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História Lumière - Se aquele apartamento falasse


Escrita por: lunevile

Notas do Autor


Boa noite pessoal, como vão vocês? Essa semana foi um tanto corrida pra mim mas me esforcei para estar aqui hoje postando mais um capítulo pra vocês, e pra mim também porque eu surto bastante toda vez que leio cada capítulo.
Passamos dos 250 favoritos, uhuuu! Obrigada pessoal vocês são demais! É um pazer dividir essa história com vocês e ver que estão curtindo.

Ah, hoje tem uma surpresinha para os amantes de kaisoo!

Eu me esforcei bastante hein, esse capítulo tá cheio de coisa boa, espero que gostem!

Capítulo 7 - Se aquele apartamento falasse


Fanfic / Fanfiction Lumière - Se aquele apartamento falasse

Dormi relativamente bem aquela noite e acordei me sentindo revigorado. Me levantei um pouquinho de meu colchão e pude ver Chanyeol dormindo, sua expressão era tranquila e serena e ele não parecia aquele cara popular e falador de sempre, daquele ângulo ele parecia uma criança. De fato, ultimamente eu estava conhecendo o lado criança de Chanyeol, o lado sem máscaras, o lado mais humano, aquele que se sente envergonhado e confuso de vez em quando. Eu estava conhecendo um lado de Chanyeol que era muito mais parecido comigo do que eu poderia imaginar.

Ele se remexeu um pouco na cama e eu tive uma ideia genial: gravar um vídeo dele naquele momento, assim como ele havia feito comigo no dia anterior. Sorrateiramente peguei meu celular e comecei a gravar. Não tinha muita graça ficar gravando nada porque Chanyeol não se movimentava nem balbuciava palavras como eu havia feito quando fui filmado. Com uma mão continuei segurando o celular e com a outra tentei tocar seu rosto pra ver se assim ele fazia alguma coisa.

- Baekhyun, por favor, pare de filmar! Isso é tudo emoção por termos passado nossa primeira noite juntos? – Chanyeol falou com a voz ainda mais grave do que o normal, meio embargada de sono.

Fui no fundo do baú das músicas de amor buscar essa, que eu sabia que Chanyeol iria conhecer:

- É que eu prefiro estar aqui te perturbando, domingo de manhã... É que eu prefiro ouvir tua voz de sono...

- Caramba Baekhyun, essa musica é linda – Ele disse, virando as costas pra mim.

Eu, que estava de joelhos em minha cama improvisada, parei de gravar. Olhei em volta. O quarto de Chanyeol era amplo, e uma de suas paredes era constituída apenas de vidro o que fazia com que a claridade do sol invadisse o cômodo e lhe conferisse uma atmosfera intimista e aconchegante. A luz me fez lembrar das palavras ditas por Chanyeol na noite anterior:  je suis la lampe, tu est ma lumiere... Meu conhecimento da língua francesa era pouco porém suficiente para entender o que ele queria dizer com aquilo. Será que ele sabia o quão carregadas de significado aquelas palavras estavam? Seria mesmo essa a sua intenção ao me dizer aquilo? Ou será que ele estava com sono e disse meio que sem querer? De qualquer forma, ele havia dito e havia me dado muita coisa para pensar.

Chanyeol havia me chamado de luz sem saber que na verdade era ele a luz que nos últimos dias tinha iluminado minha vida. Eu era como uma folha em branco e Chanyeol o artista cuidadoso que estava me dando vida e cor. Será que ele sabia disso? Provavelmente não, e eu não me atreveria a dizer. Nos só havíamos nos tornado mais próximos nos últimos dias e se eu dissesse algo agora ele poderia me achar fácil ou desesperado.

Continuei explorando o quarto de Chanyeol com cuidado para que ele não acordasse de vez. Comecei por uma prateleira que ficava quase imediatamente a frente da cama onde estávamos. Era cheia de livros que variavam em tamanho, cores e assunto. Eu via ali os sete volumes de Harry Potter, mas havia também alguns livros sobre história e outros de romance como Querido John e A culpa é das Estrelas. Abaixo, haviam alguns CDS que comprovavam o gosto musical eclético e surpreendente de Chanyeol. Os títulos iam de Coldplay, passando por Justin Bieber, indo até Melanina Carioca.

Segui mais um pouco até chegar em um ponto mais distante da cama onde haviam alguns instrumentos: um teclado e um violão. Pensei que deveria ser ali que Chanyeol trabalhava em algumas de suas composições. Ver tudo aquilo estava de alguma forma me tornando mais ligado a Chanyeol.  Mais para o canto encontrei o que parecia ser um intrumento para observar as estrelas e pensei: Caramba, Chanyeol é mesmo original. Realmente aquele devia ser um lugar perfeito para se olhar as estrelas, ao menos se houvesse uma varanda... Mas havia uma!  Olhei para um outro lado e avistei uma pequena mesinha feita de vidro e percebi que havia alguma coisa em sua superfície. Ao me aproximar, percebi que eram fotografias reveladas. Me lembrei que Chanyeol havia dito que amava fotografar e aquele era um fato que tínhamos em comum porque eu também amava fotografia.

 Muito curioso, me aproximei para ver as fotografias e me sentei no chão para examina-las melhor. De fato, Chanyeol havia produzido imagens muito bonitas, que na hora pensei que podíamos usar em nosso trabalho, as imagens mostravam pessoas sorrindo, crianças tomando sorvete, um menino sentado em um banco qualquer... Ei, como Chanyeol tinha uma foto minha? Passei rapidamente as imagens e percebi que aquela não era a única imagem minha que Chanyeol guardava. Uma foto mostrava a minha pessoa sentada em minha cadeira habitual na sala de aula olhando vazio. Em outra eu lia um livro escorado no corremão de uma das escadas da faculdade... Eu não podia acreditar.

Chanyeol estava me observando há um bom tempo...

Ouvi um barulho e percebi que Chanyeol estava finalmente se levantando da cama e imediatamente larguei as fotografias em seu local de origem acima da pequena mesinha de vidro e voltei, meio desajeitado ao ponto do quarto onde meus poucos pertences estavam. Decidi que não perguntaria a ele sobre porque aquilo me deixou... envergonhado. Ou quem sabe, perturbado.

O resto da manhã passou voando. Minha mente estava totalmente ocupada com hipóteses e razões pelas quais Chanyeol poderia estar me fotografando há um tempo, e porque ele estava guardando essas imagens. O café da manhã vasto que toda a família de Chanyeol e eu compartilhamos estava realmente muito saboroso. A família de Chanyeol era como ele: sempre animada. Ao deixar a casa, fui cumprimentado com longos abraços por cada um deles, exceto por Chanyeol que já assumia seu lugar na labareda como de costume para me levar em casa.

A mãe de Chanyeol dispensou a mim várias palavras afetuosas e um pedido sincero para que eu voltasse a visita-los. Quando o pai e a irmã de Chanyeol entraram de volta na casa e ficamos apenas eu e sua mãe, ela me disse baixinho quase em segredo:

- Obrigada, Baekhyun. Por deixar meu filho com esse brilho nos olhos.

- Eu.. – Não consegui estruturar frase alguma.

- Ele se sente muito sozinho apesar de não demonstrar. Tudo que ele mais precisava era um amigo assim como você. – Ela disse colocando as mãos em meus ombros, dando leves tapinhas.

Chanyeol? Precisando de amigos? Será que ela estava falando do mesmo Chanyeol que eu conhecia das aulas? Acredito que não. Ela falava do Chanyeol real, aquele que poucos tinham o prazer de conhecer.

Desta vez, antes de montar na labareda, eu lancei a Chanyeol um sorrisinho que em minha mente devia transparecer certa malícia, mas como sempre minha tentativa de ser sexy deve ter dado errado porque Chanyeol riu dizendo:

- Você é tão fofo Baekhyun.

- Por favor, não se apaixone por mim, eu sou irresistível mas...

- Tarde demais.

Chanyeol era mesmo um maluco. Como ele diz uma coisa dessas assim completamente do nada? Minhas pernas falharam e eu peguei imediatamente o capacete que se encontrava em cima do acento traseiro da moto, coloquei em minha cabeça e fiquei quieto sem reação. Um dos meus maiores problemas era esse: eu sabia que aquela era uma deixa pra agarrar Chanyeol, mas eu não tinha coragem! Eu nunca sabia o que fazer.

Meu guia apenas riu ao dar partida na moto e em segundo nós dois estávamos em alta velocidade. Ah, eu estava com saudades da Labareda! Descemos pela vasta propriedade de Chanyeol que agora à luz de um fraco sol matinal era muito similar ao cenário de um filme. Como habitual nos domingos de manhã haviam poucas pessoas nas ruas e Chanyeol não correu muito em alguns pontos do pequeno trajeto, me fazendo sentir as nuances entre o vento forte batendo em meu rosto e depois a calmaria de estar apoiado as costas dele.

Quando ele virou a esquina e eu vi ao longe o prédio onde eu e Kyungsoo morávamos, me senti extremamente feliz. Ter estado na casa de Chanyeol havia sido ótimo, muitas coisas haviam acontecido, mas, eu estava com saudade da minha casinha, da minha cama, das minhas coisas. Ainda estávamos em movimento, entrando na pequena rua, quando eu cantarolei alto:

- Lar, doce lar!

 

***

 

Eu não precisei pedir para que Chanyeol me seguisse pelas escadas até a porta do meu apartamento. Talvez aquela fosse uma ótima oportunidade para que algumas coisas acontecessem entre nós dois, quem sabe? Girei a chave enquanto encarava Chanyeol a centímetros de mim. Nós sorríamos quando eu abri a porta, e demoramos a nos dar conta da cena a nossa frente.

Kyungsoo estava sentado no sofá, mas eu não conseguia ver seu rosto, de onde eu e Chanyeol estávamos tudo que conseguíamos ver eram as costas de Jongin, que no colo de Kyungsoo se movimentava pra cima e para baixo, lentamente.  Fiz sinal para Chanyeol para que nos escondêssemos um pouco atrás da estante que ficava a direita da entrada do apartamento para que assim eles não nos vissem, pois queria assustá-los no momento certo. Dali eu via Jongin segurar com força os braços de Kyungsoo e suas unhas deixavam algumas marcas na pele alva de meu amigo. Em resposta, o outro segurava seus quadris com força para estocá-lo com vontade, elevando seu corpo ao mesmo tempo que lhe conferia alguns chupões pelo pescoço com maestria. Os dois grunhiam em conjunto.

Kyungsoo fez um movimento rápido e com as mãos ainda na cintura de Jongin girou o corpo do maior para deita-lo no sofá e então, com um pé sobre o sofá e o outro sobre o chão da sala, pareceu aumentar a força de suas estocadas de forma que o corpo de Jongin vibrava em movimentos cada vez mais rápidos. Os gemidos altos das vozes másculas tomaram conta do apartamento. Jongin tinha uma das mãos massageando o próprio membro com rapidez enquanto gemia o nome de Kyungsoo. O menor, com os olhos e dentes semicerrados começou a se movimentar de encontro ao corpo de Jongin de forma mais lenta, sorrindo para o outro, para logo depois voltar ao ritmo rápido e louco de antes.

O som que se ouvia era um misto de gemidos dos dois e o barulho produzido pelo choque do corpo de Kyungsoo contra o de Jongin cada vez mais rápido. Ouvi Kyungsoo murmurar algumas palavras a Jongin, mas não consegui entender. Kyungsoo levou uma de suas mãos até o membro de Jongin para massagea-lo na mesma velocidade em que estocava o outro.

Não demorou muito para que Jongin gozasse atingindo Kyungsoo que riu em resposta. Seus olhos, que eram de um brilho malicioso desciam percorrendo o peitoral nu de Jongin e ele mordia os lábios, provavelmente maravilhado com a visão. Kyungsoo gemeu alto e eu conclui que tivesse chegado ao ápice, e de fato, não demorou muito para que Jongin também desabasse exausto.

Algo me fez lembrar de onde eu estava e me senti estranho porque parte de mim queria que continuassem. Olhei para Chanyeol que encarava a cena com os olhos um tanto turvos, mordendo os lábios. Devíamos nos sentir mal por ficar observando aquilo daquela forma? Chanyeol mordia levemente os lábios e confesso que aquilo tudo, mesmo que sendo apenas minutos me deitou um tanto excitado. Jongin se levantou sem jeito, ainda sem nos ver, e caiu em um canto do sofá, com a cabeça no peito de Kyungsoo. Fiz uma nota mental naquele momento: Devia me lembrar de perguntar a Kyungsoo se ele estava malhando. Peguei uma almofada que descansava no chão da sala e olhei para Chanyeol esperando que ele entendesse com seu poder de ler a mente o que eu planejava. E ele pareceu ter entendido mesmo. Cada um de nós pegou uma almofada e de súbito começamos a bater nos outros dois que se encontravam ainda entrelaçados, mas caídos de cansaço.

Os olhos de Kyungsoo se arregalaram como nunca antes eu havia visto.

- Caramba, foi mal – ele gritou gesticulando com as mãos.

Ele se levantou bruscamente tentando cobrir seu corpo com um lençol fino que estava sobre o sofá, e correr para o quarto. Já Jongin, que parecia não ter problemas com a nudez, apenas se esticou mais no sofá, e se ficou de bruços, com a bunda virada pra mim e Chanyeol. Chanyeol educadamente usou a almofada em suas mãos para gentilmente tapar o traseiro de Jongin, que parecia já estar dormindo.

Chanyeol e eu nos encaramos por alguns instantes antes de começar a rir alto, e nos sentarmos no chão com as costas na parede.

- Que loucura – Chanyeol disse, ainda respirando pesado.

- Vou te dizer que não é a primeira vez que eu pego uma cena dessas, ta?

Realmente essa não era a primeira vez que eu pegava os dois em uma cena tão íntima e eu tinha plena certeza de que não seria a ultima também.

- O Jongin, eu não imaginava... Será que o Kyungsoo vai se sentir sem graça? – Chanyeol sorria ao me perguntar.

- Não, acredite. Ele e Jongin são bem , hm, liberais eu diria. – Se eu contasse a Chanyeol as coisas que eu já havia presenciado naquele apartamento, talvez ele não acreditasse.

- Você é liberal Byun Baekhyun?

- Você não imagina o quanto.

Eu juntei toda a coragem que eu possuía dentro do meu corpinho pequeno e magricela, pra fazer o que tentei fazer a seguir. Me aproximei de Chanyeol decidido a beija-lo. Ele deixou seus lábios meio abertos, me encarando com um olhar malicioso e eu entendi que aquele era um sinal para avançar. As mãos dele seguraram forte as minhas costas e eu pensei que ia morrer naquele instante. Me aproximei mais ainda de Chanyeol, as batidas de meu coração eram tão rápidas e tão fortes que me perguntei se Chanyeol conseguiria ouvi-las. Não tinha volta. Avancei milimetricamente em direção a boca de Chanyeol e...

- Hã, Baekhyun! – Kyungsoo me chamou, pigarreando alto.

Minha coragem toda se foi pelo ralo né? Sim ou com certeza? Olhei pra Chanyeol com um olhar descontente como um pedido de desculpa. Ele, surpreendentemente manteve a pegada forte em minhas costas e eu não ousei me mexer.

- Byun Baekhyun da Silva! – Kyungsoo chamou alto.

Chanyeol sorriu e abaixou a cabeça ainda sorrindo. Eu segurei seu queixo com uma das mãos e só sorri pra ele, dizendo:

- Eu volto!

E em resposta ele disse:

- Continuamos de onde paramos então.

Sempre achei a coisa mais besta do mundo as pessoas falarem que sentiam borboletas no estômago, até aquele momento quando essa metáfora definiu exatamente o que eu senti. Kyungsoo seguiu para seu quarto e eu o segui feliz feito uma gazela saltitante. Quando eu entrei pela porta ele imediatamente a trancou. Depois, sentou na cama a minha frente.

- Você deu! – Ele disparou.

- Não. Kyungsoo! Para, ele vai ouvir! – Eu tentei dizer, em um tom mais baixo.

- Dane-se, eu sei que você deu!

- Eu não dei nada não, você ta louco? – Eu disse, ao mesmo tempo que me sentava ao lado dele na cama,

- Bom, você ta com cara de que deu. – Ele insistiu.

- Foi só um beijo. – Retruquei um pouco descontente.

- Baekhyun, beijo não mata a fome de ninguém.

- É eu vi... – Eu disse me lembrando da cena que havia presenciado há pouco.

- Tu viu minha performance maravilhosa né? – Ele disse, se gabando como se merecesse um prêmio.

- Kyungsoo, você não existe!

- Bem, se você não quer contar as coisas direito pra mim, talvez conte pro Junma.

- O quê? – Perguntei assustado.

- Eu contei a ele as novidades, e ele vem almoçar aqui... Disse que traria até um convidado.

Junmyeon não possuía dividas como o micão, mas mesmo assim ele não parava de pagar. Ele conseguia ser um ser mais micoso do que eu. A imagem de todos nós juntos me dava a sensação de que eu pagaria muitos micos e que meus amigos me meteriam em várias situações constrangedoras. Para agravar a situação, ele vinha acompanhado e eu apostava a minha coleção de livros que era Chen que vinha com ele. É, as coisas iriam esquentar nas próximas horas.

Jongin ainda dormia nu no sofá quando saímos do quarto enquanto Chanyeol passava os dedos nos livros que mantínhamos em nossa pequena estante. Não demorou muito para que o interfone tocasse e Junmyeon anunciasse que estava subindo. Ouvimos umas batidas na porta, mas nem foi preciso abrir. Aporta estava destrancada e Junmyeon entrou pela sala aos berros:

- Então quer dizer que você deu pro Chanyeol, viada!

Jongin, que dormia, acordou. Chanyeol que lia um livro despertou de sua leitura atônito. Kyungsoo que havia vindo até a porta recepcionar o visitante, deu meia volta para a cozinha e Junmyeon quando percebeu que Chanyeol estava no apartamento ficou sorrindo pra ele e pra mim com cara de tacho enquanto sussurrava desculpas. Desejei ser engolido pelo chão. Com amigos como Junmyeon, quem precisaria de inimigos? Um silêncio constrangedor tomou conta do apartamento, e o primeiro a falar foi o Chen, que surgiu de traz de Junmyeon segurando uma sacola dizendo:

- Eu trouxe uns pães pra alegrar o dia.

Chanyeol tossiu alto e Jongin se levantou do sofá, como veio ao mundo, sem vergonha nenhuma, atravessou o apartamento em direção ao quarto de Kyungsoo. Novamente, foi Chen quem quebrou o silêncio:

- Era pra ta pelado? Porque ninguém me avisou?

Junmyeon não esperou nada, me arrastou para dentro de meu quarto assim que teve chance, sendo seguido por Kyungsoo. Eles queriam respostas e eu estava até ansioso para falar do beijo, porém meio receoso de que a conversa tomasse um rumo diferente, me fazendo falar de coisas sobre as quais eu ainda tinha dúvidas e inseguranças.

Desta vez eu me sentei em minha cama enquanto os outros dois ficaram em pé, próximos a porta me encarando, deviam ter escolhido aquele local para impedir que eu fugisse.

- Bem... – eu comecei a dizer, ainda escolhendo as palavras.

- Você deu. Agora nos conte como foi. – Junmyeon constatou.

- Junma eu não fiz isso, ta legal? Eu hein, vocês são malucos!

- Como assim você perdeu uma chance dessas, Baekhyun?

- Conta logo. – Kyungsoo disse, querendo que eu me apressasse.

- A gente só se beijou. – Eu disse tristonho.

- Detalhes, Baekhyun, eu trabalho com detalhes.

- Como vocês sabem, faltou luz em toda a cidade, certo? Quando isso aconteceu, eu e Chanyeol estávamos na cozinha da casa dele e bem, algumas coisas tinham acontecido antes que fizeram o clima ficar propenso à uma coisa como um beijo.

- Baek, eu não to entendendo, nada. – Kyungsoo disse confuso.

- Chanyeol me mostrou o estúdio de música dele e nós tocamos a nossa música...

- E ai você deu?

- Pelo amor de Deus, Junma. Para de falar essa palavra.

- Vocês tem uma música? – Kyungsoo perguntou curioso enquanto Junmyeon sacudia as mãos em frente ao próprio rosto como se estivesse se abanando;

- É só uma música que nós dois gostamos.

- Explica direito, Baekhyun.

- Vou explicar! Só não usem a palavra com a letra d, ok? E não me interrompam também...

Contei tudo a eles, desde Chanyeol cantando a letra de Speed of Sound aos berros na labareda, falei de ele ter me acordado no dia anterior, falei das conversas que tivemos na casa dele e de nosso beijo ao som de Yellow. Contar do beijo aos meus amigos foi como reviver tudo novamente e, sentir o toque de Chanyeol, mesmo que apenas em pensamento era muito prazeroso.

Pensei em contar a eles sobre “je suis la lampe e tu est ma lumiere” mas algo dentro de mim dizia que aquilo era parte de uma história íntima só minha e de Chanyeol e eu ainda não sabia que rumos ela tomaria. Também não contei a eles sobre as fotos, porque este era outro fato que eu queria guardar só pra mim pelo menos por enquanto. Narrei os fatos que aconteceram até o momento em que abri a porta do apartamento e dei de cara com Jongin e Kyungsoo praticando o coito.

- Você podia ter omitido essa parte, né? – Kyungsoo disse, sem jeito.

- Ah amigo, relaxa, todo mundo faz isso. – Junmyeon disse tentando tranquiliza-lo.

- Menos o Baekhyun! – Kyungsoo respondeu e os dois riram alto.

- Nossa, muito engraçado! Rá! – Eu disse irônico.

- Mas eu vi vocês dois quase se beijando hoje ali no chão da sala, Baek. – Kyungsoo disse com os olhos maliciosos.

– Você disse bem, quase. Quase se beijando! Você atrapalhou tudo.

– Eu estava curioso, ué.

- Por falar em beijo, eu tenho um presentinho pra você Baek – Junmyeon disse me estendendo um pacotinho minúsculo que ele trazia no bolso.

O embrulho continha um pequeno frasco com um liquido avermelhado dentro. Lancei o embrulho sobre a cama e fiquei segurando o vidrinho. Eu o girei em minha mão e pude perceber que haviam letras em vermelho escuro especificando o nome do produto: Sweet Kiss. Abaixo do nome eu podia ler letras menores que indicavam que o liquido misterioso era do sabor morango.

- Junmyeon, o que é isso?

- Ah, eu achei que você tinha desencalhado, então comprei isso. É só uma lembrancinha! É bala só que em spray.

Retirei a tampa do pequeno frasco e dei algumas borrifadas na boca, o gosto era bom, ao mesmo tempo doce e ardiloso, refrescante como uma bala de menta só que de morango. Achei engraçado, mas de toda forma apreciei o gesto de cuidado de meu amigo e guardei o vidrinho no bolso. Quem sabe, fosse útil, né?

Saímos do quatro antes que os outros três caras no apartamento desconfiassem que estávamos fofocando. Kyungsoo deu a cada um de nós algumas tarefas para que almoço saísse mais rápido, mas mesmo assim, enquanto preparávamos a refeição Chanyeol reclamava de fome a cada 10 minutos.

Aquele foi um domingo muito legal. Almoçamos na pequena sala, falando de várias coisas ao mesmo tempo e rindo bastante. Eu queria continuar com Chanyeol do ponto em que havíamos parado, mas algo sempre nos impedia, a casa estava muito movimentada e nós não conseguíamos tempo pra ficarmos a sós.

 

***

 

Algum tempo após o almoço, todos nós nos sentamos na sala pra conversar e Chanyeol e eu decidimos que aquele seria um bom momento para falar do que iríamos propor em nosso trabalho.

- Nosso projeto vai falar de liberdade, de impulso, de vontade, de vida...

- Mas é poeta esse Chanyeol, né não? – Chen disse com um sorriso largo.

- Nós vamos falar sobre o que nos move a continuar vivendo. – Eu expliquei.

- Por exemplo – Chanyeol começou a dizer - o que me move é a música, é a criação, é a velocidade da labareda e dos meus pensamentos... é a vontade que tenho de transformar o mundo e de tocar as pessoas com o meu trabalho, sabe? É o amor...

- Que lindo isso, Chanyeol... – Jongin disse.

- Vou te contar o que me move: Suchen! Suchen minha magrela e Suchen, o amor. Myeonmyeonzinho me tira dos eixos... Em cima da moto a adrenalina é mil, meu coração acelera e me sinto livre, mas com o Myeonmyeonzinho eu sinto isso tudo só que sem tirar os pés do chão... – Chen disse, olhando pra Junmyeon enquanto acariciava suas mãos.

- Nossa, Dae... Obrigado. – Junmyeon disse em resposta levando as mãos ao rosto de seu companheiro lhe dando um beijinho rápido.

- E aí, casal hein? – Kyungsoo disse e todos riram, enquanto Junmyeon fingia estar envergonhado e Chen nos mandava beijos.

- O que me move? É estar nos bastidores, e criar e dirigir histórias, é conta-las ao mundo. O que me move é aquela sensação de medo e excitação que eu senti aquele dia que você quis me ensinar a andar de moto... são muitas coisas. – Junmyeon terminou sua fala com os olhos baixos brincando com um copo em suas mãos.

- Pode ser eu? – Kyungsoo perguntou antes de seguir com sua resposta. - Bem, o que me move? Acho que é a descoberta! É o novo e o desconhecido, é sair por aí atrás de novidades. O que me move é descobrir a história das pessoas, de seus sentimentos... Eu não sei...

- Eu sei bem o que me move! É a arte e sua manifestação em de toda forma, é a música é a dança... é ser artista, é deixar tudo isso borbulhar em mim e tocar as pessoas com a minha dança... é levar alegria aonde só há choro, e fazer sorrir aquele que vive amargurado!

- Nossa Jongin. – Kyungsoo disse, sorrindo pro outro a sua frente.

- O trabalho de vocês tá super legal em comparação com o meu.

- O que você vai fazer Junma? – Eu perguntei interessado. Junmyeon não havia dito nada sobre seu trabalho até o momento e eu estava mesmo muito curioso.

- Minha dupla é a Yoona né... aí vocês já sabem, vamos falar da industria da moda em ascensão em nosso país.

- E como vocês estão fazendo isso?

- Eu sei lá, eu dei o dinheiro e ela se vira...

- Baekhyun – Chanyeol chamou.

- O que?

- Você não disse o que te move...

- O que me move? Eu não sei. Acho que nada...

Todos na pequena sala esperavam uma resposta minha, mas ela não veio. Eu não sabia mesmo o que movia a minha vida apesar de ter uma ligeira desconfiança. Falar isso era como ter que me confrontar com algo que me amedrontava: aquele sentimento por Park Chanyeol que cada dia ficava maior.

Depois que viram que eu não responderia a pergunta, todo mundo ficou quieto e o clima ficou meio tenso. Chanyeol falou do amor e eu tinha certeza que esperava que eu dissesse o mesmo, mais do que qualquer outro ali, ele esperava uma resposta e eu sabia que dependendo do que eu dissesse eu saberia do futuro de minha relação com ele. É claro que eu queria dizer que meus sentimentos por Chanyeol me moviam, porque realmente isso acontecia, mesmo que ao contrario de Chanyeol eu não desse nome ao que estava sentindo. Eu só não queria falar disso ali naquele momento na frente de todos. Não é que eu tivesse vergonha ou algo do tipo, mas eu preferia dizer essas coisas quando estivéssemos só nos dois.

Pela forma como Chanyeol ficou, pareceu que aquela era a minha única chance de me declarar pra ele e eu havia perdido. Ele ficou um tanto aéreo depois do acontecido e eu fiquei pensando: Será mesmo que é por minha causa? Será que eu tenho esse poder sobre Chanyeol?

O final de semana havia sido intenso demais. Os dias foram poucos mais os pensamentos e os sentimentos foram muitos. Como pode um sentimento nascer assim do nada dentro de mim? Acho que na verdade um sentimento forte por Chanyeol sempre esteve ali dentro de mim, eu só não sabia lidar com ele e por isso transformava em ódio um sentimento que tinha tudo para ser bom.

Ao mesmo tempo que me sentia inseguro e com medo da rapidez com que as coisas estavam acontecendo eu me lembrava das palavras de Chanyeol quando ele havia me chamado de covarde. Eu não queria ser covarde. Nesse aspecto eu queria ser como ele, do tipo que vive intensamente e que não se arrepende de nada. A minha vontade no momento era me entregar aquele sentimento que estava tomando conta de mim tão rápido. Eu deveria arriscar?

 

***

 

Eu sei que eu deveria ter dito ou feito alguma coisa pra me despedir de Chanyeol, mas não consegui dizer nada além de um mísero tchau. Eu sei que ele também estava esperando algo de mim porque ficou me olhando com os olhos cheios de expectativas. Vendo que eu não faria nada, Chanyeol sumiu no corredor em direção às escadas que levariam ao térreo.

Me senti um inútil e mil coisas passaram pela minha cabeça. Eu tinha medo que Chanyeol achasse que eu não correspondia, mas o que fazer? Agora não havia muito a ser feito, visto que já estava de partida. Ainda com a mão na maçaneta da porta, me virei para os outros quatro caras que me observavam no sofá.

- O que você ta esperando? – Junmyeon disse com um olhar que me transmitia confiança.

- Vai lá! – Jongin completou.

- Voa Brabuleta! – Chen disse, e apesar de não entender muito bem, eu apreciei seu gesto, afinal o que vale é a intenção, certo?

- Que a força esteja com você! – Kyungsoo disse por último, dando a deixa final e o pouco de coragem que eu precisava para fazer o que fiz.

Era Chanyeol, ele era a reposta.

Corri pelos corredores e os três lances de escada necessários para chegar à rua, desejando que Chanyeol ainda não tivesse dado partida na labareda. Eu corri como em poucas vezes na minha vida. Ao chegar no portão do prédio percebi que Chanyeol já estava montado em sua moto faltando apenas colocar o capacete para partir. Era a minha chance. Tateei meu bolso a procura do presente inusitado de Junmyeon e o encontrando, dei boas borrifadas em minha boca.

- Chanyeol! – Gritei, tentando impedir que ele fosse embora.

Ele ficou me olhando ainda sem entender enquanto eu me aproximava dele respirando fundo. Me coloquei em pé na sua frente, ele tinha as duas mãos no guidão da motocicleta mas, quando me viu, deixou-as pender na lateral de seu corpo. Mesmo estando sentado, o rosto de Chanyeol estava praticamente à mesma altura que o meu.

Reuni todas as minhas forças para aquele que penso ser até hoje um dos maiores atos de coragem de minha vida. Segurei o rosto de Chanyeol com leveza e me deixei perder em seus olhos escuros. Ele havia me ganhado, com certeza. Baconzitos iria mesmo pagar por sua língua afiada. Aproximei meu rosto ao dele e fechei os olhos me deixando sentir sua respiração quente em meu rosto, abri os bem devagar e ele estava ali, para mim.

- É você, Chanyeol. Eu posso ir a qualquer lugar e escolher qualquer direção, mas é você. É você que me move.

Dizendo isso, pressionei meus lábios contra os dele de forma leve e um tanto demorada. Antes que ele desse continuidade ao beijo, ainda que de olhos fechados senti seus lábios se abrirem em um grande sorriso. Não demorou muito para que ele pausasse seus lábios sobre os meus, os sugando delicadamente. Abri meus lábios devagar e senti sua língua deslizar ao encontro da minha, Chnayeol tinha gosto de bala de menta, eu gostava disso. Ainda sentado sobre a moto, ele puxou meu corpo para mais próximo do dele em uma atitude que demonstrava seu anseio por mais contato, ele me prendeu em seus braços e eu desmanchei. Levei minhas mãos até seus ombros largos e depois deixei que passeassem e brincassem com os fios de seus cabelos. Aquele não foi um beijo qualquer, aquele foi um beijo de entrega, e eu esperava que ele entendesse isso. Eu não queria que aquele beijo terminasse, nossas línguas criavam um ritmo leve, mas que também era intenso e até mesmo brincalhão.  

- Você tem gosto de morango, Baekhyun.

- É eu sei.

De fato, todas as cenas românticas que eu e Chanyeol compartilhávamos pareciam ter sempre sido escritas por um poeta, porque assim como no ultimo beijo, tudo contribuiu para criar o momento perfeito. O sol já se punha e eu fiquei ali, olhando esse momento tão belo do dia, ao mesmo tempo que repousei minha cabeça nos ombros dele, até hoje meu maior porto seguro. Tudo havia sido perfeito.

- Pega fogo, cabaré! – Ouvimos Chen gritar lá de cima, os quatro deviam estar espiando, óbvio.

Mas eu nem Chanyeol não nos preocuparíamos com mais ninguém naquele momento além de nós dois.


Notas Finais


AHHHHHHHHHHHHH gente! MEU PRIMEIRO LEMON...... gosto de kyung seme, mas pode deixar que eles revezam!

Sobre Chanbaek: agora o negócio vai finalmente, mas tá bonitinho de ver eles com esse amorzinho todo!
E sobre Kaisoo: EU NUNCA NA VIDA TINHA ESCRITO UM LEMON MAS EU ME ESFORCEI, ESPERO QUE TENHA FICADO RAZOÁVEL.

Estou pensando em taguear a fanfic com kaisoo também <3 hahaha

Chanyeol tem fotos do Baek? AI MEU CORAÇÃO! Isso vai dar o que falar hein!

Beijos pessoal, até sábado que vem!
lut @baekonda


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