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História Lumière - Cantando na chuva


Escrita por: lunevile

Notas do Autor


Boa noite! Como estão vocês queridos?
To aqui pra postar mais um capítulo da fanfic mais amada e desejada e surtada do momento (não). Quero agradecer a vocês novamente pelo carinho e pelos favoritos (eeeeh).

Esse capítulo é um pouquinho menos engraçadão que os outros, mas ele compensa em fofura, com certeza! Tá na hora de vocês conhecerem um pouquinho mais do Chanyeol, quem ele é, o que gosta... e já aviso: ele é um ser muito músical, a marca dele serão as músicas que vão aparecer de vez em quando nos capítulos!

Tenho pensado em escrever essa fanfic toda novamente, só que na visão do Chanyeol, porque ele é massa! Mas isso é pra se pensar com cuidado...

boa leitura!

Capítulo 5 - Cantando na chuva


Fanfic / Fanfiction Lumière - Cantando na chuva

Após me despedir de Chanyeol naquela noite, mesmo sem que palavra alguma fosse dita, eu sabia que nossa parceria estava selada e por alguma razão eu me sentia mais leve quase como se flutuasse. Subi as escadas ainda processando todos os acontecimentos recentes e ri sozinho lembrando os diálogos de Chen, que na verdade era Jongdae e de meu amigo Junmyeon que agora atendia pelo apelido de Suho, até que cheguei à porta do apartamento. Quando girei a chave na porta, o fiz com total cuidado com medo de que Kyungsoo se levantasse. Por alguns instantes pensei que talvez ele estivesse preocupado comigo, já que eu não era do tipo que voltava tão tarde assim para casa. Me senti um pouco culpado. Ao abrir a porta encarei o mais absoluto breu e tateei a parede procurando o interruptor para iluminar o local.

Quando as luzes se ascenderam, me assustei ao ver Kyungsoo sentado em sua poltrona de couro ao mesmo tempo em que a trilha sonora de O poderoso chefão começava a tocar, proveniente de algum lugar que primeiro pensei ser a minha mente, mas depois julguei estar alta demais pra que isso fosse possível.

- Eu quero respostas – ele disse em um tom baixo e melancólico.

- Eu sei o que você fez no verão passado, Kyungsoo.

- Siga o script, Byun.

Bem quando eu ia pensar em alguma outra resposta para dar a ele, fui surpreendido pela figura de Jongin que surgiu pela porta do quarto de Kyungsoo e passou por entre nós dois sonolento, coçando o traseiro, vestindo apenas um cueca samba canção vermelha brilhosa, indo até a geladeira atrás de um copo d’água.

- Ôoooooo! – Kyungsoo disse ao perceber que toda a sua cena havia corrido pelo ralo. Eu soube então que a musica era proveniente de seu celular, ele, com um clique a fez parar.

 

***

 

Acho que toda a movimentação da noite havia me cansado porque tudo que eu mais desejava era deitar em minha cama pra dormir e foi o que eu fiz após um demorado banho quente. Quando já estava na cama, percebi que havia uma mensagem de Chanyeol no meu celular, abri e li:

Ya! Você me distraiu e eu não te perguntei sobre aquela mensagem!

Pelo amor de Deus! Fechei os olhos e deixei que o celular caísse em cima de mim, talvez eu quisesse responder a tal mensagem naquele mesmo instante, mas fui vencido pelo sono. Dormi profundamente. Naquela noite sonhei bastante com motocicletas e velocidade. Eu podia não me dar conta disso naquela época, mas esses já eram os primeiros indícios da influencia de Chanyeol na minha vida.

Meu sono costumava ser pesado, principalmente aos sábados em que eu não tinha hora pra acordar. Devo ter dormido por horas. Me lembro de sentir um fio de luz solar invadir o quarto mas me mantive forte debaixo das cobertas. Era sábado e eu detestaria ter que me levantar antes do meio dia no mínimo. Em protesto, virei as costas para a luz e tentei dormir novamente. Dei um sorrisinho ainda que ninguém pudesse me ver e me mexi um pouco sobre a cama tentando encontrar a posição mais confortável para retornar o mundo dos sonhos.

Fui interrompido por toques e leves solavancos em meus ombros. Caramba Kyungsoo, me deixa dormir! Murmurei algumas coisas desconexas para que ele entendesse que eu não iria me levantar, mas os toques cessaram e eu me tranqüilizei. Me concentrei em meus sonhos. Imaginei uma cena onde eu pilotava uma moto e rasgava o céu de uma noite fria em alta velocidade. Eu, Chanyeol e a Labareda. Ah, Chanyeol - eu pensei

Os solavancos voltaram e eu me assustei. Mas que falta de respeito me acordar daquela forma! Abri os olhos imediatamente para gritar com Kyungsoo! O único problema é que a pessoa que me encarava, a centímetros do meu rosto não era Kyungsoo, e sim Park Chanyeol, o próprio, com os olhos esbugalhados e um sorriso enorme. Eu tentei me afastar dele e acabei rolando pra fora da cama e caindo de costas no chão! Doeu! Que bela forma de acordar.

Sem me levantar do chão, recapitulei os acontecimentos da noite anterior, Porque Chanyeol estava na minha cama, no meu quarto, na minha casa? Nós não... Ai meu Deus! Estremeci só de pensar na ideia, mas me lembrava claramente de ter me despedido dele e chegado no quarto sozinho! O que ele estava fazendo ali, então?

- Bom dia, bela adormecida! – ele gritou ainda deitado na minha cama.

Eu me ergui e coloquei apenas a minha cabeça no colchão da cama e pude ver que ele até deitado fazia pose.

- Chanyeol, o que você está fazendo aqui? Nós por acaso... – eu disse, receoso só de pensar na possibilidade.

- Baekhyun, você é a coisa mais bonitinha que eu já vi quando está dormindo. – ele disse sorrindo e colocando as mãos nas próprias bochechas.

- Há quanto tempo você está me observando? – eu disse ainda sem conseguir abrir os olhos totalmente.

- Há uns vinte minutos mais ou menos... Cheguei um pouco antes de você dizer meu nome.

- O que? – Ele só podia estar me zoando.

- Ah, Chanyeol! – ele disse, imitando a minha voz com sono.

- Eu não disse isso!

- Disse, mais de uma vez, olha.

Ele pegou o próprio celular e me mostrou um vídeo. Chanyeol era impossível. Ele havia feito um vídeo mesmo. No vídeo, lá estava eu deitado em minha cama, com os olhos fechados e um sorrisinho estampado nos lábios, Chanyeol filmava o próprio rosto e depois voltava a me filmar. Empurrava meus ombros, mas a única coisa que eu fazia era fechar um pouco a expressão em meu rosto, depois voltar a sorrir ao dizer claramente: Ah, Chanyeol!

- Lindinho! – Chanyeol disse, olhando a tela do celular.

- Constrangedor – eu corrigi – Apaga isso, Chanyeol, pelo amor de Deus.

- Pode me ser muito útil depois! – ele disse guardando o celular no bolso.

- O que você está fazendo aqui, eu posso saber?

- Ah, fui atrás das câmeras que estavam com os lobos e queria te chamar pra ir lá em casa dar uma olhada nas imagens que já temos...

Lobos? An? Pensei em perguntar do que ele estava falando, mas depois me lembrei que Lobos era como ele chamava seus amigos de moto clube. Imediatamente fiquei animado em saber como teriam ficado as imagens.

- O Kyungsoo mandou avisar que a comida já ta na mesa, ta?- Chanyeol disse, se levantando e me deixando sozinho no quarto.

Voltei a me deitar na cama e fiquei ali envolto pelas cobertas odiando a ideia de ter que me levantar, depois sacudi meus braços e pernas, ainda dentro de meu casulo de endredom, esperando que o movimento do meu corpo me despertasse ao menos um pouco. Me debati um pouco na cama e depois parei assustado ao ouvir:

- Você é um cara estranho.

Tirei a coberta dos olhos e pude ver que Chanyeol ainda me encarava, próximo a porta do quarto.

- Você ainda não foi embora? – eu disse irritado.

- Queria te perguntar uma coisa.

- Seja rápido, por favor – pedi.

- Porque você me mandou aquela mensagem?

- Mensagem?

- É, essa: Por favor, não me ignore mais, eu não vivo sem você, seu idiota! – Chanyeol abriu a mensagem na tela do celular e leu as palavras sem emoção alguma.

- Ah, é... isso, eu... – eu não conseguia estruturar a frase mesmo que fosse simples dizer a ele o que havia acontecido.

- Você sentiu mesmo a minha falta? – ele perguntou com os olhos grandes cheios de expectativas.

- Não Chanyeol, eu mandei errado. Essa mensagem era pro Kyungsoo.

- Ah, que pena.

Chanyeol saiu do quarto antes que eu pudesse pedir por explicações. O que eu senti depois que ele saiu, foi bem estranho. Eu me senti vazio. Na verdade acho que me senti como se não houvesse mais felicidade no mundo, talvez um dementador estivesse rondando a vizinhança. O melhor que eu tinha a fazer era tomar um banho e tentar não me concentrar naquilo.

Tomei um banho rápido e gelado para tentar acordar mais rápido. Quando saí do banheiro, já devidamente vestido, vi que Kyungsoo estava sentado em sua poltrona habitual já com um prato de comida em suas mãos. No sofá, Chanyeol e Jongin estavam um em cada canto, também comendo. Eu até gostava de ver nossa casinha cheia assim, me batia um sentimento de família, sabe?

Coloquei meu próprio prato e me sentei entre Chanyeol e Jongin, para assistir o filme que estavam vendo, que era algum de comédia. Depois de comer, Jongin e Chanyeol se ofereceram para lavar a louça e eu e Kyungsoo não nos opomos a isso. Quando tudo já estava devidamente limpo, eu e Chanyeol nos preparamos para sair. Descemos as escadas e eu pude ver a Labareda estacionada em frente ao nosso prédio. Eu fiquei tão animado em montar nela de novo que nem liguei quando Chanyeol deu partida e Kyungsoo gritou lá de cima, da janela:

- Baekhyun monta como ninguém!

Eu estava meio apreensivo de conhecer a casa de Chanyeol. Na faculdade todo mundo dizia que ele tinha muito dinheiro, mas eu nunca soube ao certo quem era sua família nem o porquê de ganharem tanto dinheiro. No caminho fui ficando com medo. E se ele estava me levando para uma armadilha?

Começou a chover fraquinho e eu desejei que a casa de Chanyeol não fosse tão distante. Depois de mais ou menos uns dez minutos de viagem, Chanyeol entrou em um bairro que era bastante conhecido por ser um bairro nobre e por ter mansões de alto nível. Comecei a pensar que talvez devesse ter escolhido uma roupa melhor para a ocasião e só tive mais certeza disso quando Chanyeol parou em frente a um portão enorme, no meio de um muro de pedras. Havia um interfone perto do portão, e uma guarita onde devia haver seguranças. Chanyeol se aproximou do local e um dos homens que estava lá dentro se aproximou de nós dizendo:

- Bom dia, Senhor! Seus pais pediram pra avisar que saíram, só voltam bem mais tarde.

- E minha irmã? – Chanyeol perguntou.

- Foi com eles, Senhor!

- Beleza!

O grande portão se abriu e Chanyeol seguiu por uma pequena ladeira, ladeada por muitas árvores. Aquele lugar parecia um parque. Entre as árvores haviam alguns caminhos de pedras que eu deduzi serem caminhos para as entradas das casas do condomínio. Então perguntei a Chanyeol, que já havia reduzido a velocidade:

- Qual delas é a sua casa?

Ele riu e eu fiquei sem entender o porquê, então reformulei a frase.

- É um belo condomínio, pra que lado fica a sua casa?

- Tudo isso aqui é a minha casa, Baekhyun. Até a ultima folha da ultima arvore, tudo isso aqui é da minha família. Essa é a minha casa!

Dizendo isso ele fez uma pequena curva e eu pude ver a casa. Era enorme! Eu talvez tivesse visto uma casa dessas alguma vez na vida, mas só em doramas! Com certeza era a maior casa que eu já havia visto. Chanyeol estacionou e nós dois descemos da Labareda. Eu não consegui esconder minha surpresa, fiquei ali de queixo caído admirando o tamanho da casa de Chanyeol.

A surpresa foi maior ainda quando entramos pela enorme porta que ficava na frente da casa. Lá dentro tudo era muito bem decorado. Tons em dourado marcavam todos os cantos da casa e quase imediatamente a frente da porta da mansão, havia uma escada larga e forrada em veludo, com corrimões escuros que levava ao segundo patamar da casa. Era tudo tão fino e elegante que eu tinha até pena de pisar naquele chão.

- Vem, vamos pro meu quarto. – Chanyeol disse, subindo as escadas e eu o segui.

O segundo andar da casa era tão elegante quanto o primeiro, havia um grande corredor e várias portas de todos os lados, que eu presumi que levassem a vários quartos. Chanyeol abriu uma das portas e eu entrei em seu quarto.

- Seja bem vindo ao paraíso – Chanyeol disse, caindo em sua cama.

Eu podia jurar que seu quarto era bem maior que o apartamento onde eu morava com Kyungsoo. Três paredes do quarto eram pintadas em um cinza escuro, e uma, a que apontava para o que eu pensei ser o quintal da casa, era toda em vidro.

Chanyeol indicou um pequeno sofá para que eu pudesse me sentar, me dizendo para ficar a vontade. Ele sumiu da minha visão por alguns minutos e eu fiquei sentindo a maciez do sofá feito um idiota, quicando, até que ele retornou com um notebook em suas mãos. Ele se sentou na cama e pôs o notebook sobre suas pernas, enfiando um pendrive em uma de suas entradas USB.

- Vem cá ver o que nós temos – Ele disse indicando um lugar na cama ao seu lado.

Eu me sentei, ainda que sem jeito e ele colocou pra rodar um vídeo no computador. Deduzi ser um vídeo filmado de uma das motocicletas pois as imagens mostravam uma grande estrada, alguns motoqueiros a frente. Tudo passava em alta velocidade e o único som que se ouvia era o proveniente dos motores de cada moto. Ao ver as imagens eu quase pude sentir aquela sensação de novo, quase como se eu estivesse em movimento.

- O único problema é que não sei bem o que fazer isso... – Chanyeol disse, sem tirar os olhos da tela do computador.

- O que você pensa vendo essas imagens, Chanyeol?

- Não sei bem, me sinto livre...

- O que isso significa pra você? – Insisti.

- O moto clube é a minha vida, sabe? Pode parecer exagero mas andar de moto por aí me dá tanta satisfação, sabe? Me motiva, me inspira... Andar de moto é literalmente o que me move...

- É isso! – Como eu não havia pensado naquela questão antes! Finalmente, um ponto de luz no fim do túnel.

- O que? – Ele perguntou sorrindo.

- O que te move!

- Como assim?

- Essa é a nossa pergunta, Chanyeol. O que te move?

- Meus pés – ele disse rindo – To zoando.

- Você entendeu? Podíamos perguntar às pessoas o que as move. São sonhos? São pessoas? São sentimentos?

- E aí produziríamos imagens, sobre isso! Claro! É genial! – Ele disse, se levantando animado.

- Nossa, Chanyeol, essa ideia tem tudo pra dar certo!

- Sabe o que podíamos fazer também? Produzir intervenções urbanas. Colocar em alguns pontos da faculdade ou até mesmo da cidade, placas com a nossa pergunta pra que as pessoas possam escrever o que as move.

- Sim! Isso seria ótimo!

- O que te move, Byun Baekhyun?

- Eu acho que não sei... Mas o que te move, Chanyeol? Digo, além da labareda e dos seus pés.

- Hmmm, vem, vou te mostrar uma coisa.

Chanyeol me puxou para fora do quarto e andou até o fim do corredor onde havia uma porta um pouco maior que as outras.

- Chanyeol, você tem um quarto vermelho da dor?

- O que? Baekhyun você lê 50 tons de cinza?

- Você também.

Quando a porta se abriu percebi que Chanyeol havia me levado a um estúdio de música. Isso mesmo, havia um estúdio de musica dentro daquela casa! Havia um compartimento isolado com uma mesa para controle de som e separados por um vidro e isolamento acústico estavam os instrumentos. De onde eu estava eu podia ver alguns violões, um teclado de ultima geração e uma bateria elétrica. Me aproximei de onde Chanyeol estava e pude ver que ele estava rodeado de duas guitarras e ainda mais ao canto havia um piano um tanto velho.

Esse ultimo instrumento me chamou bastante atenção. Eu havia aprendido a tocar ainda criança e rever um piano sempre me trazia muitas lembranças de minha infância. Passei de leve os dedos pelas teclas, ouvindo a voz de Chanyeol um pouco atrás de mim:

- Isso aqui me move, Byun Baekhyun. Música!

- É demais, Chanyeol... isso aqui é demais.

- Eu sei... um dos melhores presentes que já ganhei nessa vida.

- Chanyeol, será que eu posso perguntar o que seus pais fazem? Não precisa responder se não quiser.

- Meus pais são sócios majoritários do maior canal de televisão aberta desse país.

- Ah, então é por isso que você decidiu estudar cinema? – Perguntei curioso. Ele devia ter vivido nos bastidores da televisão desde muito cedo.

- Isso ajudou, de certa forma. Mas o meu sonho mesmo é ser um compositor de trilhas sonoras... Por isso que eu amo tanto isso aqui.

Ainda concentrado no piano, pressionei aleatoriamente uma de suas teclas e um som grave invadiu meus ouvidos. Eu poderia tentar uma coisa, e confesso que meus dedos tremeram pra tocar os acordes daquela canção que agora era a minha e de Chanyeol, porém me senti envergonhado e não fiz nada. Chanyeol pareceu ter percebido meus movimentos sutis, porque perguntou:

- Você sabe tocar?

- Eu aprendi com minha vó, quando tinha uns sete anos...

Eu não esperei que ele dissesse mais nada ou que me desse permissão, meus dedos se movimentaram até as teclas de marfim e a melodia suave e a mesmo tempo pesada do piano velho invadiu o local. Chanyeol veio até mim, aparentemente maravilhado com a música. Eu apenas sorri pra ele, dizendo:

- Não esperava por essa né?

- Não mesmo. Mas aposto que você não esperava por essa. – ele disse se juntando a mim e seguindo rapidamente os meus movimentos para juntos tocarmos uma musica a quatro mãos.

Eu parei de tocar e ele também, ficamos nos olhando sem que ninguém fizesse nada. Eu sabia que Chanyeol tinha uma bela voz desde que o ouvi berrar aquela musica enquanto pilotava a labareda na noite anterior. Então, resolvi tentar algo. Eu havia aprendido a tocar aquela musica no piano porque em minha opinião aquele era um arranjo muito bonito, eu só não sabia se me lembrava exatamente da sequência de notas mas resolvi arriscar.

Toquei os primeiros acordes de Speed of Sound, a música era tão familiar aos meus ouvidos que sorri ao olhar para Chanyeol e me lembrar dele cantando a letra da musica na noite anterior. A introdução durou alguns segundos e eu me preparei para cessar os sons, mas antes que pudesse fazer isso, Chanyeol começou a cantar a letra da música com sua voz profunda e rouca.

 

How long before I get in?

Before it starts, before I begin?

 

A cada palavra entoada por Chanyeol, minhas mãos permaneciam firmes nas teclas do piano, guiando-o através da música. De alguma forma me senti cada vez mais próximo de Chanyeol, e não falo apenas de proximidade física. Senti como se houvesse um fio que nos ligava naquele momento, algo como uma conexão de alma. Chanyeol me fazia sentir em uma corda bamba, com medo, mas ao mesmo tempo capaz de qualquer coisa. Ele me lançou um olhar esperançoso e eu soube que era a minha vez de cantar.

 

How long before you decide

Before I know what it feels like

 

Eu não cantava há muito tempo, e minha voz saiu fraca e baixinha em contraste com a de Chanyeol que havia sido forte e grave. Após cantar meu versinho, eu ri e parei de tocar, envergonhado. Foi então que Chanyeol assumiu o lugar diante do piano. Continuando a tocar e a cantar o resto da estrofe. Harmonizei meio sem jeito a minha voz a dele, esperando que ele entendesse o quão carregadas de significado estavam as minhas palavras.

 

Where to, where do I go,

If you never try, then you'll never know.

How long do I have to climb,

Up on the side of this mountain of mine.

 

Ninguém falou nada por alguns instantes.  O momento era de uma singeleza tamanha que qualquer ato poderia estragar. Eu só fiquei olhando pra Chanyeol, sorrindo enquanto ele sorria pra mim de volta. A beleza de Chanyeol era ao mesmo tempo simples e rara. Eu descobri naquela época o quanto gostava de ficar olhando pra ele. Nós dois ainda estávamos sentados no pequeno banquinho em frente ao piano quando ele se aproximou de mim e eu gelei. Esperei qualquer coisa, mas ele só disse:

- Vem Byun Baekhyun, vamos comer alguma coisa.

Deixamos o estúdio de Chanyeol, e novamente fiquei maravilhado com a grandeza da casa dele. Conseguia ser maior que a casa do Junmyeon! Passamos pelo corredor, e pude ver através das grandes janelas nas extremidades que agora chovia bastante. Descemos as escadas e eu me vi de novo no hall de entrada da casa. Dessa vez, Chanyeol me conduziu por um corredor largo à direita da porta de entrada e me vi dentro de uma ampla cozinha. Algumas senhoras trabalhavam lá. Não consegui decidir se havia ficado triste ou feliz em saber que não estávamos sozinhos.Uma das senhoras disse a Chanyeol:

- Fiz uns sanduíches, pra vocês, já ia chamar o Senhor.

- Ah, obrigada. – ele disse, educado e eu o segui fazendo uma reverência às duas senhoras.

- Senhor, será que haveria problema se fossemos pra casa agora? Antes que a chuva aperte – uma das duas mulheres disse à Chanyeol.

- Tudo bem!

- Como vocês vão sair nessa chuva? O transito deve estar horrível – Eu disse, preocupado.

- Elas moram dentro da propriedade Baekhyun – ele disse à mim e depois, se virando para as duas mulheres continuou –Vocês querem que eu as leve?

- Não, precisa, pode dar atenção ao seu amigo! – disse a mulher, sorrindo em minha direção, logo depois ela se virou para Chanyeol e disse - Ah, Chanie, o resto do pessoal já foi embora, ok?

Depois que as duas mulheres deixaram o local e eu soube que estávamos sozinhos, confesso que senti uns arrepios. A casa de Chanyeol era grande e agora à pouca luz ficava um tanto macabra. Eu naquela situação era um cordeirinho no matadouro. Nós dois comemos os sanduíches em total silencio, o que me incomodava bastante, então eu tentei iniciar uma conversa.

- Sua casa é grande né, Chanyeol...

- Morro de vontade de filmar um filme de terror aqui.

Eu costumava não acreditar nessas coisas de espíritos ou fantasmas, mas quase me borrei de medo, quando, depois da fala de Chanyeol e de um grande estrondo proveniente de um trovão a casa instantaneamente se tornou um completo breu.

- Faltou luz! – Chanyeol esclamou.

- Aparentemente sim - eu assenti sem sair do lugar.

Eu podia ver claramente Chanyeol ainda sentado à minha frente, porque ainda deviam ser umas quatro horas da tarde e mesmo que a chuva forte escurecesse o dia, ainda estava relativamente claro. Um clarão forte iluminou a cozinha onde estávamos e eu pude ver que havia uma pequena porta de vidro que separava o ambiente interno da casa do que parecia ser uma pequena varanda.

Me levantei e segui em direção à tal porta, e girei a fechadura metálica que havia nela, entrando em uma varanda que dava para os fundos da casa. De onde eu estava podia ver a pequena cerca que limitava a varanda e alguns degraus que estabeleciam a ligação do local onde eu estava, àquilo que devia ser o quintal da casa. Ao fim dos degraus havia um pátio amplo com algumas mesas e cadeiras de estilo provençal e mais ao fundo um brilho opaco e barulho dos pingos de chuva caindo sobre a água, denunciavam que havia uma piscina.

Me sentei nos poucos degraus da varanda e deixei o vento fresco me atingir em cheio! Ah, como eu amava os dias chuvosos! Silêncio. Olhei para trás e vi através do vidro da porta que Chanyeol não estava na cozinha, ou pelo menos não estava em nenhum ponto que eu conseguisse enxergar. Aproveitei então o silêncio. A quietude era sempre o menor caminho para a paz e a reflexão. Um silêncio tão raro! Eu estava feliz, talvez fosse pela chuva, talvez se devesse ao fato de eu e Chanyeol estarmos finalmente avançando com nosso trabalho, eu não conseguia dizer o porquê, mas de fato eu estava feliz.

- Então, Byun Baekhyun, você gosta de Coldplay né? – Chanyeol disse, entrando pela pequena varanda com seu violão nas costas e se sentando ao meu lado.

- Muito, Park Chanyeol.

Sem dizer nada ele apenas posicionou seu violão e começou a tocar a música. Percebi mesmo nas primeiras notas, que se tratava de Yellow. Lá estávamos nós dois, ouvindo a musica que Chanyeol tocava no violão, quando a chuva começou a se tornar mais forte a cada instante. O cheiro de terra molhada e o barulho forte dos pingos grossos de chuva caindo sob o telhado acima de nós dois me deixavam pensativo e nostálgico, e eu fui inundado por uma vontade louca que preferi ignorar. Olhei pra Chanyeol que encarava a chuva e cantava os primeiros versos da canção:

 

Look at the stars

Look how they shine for you

And everything you do

Yeah, they were all yellow

I came along

I wrote a song for you

And all the things you do

And it was called Yellow

 

 

 A música me motivava e então como um impulso me levantei devagar e saí de onde estávamos, indo até o centro daquilo que Chanyeol chamava de quintal. De olhos fechados, deixei que a chuva me molhasse. Comecei a sentir a musica tomar conta de mim e gritei. Gritei os versos daquela música que agora parecia ser parte da trilha sonora de nós dois. Comecei a movimentar meu corpo lentamente ao som da música que minutos depois vi que Chanyeol gritava os versos lá de varanda enquanto tocava as notas no violão.

 

So then I took my turn

Oh, what a thing to've done

And it was all yellow

 

 De relance vi que Chanyeol havia deixado o violão de lado na varanda para rapidamente se juntar a mim na chuva que se tornava cada vez mais forte, mas nós não nos desanimávamos. Dançávamos descontroladamente como dois malucos. Um trovão ecoou pelos céus e eu me assustei, pulando pra mais perto de Chanyeol que pegou minhas mãos me conduzindo em passos cada vez mais lentos. Ele soltou uma de minhas mãos e levou uma das suas ao meu cabelo, encharcado.

Nós dois paramos de nos movimentar por alguns segundos e eu fiquei olhando para o rosto de Chanyeol.  Ele era de uma beleza única e indescritível. Talvez fosse a música, talvez fosse a chuva, eu não sei. Algo me encorajou de tal forma que eu levei uma de minhas mãos até o rosto dele, primeiro só acariciei sua bochecha com os dedos enquanto ele me olhava, os olhos penetrantes e sinceros. Cantei os seguintes versos que agora, olhando para ele faziam mais sentido do que nunca:

Your skin

Oh, yeah, your skin and bones

Turn into something beautiful

 

Ele abriu os lábios e eu pensei que fosse dizer alguma coisa, mas nenhuma palavra foi dita. Não sei explicar o porquê, mas levei minha mão até a sua boca tracei seus lábios com um de meus dedos. Chanyeol se aproximou do meu rosto, ao mesmo tempo que um relâmpago iluminou o céu escuro. Aos poucos ele foi chegando cada vez mais perto de mim, de forma que eu já podia sentir sua respiração quente em meu rosto. Fechei meus olhos esperando que ele avançasse e me beijasse imediatamente, mas ele recitou os últimos versos de Yellow me fazendo tremer por dentro.

 

Do you know

You know I love you so?

You know I love you so?

 

Fechei meus olhos quando ele selou nossos lábios rapidamente, de forma doce e ainda assim contida em segundos que pareceram horas, um pequeno infinito que pertencia apenas a nós dois, para depois se distanciar outra vez mesmo que eu esperasse por mais contato. Eu abri meus olhos esperando por mais e ele apenas sorriu pra mim. O sorriso dele me fazia querer sorrir também. Antes que ele pudesse se reaproximar, eu espirrei estragando todo o momento. Chanyeol riu, dizendo:

- Melhor voltarmos pra dentro de casa, antes que você fique doente Byun Baekhyun.

Ele correu imediatamente de volta para casa, enquanto eu fiquei ali, deixando a chuva cair sobre mim, tentando processar aquilo que havia acabado de acontecer. Olhei para a varanda onde estávamos antes e vi que Chanyeol sorria pra mim, escorado em uma pilastra. Eu sorri junto e segui em passos lentos pra dentro de casa, e ouso dizer, para dentro do que seria a minha nova vida.

 


Notas Finais


AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH O QUE ACONTECEU DEPOISSSSSS?????????
OK PAREI!

Ai gente algumas coisas pra vocês: 1. Adoro o Chanyeol chamando o Baek de Byun Baekhyun.
2. LABAREDA
3. REFERENCIAS MUSICAAAAIS

Eu paticularmente gosto de escrever cenas fofas como essa do fim do capítulo e me esforço muito nelas, espero que vocês embarquem no contexto e curtam também.
Acaram que ia rolar chanbaekação né não? hahahaah ainda naaaao, mas tá quase!

Por favor, me digam o que vocês acharam deste capítulo tão aguardado (não)! Os comentários da fanfic alegram meus dias hahahaha então comentem, quanto mais comentários mais rapido sai o proximo! :D

E AÍ, O QUE VOCÊS ACHAM QUE ROLOU DEPOIS?

beijos, lut @baekonda


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