um acaso você sabe ler?

Ele se levantou bruscamente de sua cadeira emburrando a mesa e derramando seu próprio café. Seus olhos brilhavam de fúria e por um momento eu achei que ele fosse dar um soco bem no meio da minha cara.

- Agora eu entendo porque ninguém quer trabalhar com você, entendo porque está sempre sozinho. É simplesmente porque você é insuportável. Quem você pensa que é pra falar comigo desse jeito? Eu não sou tuas nêga não rapaz! Eu nunca te fiz nada e você me trata mal assim de graça? Paciência tem limite! E se enxerga, você não é tudo isso que pensa não.

Permaneci em silêncio talvez eu merecesse algumas palavras ditas por ele. Mas é que eu não queria aproximação nenhuma, nós éramos muito diferentes e por alguma razão ele me deixava nervoso demais e eu não conseguia raciocinar direito. Pensei em pedir desculpas, mas ele já atirava seu caderninho de anotações dentro da mochila e se aprontava para deixar o local.

Eu fiquei olhando ele ir embora e senti um mal-estar bem grande, como se levasse um soco no estômago. Queria que ele voltasse e me fizesse rir com alguma piada boba. Me senti profundamente culpado e por mais incrível que possa parecer também senti pena de mim mesmo, porque talvez Chanyeol tivesse razão sobre mim, talvez eu realmente não fosse aquilo tudo que pensava.

Chanyeol, que já estava perto da porta de saída, virou bruscamente e voltou em minha direção. Eu ouvia as batidas dos seus pés rápidos no chão e quase podia ouvir também as batidas rápidas do meu coração. O que estava acontecendo comigo? O que Chanyeol havia feito comigo? Ele chegou à mesa onde eu estava, se apoiou nela e ainda em pé aproximou seu rosto até centímetros do meu. Senti meu corpo gelar e me preparei para qualquer coisa, mas ele apenas disse:

 - Eu vou fazer você pagar sua língua, Baconzitos.


Notas Finais


Gente do céu, que baek é esse?! bicha nervosa!
sobre a taeyeon, adoro ela ok? botei o nome dela ali por conveniência!
me contem o que vocês acharam: montariam na labareda? xjhjhjdshfjhds
espero que curtam e que comentem bastante dkjdskjgs quanto mais comentários mais rápido sai o próximo capítulo!


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