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História Lumière - It's Baekhyun time!


Escrita por: lunevile

Notas do Autor


boa noite!
to com preguiça de falar qualquer coisa gente, estou sem meu óculos e da até preguiça de escrever! muito obrigada pelo carinho pela fic, pelos comentários e favs, nossa to bem feliz ♥ desculpem a demora e: levem o titulo do capítulo como licença poética, ok? heheh

Capítulo 22 - It's Baekhyun time!


Fanfic / Fanfiction Lumière - It's Baekhyun time!

A luz do sol tornou o caminho bem mais fácil de ser feito na mata e mais rápido do que pudéssemos imaginar, já estávamos em segurança na sede do El Dorado. É claro que durante o caminho de volta Junmyeon quis saber do que havia acontecido e eu não pude ficar perto de Chanyeol, mas trocávamos uns olhares toda hora. Foi um café da manhã reforçado e cheio de preocupações por parte de minha avó e meus tios, mas no fim, até eles pareceram entender que eu precisava desse tempo com Chanyeol, afinal, é como dizem não é? Há males que vem para bem.

Antes que nos déssemos conta, já havíamos almoçado e já nos preparávamos para retornar à casa de meus pais. Por mais que todos nós compartilhássemos a vontade de estar no El Dorado, aquele tempo ali havia feito brotar em mim a vontade de não se esquivar, de voltar à vida normal, de voltar à Seul, e era exatamente isso que eu faria.

Era mais ou menos uma hora da tarde quando nós nos despedimos de Yixing, meus tios e minha vó e nos dividimos entre os dois carros para voltar para minha casa. Nos dividimos entre a caminhonete dos meus pais, que havia ficado comigo, e o jipe de Chanyeol: Eu, Kyungsoo e Junmyeon, os três porquinhos, os três mosqueteiros, a patrulha salvadora seguimos na caminhonete enquanto Chanyeol levava consigo Jongin e Sehun em seu jipe.

E é claro que Kim Junmyeon ocupou cada instante da viagem curta para perguntar sobre o que tinha acontecido entre Chanyeol e eu lá na mata, e ele insistia cegamente no assunto, não importava quantas vezes eu tentasse dizer que não havíamos feito nada.

- Mas vocês se beijaram? – Ele perguntou curioso quando eu fazia cuidadosamente uma curva na estrada.

- Sim. – Respondi quase em um murmúrio.

- Tá vendo! Eu sabia que tinha acontecido alguma coisa! – Junmyeon cruzou os braços convencido.

- Mas isso você viu, quando nos encontrou!

- Todo mundo viu, Baek! – Kyungsoo falou do banco de trás, colocando a cabeça para frente.

Fiz um bico com os lábios em reprovação.

- Aposto que rolou mais coisa e você não quer nos contar! – Kyungsoo falou com uma sobrancelha erguida e Junmyeon o imitou.

- Não aconteceu nada! – Mantive os olhos focados na estrada, mas decidi que eles tinham que saber a verdade – O Chanyeol disse para irmos devagar agora, ele disse para termos uma fase de namoro...

- Espera aí, isso quer dizer que... – Junmyeon começou a dizer com um tom cômico em sua voz.

- Nada de sexo! – Completei logo.

Os dois se encararam em silêncio por alguns segundos e eu achei que tivessem desistido enfim de insistir naquele assunto. Mas eu estava completamente errado, porque na mesma velocidade em que se calaram os dois começaram a rir de maneira escandalosa como se eu tivesse feito alguma grande piada.

- Posso saber qual é a graça?

- É que você vestiu essas roupas de couro, pintou o cabelo, se arrumou todo e não rolou nada – Junmyeon falou quase se engasgando de tanto rir.

Então de repente, sem aviso, aquela ideia brotou na minha mente e eu finalmente entendi aquilo que chamavam de amor próprio. Já estávamos perto da minha casa, eu sorri ao avistá-la de longe e então girei um pouco o corpo ao meu amigo para dizer a ele aquelas palavras que foram muito mais ditas para mim mesmo do que para Junma ou Kyungsoo.

- Acontece Junmyeon que eu não vesti essas roupas, não pintei o cabelo e não me arrumei para Park Chanyeol – Sorri para ele que me olhava confuso – Eu fiz essas coisas todas pensando em alguém muito mais importante: eu mesmo. Eu não preciso de alguém para querer me sentir bem comigo mesmo.

- Nossa! – Kyungsoo falou.

Crescer é isso, aprender algumas coisas sem se dar conta. Quando você vê, aprendeu na prática essas coisas sobre a vida.

Kyungsoo deu uns tapinhas carinhosos sobre o meu ombro e eu senti que ele estava me parabenizando pela grande evolução. Eu mesmo fiquei um tanto assustado com minhas palavras porque nunca me imaginei dizendo aquilo, mas ao mesmo tempo fiquei tão feliz que senti vontade de acrescentar mais uma coisa à minha fala.

- E o sexo não é necessariamente a coisa mais importante de um relacionamento, ok?

- Nossa, não precisava dar sermão, ta? – Junmyeon ficou nervoso – E não se esqueça que eu sou mais velho que você! Você não tem que me dar lições. Logo eu que estou sempre te ajudando...

Eu ri encarando a estrada. Achei engraçado ele dizer que me ajudava e quase perguntei a ele o que ele pensava ser ajuda, porque tudo que ele costumava fazer era me meter em furadas e me fazer passar vergonha.

- Para de drama, Suho! – Soltei uma das mãos da direção do carro e dei um tapinha na sua cabeça.

- Suho? – Ele perguntou assustado - Estou magoadíssimo, ok? – Ele fechou os olhos da maneira mais dramática possível – Só tem uma coisa que me iria me ajudar nesse instante...

Ele não terminou a frase, porque chegamos à  uma distancia de apenas alguns metros da grande porteira de madeira que dava acesso à propriedade de meus pais, mas uma grande nuvem de poeira havia se formado ali e eu tive que parar o carro um pouco para conseguir enxergar com clareza.  Pensei que pudesse ser o jipe vermelho o causador de toda aquela poeira, porém pelo espelho retrovisor da caminhonete consegui enxergar o jipe também parado logo atrás de mim. Houve então um barulho de motor não muito forte e a poeira foi abaixando até que restassem no horizonte visto através do vidro do carro apenas um homem em trajes de couro e sua moto, ainda encobertos por poeira.

Junmyeon deu apenas um gritinho, e antes que eu pudesse fazer algo contra isso ele abriu a porta do carona da caminhonete e se colocou a correr na estrada até o homem e sua moto.

Então eu finalmente entendi do que se tratava, ou melhor de quem.

- Jongdae! - Ele gritou como se sua vida dependesse disso!

- Myeonmyeonzinho! – O homem-poeira gritou enquanto se abanava e tossia um pouco.

Os dois homens logo se abraçaram em meio a espessa camada de poeira do ar, e eu tive que admitir que eles haviam sido feitos um para o outro. Suchen era mesmo uma coisa linda, e nós tivemos que esperar que a cena deles terminasse, a assistindo com atenção para apenas depois de algum tempo finalmente conseguir entrar em casa.

Depois de pegarem suas mochilas, cada um seguiu um destino diferente. Kyungsoo levou Jongin consigo para a sua casa, que ficava logo ao lado da minha, Sehun foi sozinho para a sua própria casa, e na minha acabamos por ficar eu e Chanyeol, junto com Junmyeon e seu ChenChen que não paravam de se agarrar.

Assim que entramos em casa, mamãe nos recepcionou com um olhar assustado.

- Já estão de volta? Onde estão os outros?

Meu irmão surgiu no meu campo de visão e se vocês pensam que ele me falou algo, me abraçou ou cumprimentou estão totalmente enganados. Ele pareceu ignorar totalmente a minha presença e seguiu em direção a Chanyeol com quem trocou algum tipo de cumprimento másculo.

Eram amiguinhos agora? De onde havia saído essa amizade? Parei de pensar nisso para responder minha mãe rapidamente, antes que os outros dois percebessem que eu os olhava.

- Kyungsoo levou Jongin pra casa dele e Sehun também foi pra casa... – Comecei a falar, mas percebi que ela já se movimentava como se fosse sair novamente – Er, mãe, você está de saída?

- Ah, eu estava pensando em fazer um churrasco, e agora que estão aqui essa me parece uma ideia melhor ainda! Falei com os pais de Kyungsoo e com a família de Sehun! Quero ligar para Yixing, pra ele trazer sua vó e seus tios... – Ela sorriu e enquanto falava passou uma das mãos fazendo um carinho no meu rosto e no rosto de Chanyeol – Quando pretendem voltar pra capital?

- Amanhã! – Respondi rapidamente.

- Amanhã? – Junmyeon perguntou assustado, deixando de prestar atenção apenas em seu Chen.

- Mas amanhã é sábado, Baekhyun! E o Chenchen chegou ontem... – Mamãe estreitou o olhar como se procurasse por algum sentido oculto no meu súbito desejo de volta.

- Exatamente! Quero estar na faculdade na segunda, acho que já perdi tempo demais!

 

***

Minha mãe foi com meu pai e meu irmão até a cidade para comprar o que achava necessário para que o tal churrasco acontecesse, e Junmyeon acabou por convencer a Jongdae de que eles deviam ir até lá também. Mas eu entendia as intenções escondidas por trás de seus atos e seu plano maligno só ficou ainda mais óbvio quando, antes de deixar a casa montado na Suchen, moto de seu namorado, ele me lançou um olhar daqueles mais promíscuos.

Ele queria me deixar a sós com Chanyeol.

E obviamente conseguiu.

Mas não, não aconteceu nada, quer dizer nós nos beijamos, mas foi só isso mesmo.

Chanyeol me olhava de um jeito diferente, o tempo todo, com um carinho um cuidado que me parecia ser algo além do habitual. Mas confesso que estava adorando ser mimado por ele então pouco me importei, gostava mesmo daquilo.

Em um determinado momento daquela tarde, eu decidi que era hora de revitalizar o meu corpo em relação à vida de aluno desesperado e então pedi para que Chanyeol me explicasse como andavam as coisas na faculdade, sobre as matérias e avaliações, mas no fundo eu queria mesmo saber do nosso trabalho, nosso principal projeto, afinal já era junho o que nos dizia que tínhamos apenas um mês para exibir a versão final do nosso documentário. E o que ele fez foi me surpreender mais uma vez.

Chanyeol me trouxe seu computador, e ali mesmo na sala da minha casa, ele me mostrou que havia continuado trabalhando em nosso projeto em minha ausência o que havia resultado em mais ou menos vinte minutos de vídeo, que eu vi atentamente. O vídeo começava mostrando uma tela negra onde dizeres em letras garrafais brancas surgiam evocando a resposta à nossa pergunta: O QUE TE MOVE?

Depois, a tela exibia imagens alternadas, ora o grupo de moto, ora as criancinhas e nossa oficina de fotografia. Também havia cortes de Jongin dançando, alguns outros lugares que eu nunca havia visto na vida,  e também apareciam na tela textos, poemas, ou depoimentos lidos em uma voz feminina. Tudo aparecia intercalado com vídeos menores onde as mais diferentes pessoas diziam rapidamente daquilo que as movia, o que as motivava a continuar vivendo.

E era lindo.

- Chanyeol... Isso está muito bom, de verdade!

- Ainda não é a nossa versão final, precisamos de uns ajustes, e ainda podemos gravar mais coisas se você quiser... Acho que ainda precisamos de um nome melhor e talvez, musica...

- È sério, já está maravilhoso! Me sinto culpado em não ter te ajudado nesses últimos dias. Imagino que você deva ter trabalhado bastante e deve estar ansioso para voltar para casa! – Ri e dei tapinhas em seu ombro.

- Na verdade, eu gosto bastante de estar aqui, Baek! Quer dizer, é como conhecer um outro lado de quem você é, cada pedacinho de lugar tem um pouco de você, da sua infância, da sua adolescência...

Eu sorri e ele continuou falando.

- Enquanto estávamos separados, você sempre esteve comigo em pensamento, e me inspirou em cada pedacinho disso aí, sinto como se isso, sinto como se esse vídeo fosse você, entende?

Gargalhei. No fundo eu entendia o que ele queria dizer, mas achava que era ele o real motor por trás daquela ideia. Ele precisava saber que também me servia de inspiração mesmo longe, então de repente me lembrei de algo que talvez pudesse ser útil naquele momento.

Olhei para o piano antigo que descansava na copa de minha casa, e ele me fez lembrar de quando prometemos ainda no quarto de Chanyeol escrever um sobre o outro, dos dias que passei longe dele, da angustia que senti, da vontade insana de voltar pra ele e lembrei do dia em que juntei toda a minha tristeza e magoa e, na frente do velho piano, coloquei meus sentimentos naqueles acordes, que vieram a mim como inspiração mas também como consolo ao meu coração que se encontrava em trapos por causa de Chanyeol.

- Posso te mostrar uma coisa que fiz enquanto estive longe?

Ele me respondeu com um aceno leve de cabeça e um sorriso meigo. Ah, Park Chanyeol! Por favor nunca mais me deixe ir pra onde você não está. Nunca mais me deixe fugir de você.

Estendi a mãos até o meu caderninho de anotações que estava jogado, espalhado em meio a todas as minhas outras coisas e o folheei rapidamente em busca da página onde havia começado a compor aquela música. Quando a achei li com cuidado aquela letra e me permiti entrar em contato com todo aquele sentimento mais uma vez, para só então andar em passos preguiçosos até o piano de minha casa.

- Eu quero te dizer algumas coisas, mas não sei como fazer isso! Espero que você entenda e consiga me ajudar.

Me sentei em frente ao instrumento e passei levemente os dedos sobre as teclas no piano me lembrando dos acordes... Tudo naquela música falava de mim, eram os meus sentimentos em som, e mostrá-los a Chanyeol naquele momento era como me mostrar a ele por inteiro. Sem máscaras.

Comecei então a tocar a musica, e imediatamente senti meus olhos marejarem por lembrar de como era o mundo sem Chanyeol, sem as piadas dele, sem a risada dele, sem seu toque. De fato Chanyeol era como um vício pra mim, uma doce overdose. Cantar nunca foi meu forte, mas eu havia escrito um verso e decidi que talvez cantá-lo mostraria a Chanyeol o quanto eu o amava, mesmo que faltasse coragem de dizê-lo em palavras, então embargado pelas notas produzidas pelas minhas mãos cantei:

 

Sujupdeon misowa sangnyanghan nundongja

Seu sorriso tímido, e seus olhos gentis

Ango sipeunde eotteohhajyo

Eu quero tanto te abraçar. O que eu faço?

 

 

- É só isso, por enquanto! Eu não tenho tanta aptidão para música quanto você – Baixei o olhar envergonhado.  – Escrevi isso uma vez que te vi dormindo.  Eu só tenho uma melodia, mas sem letra não faz sentido algum

Recebi um sorriso em resposta.

- Há muitas coisas que eu quero te dizer, queria colocá-las em música.

 

Senti uma lágrima rolar pelo meu rosto e ri. Eu poderia tentar segura-la mas não haviam razoes para isso. Chanyeol me tinha na palma de suas mãos ele havia me ensinado a ter coragem de falar de meus sentimentos assim.

Chanyeol me olhou por longos instantes, e depois fez algo que eu não imaginei que fosse fazer, ele tirou de minhas mãos o pequeno caderno e tirou de seu bolso uma caneta. Depois sorriu para mim e sem palavra alguma eu entendi que aquela seria uma musica composta a quatro mãos.

- Espera aí, Byun Baekhyun! Acho que estávamos conectados o tempo todo, porque eu também tentei musicar as coisas que sentia por você em sua ausência. – Ele falou enquanto tirava um pequeno caderno de dentro das suas coisas, e o abria com cuidado. No papel parecia haver um poema escrito. -

Ele apenas me pediu para ensiná-lo a melodia, e logo a sequência de notas da música vazia pôde ser ouvida através de suas mãos talentosas ele era bom, tão bom que compôs algo delicado, terno e ao mesmo tempo forte, que me atingiu em cheio. Ele era a letra, e eu, a melodia. Em suas mãos até mesmo a simples melodia composta por mim parecia floreada e elegante, ele a tocava com habilidade e logo começou a colocar sobre ela a letra daquilo que era um escrito seu.

 

Angmongeul kkwosseoyo

Eu tive um pesadelo

Uldeon geudaereul anajugi jeone

Antes que pudesse te abraçar

Kkumeseo kkaeeo beoryeotjyo

Você estava chorando e eu acordei

 

Seogeulpeun mame keoteuneul yeoreo

Com um coração triste eu abri as cortinas

Dalbiche muldeurin nunmullo pyeonjil bonaeyo

E sob a luz do luar e lágrimas te enviei uma carta

 

Remember geudaega himdeul ttaemyeon hangsang

Lembre-se de quando as coisas eram difíceis

Nunmureul useumgwa bakkwotjyo

Eu sempre transformei suas lágrimas em sorrisos

Na eomneun goseseon uljimayo don’t cry

Não chore por aí sem mim, não chore

Nunmuri manteon geudaeraseo oh

Porque você sempre guardou muitas lágrimas

 

Andwaeyo it’s my turn to cry naega halgeyo

Não, é a minha vez de chorar, sou eu quem vai chorar agora

Geudaeui nunmul moa

Eu vou pegar todas as suas lágrimas

It’s my turn to cry naege matgyeoyo

É a minha vez de chorar, me entregue as suas lágrimas

Geu nunmulkkaji this time

Todas elas dessa vez

This time

Dessa vez

 

Beorilppeonhaetdeon baraen sajindeul

As fotos desbotadas que quase joguei fora

Neomu apaseo ijen bol suga eobtjyo

Doi tanto que mal posso olhar para elas agora

 

Tto jami oji annneun bam

É mais uma noite sem dormir

Eoduun bangane nuntteugo anja

Eu me sento no meu quarto

Geudae eolgul geuryeoyo

E com olhos fechados desenho o seu rosto

 

Ele me olhou um tanto reticente e eu mantive o olhar meio sem saber o que fazer então depois decidi encaixar ali a minha pequena contribuição e continuei a cantar de novo aquele refrão.

 

Sujupdeon misowa sangnyanghan nundongja

Seu sorriso tímido e seus olhos gentis

Ango sipeunde eotteohhajyo

Quero tanto te abraçar. O que eu faço?

Na eomneun goseseon uljimayo goodbye

Não chore por aí sem mim, adeus

Ijen nae eokkael mot billyeoyo

Você pode se encostar em meus ombros

 

Andwaeyo it’s my turn to cry naega halgeyo

Não, é a minha vez de chorar, sou eu quem vai chorar agora

Geudaeui nunmul moa

Eu vou pegar todas as suas lágrimas

It’s my turn to cry naege matgyeoyo

É a minha vez de chorar, me entregue as suas lágrimas

Geu nunmulkkaji this time

Todas elas dessa vez

This time

Dessa vez

Nós ficamos nos encarando pelo que pareceu ser uma eternidade, eu sentia que meus olhos estavam marejados, mas mesmo que a música nos pedisse para não chorar, eu também conseguia ver lágrimas no canto dos olhos grandes que me encaravam. Então a estrofe derradeira da nossa canção, foi cantada, baixa, sem o acompanhamento do piano porque as nossas mãos já passeavam pela face um do outro, e nossos olhos já estavam fechados. Aquele foi um verso de troca de um sentimento que sempre esteve ali.

Aquele era o lugar aonde pertencíamos, juntos e onde quer que fosse, desde que juntos era onde sempre devíamos estar.

 

Geu nunmulkkaji this time

Mesmo todas aquelas lágrimas guardadas, dessa vez

Neol saranghae yeah neol saranghae

Eu te amo, sim, eu te amo

Saranghae saranghae uljimayo

Eu te amo, eu te amo, não chore

Naege matgyeo

Me dê as lágrimas

 

- Baekhyun, você é sempre a luz que me inspira! Pare de chorar! – Ele falou depois de um tempo, enquanto ria e me dava uns tapinhas.

- Não tem porque ter luz se não houver uma lâmpada, Chanyeol.

- Lumière... – Ele sussurrou em um tom bem baixo e depois, ergueu o olhar em minha direção, como se tivesse feito uma grande descoberta.

Rapidamente ele deixou o piano, e correu em direção a seu notebook onde nosso vídeo estava aberto, eu o segui e sentei à sua frente, sem ver que modificações ele estava fazendo. Demorou muito para que eu pudesse ver o que ele fazia, só apenas depois de mais ou menos uma meia hora foi que ele finalmente girou seu computador de forma a direcionar a tela para mim.

- Preparado? – Uma de suas sobrancelhas se ergueu em uma expressão que incitava.

Apenas acenei com a cabeça e ele deu play no vídeo mais uma vez, mas dessa vez podia-se ouvir ao fundo as notas da introdução de uma música que eu gostava muito, chamada Sweet Disposition. E dessa vez nosso título era outro, enquanto a música animada se mantinha constante no fundo preto, brotaram as seguintes palavras:

 

Lumière: O que te move?

Um filme de Byun Baekhyun

e Park Chanyeol

 

***

 

O sol já estava perto de se por quando os primeiros convidados finalmente chegaram para o churrasco. Mamãe havia preparado a parte externa atrás de minha casa para recebê-los colocando algumas pequenas mesas ao lado da piscina e da churrasqueira pequena que tínhamos no quintal.

Minha mãe estava preocupada em preparar algumas coisas dentro de casa enquanto Jongdae a ajudava com isso, meu pai, meu irmão e Chanyeol estavam encarregados de preparar as carnes na churrasqueira. Enquanto isso, eu e Junma nos sentamos em uma das mesinhas e começamos a conversar sobre qualquer besteira.

A família de Kyungsoo com Jongin ao lado, chegou trazendo alguns petiscos e carne. Meu amigo se sentou ao meu lado, assumindo seu lugar no nosso já tradicional trio. Mas o que chamou nossa atenção foi a aproximação entre meu irmão, o irmão de Kyungsoo e Chanyeol.

A mãe de Kyungsoo era como uma segunda mãe para mim, e ela me deu um abraço dos mais apertados quando chegou, depois se encaminhou para a cozinha e Jongdae que estava lá antes, se juntou a nós na mesa.

- Qual é a boa? – Jongdae perguntou assim que se sentou.

- O Baek está com ciúmes do irmão dele com o Chanyeol! – Kyungsoo falou segurando o riso ao mesmo tempo que puxava uma cadeira para Jongin.

- Não é ciúmes! – Cruzei os braços em discordância – Só estou achando uma aproximação estranha. Meu irmão tem o dom de expor meus maiores micos e...

- Nossa, vou conversar com ele então! – Junmyeon se sacudiu rindo.

Encarei os dois que conversavam um pouco a minha frente, junto com o irmão de Kyungsoo, enquanto olhavam as carnes, e bem no exato momento em que os encarei os três giraram as cabeças em minha direção e sorriram.

- Esse cara aqui é dos meus hein, Baek! – Meu irmão gritou pra mim enquanto apontava pra Chanyeol com uma espécie de orgulho no olhar.

 Chanyeol deu uns tapinhas amistosos no ombro de meu irmão e veio em minha direção.

- Baek, seu irmão é incrível! – Ele disse quando se sentou em uma das cadeiras da mesa.

- Espero que ele não tenha te mostrado nenhuma imagem constrangedora de minha infância!

- Não mostrou não, mas agora que você mencionou, farei questão de pedir! Ele me disse que está solteiro... Estive pensando que ele seria um ótimo namorado para a minha irmã...

Eu não fazia ideia de nada sobre a vida de meu irmão, jurava que ele tinha uma namorada e agora ali estava Chanyeol sabendo mais da vida dele do que eu. Me preparei para dar alguma resposta a Chanyeol, mas antes disso todos nós fomos surpreendidos.

- Yehet! O docinho chegou! – Sehun apareceu do nada fazendo escândalo usando um óculos escuro.

- Jongdae, esse é o Sehun, seu filho, nosso filho, porque eu quero muito adotar essa criança! – Junmyeon não precisava estar bêbado pra dizer sério uma coisa dessas.

- Junmyeon, esse menino tem a minha idade! – Jongdae falou. Até ele se assustava com as ideias de seu namorado.

- A sua benção, pai. – Sehun se aproximou de Jongdae como se realmente esperasse que ele o abençoasse.

Junmyeon começou a dar empurrões em Jongdae e esse fez um pequeno movimento de cabeça, concedendo a tal benção.

Todos nós sentados à mesa estávamos nos segurando para mão rir. Aquele era definitivamente o tipo de situação que só acontecia no meu grupo de amigos porque eram todos malucos mesmo.

Junmyeon soltou um gritinho agudo enquanto nós ríamos o que nos fez parar e encarar o ponto onde seus olhos se mantiveram fixos de repente: mais à lateral do quintal, surgiam ali mais convidados, minha avó e meus tios me cumprimentaram com acenos e sorrisos e logo atrás dele Yixing surgiu de mãos dadas com Soojung, ele vestia um jeans justo e uma camiseta xadrez também justa. Quando nos viu correu para se juntar a nós.

- Oi Junmyeon, quando é que você vai cavalgar comigo de novo? Nossas aulas não terminaram.

Junmyeon ficou vermelho como um tomate, mas ele não foi o único a se espantar com as palavras de Yixing. Todos nós compartilhamos um riso interno enquanto esperávamos pela reação de Jongdae.

- Olá, meu nome é Kim Jongdae, sou formado em medicina, residente em saúde da família. E você? – Ele falou apertando a mão de Yixing, que apenas sorriu e se sentou com sua namorada também a nossa mesa.

- Eu morro de medo de médico e injeção! – Foi só o que ele disse.

 

***

O churrasco rolou animado como já era de se esperar, tinha comida, bebida e música, o suficiente para nos deixar felizes. Junmyeon e Jongdae dançavam enlouquecidamente pelo jardim quando Sehun chamou a mim e a Kyungsoo para uma conversa.

- Então Kyung, eu já falei com o Baek e ele concordou. Mas eu queria a sua permissão também. Eu preciso de um lugar para ficar porque vou começar a estudar fotografia na capital, e queria saber se posso ficar com vocês.

Kyungsoo encarou o garoto loiro com um sorrisinho tímido nos lábios. Eu sabia que ele ia aceitar porque Kyungsoo é aquele tipo de pessoa que torce e se alegra com a felicidade dos outros, mas mesmo assim ele demorou um pouco e fez um certo drama antes.

- Vai ser bom te ter naquela casa, Sehun! Precisamos de uma empregada! – Ele disse finalmente mexendo com os cabelos do outro.

- É só por enquanto, não quero incomodar vocês, é só até o Luhan chegar e ele vem para a Coréia daqui a pouco mais de uma semana, antes das minhas aulas começarem.

Bastou um olhar tímido de Sehun, para que Kyungsoo já perguntasse sobre Luhan e ele começasse a contar toda a história, logo Junma se juntou a nós, curioso como sempre, e todos nós ficamos sabendo de como Sehun havia conhecido o seu Lu há pouco mais de um ano atrás, de como haviam se visto poucas vezes desde então e de como agora planejavam morar juntos assim que Luhan viesse a Coréia assumir um emprego em um famoso jornal da capital.

 

Aquela foi uma noite divertida, uma noite que me serviu de preparação para o que eu enfrentaria assim que a semana se iniciasse. Ali naquela confraternização eu tinha a certeza de que não estava sozinho, eu tinha a minha família e meus amigos e poderia recorrer a eles em qualquer situação. Aquele foi literalmente um momento de me dar conta de que eu era sim muito amado e recarregar as energias para a tão esperada volta.

Eu fazia uma breve ideia de como estavam as coisas conforme ia recortando artes de relatos que meus amigos iam aos poucos me trazendo, mas ainda haviam muitas lacunas que só eu mesmo conseguiria preencher, eu não sabia que providencias haviam sido tomadas pela universidade após a minha saída e realmente não fazia ideia se eles haviam feito algo, mesmo assim eu não me calaria, voltaria a minha realidade pronto para lidar com o que quer que fosse.

Já era madrugada quando decidimos que era a hora de dormir, vencidos pelo sono e pala ideia de que teríamos que viajar de volta à Seul no dia seguinte.

E eu dormi muito bem.

 

***

 

Partimos de volta à Seul pouco depois do almoço que minha mãe havia preparado com carinho. Houve uma grande despedida, em que as famílias todas (a minha, a de Kyungsoo e a de Sehun) nos lançaram desejos de sorte, principalmente a Sehun que agora definitivamente começava uma nova fase da vida.

A mãe dele não cansava de nos dizer para tomar conta de seu bebê, e eu fiquei um tanto emotivo lembrando de quando eu tive que me mudar para a capital. Consolei Sehun dizendo que a sua casa, assim como a minha estaria ali caso ele precisasse fugir a qualquer momento, mas depois meus pensamentos se perderam em uma nova linha de raciocínio: o nosso lar não é necessariamente um abrigo construído com tijolos, às vezes – e na maioria delas - a nossa casa são os laços que cultivamos durante a vida, aqueles que nos dão a segurança de ousar, tentar e arriscar.

O meu lar era ali, mas não exatamente aquele ponto físico e geográfico indicado por um mapa, o meu lar era junto de Chanyeol e de meus amigos, onde quer que estivéssemos eu me sentiria em casa desde que estivesse com eles. E ao me dar conta disso, me fiz uma promessa silenciosa: eu nunca mais fugiria.

 

***

Seul tinha um cheiro típico que remetia a ideia de estar em casa. Invejei a Jumyeon que veio para a capital montado na moto de seu namorado e pensei que seria maravilhoso fazer aquela viagem junto de Chanyeol na labareda. Concluí que definitivamente teríamos que fazer isso. Mas havia um ponto positivo em voltar de carro: eu não voltei no jipe, voltei na caminhonete que papai e mamãe haviam decidido que deveria me ser útil na vida na capital e por isso eu havia trago o carro comigo.

Bem, seria ótimo, até um pão na padaria eu iria de carro comprar, é.

Foi bom estar em casa e ver que Kyungsoo havia deixado meu pequeno quarto da mesma maneira que eu havia deixado, mas havia sinais, vários na verdade de que Jongin havia passado uns tempos morando ali na minha ausência. Chanyeol dormiu comigo a primeira noite naquele apartamento e no domingo nós jogamos videogame e assistimos um filme qualquer.

Foi legal ajudar Sehun a montar em um canto do quarto de Kyungsoo (que era o maior) um cantinho com suas coisas para chamar de seu. Seria muito bom que ele estivesse ali, a diversão seria garantida. Jumyeon implorou pra que deixássemos ele passar uma temporada lá em casa também mas o apartamento já estava cheio demais.

Eu admito que estava bastante apreensivo e por isso não consegui me concentrar em nenhum aspecto daquele final de semana, tudo parecia passar rápido demais porque meu pensamento acelerado apenas esperava a segunda feira, eu queria saber o que aconteceria quando eu pisasse naquela faculdade: qual seria a reação dos meus colegas de classe? Haveria algum tipo de reação por parte deles?

Tão rápida quanto a velocidade de meus pensamentos, a segunda feira chegou.

 

 

Não pensei muito antes de sair de casa naquela tão esperada manhã. O clima estava ameno como eu preferia e decidi interpretar aquilo como um sinal de que tudo daria certo e a minha volta seria épica. Não me entendam mal, dessa vez em não pensava na vida de forma cinematográfica, não mesmo (talvez só um pouco) tudo que eu realmente desejava era que eu conseguisse entrar pelos portões da minha sala de aula com a cabeça erguida.

Eu só queria ser o novo Baekhyun, e me mostrar forte ao menos dessa vez.

Kyungsoo me entendia muito bem e sabia que eu estava bastante tenso, então não falou nada no caminho curto até a faculdade, depois de deixarmos Sehun dormindo em casa, partimos quietos e cheios de expectativas. Ele era do tipo que apoiava em silêncio e isso era tudo que eu precisava mesmo saber: ter a certeza de que eu não estava só. Essa certeza só se tornou maior em mim quando finalmente cheguei aos grandes portões da universidade e vi ali Chanyeol e a sua labareda. Jongin estava ao seu lado e sorria em minha direção quando movimentou a cabeça em um discreto aceno.

Eu sorri, me sentindo mais forte por tê-los comigo.

Park Chanyeol veio até mim calmamente e com seus lábios delicados depositou um rápido beijo no topo de minha testa, e eu senti como se uma corrente elétrica me percorresse por inteiro. Ele sorriu para mim e perguntou bem baixinho se eu estava bem e apesar dos olhares que eram direcionados a nós eu apenas o abracei forte. Ao fim do aperto, ele segurou a minha mão, e nós encaramos o portão, decididos.

 - Vai ser emocionante! – Falei rindo um pouco da situação.

– Me sinto como se estivesse prestes a realizar uma das tarefas do torneio tribruxo! Você não está sozinho, Baek! – Ele tinha feições infantis e seus olhos brilhavam quando ele me olhou.

Eu sabia que não estava só.

Chanyeol tornou o aperto sobre minha mão ainda mais firme e aquilo me fez mais confiante. Sorrimos juntos uma ultima vez e respiramos fundo na mesma frequência e então seguimos em frente de mão dadas rumo ao futuro. Mas um toque me parou.

- Não vou perder por nada esse comeback! – Junmyeon surgiu do nada e entrelaçou seu braço no meu braço livre. – Espera tem uma coisa para esse momento se tornar mais épico.

Com um movimento rápido e apenas um toque na tela do aparelho, o celular dele começou a tocar Keep Your Head Down, e pela primeira vez em muito tempo eu concordei com uma das ideias de Junma, porque aquela música era perfeita para o momento.

- It’s Baekhyun time!


Notas Finais


HAHAHAAHAHAHAHAHAAH THE RETURN OF THE KING

O nome do capítulo é em referência a uma das primeiras frases ditas na música Keep Your Head Down do TVXQ.

xau gente
vai lá no twitter e na ask conversar comigo @baekonda

beijos!
lut.


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