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História Lumière - Antes de Partir


Escrita por: lunevile

Notas do Autor


Oi! Desculpem o atraso, problemas de saúde aqui em casa... ainda está tudo meio de pernas pro ar, mas papai já esta se recuperando!

obrigada pela força, pelo amor e pelo carinho que tiveram comigo ♥

Ansiosa para saber a opinião de vocês sobre esse capítulo, que é o penúltimo!

ah, eu nao revisei, então desculpem qualquer coisa!

Capítulo 26 - Antes de Partir


Fanfic / Fanfiction Lumière - Antes de Partir

Eu já havia escutado muita coisa sobre Paris. Sempre que alguém próximo ou não, ficava sabendo da minha viagem tratava logo de falar das coisas que eu encontraria lá, dos lugares que poderia conhecer, de como os franceses eram e de como possivelmente a minha vida mudaria para melhor. Essa parte era difícil para mim sabe? Quer dizer, eu sabia que isso era um grande passo e realmente uma mudança bastante positiva, mas dizer que minha vida seria melhor, implicava conceder ao que eu tinha em Seul, o status de pior ou não muito bom e definitivamente não era assim. Apesar dos pesares e de todo o drama que eu costumava fazer, eu amava aquela vida e ainda não estava pronto para me despedir dela.

O tempo era pouco, mas eu consegui resolver tudo que era necessário para partir na ultima semana de férias, tudo já estava ok quanto ao visto, e o lugar onde eu ficaria, um apartamento pequeno, porém bem jeitoso que seria cedido pela faculdade. Mas por conta da correria eu tinha passado pouco tempo em casa com meus amigos e minha família.

Passei uns dias na casa de meus pais, e eles estavam ao mesmo tempo animados e preocupados. Morriam de orgulho por eu ter conseguido uma bolsa daquelas e todo o pessoal do interior já sabia porque eles colocaram faixas em frente de casa, sério, eles fizeram isso, não estou brincando.

Kyungsoo e Sehun vieram comigo na caminhonete velha até a casa de nossos pais por um ou dois dias só para que eu pudesse matar a saudade, e a faixa escandalosa foi a primeira coisa que vi quando cheguei. Tive que contar para Chanyeol por mensagem, porque de novo ele havia feito uma daquelas viagens misteriosas e eu não fazia muita ideia de onde ele estava, só que estava na casa de uma tia, ele andava muito misterioso naquele período… Mal sabia eu o motivo.

Minha cabeça estava a mil naqueles dias, pensava no futuro e tentava aproveitar cada minutinho ao lado dos meus familiares. As vezes nós apenas compartilhávamos conversas sobre qualquer coisa sem importância mas para mim aquilo era muito valioso. Os conselhos de minha mãe, que me tratava feito um bebê e me dizia para tomar cuidado com estranhos na França, e as coisas que meu pai me disse sobre a vida me fizeram colocar os dois pés no chão e agradecer a eles pela educação que havia me dado, eu devia a eles esse resultado e me lembraria deles, os levaria comigo a cada passo do caminho.

Eles me fizeram uma pequena festa para comemorar minha conquista, e não vou negar, foi divertido. Uma parte de mim pensou que seria mais legal ainda se o resto do nosso pessoal barulhento estivesse ali, principalmente Chanyeol, mas Kyungsoo e Sehun já me faziam muito feliz por estarem ali, principalmente por serem eles amigos que eu fiz na infância.

Tudo cheirava a despedida. Soojung e Yixing também estavam lá e nós ficamos ali por horas compartilhando histórias de quando éramos menores. Eu voltaria para Seul no dia seguinte e dias depois partiria para a França então de cada um eu recebia um abraço apertado e palavras de despedida.

Sehun disse que aquele não era o momento, afinal eles estavam a dias dizendo na despedida preparada para mim em Seul. Kyungsoo se manteve quieto, mas disse que dormiríamos juntos naquela noite, quer dizer, seria como uma festa do pijama, uma noite dos garotos como fazíamos ultimamente. Mesmo que morássemos juntos aquilo não era algo que fazíamos com frequência em Seul, e aquele ambiente de casa deixava tudo nostálgico, seria como se voltássemos no tempo.

E assim foi

Meu quarto antigo virou o nosso refúgio. Vestimos nossos pijamas de Batman e Super homem como nos velhos tempos. Nós brincamos, contamos piadas, comemos petiscos e bebemos um pouco, mas eu sabia muito bem o que ele estava planejando. E lá pela madrugada ele começou a falar.

- Baekhyunee! – Ele estava deitado ao meu lado na cama e começou a se mexer manhoso como ele só.

- Que foi, Soo? – Daquele angulo que eu o via seus olhos pareciam ainda maiores o que lhe conferia a maior cara de bebê possível.

- Eu to com medo.

- Medo de que, Kyungsoo?

Ele parou de falar e ficou quieto por instantes como se estivesse refletindo profundamente sobre o que estava prestes a dizer. Depois ele se levantou e se sentou sobre a cama, como eu pensei que ele diria algo sério, eu imitei seus atos e me sentei também.

- Medo de que você vá para Paris e esqueça de mim. – Ele falou as palavras bem rápido, como se fosse algo muito doloroso de dizer.

- Não sei, você é muito esquecível…

- Ah, Baek! Não brinque com o meu coração! – Ele gritou e começou a me dar tapas.

- Kyungsoo levanta aí rapidinho. - Levantei da cama e fiquei em pé no centro do quarto, esperei que ele fizesse o mesmo e ele fez. – Da uma voltinha pra mim! Quanto você pesa?

- Porque? Porque isso agora, Baek? – Mesmo cheio de perguntas ele foi se levantando e fazendo tudo que eu havia pedido.

- Eu quero ver se você cabe na minha mala. – Voltei e me sentei na cama, com as pernas cruzadas.

Ele se sentou ao meu lado e ficou em silêncio por longos minutos em que eu também não ousei dizer nada. Mas depois, quando coloquei meus olhos sobre ele com atenção, eu vi que havia lágrimas pelo seu rosto pálido.

Primeiro pensei em fazer alguma piadinha sem graça sobre o fato dele estar chorando, como eu bem faria em situações normais, mas aquela definitivamente não era uma situação normal. Aquela era uma despedida e aquelas lágrimas eram lágrimas silenciosas de uma saudade antecipada que era compartilhada por nós dois. Kyungsoo e eu tínhamos uma longa de amizade e amor juntos, e quando eu parava para tentar lembrar de qualquer acontecimento da minha vida, ele sempre estava lá, meu fiel escudeiro, companheiro de aventuras, meu gênio do mal e eternamente meu pequeno Darth Vader.

Tudo veio como um turbilhão em minha mente, como um tapa na cara conferido pela mais dura realidade, de uma hora para outra eu me dei conta daquilo que já devia ter percebido a algum tempo: eu iria para Paris e iria sozinho, o que implicava estar sem Do Kyungsoo por perto pela primeira vez na minha vida, isso me fez sentir mais só do que nunca e então abraçado ao meu melhor amigo eu chorei, chorei como se lavasse a alma, como se encerrasse um ciclo, nós dois ali em silêncio deixávamos que o choro falasse por nós. Era mesmo uma separação, isso era inegável e doloroso, mas ali nos demos conta de que nossa ligação não era física, era a nível de alma, e onde quer que um estivesse o outro também estaria.

As vezes o silêncio fala mais do que qualquer palavra e naquela madrugada sem dúvida nós dissemos muitas coisas um ao outro, coisas que sem dúvida nos marcariam para sempre, selariam mais uma vez nosso acordo de amizade e levaríamos na bagagem para a vida.

- Promete? – Perguntei a ele depois de muito choro, tentando enxugar algumas lágrimas dos seus olhos gigantes.

- O que? – Ele se endireitou para me encarar de frente.

- Promete pra mim que não vai arranjar um novo melhor amigo enquanto eu estiver fora?

Ele fez pirraça, e se balançou como uma criança, os lábios formando um biquinho teimoso. Então ele me abraçou com força e eu retribui.

- Não vou, nem se eu quisesse, Baek.

Mais silêncio, até que eu pensei que aquele fosse uma boa hora pra dizer.

- Eu te amo, Do Kyungsoo. Muito. – E dizendo isso depositei um beijo em uma de suas bochechas delicadamente.

- Eu também te amo Byun Baekhyun! – Ele me olhou com seus olhos grandes e infantis de novo e manteve o olhar fixo.

Nós dois nos deitamos novamente, sincronizados.

- Pra sempre? – Perguntei encarando o teto.

- Pra sempre.

 

 

Não pude aproveitar muito a estadia com meus pais, pois logo já era a hora de voltar para Seul e continuar resolvendo tudo que era necessário para a minha partida. O combinado é que eles estariam no aeroporto do dia da viagem. Em casa, tudo estava meio de pernas para o ar, a maior parte das minhas coisas já estava empacotada e isso estava causando um grande alvoroço.

Era óbvio que Kyungsoo não ficaria sozinho por muito tempo, Jongin ia trazendo as coisas dele aos poucos e eu sabia que não demoraria para que aquele apartamento que era meu, se tornasse o ninho de amor dos dois. Eu gostava de vê-los juntos, porque também via ali amizade, não importava o que me dissessem, eu adorava a química que eles tinham, a dinâmica com que levavam seu próprio sentimento e sempre shiparia eles dois.

Todo muito me tratava bem demais, com muitos carinhos e mimos e não vou mentir, estava adorando toda aquela atenção.

Eu viajaria na segunda, e conforme o tão esperado dia chegava, mais eu ficava ansioso. Houve dias em que senti vontade de jogar tudo para o alto e ficava me perguntando que tipo de problema eu tinha para me arriscar dessa forma, partindo sozinho para um lugar completamente desconhecido. Tive momentos de acreditar que eu não era capaz de nada daquilo, mas graças aos amigos maravilhosos que estavam ao meu lado, eu sempre acabava pensando bem e me dando conta do quão sortudo eu era.

Na quinta feira Kyungsoo saiu e eu fiquei sozinho por toda a manhã. Chanyeol possivelmente estava em sua viagem de volta de onde quer que seja que ele tinha ido e eu não tinha mesmo nada para fazer, então peguei uns livros meus e comecei a ler um pouco. Na verdade eu li bastante dos livros e de mim também. Eu estava bem bobo naqueles dias e vivia como se estivesse em um filme cult francês, tudo que eu tocava ou sentia era poético. Eu assumo que era meio ridículo.

Eu teria permanecido o dia todo sem fazer nada de útil além de fingir ser o francês que eu não era, mas recebi uma ligação de Junmyeon, me convidando para sair, isso mesmo,em plena quinta feira.

- Para onde nós vamos? – Perguntei quando ele me ligou.

- Nós vamos ao shopping. Esteja pronto em meia hora, eu vou passar aí e te buscar. – Ele podia ser bem autoritário quando queria.

 

Como prometido, meia hora depois lá estava eu já no banco do carona do carro de Junma, sendo refrescado pelo ar condicionado gelado.  No aparelho de som tocava uma playlist quase interminável de músicas dos nossos girl groups favoritos.

- O que você quer fazer, Byunzito? – Ele perguntou enquanto usava o espelho retrovisor do carro para arrumar o cabelo.

- Byunzito? – A criatividade dele sempre me surpreendia.

- É, Byunzito. Agora que você vai me deixar, tenho que usar com você todo o meu repertório inédito de apelidos. – Ele se virou e me encarou fazendo um biquinho.

- Eu tenho até medo de perguntar que apelidos são esses.

Pronto. Ele achou que essa era a deixa para começar a listá-los um a um.

- Baconzitos, Byunzito, BabyByun, ByunBaek, Baekonda… - Cada um daqueles nomes era mais ridículo para mim, mas ele parecia orgulhoso.

- Baekonda? Sério isso Junmyeon? – Eu mal conseguia dizer aquilo sem rir.

- É! Baekonda é o gênio do mal que controla as nossas vidas. Tudo que vivemos é fruto de sua imaginação fértil.

Silêncio.

- Você fala cada coisa, Junmyeon. Acho que precisa procurar ajuda.

 

 

Acabamos indo até ao shopping porque Junma precisava comprar um notebook novo e queria a minha ajuda com isso, pois dizia ser totalmente leigo para esse tipo de coisa tecnológica.

Sabe como é gente rica né? Ele até olhou vários computadores mas acabou escolhendo o mais caro, o cheio de funções, daqueles que mais parece um robô e tudo leva a crer ser mais inteligente do que qualquer um de nós dois. Ele quis a minha opinião para tudo e eu me certifiquei de que aquela fosse literalmente a máquina das máquinas.

Depois da compra, Junma nos disse que era hora de irmos ao cinema, afinal éramos estudantes de audiovisual e amávamos aquilo. Assistimos Os Miseráveis que é um musical e o Junmyeon ficou cantando no meu ouvido nas quase três horas de filme porque ele tem certeza de que nasceu para ser o substituto da Mariah Carey.

- O que você quer fazer agora, Baekinho? – Disse ele depois que o filme tinha acabado e nós já podíamos andar pelo shopping.

Suspirei ao ouvir o novo apelido enquanto carregava a sacola não muito grande onde o notebook estava, com muito cuidado.

- Só sei que estou faminto. – É claro que eu pediria comida, como sempre, senão não seria eu.

Junma logo disse que devíamos ir a um restaurante francês super caro, o mais caro de todo o shopping provavelmente, mas eu acabei convencendo-o de que havia opções bem melhores ali, afinal nós não éramos capazes de resistir a um hamburger gigantesco cheio de queijo e bacon e uma generosa porção de batatas fritas.

Nós escolhemos uma mesa bem no centro da praça de alimentação porque Junmyeon disse que daquele ponto ele poderia ver bem todo o local, e consequentemente as pessoas bonitas com seus olhos de águia. Ele era doido e às vezes eu morria de vontade de matar ele, mas não podia negar de que parte do meu coração se comprimia e doía só de pensar que não o teria do meu lado no futuro.

- Em que você está pensando me olhando desse jeito? Percebeu tarde demais que está apaixonado por mim? – Ele perguntou pretensioso, levando uma das mãos meladas de catchup até o cabelo para tirar uma mecha de frente dos olhos e fazer pose.

- Com certeza… - Falei enquanto usava um guardanapo pra limpar os fios melados de seu cabelo.

- Sabe Baek eu tenho que te agradecer, sabia? – Ele ficou sério de repente – Esse seu trabalho me fez pensar em um monte de coisas. Eu acho que todas as pessoas viam em mim apenas um carinha rico e eu comecei a acreditar que eu era só isso mesmo depois de um tempo. Mas então você… - Ele me olhou de um jeito tão meigo e seus olhos se encheram de lágrimas – Baek antes de você eu não tinha muitos amigos e por mais que dissesse que isso não importava,isso importava sim. Você me fez ser parte de um grupo. E de bônus descobri que eu posso ser do jeito que eu sou e as pessoas vão gostar de mim mesmo assim.

- Junma, você é a pessoa mais louca que eu já conheci, de verdade. As vezes eu queria ser igual a você, você sempre tem resposta pra tudo… Você é incrivelmente louco.

- Ser igual a mim? Tipo ter a minha pele de pêssego? Eu tenho um produtinho aqui pra te indicar… - Ele fingiu que estava pegando alguma coisa na bolsa, mas depois voltou a me encarar – Vou falar sério com você Baek. Estou muito muito muito orgulhoso de sua conquista e vou estar torcendo por você para que tudo de certo nessa nova etapa da sua vida, mas eu vou morrer de saudade.

Dizendo isso ele segurou minha mão e olhou pra mim com a expressão mais serena que eu já havia visto em seu rosto. Ele tinha uma essência muito bonita e era alguém que eu me orgulhava em ter conhecido. Quando eu me concentrava em pensar sobre isso um pouco me dava conta de que o meu trabalho do ultimo semestre havia me aproximado muito dele e isso era muito valioso. Quando comecei a contar essa história Kim Junmyeon era só alguém que estudava comigo, alguém que dentre todos os alunos da minha turma eu considerava menos pior, mas naquele ponto da vida eu percebia o quanto ele era importante e parte de quem eu era.

- Eu também vou sentir saudade de você, Myeonmyeonzinho. – Apertei a mão dele e então eu chorei, porque eu chorava fácil.

- Acho que você não é um comensal da morte tão ruim quanto pensa, Baek! – Junma veio até mim e se espremeu no banco onde eu estava, me abraçando com força – Você tem um coração.

- Mas ainda posso te lançar uma maldição imperdoável! – Levantei o nariz em uma expressão soberba que ele ignorou completamente.

- Sentirei falta do seu cheirinho de morango, Baekhyun!

- Eu não tenho cheirinho de morango, nada!

- A propósito, Baek… - Ele se esgueirou de forma a alcançar a sacola onde seu novo notebook estava e a estendeu para mim – Esse é um presente meu pra você.

- Não Junmyeon, não!

- Toma Baekhyun é seu! – Ele era irredutível.

- Junmyeon, para! Eu não posso aceitar isso!

- Ah, não pode? – Ele revirou os olhos de um jeito estranho e se levantou deixando o pacote no banco – Então eu vou deixar aí para quem quiser.

Achei que ele estivesse brincando comigo, mas ele realmente se levantou e começou a andar para longe. Então, em uma fração de segundo eu avaliei as minhas possibilidades: deixar aquele computador maravilhoso e de ultima geração ali abandonado e ao alcance de qualquer um ou levá-lo comigo, a quem ele seria muito útil. E é óbvio que escolhi a segunda opção.

Assim que me agarrei àquela sacola, Junmyeon voltou e se sentou novamente à minha frente na mesa, exibindo no rosto uma expressão presunçosa e satisfeita.

- Eu sabia que você faria a escolha certa. – Foi só o que ele disse.

- Quem tem um amigo igual a você tem tudo, Junma. – Apertei a mão dele outra vez.

- Ah, Baek! Só faltou uma música para embalar esse lindo momento!

A pessoa quando ela é micosa, o mundo parece que colabora para que ela passe cada vez mais vergonha, com Junmyeon era assim. Eu tenho certeza de que se eu estivesse com qualquer outra pessoa nada daquilo aconteceria, mas como estava acompanhado por Junmyeon era mais do que óbvio que aconteceria alguma coisa louca. E aconteceu. Uma música começou a tocar e eu vi os olhos do outro brilharem. A canção que tomou conta da praça de alimentação não foi qualquer uma, foi simplesmente Wannabe das Spice Girls. E ele estendeu a mão para mim com os olhos estreitos e maliciosos em convite. E eu aceitei como um último mico ao lado dele. Dançamos feito loucos mesmo que nos olhassem duvidando de nossa sanidade continuamos até o fim da música. Quando eu estava com ele eu era louco também, éramos dois loucos que nunca estariam sozinhos.

If you wanna be my lover, you gotta get with my friends

Se você quer ser meu namorado, tem que estar com meus amigos

Make it last forever, friendship never ends

Faça isso durar para sempre, amizade nunca tem fim

 

 

Na sexta feira tudo ficou meio estranho. Todo mundo estava agindo meio estranho e eu não conseguia entender o porquê. Aquela semana estava sendo bem louca e agitada por conta dos preparativos para minha viagem, e mesmo que eles fossem todos meus amigos, eu me perguntava até que ponto e como tudo aquilo estava afetando a eles. Kyungsoo saiu bem cedo naquele dia sem me dizer o que faria nem aonde iria, Junmyeon recusou quando eu o chamei para almoçar comigo, Sehun disse e Luhan estavam ocupados com algo (eu sabia muito bem qual era a ocupação daqueles dois, hum), Jongdae estava trabalhando e acreditem, até para o Jongin eu liguei, mas ele não atendeu, provavelmente porque estava dormindo.

Para minha total felicidade, Chanyeol me ligou logo depois do almoço avisando que voltara de viagem e me dando as coordenadas para um passeio. Eu havia imaginado que durante a minha última semana em Seul eu ficaria todo o tempo ao lado dele, mas aquela viagem misteriosa me impediu de fazer as coisas como eu queria. Pelo menos agora ele estava ali e eu não iria reclamar das coisas que não fiz, iria aproveitar o máximo aquele tempo com ele, porque de certo, depois que eu viajasse as coisas seriam bem diferentes, e para ser sincero eu nem queria ficar pensando naquilo.

Tudo que ele me disse foi para estar pronto às seis horas, pois ele me levaria ao cinema, só que um cinema especial. A essa altura vocês já conhecem o suficiente de Park Chanyeol para saber que ele era um cara cheio de surpresas e um “cinema especial” vindo dele poderia significar várias coisas e é claro que eu imaginei mais de um milhão de possibilidades para apenas aquelas duas palavrinhas combinadas mas nem na mais mirabolante delas eu desconfiaria do que aconteceria naquela noite.

 

 

Chanyeol apareceu no apartamento um pouco antes das seis e já chegou me dando beijos desesperados e cheios de saudade. Eu também estava com saudade de seus beijos, de seu toque e de seu cheiro e por isso rapidamente o puxei para mais perto de mim com muita vontade e teria feio de um tudo ali mesmo se ele não me parasse e me mandasse esperar. E eu esperei, assim como ele que esperou até que eu me arrumasse para sairmos enquanto me dava algumas pistas sobre o nosso programa.

- Acho que você vai gostar do filme, Baek! – Ele disse, enquanto se esparramava em minha cama.

- Porque? Qual é o filme? – Lancei um olhar curioso à ele, assim que terminei de fechar os botões da minha camiseta.

- Eu não vou dizer, você só vai saber quando chegarmos lá.

- Odeio quando você faz esse mistério todo. – Fingi descontentamento, mas por dentro eu estava eufórico.

- Você fica bem com essa roupa um pouco social, sabia? – Quando ele me perguntou, eu sabia que estava me analisando.

- Eu preferia usar um dos meus moletons, você sabe Chanyeol. Mas como vi que a sua roupa estava um tanto elegante, resolvi caprichar também! – Dizendo isso, dei uma volta completa para que ele pudesse ter uma visão de todo o meu look.

- Vamos? – Ele perguntou ficando em pé e se ajeitando para sair.

E eu fui, rumo a um dos dias mais loucos e mais emocionantes de toda a minha vida.

 

 

Como em um passado recente, nós subimos a bordo da gloriosa Labareda, e ela, magníficamente guiada por Chanyeol, nos levou por ruas pequenas de lugares que eu não conhecia muito bem, como se eu estivesse em uma Seul completamente diferente daquela em que eu vivia. Sempre que eu andava na moto dele, eu tinha vários insights sobre a vida, momentos de reflexão interna e até mesmo crise existencial.

Naquele momento enquanto cruzávamos ruas desconhecidas e eu sentia o vento gelado no meu rosto eu não pude impedir que a minha mente se boicotasse a ponto de pensar que provavelmente aquele seria meu ultimo passeio na Labareda antes de partir e então eu chorei, e fiquei feliz porque ali ninguém podia me ver chorando.

Tornei o aperto no corpo de Chanyeol mais intenso na medida que tentava eternizá-lo ali dentro de mim. Era óbvio que para mim nosso relacionamento não se suspenderia automaticamente com a minha viagem, mesmo estando longe eu faria de tudo para continuar me comunicando sempre com Chanyeol e voltaria a Córeia sempre que surgisse a oportunidade, mas eu não conseguia parar de me perguntar se ele também pensava assim.

Fechei meus olhos e permiti um momento de paz interna: comecei a me recordar de vários momentos felizes que nós dois imaginamos e fui caindo cada vez mais fundo nas lembranças de forma que nem percebi quando a moto parou.

- Baek! – Ele chamou me despertando dos meus devaneios.

Assim que percebi que havíamos finalmente parado, soltei o aperto que circundava a cintura dele e Chanyeol finalmente saltou da moto e eu o segui. Dei uma boa olhada ao redor e pisquei uma ou duas vezes tentando assimilar aquela realidade. Estávamos em algum ponto tranquilo e silencioso da cidade, um lugar que eu não me lembrava de ter conhecido. Tudo ali parecia pertencer à outra época, um passado não tão distante, mas com certa uma outra realidade. Aquilo ali era um pedaço de cidade que não se assemelhava nada ao resto.

- Vamos ao cinema, como eu disse! – Chanyeol indicou um letreiro como daqueles cinemas antigos, acima do estabelecimento em que entraríamos.

Estávamos em frente a um cinema como um daqueles antigos com letreiros em preto e branco para exibir o nome do filme. Os letreiros antigos costumavam mostrar os filmes que eram exibidos, mas naquele ali não havia nada então fiquei curioso.

- Qual é o filme? – Falei com os olhos atentos a tudo, sem olhar para o outro.

Ele não me respondeu, ao contrário, me lançou outra pergunta.

- Baekhyun, você me ama?

Eu o olhei rapidamente, e pelo sorrisinho que vi brotar no canto de seus lábios percebi que ele sabia a resposta, como sempre soube.

- Talvez, Chanyeol, talvez... – Disse, segurando sua mão e o puxando gentilmente para um abraço.

- Já é o suficiente pra mim. – Ele girou meu corpo de forma que ficássemos um de frente para o outro e então depositou um beijo rápido na minha testa.

Sem soltar minha mão ele entrou pela entrada do cinema antigo. Lá dentro tudo era escuro como já era de se esperar. Ele desceu comigo pelo cinema um tanto íngreme até parar em um ponto mais ou menos no meio. Nós entramos em uma daquelas fileiras onde havia cadeiras vermelhas de veludo e ali nos sentamos.

- Não tem ninguém? – Girei o corpo a procura de alguma alma viva no estabelecimento, mas só havia nós dois ali.

- Esse filme só interessa a nós dois! Preste bem atenção! – Dizendo isso ele estalou os dedos.

A luz se apagou e só depois de um tempo algumas imagens começaram a ser exibidas no telão gigante do cinema. Uma música em piano e apenas a voz de Chanyeol cantando... Aquilo definitivamente não era um filme comum. Achei que o orelhudo apareceria ali, mas quem apareceu foi o Jongin com sua cara gorda e sonolenta no vídeo.

“O Baek? Acho que quando ele for embora o Soo vai chorar... Acho que eu também vou. Eu gosto do Baekhyun ele tem cheiro de morango e isso é bom. Eu acho que esse é só o primeiro passo para que ele ganhe o mundo... Baekhyunee, fighting!”

Tudo se tornou escuro novamente até que outra face apareceu para me dizer coisas bonitas. Dessa vez era o Luhan, que parecia uma criança. Enquanto ele não dizia nada, aproveitei para enxugar as lágrimas, porque sim, eu já estava chorando.

“Baekhyun, eu te conheço a pouco tempo e lamento que nós não tenhamos tido a oportunidade de conversar sobre todas as coisas que você estuda... Você é um cara brilhante, de verdade. Boa sorte nessa nova vida, nós estamos torcendo por você!”

Mais uma vez a tela se tornou negra mas então antes que o rosto aparecesse, o seu dono riu e a gargalhada de Kim Jongdae era inconfundível.

Eu queria cantar uma música pra você, mas não deixaram! (risos) Sabe, os lobos do asfalto perderam seu filhotinho mais fofo... Na verdade o mais fofo é o Myeonmyeonzinho! (risos) Mas eu estou feliz porque você vai correr por estradas maiores e viver aventuras mais intensas! Tamo junto hein Byun Baekhyun! Geurae Wolf, naega Wolf auu!”

Então foi a vez de Sehun.

“Mesmo que você ganhe um monte de coisas e vá para Paris, você nunca vai conseguir parecer mais velho do que eu, ta bom, Baekhyun? No meu coração você sempre será um bebezinho. Por favor não esqueça de mim! Talvez eu goste muito de você.”

Novamente tive que parar e enxugar as lágrimas que a essa altura já encharcavam todo o meu rosto, antes que a próxima mensagem começasse a ser exibida. O rosto de Junmyeon apareceu na tela grande e eu instantaneamente tive vontade de rir.

Tá ligado? Tá filmando? Eu nem sei o que dizer de você Baekhyun, acho que você é o meu juízo, você me mantém nos eixos... Sem você aqui eu realmente não faço ideia do que será da minha vida, acho que vou engordar muito enquanto ingiro altíssimas doses de açúcar para tentar lidar com a distância. Por favor não se esqueça de mim e venha me visitar, porque eu já estou começando a sentir saudade de você, amigo.”

- Você que tem que ir me visitar! Você é rico! – Eu falei e gesticulei em direção a tela mesmo que soubesse que aquilo era apenas um vídeo, que Junmyeon não estava ali realmente e não era capaz de me ouvir.

Outra vez a tela ficou escura e então Kyungsoo apareceu ali.

“Baekhyun foi o meu primeiro amigo, e por muito tempo foi o único as vezes eu temo por mim mesmo enquanto ele estiver longe. Ele é bastante irritante e as vezes eu acabo batendo nele, mas quando está tudo silencioso demais eu sinto sua falta... Realmente não sei o que será de mim. Mas também estou orgulhoso de tudo que ele conquistou e sempre vou torcer por ele porque o amo. Muito mesmo.”

Nesse momento eu já estava chorando tanto que minha visão estava já bastante embaçada em razão de todas aquelas lágrimas. Mas ao ouvir a voz de Chanyeol tudo parou, minha mente pareceu se resguardar para aquelas que dentre todas as despedidas da noite me afetaria mais.

Quando você conhece alguém geralmente não sabe o que essa pessoa vai significar pra você amanhã, na semana que vem, daqui a um mês ou para a vida. Mas quando eu vi Baekhyun pela primeira vez, havia algo nele que me instigava, talvez fosse aquela marra aparente mesmo que ele tivesse olhinhos de filhote, talvez fossem os moletons, talvez fossem as músicas que ele ouvia, ou talvez fosse a vida mesmo que estava me dando a dica de que ele era a minha luz, a minha pequena luz e que seria meu para sempre se assim quisesse.”

Mas é claro que eu queria, e eu queria muito. Deixei que suas palavras penetrassem pela minha mente onde eu respondia afirmativamente uma, duas ou todas as vezes. Como ele ousava me perguntar? Mas é claro que eu queria. Queria pertencer a ele para sempre e queria deixar isso claro ali naquele momento em que tudo indicava que ficaríamos separados. Eu queria dizer a ele que meu amor não mudaria.

Senti sua mão tocar a minha, e seus dedos se entrelaçarem aos meus, e só por isso lembrei que ele estava do meu lado o tempo todo.

- Você aceita ser a minha pequena luz pra sempre? – Metade da luz do local se ascendeu e ali sob a baixa iluminação eu conseguia examinar cada traço de seu rosto perfeito.

- Isso é um pedido de casamento, Park Chanyeol?

- Só se você disser que sim. – Ele sorriu de um jeito que fez meu corpo todo sentir como se estivesse flutuando. – Você aceita?

E eu nem pensei para dizer o que queria.

- Oui!

Dizendo isso, levei meus braços ao seu pescoço e o beijei para que o beijo falasse de todas as coisas não ditas. Eu seria dele ali naquele dia e por todos os outros dias em que vivesse. Ele respondeu ao meu beijo na mesma freqüência, ele também era suave e romântico, ele também dizia coisas através daquele ato, ele dizia que era meu e se entregava para mim.

Quando o beijo se deu por terminado ele olhou para mim e sorriu. Depois levou a mão até a parte de trás do seu pescoço e abriu o fecho de sua corrente, deixando o anel que carregava ali cair na palma de suas mãos. Eu não me movi, não consegui fazer nada pois estava em choque. Ele pegou o anel e o levou até o dedo anelar da minha mão esquerda como se faz nos casamentos. Depois levou minha mão até os seus lábios e depositou um beijo rápido sobre o anel.

Foi então que percebi o inevitável. Minha correntinha não estava ali e consequentemente não havia anel nenhum comigo, porque naquele visita a casa de minha vó, quando eu e Chanyeol havíamos nos perdido no mato eu, burro, inconsequente, idiota e estúpido, havia deixado que ele a atirasse ao desconhecido.

Chanyeol havia usado o anel na corrente em seu pescoço para simbolizar o seu amor e ele agora estava em meu dedo, mas e eu? Eu não tinha mais a minha corrente e nem o anel. Antes que pudesse evitar isso já estava chorando.

- Chanyeol eu, eu não! – Levei minhas mãos ao rosto em repreensão a minha burrice, mas então senti algo bater no meio de minha testa de leve.

Abri os olhos e ali estava a minha correntinha e o anel, balançando pelo movimento feito pelas mãos de Chanyeol.

- Você não...

- Eu nunca joguei fora, Baek! Porque quando te dei isso eu falei sério. Eu já te amava quando te dei esse presente e hoje, aqui e agora te amo ainda mais.

Peguei a corrente de suas mãos e a coloquei em meu pescoço, o anel eu segurei com força e permiti que ele me lembrasse de toda a nossa trajetória. Depois o levei ao dedo anelar de Chanyeol, disse que o amava e repeti seu ato, beijando o anel em sua mãos.

- Eu te amo Byun Baekhyun, te amarei aqui e te amarei na saudade também.

- Eu te amo Park Chanyeol, e vou amar você até o depois do sempre.

Dizendo isso trocamos um outro beijo. Um beijo apaixonado, um beijo que podia ser a linha de chagada de todo um percurso sinuoso que havíamos percorrido juntos, mas que podia ser também um beijo de largada, um beijo que anunciava o início daquela nova fase. Eu o amava e ele me amava também. Sua língua e seus beijos me diziam isso, mas a saudade antecipada também me servia de certeza.

Ficamos nos olhando pelo que pareceu uma pequena eternidade deliciosa e paradisíaca, mas que foram só alguns segundos antes de sermos atingidos por confetes e gritos. Todos os nossos amigos estavam ali, e eu acabei descobrindo que eles é que haviam preparado aquela pequena festa.

Nós rimos, brincamos, namoramos... Aquele cinema antigo foi palco de beijos apaixonados e juras de amizade eterna. Nós todos éramos um grupo de desajustados que acabava ficando muito bem junto.

Os meninos decoraram a Labareda com pedaços de papel e ela nos levou para a nossa lua de mel.

Naquele dia tudo foi diferente, estávamos no meu quarto, mas era como outra realidade. Daquela vez foi tudo calmo, porém intenso, nostálgico e cheio de toques de despedida.

Ele me colocou na cama e iniciou um trilha de beijos pelo meu corpo, como se estivesse descobrindo-o pela primeira vez. Eu beijei o seu pescoço como se a minha boca encontrasse a sua pele pela primeira vez. Ele me segurou em seus braços como se aquela fosse a primeira vez que seus dígitos descobriam meu corpo pela primeira vez.

Deixei que ele me possuísse, que me tomasse com a sua habitual energia e vontade de mim, deixei que sua respiração ofegante e descompassada inundasse meus sentidos. Nós fizemos amor, mas também fomos o amor, foi o amor em cada toque, em cada beijo, foi o amor em cada caminho que nossas línguas percorreram.  Deixei que ele estivesse em mim, comigo e sobre a minha pele. Em todas as vezes em que ele investiu sobre mim naquela noite eu o olhava tentando gravar ao máximo todos os seus traços, o deleite era de fato sexual, mas também era visual. Quando nós dois sentimos o corpo arrepiar e chegar ao ápice juntos, aquela pareceu a nossa primeira vez, quando a sua língua se juntou a minha para encerrar o ate amor, eu apenas desejei que aquela não fosse a nossa ultima noite.

Vivemos esse amor por todo um fim de semana. Nos pertecemos e nos amamos de todas as formas possíveis. Festejamos o nosso amor como ele merecia e vivemos dias que mais pareciam sonhos. Vivemos o nosso paraíso, o paraíso que éramos um para o outro.

E foi assim, até que chegou o dia de partir.

 

No aeroporto não havia muita gente, apenas a família e amigos. Sorri e chorei por mais aquela despedida e quando chegou a minha hora de embarcar Chanyeol me levou até o ponto que pode, até que tive que me despedir dele também com um beijo. E eu teria ido em frente sem olhar para trás, mas me lembrei de uma coisa e retornei a ele.

- Chanyeol, de onde veio “dance potranca, dance com emoção”? Essas foram as primeiras palavras que você me disse.

Ele mal entendeu a pergunta, mas respondeu risonho.

- É uma música, de um cara chamado Jonathan da nova geração, você devia ouvir. – Ele sorriu.

Chanyeol tinha dessas coisas, ele era diferente e as vezes estranho. Mas naquele momento eu pensei que talvez aquela fosse a trilha sonora apropriada, quer dizer, eu não ima dançar, mas sem dúvida havia muita emoção envolvida ali, porque aquela era a nova geração da minha vida. Um Baekhyun da nova geração, entende?

E assim eu parti.


Notas Finais


ai :(

desculpem pelos erros, como eu disse nao revisei, se houver algo muito errado me falem.

o próximo capítulo será o ultimo e eu já estou sofrendo com o fim dessa história! obrigada de coração a você que acompanha até aqui.

de novo, obrigada pela força nos ultimos dias.

ps: as pessoas tem me perguntado se vou parar de escrever kaisoo, abandonar minhas fics ou tirar o laystal de lumiere por conta de kaistal ter sido revelado. A resposta é não.

beijos! qualquer coisa estou no twitter e na ask @baekonda


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