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História Lumière - O grande dia


Escrita por: lunevile

Notas do Autor


Boa noite amiguinhos! To com preguiça de falar, me encontrem nas notas finais! ♥

Capítulo 24 - O grande dia


Fanfic / Fanfiction Lumière - O grande dia

A vida é estranha né? Às vezes apronta um monte de coisas com a gente pra nós mostrar coisas que estavam bem na nossa cara. Eu sempre fazia questão de lembrar, e de acreditar que era Byun Baekhyun, o herdeiro de Sonserina, o gótico, o frio e seguro, conhecedor de todas as coisas mas na verdade eu era bem inseguro sobre mim e mesmo que sonhasse e imaginasse futuros grandiosos para mim, havia uma parte bem pequenininha que pensava que não era suficiente para nada daquilo.

Mas depois daquela conversa com o reitor, as coisas começaram a mudar para mim.

Na verdade ele havia depositado dentro da minha cabeça mais perguntas do que respostas, mas ainda mais do que isso, ele havia me dado mais uma motivação, porque agora eu sabia que meu trabalho podia me fazer chegar longe, mais distante do que sequer pensei um dia.

Tudo que eu conseguia pensar era que se o reitor estivesse certo, ele havia me dado uma pista de que eu e Chanyeol iríamos para a França com o nosso trabalho e assim que deixei aquela sala, eu já comecei a imaginar uma vida que eu e Chanyeol poderíamos ter. Imaginei que ele me pediria em casamento lá na torre Eiffel, imaginei que poderíamos dividir um apartamento pequeno em um dos bairros não tão perto do centro da cidade... E já me imaginei fluente no francês, o que para mim estava bem distante naquele momento.

Saí tão eufórico do gabinete do reitor, pensando em tanta coisa que nem me dei o trabalho de olhar no relógio ou ter o cuidado de prestar atenção nas coisas que me rodeavam, e por isso acabei invadindo a minha sala meio que correndo na euforia bem no meio de uma aula e fiquei lá em pé encarando meu professor, que justamente explicava sobre os projetos em vídeo.

Corri rapidamente até o meu lugar para acompanhar a explicação e cheguei a tempo de ouvir bastante coisa. O professor lembrava que nós devíamos entregar a versão final de nossos vídeos em duas semanas e se colocava a disposição para a equipe que precisasse de alguma orientação. Ele também explicava que haveria um grande evento para a exibição dos curtas, nós poderíamos chamar quem quiséssemos e parte da comunidade local de artistas e críticos do cinema compareceriam para apreciar aquilo que havíamos produzido durante o semestre. O evento ocorreria em dois dias para que todos os trabalhos fossem exibidos, ele já havia feito o sorteio e eu e Chanyeol havíamos sido sorteados para exibir Lumière no primeiro dia de evento. Junmyeon havia ficado no segundo.

 

Posso dizer que o resto do dia seguiu muito bem e depois das aulas fizemos o habitual, partimos em direção ao restaurante da faculdade para almoçar juntos. Dessa vez eu senti alguns olhares em mim, mas não me importei.

Depois do almoço Chanyeol me chamou para ir até a sua casa, para falarmos do trabalho e a melhor coisa foi que depois de tanto tempo eu pude montar na labareda e segurar no corpo de Chanyeol novamente, como antes fazíamos.

Chanyeol me mostrou uma versão ainda mais bonita do nosso trabalho, e eu tive a sensação de que havíamos conseguido atingir nosso objetivo com aquele vídeo. Ao assisti-lo eu me sentia motivado. Eu esperei que ele estivesse empolgado com aquilo tudo para contar da conversa estranha e intrigante com o reitor da faculdade.

Eu contei tudo e imaginei que Chanyeol ficaria muito surpreso, mas a surpresa dele, apesar de grande não foi como eu imaginei, justamente ele que era sempre agitado respondeu a mim com uma animação tocante, mas não tão intensa como era de se esperar dele.

 

***

 

E assim se passaram mais alguns dias em um ritmo que oscilava entre a animação frenética e aquela lentidão de quando se quer aproveitar cada segundo de algo que se curte. Eu adorava o projeto em si, e amava vê-lo acontecer e se formar definitivamente ao mesmo tempo em que percebia que aquela era a minha motivação e via o projeto fazer brotar em mim a resposta daquilo que me movia.

Foi um tempo de curtir o relacionamento com Chanyeol de uma forma nova, íamos ao cinema assistir a filmes franceses que ninguém queria ver, ou as vezes assistíamos tudo em casa mesmo. Às vezes inventávamos de cozinhar e conseguíamos montar pratos comestíveis. Sempre ríamos juntos e a cada momento nos dávamos conta de que aquilo que nós tínhamos só se afirmava mais nos nossos pequenos atos.

Um sentimento que havia começado do nada, agora nos envolvia de maneira tão firme que nós sabíamos e confiávamos que podíamos trilhar quaisquer caminhos e ainda assim voltaríamos um para o outro.

Lembro-me com clareza do dia em que finalmente juntamos todas as imagens em quase meia hora de vídeo e assistimos orgulhosos àquele nosso filme.  A pergunta era a mesma para todas as pessoas mostradas naquele vídeo, nós perguntávamos sempre o que as movia, mas as respostas variavam e nos mostravam o quão diferentes são as pessoas e suas motivações. Às vezes o que movia uma pessoa era a família, mas vezes o trabalho, às vezes alguma atividade que não lhe acarretava nenhum tipo de lucro, a única coisa que permanecia imutável era o amor. Sempre havia amor, seja pelo que fosse, era o amor que mantinha as pessoas vivas.

E era esse amor que eu e Chanyeol resolvemos celebrar naquele dia.

Nós estávamos na sua casa e depois de tanto trabalhar e chegar enfim ao resultado desejado, Chanyeol decidiu me dizer sobre o que o movia, mas pediu que eu o respondesse antes, com apenas uma palavra e depois de pensar um pouco eu escolhi a palavra empatia. Escolhi essa palavra porque depois de todo esse tempo perguntando aos outros o que os move, os ouvindo e ainda passando por uma montanha russa de sentimentos que virou minha vida de ponta cabeça, eu entendi o quanto é importante tentar compreender as outras pessoas e o quanto é gratificante poder fazer algo por elas, era isso que eu queria fazer da vida, ajudá-las com minha arte, era isso que me movia.

Ele escolheu apenas uma palavra, decidiu dizer que o que o movia era a paixão, uma paixão intensa que ele depositava em tudo o que fazia e eu admirava isso nele, porque ele colocava um pouco de si em tudo que fazia, ele se jogava de corpo e alma e por isso tudo ficava bom e tocante. As paixões de Chanyeol eram a sua maior marca, e haviam várias delas, ele amava a musica, amava a labareda, amava sua família e seus amigos e também amava muito a si mesmo. Mas ele escolheu me dizer que de todas as suas paixões nenhuma o havia transformado tanto como o amor que sentia por mim.

E disse que me amava, e também disse isso sem palavras, disse isso com olhares, com toques, com carícias e com beijos. Ele disse que me amava, mesmo sem precisar dizer, porque me amou de todas as formas naquela noite e eu fui dele como se fosse a primeira vez.

 

***

 

Era uma sexta feira nublada quando Chanyeol não apareceu na aula e eu recebi apenas uma ligação sua dizendo que não iria à faculdade porque precisava viajar urgente para resolver algumas questões de família, e disse também que estaria de volta no domingo e compareceria a aula na segunda. Eu fiquei preocupado com essa viagem repentina, principalmente porque ele se esquivou e não me disse o destino, mas fez questão de dizer com bom humor que não havia com o que se preocupar por isso eu resolvi acreditar em suas palavras.

Sem Chanyeol o fim de semana se resumiu a comidas gordurosas, filmes e séries com Sehun e Kyungsoo (lê-se Sehun e o casal Jongin-Kyungsoo mais melosos que uma colméia). Era divertido estar com eles, eu admito.

 

 

O tempo voou e logo já havíamos chegado na segunda feira, dia em que o amado de Sehun chegaria à Coréia. Eu e Kyungsoo já sabíamos tudo sobre o tal Luhan e inclusive já havíamos conversado com ele pelo telefone e atestado que era uma boa pessoa. Luhan era um pouco mais velho do que nós, havia se formado em jornalismo e conseguido um bom emprego e um jornal coreano. O coreano dele era muito bom por sinal.

Eu já havia visto seu rosto nas fotos que Sehun fazia questão de exibir toda hora, e o chinês apesar de já ser um adulto, não aparentava ter mais de dezesseis anos. Nas poucas conversas que tive com ele, me pareceu ser alguém inteligente e cheio de boas idéias, ele até havia se interessado pelo projeto Lumière. Tudo havia cooperado para que além de Sehun, eu também estivesse ansioso para conhecê-lo.

O avião de Luhan estava previsto para chegar ao aeroporto de Incheon às onze da manha daquela segunda feira, mas Sehun estava tão aflito e animado que acordou as seis e não houve quem o fizesse mudar de ideia sobre partir para o aeroporto naquele instante mesmo. Sehun também já havia arrumado as próprias coisas e empacotado tudo que precisaria levar para o apartamento de Luhan.

Luhan havia comprado um apartamento em Seul há alguns meses atrás e era para lá que Sehun se mudaria, e mesmo que a estadia dele comigo e com Kyungsoo tenha sido pequena eu sentiria falta dele e das palavras inventadas que ele tinha o costume de dizer.

Toda aquela situação somada a viagem de Chanyeol me deixaram muito sensível, Sehun vivia um amor bonito e intenso daqueles que se arrisca tudo para se estar com a pessoa e eu me perguntava se aquilo que eu tinha também era assim. Será que eu também me arriscaria assim, jogaria pro alto para estar com alguém que amo?

Foi com essas ideias martelando na cabeça que pequei a velha caminhonete para ir até ao aeroporto com Sehun. Tentei mandar uma mensagem para Chanyeol avisando que me ausentaria da aula mas que estava com saudade, porém meu celular me boicotou e morreu então eu pedi a Kyungsoo que o avisasse do porque eu não apareceria e peguei a estrada com Sehun.

O mais novo falou durante todo o percurso, disse sobre os gostos de Luhan e também sobre o que o chinês não gostava, ele falou que Luhan cantava e que estava com saudade de ouvir sua voz e de estar com ele, fez uma playlist de músicas que combinavam com Luhan e fez questão de comentar cada uma delas até chegarmos ao aeroporto.

Como já era de se esperar chegamos cedo demais, mais ou menos às nove. Compramos uns biscoitos para comer e nos sentamos em um ponto do aeroporto para fazer o que nos restava: esperar. Em meio a nossa conversa, Sehun começou a se deixar levar por uma insegurança besta de gente apaixonada.

- Baek, será que ele vai gostar de mim? – O menino loiro se balançou como se fizesse pirraça.

- Mas é claro, ele aguenta ficar falando com você pelo celular até tarde da noite, deve gostar muito de você já que te aguenta. – Mesmo antes que eu terminasse a frase ele já me dava uns tapinhas na cabeça.

- Eu sinto muita falta dele, Baek... – As palavras de Sehun se tornaram um ruído quase inaudível quando ele abaixou a cabeça encarando o chão.

- Deve ser difícil ficar longe de quem a gente gosta né?

Eu entendi aquela sensação pelo menos um pouco, porque mesmo que eu tenha me separado de Chanyeol em um momento de raiva, a saudade esteve comigo e em mim em cada instante que estive longe dele, e não era fácil lidar com nada daquilo. Mas a resposta de Sehun foi diferente do que eu havia imaginado que ele responderia.

- É ruim, mas também é bom. É ruim porque você sente falta a todo segundo e só quer estar com a pessoa, e como não pode tê-la, é difícil... Mas é bom, porque é um exercício de todos os dias se manter fiel e encontrar maneiras de se apaixonar pela pessoa novamente.

Eu achei suas palavras tão tocantes que apenas sorri e ele me respondeu com um outro sorrio largo. De repente algo me veio à cabeça.

- Fico imaginando se eu decidisse ir embora um dia, sabe, de verdade, sair do país ir para longe... Será que Chanyeol se manteria fiel a mim? Será que ele iria atrás de mim? Será que me deixaria ir? Será que nosso amor resistiria à distância?

- Caramba, Baek! Uma lágrima caiu aqui. Você devia trabalhar com teatro, sinceramente, se o Dicaprio ganhou um Oscar, acredita que você também pode! – Sehun fingiu estar enxugando lágrimas dos olhos pequenos – Mas olha, sobre o Chanyeol, ele foi atrás de você...

Sehun não foi capaz de terminar sua frase porque algo que acontecia atrás de mim o surpreendeu e sues olhos dobraram de tamanho ao mesmo tempo em que começou a rir. Me virei rapidamente a tempo de ver Chanyeol em pé, os olhos arregalados como sempre e ele estava ofegante. Em uma de suas mãos ele trazia um buquê de rosas e na outra havia um balão vermelho e brilhoso em formato de coração com os dizeres HAJIMA BAEKHYUN!

- Chanyeol! – A imagem que meus olhos viam era tão louca que não consegui dizer mais nada, estava pasmo.

- Não fala nada Baek! Eu sei que sou um bobo, que as vezes não levo as coisas a sério, mas por favor não vá embora, não me deixe. Não me troque por um pirralho magrelo com cara de porta. Eu sou melhor Baek, eu sou o melhor pra você, você sabe. Não desista de mim.

A essa altura um monte de gente já se aglomerava em torno de onde estávamos. Eu havia me levantado no susto e estava ali de frente para Chanyeol totalmente paralisado, já Sehun continuava sentado, se contorcendo de tanto rir e Chanyeol, após fazer umas caretas para o outro, se ajoelhou no meio do aeroporto movimentado (fazendo a multidão soltar um ahhhh bem longo) e me olhou nos olhos dizendo:

- Fica comigo Byun Baekhyun!

- Chanyeol, levanta! – Falei em um sussurro, fazendo gestos discretos pra ele ficar em pé.

- Primeiro diz que vai ficar comigo. – Ele estava irredutível.

- Chanyeol, eu não vou te deixar...

Antes que eu terminasse de explicar a ele que não o deixaria e que estava ali apenas para esperar o Luhan que namorava o Sehun, ele me agarrou e me deu o maior beijão. Acho que Chanyeol gostava de ter platéia, porque quando ouviu as pessoas gritarem com nosso beijo ele apenas me segurou mais forte e girou meu corpo ainda me beijando, como se encenasse uma cena de filme e a multidão só foi a loucura mais ainda.

- Eu amo você, seja pra sempre a minha pequena luz. – Foi o que ele me disse a centímetros do meu rosto quando o beijo terminou.

- Aplausos, aplausos! – Sehun ficou incitando as pessoas a baterem palmas enquanto ele mesmo fingia estar vomitando.

 

Não demorou muito para que Sehun começasse a hiperventilar apenas com a aproximação do horário da chegada de Luhan. Coitadinho! Ele ficou pálido e começou a suar, suas mãos se tornaram frias e suavam sem parar tremendo de cima a baixo totalmente inquieto.

E foi assim até o momento em que ele viu Luhan apontar ao longe em sua direção.

Sehun ficou mais nervoso do que já estava ao ver o chinês, ele se virou de costas e deu meia volta como se quisesse fugir, mas depois voltou ao seu ponto inicial. Ele correu um pouco e passou as mãos pelo cabelo, bagunçando os fios em sinal de nervosismo. Ele ate se agachou e colocou as mãos tapando a boca, mas depois levantou e encarou seu amado que sorria e pareceu se acalmar.

Chanyeol e eu ríamos observando a cena, e quando percebemos que Sehun já estava mais calmo entregamos a ele o buque de flores que era pra ser meu, e também o balão em forma de coração. Depois nos afastamos um pouco do casal para que eles pudessem ter mais liberdade naquele momento de reencontro.

Luhan era um rapaz pequeno, de feições bem femininas, quando ele se aproximou Chanyeol fez questão de me perguntar se era mesmo um cara. Luhan além de parecer uma garota tinha uma aparência bastante infantil, de alguma forma estranha que eu nunca soube explicar ele parecia um bebê.

Ele e Sehun primeiro trocaram um abraço apertado e depois vários beijos, o que por alguma razão fez com que Chanyeol ficasse rindo. Luhan nos cumprimentou com um aceno rápido de cabeça, coisa bem básica porque toda a atenção dele estava exclusivamente dirigida ao seu Sehun.

Quando já estávamos dentro do carro de volta para casa foi que Luhan, bem educado como sempre, perguntou a Sehun por que é que o balão que havia ganhado estava estampado com a mensagem HAJIMA BAEKHYUN! Sehun apenas respondeu com um Yehet, como sempre fazia! Depois ele deu um outro beijão em Luhan e o balão perdeu a importância totalmente.

 

***

 

Os dias passavam cada vez mais rápido na medida que eu não me atinha a probleminhas pequenos, não me irritava e não fazia drama, e por isso em um rápido piscar de olhos lá estava eu na véspera do dia onde o meu trabalho finalmente seria exibido.

Chanyeol e eu vivíamos um romance digno de Hollywood, parecia que havíamos saído de dentro de um filme romântico tipo aqueles com a Hilary Duff, e no começo, isso meio que me irritou porque como vocês sabem eu sou um comensal da morte e tinha uma reputação a zelar, mas eu pensei que até os comensais tem famílias (pelo menos alguns) então não havia nada de errado em viver o meu amor por Chanyeol.

Só era ruim quando ele tentava ser engraçado fazendo piadas sobre encontrar a minha câmera secreta. Era péssimo, mas quando a gente se apaixona é assim né? Fica meio besta por causa da pessoa, e com Chanyeol naquela época eu me sentia dentro de um filme da Barbie.

 

 

Quando me lembro daquela fase da vida eu sempre acabo com um sorriso bobo estampado no rosto, porque aqueles foram tempos muito felizes pra mim, foi naquela época que eu me dei conta de que a minha felicidade estaria sempre comigo, era minha escolha. Quer dizer, é claro que meus amigos e a minha família influenciavam bastante naquilo tudo, mas felicidade era uma questão de escolha e eu escolhi estar feliz.

Naquela noite de quarta feira, havíamos marcado de nos encontrar lá em casa e fazer uma confraternização afinal no dia seguinte, o Lumière seria exibido e todos estavam convidados a assistir. Eu havia até mesmo convidado meus pais, e mesmo sabendo que talvez eles não comparecessem, recebi uma ligação deles me desejando sorte e fiquei muito feliz. Eu queria muito dar orgulho a eles.

 

 

Kyungsoo havia saído para comprar algumas coisas para nossa confraternização, enquanto eu havia ficado em casa, e naquele instante cortava alguns legumes pra quando o pessoal chegasse, enquanto Junmyeon me contava animado sobre seu projeto.

- Sabe migo, eu até tava meio inseguro com essa ideia de falar de moda, porque eu gosto de moda e meu senso de estilo é muito superior ao da Yoona, mas nosso trabalho acabou tomando outros caminhos e na sexta feira o vídeo exibido vai falar não só de moda, mas de cultura pop coreana em geral. Conversei com tanta gente legal das empresas de entretenimento, tomara que meu rosto tenha conquistado o Lee Sooman– Ele mexia com o cabelo e usava a tela do celular como espelho para si próprio. - Quero debutar na SM e realizar meu sonho de sentir os músculos de Choi Siwon.

- Você está velho para debutar, Kim Junmyeon!

- Nunca é tarde para um sonho, Baekhyun! E olha, meu rosto é perfeito e meu corpo também – ele fez menção de mostrar a barriga – Eles não vão precisar gastar com plásticas. Eu posso ser... um rapper. Ou... ou apenas o cara da toalha que enxuga o corpo dos idols.

Primeiro ficamos os dois em silêncio deixando que as palavras dele ecoassem pela nossa mente depois, sem aviso prévio começamos a rir sem parar e rimos pelo que pareceram vários minutos até que ele me olhou sério.

- Eu gosto de desenhar Baekhyun, eu gosto de criar... E conhecendo os bastidores desta indústria da música, acho que quero dirigir MVs! Seria loucura? Bem, eu sou bom no que faço, meu trabalho ficou bom, acho que eu conseguiria me destacar nisso.

- Você está orgulhoso de si mesmo, estou feliz por você Junma! – Falei sem tirar os olhos da cebola que eu tentava partir em cubinhos.

- Ah, Baek! Você está chorando? – Ele se estendeu sobre a bancada só pra me dar uns tapinhas no ombro. – Não precisa ficar assim, eu nunca vou te deixar.

- Ei, desde quando você gosta de desenhar? – Perguntei já lavando as mãos e tirando o avental de Pikachu que eu usava.

- Desde sempre, acho que você nunca soube por que nunca me perguntou.

A maçaneta da porta girou e Kyungsoo surgiu por ela, acompanhado de Chanyeol que veio pra cima de mim em uma rapidez louca. Esse é o efeito de Byun Baekhyun, meus queridos.

- Nem vem, Chanyeol! Estou cheirando a cebola!

 

Enquanto eu tomava banho e me arrumava tentando ficar lindo e cheiroso, o resto do pessoal chegou e eu pude ouvir Sehun se vangloriar sobre algum aparelho de som para carros, ele provavelmente devia ter vindo de carro com o Luhan que era um cara sempre muito elegante. Jongin e Jongdae chegaram logo depois trazendo as bebidas e assim nossa noite estava completa.

 

Mais para o ápice de nosso pequeno evento, todos nós estávamos sentados em volta a mesinha do centro da sala onde as bebidas estavam colocadas. E alguns de nós (lê-se Kim Junmyeon) já estavam bem felizes dizendo coisas engraçadas, mas sem sentido. O alvo dessa vez era o Luhan.

- Olha Lu – Junmyeon demorou uma meia hora só pra dizer essa parte da frase – Pra namorar com o Sehunie você tem que conversar com os pais dele...

O Luhan ainda não estava acostumado com o Junmicão, e tentou se explicar, coitadinho.

- Mas eu conheci os pais dele, eu conversei com eles quando estive na Coréia antes e... – O chinês de feições infantis começou a dizer com os olhos cheios de preocupação.

Luhan foi impedido de continuar falando porque Junmyeon levou um de seus dedos até os lábios do outro.

- Eu to falando os pais verdadeiros, garoto. Eu sou a mãe de Sehun e o Jongdae é o pai, veja, pra ser tão lindo assim ele só podia ter pais perfeitos como nós. – Junmyeon puxou Jongdae para perto de si para um abraço.

- Myeonmyeonzinho, você sabe que seu estômago desregula quando você bebe demais! – Jongdae foi tirando uma garrafa de bebida da mão do namorado, mas ele se desvencilhou como uma agilidade fora do normal para um bêbado.

- Alías gente, vou contar como eu conheci o Jongdae. Quando eu passei no vestibular eu não tinha amigo nenhum e fui beber sozinho, só que eu bebi muito e tive muita dor de barriga e tive que ir ao hospital pra não desidratar e lá estava o doutor ChenChen.

Todo mundo ficou pasmo com a história dele por alguns instantes e eu senti meu coração apertar por ele dizer que não tinha nenhum amigo, porque me lembrei de que quando Kyungsoo e eu passamos, nossos pais fizeram um churrasco e convidaram um monte de gente. Eu nunca pude reclamar, sempre estive cercado de amor... Olhei para Kyungsoo e ele pareceu estar pensando o mesmo que eu, seus olhos denunciavam que ele estava pensando na mesma cena.

Então o que eu fiz? Abracei o meu Myeonmyeonzinho, meu amiguinho de todas as horas, meu bebezinho passador de vergonha, e eu achei que o Kyungsoo ia fazer a mesma coisa, mas ele não fez e todo mundo ficou me encarando sem entender o que estava acontecendo. Até que o Junmyeon abriu a boca pra literalmente falar uma merda.

- Ah Baek, por acaso seu estômago também é sensível?

 

Eu poderia dizer mais um milhão de coisas que aconteceram naquela noite, mas essa cena foi um bom resumo. Nós nos divertimos bastantes e falamos muitas besteiras até tarde da noite e eu só tive a certeza de que tinha o melhor grupo de amigos que poderia ter.

Todos desejaram sorte à mim e a Chanyeol pela nossa apresentação do dia seguinte, e foram embora. Mas Chanyeol ficou, com sempre ficava.

 

 

***

 

Eu conseguia me lembrar com facilidade daquele dia no início do semestre em que o meu professor havia nos dito que faríamos um curta com alguém da turma. Como eu poderia me esquecer do fatídico dia em que sorteei o nome de Park Chanyeol do cálice de fogo e fui obrigado a trabalhar com ele contra a minha vontade. Como esquecer tudo que passei junto com Chanyeol e todos os momentos que eram de construção de um projeto em conjunto, mas também de um sentimento que nos entrelaçava.

Basicamente tudo que eu fiz naquele dia foi dormir o dia todo, porque as exibições dos filmes seriam a noite e eu queria estar bonito e bem disposto para falar em frente a várias pessoas. Mas eu estava nervoso também, porque além de ser aquele o maior trabalho do semestre corria um boato de que haveria alguns avaliadores de outras universidades atrás de bons projetos que mereceriam uma bolsa.

Aquela era a minha chance.

Eu e Chanyeol havíamos nos preparado bastante para aquela apresentação, até porque falar de Lumière era fácil, porque nós nos colocávamos lá, então era como falar de uma experiência que construímos, mas que também vivíamos e sentíamos na pele.

Ele me levou para almoçar em um restaurante daqueles bem chiques e badalados da cidade, mesmo eu insistindo em ficar em casa e preparar algo para nós. Na verdade eu estava tão absurdamente nervoso que mesmo que eu tente me lembrar daquele dia, só lembro de flashes soltos, a única parte do dia que lembro com clareza é da noite. A tão esperada noite de exibição do nosso filme.

 

A exibição do filme estava marcada para as 19:30 mas como seríamos os primeiros, eu e Chanyeol chegamos no local com mais ou menos uma hora de antecedência. Nosso filme seria o primeiro a ser exibido, por escolha de nosso professor, ou seja, havia uma pressão porque nós inauguraríamos o evento.

Tudo aconteceria no grande auditório da faculdade. O senhor Choi nos falou que nós poderíamos dizer algumas palavras antes da exibição, como se apresentássemos nosso trabalho, mas era depois do fim que poderíamos falar de maneira mais extensa. Era nesse momento também que poderiam ser feitas perguntas à nós.

Eu não consigo nem ao menos explicar um pouco do quanto eu estava nervoso. Eu estava bem nervoso e Chanyeol achava aquilo tudo muito engraçado por alguma razão. Nós deixamos tudo preparado para a exibição, e quando decidimos descer do pequeno palco que havia no centro do auditório, alguns convidados já chegavam e aquilo me paralisou de alguma forma, me fazendo sentar nos degraus que levavam ao palco, completamente envergonhado.

- Baek, você está bem? – Chanyeol perguntou se sentando ao meu lado.

- Eu to nervoso, acho que não vou conseguir fazer isso, Chanie! – Eu senti o meu corpo tremer por inteiro.

- Mas não tem com o que se preocupar, esse trabalho é seu!

- É nosso! – Levei uma de minhas mãos ao rosto dele e fiz um carinho de leve.

- Eu enxergo mais de você nele, você é a luz – Ele encarou o local a sua frente que ficava cada vez mais cheio, mas seu olhar não estava ali, estava longe – Você é Lumière. Você foi atrás de todas essas pessoas e você a ajudou a ver coisas que elas não viam. Você é luz, você é luz para a minha vida, mas acabou iluminando a vida de várias pessoas também.

Nesse momento eu olhei para a minha frente e examinei aquele local que aos poucos ia se enchendo. Primeiro eu vi várias pessoas que nós havíamos entrevistado, crianças daquele projeto de fotografia, médicos da unidade intensiva, várias pessoas que havíamos encontrado em movimentos sociais, amigos de turma... Olhei mais além para a entrada do local e percebi que Junmyeon estava chegando, junto com o resto do pessoal. Junma trazia em suas mãos um buque de flores, que no momento que nos viu começou a chacoalhar nas mãos e acabou por acertar uma senhorinha que entrava.  Jongdae também estava lá, ele, Luhan e Sehun sorriram e acenaram.

Eu procurei por Kyungsoo rapidamente, mas não o encontrei. Bem quando eu ia me perguntar a Chanyeol se ele sabia onde estava meu amigo, o meu pequeno darth vader surgiu por entre a entrada do salão, acompanhado de Jongin e eu sorri, mas depois ele fez um aceno de cabeça para que alguém o seguisse e então entraram ali meu pai, minha mãe, meu irmão. Todos carregando cartazes e balões como se aquele fosse algum super evento.

Assim que me viram eles começaram a assoviar e acenar, e então vi que não estavam sozinhos. Eles sorriam de forma bastante amigável e feliz junto com os pais de Chanyeol, como se fossem todos... uma família só. A vergonha tomou conta de mim naquele instante, senti meu rosto queimar e senti vontade de cavar um buraco e me enterrar dentro, fiz menção de me levantar e fugir mas Chanyeol me segurou.

Quando a trupe toda chegou bem na nossa frente para nos cumprimentar eu estava com tanta vergonha que sentia meu corpo meio anestesiado.

- Baekhyun, meu querido, que saudade de você! – O pai de Chanyeol já chegou me abraçando enquanto meu próprio pai encarava a cena meio sem fala.

Depois desse primeiro, eu tive que dar mais uns trezentos abraços e outros trezentos apertos de mão em todas aquelas pessoas que estavam ali e ouvir de um por um todas as palavras de apoio e confiança. Quando todos eles deram meia volta em direção aos assentos eu me deixei rir daquela situação, mas logo depois tive que ficar sério porque o meu professor, o senhor Choi vinha em nossa direção, com um olhar indecifrável.

- Tudo pronto meninos? – Ele nos abraçou rapidamente antes de nos dar algumas informações – Daqui a uns vinte minutos vocês já podem começar a exibir o trabalho, ok? É, eu dei uma olhada no que vocês fizeram e está realmente muito bom, estou orgulhoso dos dois, muito orgulhoso.

Eu e Chanyeol nos olhamos sorrindo e cheios de expectativas, depois fizemos uma reverência ao professor. Ele se virou para voltar ao seu lugar na platéia, mas logo retornou a nós como se tivesse esquecido de dizer algo. Ele se aproximou de nós dois como se fosse contar algum tipo de segredo e nós seguimos seu olhar minuciosamente.

- O desempenho de vocês hoje pode ser decisivo e pode abrir portas únicas para vocês! A razão pela qual eu os escolhi para começarem é porque acreditei que esse evento tinha que começar com força total e acredito no potencial de vocês. – Ele disse sua última palavra e nos deixou ali, a espera daquele momento que esperamos por vários meses.

Mais nervosos do que nunca nós fomos para a parte de trás do palco e um senhor nos ajudou a testar uns microfones, depois nós conferimos de estava tudo correto com o filme, e deixamos tudo pronto para a exibição. Mas aí, naquele momento aconteceu algo que eu diria ser até mágico. Ali atrás do palco nós nos abraçamos sem qualquer aviso e ficamos em silêncio, como se apenas expressemos o amor e a confiança que tínhamos um pelo outro.

Ali de trás do palco, ouvimos o senhor Choi começar o evento, falando de como a proposta toda havia surgido a partir de uma disciplina do começo curso de cinema. Ele falou que apesar de sermos novos naquilo que fazíamos, o fazíamos de forma incrível e que ele confiava em cada um dos alunos. Ele falou brevemente sobre o primeiro trabalho a ser apresentado, contou que tínhamos uma proposta inovadora, e pediu para que os expectadores ali presentes se colocassem naquele espaço como seres sensíveis, ele pediu para que eles se colocassem dispostos a sentir a arte que seria exibida.

E depois chamou Byun Baekhyun e Park Chanyeol, e os nomes ecoaram pelo salão, fazendo minhas pernas ficarem totalmente bambas. Chanyeol perguntou se eu estava pronto e eu apenas acenei com a cabeça, nervoso demais para falar qualquer coisa.

Ele me deu um ultimo beijo terno e então entramos no palco sendo engolidos pelo som forte dos aplausos. Minha mente zumbia e eu nem mesmo sei como consegui apresentar o documentário. Lembro de seguir até o centro do palco e dizer algumas palavras, mas eu me sentia estranho como se estivesse sonhando e não consigo recordar muito bem o que disse. Meus sentidos só retornaram quando ouvi a voz de Chanyeol indagar aos presentes sobre aquilo que os movia, e então ao olhar pra ele fui recuperando os sentidos.

Ele segurou minhas mãos no momento que as luzes se apagaram e aquela música que havíamos feito juntos tomou conta do auditório. A música que havíamos feito juntos começou a tocar e as letras apareceram no telão me dando uns calafrios de emoção e nervosismo:

Lumière: O que te move?

Um filme de Byun Baekhyun e Park Chanyeol


Notas Finais


Queria dizer algumas coisas aqui:

A primeira, é meio chata tenho visto pessoas reclamando porque não tem lemon há algum tempo, a essas pessoas quero dizer que o foco dessa fanfic não é lemon.

A segunda: a fic vai ter 27 capítulos e o ultimo será postado no meu aniversário (10/04) Ate ja falei isso, só estou relembrando. E há to respondendo comentários, devagar, mas estou.

A terceira E MUITO IMPORTANTE: Vocês leitores que me acompanham e acompanham essa história a algum tempo: quero pedir a voces m]que me ajudem a fazer um encerramento bem legal para lumi. VOCES SABEM O QUE MOVE VOCES? TEM ALGUMA IDEIA? A FIC AJUDOU A PENSAR NISSO? Queria que voces me respondessem isso rapidamente pode ser uma frase, pode ser uma palavra. Pode falar nos comentários, nas mensagens ou até mesmo na minha ask ou no twitter (@baekonda) quero usar isso no fim da fic, pra voces saberem o quanto sou grata e que essa fic é de voces também.

Obrigada por tudo ♥


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