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História Lumière - Chanbaek?


Escrita por: lunevile

Notas do Autor


Olá! Olha quem tá aqui!
Eu, super nervosa porque acabei de perder cinquenta reais na rua, nossa que raiva! Vocês bem que podiam me fazer doações né, como um fundo de apoio ao escritor de fanfics!

Passamos dos 300 favs e isso me deixou super feliz, sério! Eu a principio nem queria compartilhar essa história achando que ninguém fosse ler, então muito obrigada pelos favs e comentários! são muito importantes pra mim. Continuem amando lumi!

Esse capítulo tem algumas coisas que talvez vocês curtam, e depois dele as coisas vao acelerar! Espero que gostem e não me matem!

Capítulo 8 - Chanbaek?


Fanfic / Fanfiction Lumière - Chanbaek?

A segunda feira chegava trazendo com ela toda a expectativa que uma nova semana carregava, só que com um porém: eu e Chanyeol estávamos juntos agora. É, juntos! A velocidade das coisas te assusta? Porque à mim assustou bastante. Quer dizer, na semana passada eu estava correndo atrás das desculpas dele e agora acordava com uma mensagem dele dizendo bom dia. O fato mais engraçado era que eu já não conseguia mais imaginar minha vida sem ele.

Outro aspecto que me deixava bem animado para a semana era que eu e Chanyeol havíamos finalmente encontrado um caminho para nossa pesquisa e agora iríamos efetivamente começar a coletar dados para nosso filme, ou seja, esse era o momento de ir atrás das pessoas perguntando o que de fato as move. Estávamos orgulhosos porque falaríamos de vidas, de sentimentos, de coisas que inspiram, e esperávamos que nosso trabalho inspirasse as pessoas.

Pensei nessas questões durante o restinho de domingo e acordei pensando nelas. De fato, encontrar o que te move não é algo fácil, demanda tempo, demanda cuidado e um olhar atento a si mesmo, um exercício de auto conhecimento que poucos fazem ou estão dispostos a fazer. E a dificuldade às vezes não está exatamente em encontrar a tal motivação e sim às vezes descobrir que não há nenhuma... Muita gente vive sem uma motivação, não porque escolheu assim, e sim porque a vida criou circunstâncias que a fizeram desse jeito. Nesse sentido, eu esperava que nosso trabalho ajudasse essas pessoas nessa jornada em busca do que as move, porque de que vale qualquer conhecimento adquirido na faculdade se ele não potencializar o bem mais valioso que todos temos, a vida?

Combinamos ainda no domingo que filmaríamos as respostas de nossos amigos porque agora éramos um clube, Sim, um clube. Eu e Kyungsoo sempre vivemos bem sozinhos, nossa amizade já passava de uma década e meia e nós nos conhecíamos o suficiente para depender um do outro sentimentalmente, éramos como Batman e Robin, e apenas nesse caso, eu aceitava ser o Robin, porque Kyungsoo tinha muito mais pose de Batman do que eu. Quando conheci o Junmyeon, há alguns meses, no inicio de meus estudos ele logo se tornou um amparo pra mim naquela selva de abutres que eu chamava de sala de aula, porque sempre fazíamos piadas sobre os outros alunos e tivemos uma espécie de conexão. Um nerd reconhece o outro, certo? Por isso, o Junma começou a passar um tempo comigo fora das aulas e uma amizade nasceu forte e rápida, então eu o apresentei o Kyungsoo e nós nos transformamos nos três mosqueteiros. Na mesma época, Kyungsoo conseguiu um trabalho de meio período em um museu de arte moderna da cidade, e ali conheceu o Jongin. Lembro que na época não fui com a cara dele porque artistas sempre parecem metidos demais e ele usava um nome artístico que me fazia rir: Kai. Quem em sã consciência escolhe um nome assim? Posso dizer que com esse nome, tudo que aconteceu foi que ele Kaiu no meu conceito. Entenderam a piada? Ruim né? Foi mal. Depois, Jongin mostrou seu lado doce e cuidadoso, sempre carinhoso com o Kyungsoo e eu aprendi a gostar dele. Eu tinha que gostar de qualquer forma porque agora ele não parecia sair lá de casa.

Os últimos fatos haviam feito com que mais dois se juntassem ao nosso clube de quatro integrantes. Agora éramos o clube dos seis. Chen (que eu ainda não conseguia chamar de Jongdae) era a animação em pessoa, e sempre guardava uma piadinha na manga para quebrar o gelo. Suas piadinhas também eram responsáveis por momentos constrangedores, mas eu havia me afeiçoado a ele e ao seu jeito livre. Por ultimo havia ele, aquele que ocupava meus pensamentos durante as vinte e quatro horas dos últimos dias, que era a razão daquele sorriso bobo que eu dei antes de dormir, sozinho, lembrando de nosso beijo. Aquele que era a razão de uma sensação de frio na barriga que agora me era constante. Aquele que agora me encarava no portão da faculdade, sorrindo ainda montado em sua moto, fazendo meu corpo todo tremer. Aquilo era bom.

Quando me aproximei dele, ele desceu da labareda e veio até mim me dando um beijo leve nos lábios. E ele fez isso na frente de todo mundo! Eu devo ter ficado vermelho porque senti meu rosto queimar de vergonha.

- Tá vermelha, princesa? – Chanyeol disse aos risos, me provocando e me fazendo lembrar do dia em que havia sorteado o nome dele.

- Cala a boca, Chanyeol. – Eu disse, fingindo raiva.

- Vocês dois vão para um quarto por favor.

A fala de Kyungsoo havia sido no tom de brincadeira eu sei, mas havia me tirado dos eixos com certeza. Se Chanyeol resolvesse me levar para um quarto ali naquele momento, o que eu faria? Eu nunca tinha feito aquelas coisas com ninguém. Eu só havia tido uma namorada na vida, e isso havia sido à muito tempo. Com Chanyeol, seria diferente óbvio e é claro, eu queria experimentar, mas isso me deixava com medo. Algumas partes do meu corpo ainda eram inexploradas e parte de mim queria manter isso por algum tempo.

- Baekhyun! – ouvi Kyungsoo chamar, ao mesmo tempo que me sacudia.

Eu tinha essas manias, de vez em sempre ficava preso em meus devaneios e custava voltar à realidade. Com a chegada de Chanyeol em minha vida esses momentos em transe haviam se tornado mais frequentes... é talvez eu devesse procurar ajuda porque daquela vez, meu cérebro ainda não estava totalmente sintonizado com a conversa dos outros dois, e quando Kyungsoo movimentou seus lábios e me olhou com uma expressão de quem interroga, eu no meu mais louco devaneio, respondi com a boca aberta e o pensamento longe, parecendo um doente:

- Virgem!

Nossa Baekhyun, parabéns! O Oscar do micão já é seu.

- O que? – Chanyeol perguntou rindo.

- Baekhyun, você ta bem? Eu acabei de perguntar se você vai almoçar comigo. – Kyungsoo falou, me informando sobre o assunto da conversa.

- Ah, ta, eu vou. – Respondi ainda aéreo.

Um dia eu ia me ferrar feio por conta dessa desatenção toda.

- Baekhyun você é de virgem? Eu sou de Sagitário! – Chanyeol disse, e eu fiz uma anotação mental: calcular nossa compatibilidade com base nos signos.

- Na verdade eu sou de Touro.

- Touro e Sagitário combinam? – Chanyeol colocou em palavras exatamente o que eu estava pensando.

- Eu não acredito em signos, meu caro. Eu acredito no amor.

Um oferecimento Byun Baekhyun Lispector.

- Nossa Baekhyun, isso foi tão profundo que deve ter encontrado petróleo. – Kyungsoo falou, fingindo nojo.

- Touro? – Chanyeol perguntou pensativo. - Se estamos em abril... seu aniversário está próximo então?

- Meu aniversário é dia 6 de maio... – eu disse sorrindo pra ele, e me sentindo importante por ele ter perguntado.

- É, eu já sabia! Olhei no seu facebook!

Chanyeol estendeu seu celular pra mim e o visor mostrava a minha página da rede social. Merda, ele estava me stalkeando e de fato, meu aniversário estava chegando. Mais um ano de vida fabulosa estava se findando para que um novo começo florescesse. A chegada repentina e avassaladora de Chanyeol em minha vida fazia germinar em mim um sentimento de esperança de muitas surpresas.

Kyungsoo se despediu de nós dois, e nós então seguimos para o nosso prédio de aulas. Era estranho estar ali com Chanyeol depois de tudo que havia acontecido. Chanyeol parecia outro, aquela sala de aula parecia outra, e eu tinha certeza que ele havia me transformado em outro Baekhyun, o Baekhyun do Chanyeol.

A sala ainda estava um tanto vazia e eu me encaminhei para o meu lugar de sempre, mais para o fundo no lado direito e nem me dei conta de que Chanyeol estava me seguindo. Ao invés de se sentar em seu local habitual, no outro extremo da classe, Chanyeol repousou sua mochila em uma carteira ao lado da minha. É, tudo estava diferente agora, e eu secretamente me perguntava como os amigos de Chanyeol iriam reagir àquela mudança.

Fiquei observando Chanyeol por alguns instantes. Como ele era bonito! Às vezes, como era o caso no momento, ele mantinha uma expressão séria no rosto, parecendo estar meio emburrado que eu achava muito... provocante. Ele abriu sua mochila e retirou dela um caderno e seu notebook, colocando-o sobre sua mesa, fazendo-o funcionar.

- Vem aqui Baekhyun, quero te mostrar uma coisa.

Ele chamou e eu obedeci, puxando uma cadeira para mais próximo da mesa onde ele estava, e ele fez comandos no teclado e uma pasta com vários vídeos se abriu na minha frente. Enquanto fazia alguns ajustes em seu computador, Chanyeol repousou uma de suas mãos em uma de minhas coxas, seus dedos próximos a minha virilha. Amigos, tragam o elixir de mandrágoras pois Byun Baekhyun esta petrificado!  Eu gelei, acreditem. Não é que eu não gostasse do toque de Chanyeol, eu só não esperava e não estava acostumado a toques deste tipo, tão íntimos. Chanyeol parecia não se dar conta de nada disso, pois mantinha sua mão repousada ali como se fosse a coisa mais normal do mundo... é, talvez, para alguém como ele, com vasta experiência sexual, talvez fosse, mas pra mim aquilo era a coisa mais ousada da minha vida.

Eu e Chanyeol estávamos sem nos ver por menos de um dia mas meus olhos viam que ele, nesse pouco espaço de tempo havia produzido alguns vídeos.Com dois cliques rápidos sobre o ícone do primeiro vídeo, Chanyeol fez surgir uma tela maior, e um vídeo começou. Eu via o pai de Chanyeol, que parecia estar em algum tipo de biblioteca ou escritório porque eu via livros atrás dele, o homem sorria feliz para a câmera como se esperasse um comando. Então ouvi a voz de Chanyeol surgir por detrás da câmera e perguntar ao homem: “Pai, o que te move?” O senhor grisalho prontamente respondia: “É a grana, meu filho! Tudo é dinheiro, Channie.” Depois o homem voltava a encarar a câmera e segurava o riso por cerca de cinco segundos até estourar em gargalhadas altas e histéricas acompanhado por Chanyeol que ria por trás das câmeras no vídeo e ria também do meu lado.

A risada de Chanyeol era como uma música grave e serena invadindo os meus ouvidos. Me perdi um pouco na sonoridade dela, até que a fala do pai dele, ainda no vídeo me trouxe de volta a realidade. “Chanie, por favor corta isso ok? Não deixa a sua mãe ver que eu falei isso nem de brincadeira se não ela me bate”.

- Chanyeol, você já está trabalhando...

Ele me olhou sorrindo, e depois voltou a encarar o vídeo onde agora seu pai dizia:

- O que me move? Você, sua irmã e sua mãe. Família é tudo. Ser bom pras pessoas... Acho que é isso!

O vídeo então se fechou e automaticamente outro se iniciou, desta vez era a irmã de Chanyeol que aparecia na tela do notebook.

- O que me move? Nossa, que pergunta difícil... Acho que é a liberdade, entende? Não sei explicar, mas eu gosto de sair por ai, descobrir coisas, viver coisas... ai Chanyeol essa pergunta é muito difícil! Tá bom?

Por ultimo, foi a vez da mãe de Chanyeol aparecer na tela do notebook respondendo a nossa pergunta. Ela dizia logo imediatamente que o que a movia era o amor e ouvir aquilo me deu uns calafrios e logo depois uma sensação forte de vazio que me tomou feito uma avalanche. Pensei que assim que terminasse a aula eu deveria ligar para meus pais porque aquele devia ser um claro sinal de saudade.

- Então, é isso que temos até agora! – Chanyeol falou, olhando orgulhoso para os vídeos.

- Nós devíamos ter filmado o pessoal ontem... – Eu disse reticente ao me referir à nossos amigos que haviam respondido a nossa questão tão bem.

Vi Junmyeon se aproximar de nós e depositar seus pertences em uma cadeira vazia. Lembrei então que graças ao fim de semana conturbado eu não tinha tido a oportunidade de zoar ele, então antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, eu falei irônico:

 - Olá Suho.

Ele fechou a cara enquanto eu e Chanyeol caíamos na risada. Essa história de Suho era a coisa mais engraçada que eu já havia escutado nos últimos tempos e eu queria saber mais. Realmente, em alguns momentos Junma dava a entender que tinha um ‘namorado’ mas eu nunca acreditei que isso fosse verdade e nunca imaginaria que o tal namorado era líder de um motoclube.

- Suho tem um significado bonito, suas bestas! – Ele disse, com a mão na cintura e a cara fechada.

- Ah é? – Perguntei, levantando uma sobrancelha.

- Quer dizer guardião.

- Guardião só se for dos micos e da vergonha, né meu querido? – Respondi rápido.

- Não.

- Guardião de que, então?

Um pouco relutante, ele respondeu:

- Guardião do coração do Dae.

- Nossa!

Fiquei pensando em como Junmyeon tinha escondido Chen de mim durante todo esse tempo, mas fazendo um pequeno esforço eu até conseguia lembrar de algumas vezes em que ele me contava sobre seu peguete motoqueiro, o problema é que eu nunca acreditava nas palavras dele. Enquanto eu pensava, Chanyeol se levantou de sua cadeira, pegou um envelope pardo que guardava em sua bolsa e nos disse:

- Pessoal, eu tenho que entregar umas coisas no colegiado do curso, é, por favor, vocês podem vigiar minhas coisas aqui?

- Claro! – Eu disse enquanto Chanyeol sorria pra mim me deixando desconcertado.

Chanyeol se encaminhou até a porta da sala até sair de meu campo de visão ao passar por ela. Esse era o momento, eu ainda não havia conversado com Kyungsoo sobre o assunto e preferia falar com ele primeiro porque Junmyeon tinha um imã pra micão, mas estávamos sozinhos ali e Suho talvez pudesse me ajudar a sanar minhas dúvidas e a lidar com meus conflitos.

- Junmyeon – Chamei baixinho.

- Fala, BB.

- BB? – Pereguntei confuso, Whatevah. - Como é que você...

- Você... – ele incitou, querendo que eu continuasse, me olhando curioso.

Mas na verdade essa não era a pergunta mais fácil a se fazer né? Com Kyungsoo eu tinha um pouquinho mais de liberdade para falar dessas coisas, mas eu acreditava que a opinião de Jonmyeon seria mais leve e talvez menos enfática que a de meu companheiro de apartamento.

- Como é que você decidiu o que você era? – Tentei.

- Como assim? Eu escolhi cinema porque eu gosto dessas coisas, e sinceramente tudo que eu menos queria era cuidar das empresas do papai...

- Não, Junma, com o Jongdae, como você decidiu?

- Ah, uma vez Jongdae me chamou pra andar na moto dele que na época se chamava Glória né..

Eu tinha que pará-lo antes que ele começasse a contar uma história gigantesca de amor sobre suchen, então eu respirei fundo e pensei em cada palavra, e as disse rápido, antes que eu desistisse de perguntar e baixinho na esperança de que ele não ouvisse:

- Junmyeon, como você soube se era ativo ou passivo?

Primeiro, tive que agüentar ele dar uma risada alta e louca e surtar feito um imbecil na minha frente enquanto eu lançava a ele um olhar sério, o mais sério que eu tinha, afinal o assunto era muito sério, pelo menos pra mim.

- Ah, Baekhyun, a gente não conversou sobre isso no inicio, foi tudo na intuição, mas hoje a gente reveza, é maravilhoso, migo!

- Ah! – eu continuava confuso e agora mais envergonhado do que nunca.

- Qual é a sua duvida? – ele perguntou, cruzando as pernas, assumindo pose de terapeuta.

- Ué, é essa, como é que eu vou saber qual vai ser minha posição?

- Hm, quando eu penso em Chanbaek eu penso em Chanyeol seme.

Meus amigos sempre foram muito criativos e eu sabia que pelas minhas costas já deviam usar aquele nome por muito tempo, e eu apesar de saber o significado daquilo, perguntei me fazendo de desentendido:

- Chan...Baek?

- Chanbaek. Chanyeol e Baekhyun. Mas olha, o Jongdae aposta em Baekyeol.

- O que é isso? – perguntei assustado.

- Baek, cadê seu conhecimento de yaoi? O nome do seme vem primeiro...

Era bom saber que minha vida sexual era assunto na roda de conversa dos amigos, nossa! Revigorante!

- Estou perdido. Definitivamente perdido.

- Relaxa Baek, olha, na hora as coisas fluem.

- Será? – eu não tinha calma quanto ele para tratar desses assuntos.

- Se os dois quiserem, sim.

- Mas Junma, até semana passada eu nem era gay.

Ele riu de novo, dessa vez mais forte e mais alto, fazendo todos os alunos nos olharem. Eu tentei tapar a boca dele mas de nada adiantou, ele ficava cada vez mais roxo de tanto rir. Uma ofensa à minha masculinidade. Porque, realmente eu até semana passada eu era bem hétero se é que me entendem. Ok, bem hétero não, mas talvez uns 50% hétero.

- Eu sou heterossexual.

- Baekhyun, por favor não me faça rir mais ainda.

Junmyeon então assumiu a cadeira de Chanyeol e me convidou a me juntar a ele, dizendo que faríamos uma pesquisa. E eu, besta, burro, idiota, fui. Junmyeon só me metia em furada, só me fazia passar vergonha e eu ainda ouvia as coisas que ele me falava...

- Nada que o senhor Google não nos responda.

Suho abriu o navegador da internet com uma cara muito suspeita e eu se fosse esperto conseguiria prever os movimentos dele, mas minha esperteza naqueles dias estava quase imperceptível. Quando a página do Google apareceu, Junmyeon olhou pros lados e para trás vendo se o local e o momento eram seguros, depois me lançou um olhar safado e eu soube naquele momento que não devia ter pedido conselhos a ele.

Eu o vi escrever as seguintes palavras na barra de pesquisas: como saber se sou ativo ou passivo?  Inacreditável! O pior é que ele estava fazendo isso no computador de Chanyeol, só podia dar errado.

- Olha Baekhyun, tem muita coisa aqui, ó.

- To vendo! – eu disse quase como um sussurro vigiando os cantos para que ninguém se aproximasse.

- Mas migo, vai dá sua preferência, sabe. Você tem que conhecer seu corpo e tal.

- Nossa. Animador.

- Você não teve uma namorada antes da faculdade?

- Sim... e daí? – Realmente, eu namorei por quase um ano quando tinhas uns dezessete anos.

- Vocês não...?

- N- não.

- Mas você se via fazendo isso?

- Sim, talvez, mas com Chanyeol é diferente.

- Então você é uke! – ele quase gritou, fazendo umas meninas a nossa frente se virarem e nos encararem assustadas.

- Junmyeon você tem a maior cara de uke meu filho e no entanto, pelo que você disse...

- Quem é uke? – a voz grave de Chanyeol surgiu por trás de nós dois e Junmyeon abaixou a tela no notebook com tanta força e velocidade que eu pensei que ela poderia trincar.

Quantos micões cabem em uma vida? Se minha vida fosse um livro vocês sabem, se chamaria: uma vida de micões e Junmyeon seria o co-autor.  Chanyeol assumiu seu lugar em frente ao seu computador imediatamente assim que eu e Jumyeon fomos para nossos lugares e então, após levantar a tela novamente ele nos encarou perguntando:

- Quem quer saber se é ativo ou passivo?

- Eu, eu quero incrementar as coisas com o Dae. – Junmyeon disse, me salvando. Eu devia essa a ele.

Chanyeol a principio pareceu acreditar nas palavras do outro, mas ao invés de fechar a janela de pesquisa, clicou em um dos sites listados. Eu fiquei perplexo e disse:

- Chanyeol, porque você não fechou isso?

- Ah, como o Junmyeon disse né, talvez eu queira incrementar as coisas também. – Ele disse me lançando uma piscadela.

 

***

 

 

Naquela noite decidi que conversaria com Kyungsoo sobre minhas duvidas sexuais. Ele era mais direto e menos afetado do que Junmyeon, na certa me ajudaria bastante. E pelo que eu sabia, ele tinha experiência nas duas coisas e me diria o que fazer, pelo menos assim eu pensava. Eu esperava que fosse uma conversa bem rápida. Então quando estávamos jantando eu disse a ele que tinha algo à dizer.

- Fala logo. – ele disse, impaciente como sempre.

- Eu sou passivo ou ativo?

- Meu querido se nem você sabe como é que eu vou saber? – ele disse, enquanto brincava com seu prato de comida na maior naturalidade possível.

- Ué, como faz pra descobrir? – Eu não fazia mesmo ideia.

- Baekhyun, você quer mandar ou ser mandado?

- Nossa, Soo! Tão insensível!

- Baekhyun, só vai pra cima, que aí ele dá as coordenadas e você só segue, entendeu?

- Você fala como se fosse fácil!

- Só relaxa, respira, e vai.

- Vou tentar.

- Olha, amanhã a tarde vou trabalhar, vocês podem vir pra cá, estudar. – ele disse, imitando aspas com as mãos ao dizer a palavra estudar.

Eu estava ferrado, muito ferrado.

E não consegui parar de pensar nessas coisas.

 

***

 

No dia seguinte eu e Chanyeol decidimos espalhar pelo campus da faculdade algumas placas com a nossa pergunta: o que te move? E depois de um tempo nós iríamos até as placas pra ver o que havia sido escrito.

E foi exatamente isso o que fizemos, uma placa no centro de artes, uma outra no de física, uma perto do planetário, umas duas no nosso próprio prédio de aulas e algumas nos espaços abertos do campus, próximo ao restaurante universitário. Algumas vezes assim que colocávamos a placa, algumas pessoas já vinham até ela para averiguar do que se tratava e lendo a pergunta, usavam a caneta pendurada na placa para escrever – ou até desenhar – o que as movia.

Depois das aulas, nós combinamos que leríamos alguns textos que pudessem inspirar e auxiliar o nosso trabalho. Textos que diziam de como produzir documentários e traziam um pouco da dificuldade que é ter como objeto de trabalho a vida, e ser sensível ao produzir imagens sobre ela. Sabíamos que nossa proposta podia ser arriscada, mas tínhamos a certeza de que o resultado seria potente.

Convidei Chanyeol para estudar comigo em nosso apartamento, deixando claro que estaríamos sozinhos desde o início, para que assim talvez ele entendesse que essa era uma deixa para que ele agisse, pois a mim essa coragem faltava.

Então, eu decidi que investiria, seguiria o conselho de Kyungsoo, iria para cima de Chanyeol de vez e se ele cedesse às minhas invertidas eu saberia que aquele era um sinal para avançar com as coisas e ter a minha tão sonhada primeira experiência sexual. Depois de meu primeiro movimento, provavelmente Chanyeol assumiria as rédeas da situação.

Estávamos só nós dois no meu quarto, sozinhos no apartamento. Chanyeol sentado com as costas apoiada na cabeceira de minha cama, lendo algum texto xerocado, seu olhar era atento e ele enrrugava a testa o que indicava que devia estar pensando. Tá vendo Baekhyun, Chanyeol sabe ler e sabe pensar e provavelmente é mais inteligente que você, sua besta. Eu o olhava diretamente de frente, sentado em uma cadeira giratória que ficava em frente a pequena mesinha onde eu mantinha o meu computador.

Eu girava a cadeira, deixando meus braços penderem nas laterais, examinando Chanyeol a cada giro. Mantinha uma expressão vazia e entediada em meu rosto para que se ele me olhasse não percebesse que na verdade eu estava ali desejando ele. Mas se coloquem no meu lugar, Chanyeol não é de se jogar fora, claro que não e ali naquela cama parecia um belíssimo – e saboroso – banquete aos meus olhos.

Balanceei os prós e contras de agarrá-lo naquele momento e decidi tentar, ousar como meus amigos haviam dito, afinal eu não poderia perder outra chance como aquela, e se perdesse certamente não me perdoaria.

As pernas de Chanyeol estavam abertas de maneira relaxada, esparramadas na cama e eu tentei não olhar para aquilo né. Mas aí eu pensei. Vai que é tua Baek, vai se joga! E foi o que eu fiz. Primeiro fiquei em pé, criando coragem, depois, dei alguns poucos passos em direção a cama e depois retrocedi medroso. Ele então me olhou e eu estava tão nervoso que comecei a roer as unhas... Ele deve ter me achado um idiota.

Chanyeol estreitou os olhos e mordeu os lábios.

Porque ele estava fazendo aquilo? Meu coração parecia dançar possuído pelo ritmo ragatanga.

- Eu praticamente posso ler seus pensamentos Byun Baekhyun.

E dizendo isso, acreditem, ele bateu com as palmas das mãos em suas coxas, um claro gesto de convite. Chanyeol me queria ali.

Não esperei mais. Me lancei sobre a cama como quem se lança em queda livre. Tomara que Chanyeol estivesse de para quedas armado. Nossa Baekhyun que trocadilho infame. Caí já nos braços fortes de Chanyeol que me aninharam de forma que eu não conseguiria facilmente me desvincular de seu abraço. Ele iniciou uma trilha de beijos pelo meu pescoço e eu aí nessa parte já estava morrendo, mas morrendo todo animado se é que me entendem.

- Não tem Christian Grey que te supere, Chanyeol.

Caramba, falei mesmo isso alto.

Caramba Baekhyun, você estraga tudo.

Chanyeol só riu e aparentemente nem ligou pra minha fala idiota no meio da chanbaekação. Ele então girou meu corpo de forma a ficar meio que encima de mim e então eu entendi que era uke. Fazer o que né? Eu estava feliz demais para me opor por um detalhe desses e naquele momento Chanyeol poderia me invadir de todas as formas possíveis.

Eu não consegui pensar em nada, minha mente parecia um grande clarão branco. Tudo que eu era, fazia e queria era aquele momento com Chanyeol. Com o corpo sobre o meu ele começou movimentar seu quadril, friccionando contra o meu e aquilo era demais. Ainda não havíamos feito nada efetivamente mas aquilo para mim era o paraíso.

Meu coração pulsava tão forte que doía, e parecia querer saltar do meu peito. Um outro coração parecia pulsar mais forte ainda no meio de minhas pernas, e eu mesmo tentei fazer um movimento para me livrar de minhas calças mas com Chanyeol ali era meio que impossível.

Ainda em cima de mim, ele começou a tirar a camisa, e nossa, ele era malhadinho. Nossa. Nossa. Nossa. O problema e que a camisa dele meio que entalou na cabeça (nas orelhas será?) e demorou um pouquinho pra que se livrasse dela. Eu comecei a rir feito uma criança porque aquela cena tinha sido fofa, e ele começou a me fazer cócegas com a língua em meu pescoço o que me fazia rir mais ainda. Então Chanyeol assumiu uma postura dominadora levando suas mãos ate a cabeceira da cama e usando-a como apoio para iniciar movimentos ainda vestido, que insinuavam a penetração. Muitas coisas aconteceram ao mesmo tempo: tentei tirar meu moletom de maneira sexy mas tudo que consegui foi ficar com a cabeça agarrada também, além dos braços, comecei a me movimentar meio sem fôlego e acho que bati um dos braços e a cabeça com muita força na cabeceira da cama, a cabeceira deve ter batido com força na parede e eu ainda com a cabeça tampada ouvi algo cair e Chanyeol soltar um curto porém dolorido – Ai. Logo depois ouvi alguns risos e presumi que a nossa tentativa de chanbaekação estivesse totalmente arruinada. Senti ele me ajudar com meu moletom e eu de cabelos todos desgrenhados, finalmente vi Chanyeol, com uma grande marca vermelha na testa. Ele havia feito tanto força nos movimentos que o meu quadro que exibia o castelo de hogwarts em um noite gélida, havia caído bem em sua testa. Ele ainda rindo ficou me encarando e eu me dei conta que sem o moletom meu peitoral – magro – estava nu e me senti com vergonha, me tampando. Ele riu mais ainda e eu também.  

Desastre total. Essas eram ótimas palavras para definir a situação, mas como diz a Lei de Murphy, nada esta tão ruim que não possa piorar. E é por isso que, ainda tentando resgatar nosso momento sensual e nossas dignidades, Chanyeol me beijou, e eu – pobrezinho – pensei que o momento tivesse salvação e que nós iríamos fazer muitas loucuras depois daquele beijo, mas é da vida de Byun Baekhyun que estamos falando e é por isso que depois daquele beijo tão terno e tão puro, quando Chanyeol me olhava com seus olhos gigantes, a centímetros dos meus, quando eu achei que aquela seria a minha primeira vez de amor, um carro com auto falantes passou lá em baixo, invadindo o quarto com seu som de propaganda:

- Tá passando aqui na sua rua o carro do peixe, pode vir freguesa, pode vir piranha! Tainha é 10 reais o quilo!

Maravilha!

Nunca ninguém riu tanto quanto nós dois rimos naquela hora, Chanyeol se levantou da cama e foi a passos lentos até a janela. Será que ele queria comprar peixe? Pelo amor de Deus, eu nunca tinha mesmo sorte né? Bem feito Baekhyun, quem mandou achar que podia ter o Chanyeol assim? Quem mandou achar que era sexy o suficiente pra seduzir alguém? Eu estava nervoso e com vergonha, vulnerável a ponto de sentir o riso virar choro, fazendo meu rosto queimar e lágrimas brotarem nos meus olhos, enquanto olhava o outro, de costas pra mim, em frente a grande janela de vidro. Tudo havia acontecido da pior forma possível.

Chanyeol encarava a vida lá fora e a rua lá embaixo, através da grande janela do meu quarto. Ele olhou pra mim que a essa altura já tinha me enrolado em meu casulo de endredom, e ao perceber que eu o encarava, voltou a encarar o vazio da rua. Depois ele riu, ainda sem me olhar e eu fiquei pensando que ele devia estar rindo de mim e então sem pensar eu perguntei a ele:

- Você ta rindo de mim, Chanyeol?

Mas é claro que estava. Minha falta de jeito devia ser uma ofensa a toda experiência dele. Ele podia ter qualquer um que quisesse, porque insistir em mim?

- Não, claro que não Baekhyun – ele disse, imediatamente com a fala nervosa, se aproximando e sentando ao meu lado na pequena cama.

- Por favor Chanyeol, me desculpa, eu estraguei tudo.

- Você, não. O carro de peixe, sim.

Ele riu e eu mesmo que tentasse parecer sério ri também, dando tapas de brincadeira nele. Olhei para suas mãos, fugindo de seu olhar e vi que elas tremiam. Chanyeol me mostrava seu lado humano e algo em mim parecia ansiar cada vez mais conhecê-lo. Pensei que para alguém como ele sexo deve ser algo normal, digo, mais freqüente, mas pra mim não. Além de ser algo que eu nunca tinha feito antes, eu sempre fui meio clichê pra isso e queria que as coisas fossem legais na minha primeira vez.

- Você vai ter que ter paciência comigo Chanyeol, eu não tenho experiência nessas coisas como você.

- Baekhyun, talvez eu não tenha essa experiência toda que você pensa.

Ele agora abraçava seus joelhos junto ao seu corpo e encarava o colchão da cama, sorrindo meio sem graça. Como assim? O que ele queria dizer com aquelas palavras? Seria mesmo o que eu estava pensando? Talvez ele não quisesse tanto quanto eu...

- Então, talvez você não queira né? Desculpa Chanyeol... acho que acelerei as coisas.

- Não é isso Baekhyun, é que se eu te disser você vai achar que eu sou maluco... – ele riu após terminar a frase.

- O que foi?

- É que eu...

- Fala, o que foi? – Insisti. Chanyeol era um enigma pra mim e qualquer fato era pista. Eu iria desvendá-lo.

Chanyeol era ao mesmo tempo uma dúvida e uma certeza. Sempre um pensamento constante. Fascinante e provocante. Ele me desestabilizava como ninguém mais, e eu me via tentado a mergulhar mais fundo nele, a fim de preencher as várias lacunas que ele havia feito brotar em mim e sanar todas as interrogações que ele havia plantado em minha mente.

Fiquei esperando que ele dissesse alguma coisa, mas tudo que eu vi foi Chanyeol enrrugar a testa e ensaiar uns movimentos soltos com as mãos como quem tenta dizer alguma coisa. Ele até chegou a abrir a boca uma ou duas vezes mas por fim quem quebrou o silêncio fui eu, cansado de esperar respostas.

- A gente não precisa falar disso não, Chanyeol, foi mal, eu me precipitei. – Disse olhando pra ele, em busca de seus olhos.

Então, sem cerimônia alguma, ele disse aquelas palavras. Me lembro como se fosse ontem.

- Baekhyun, eu... eu te amo. Eu te amo e quero que seja especial. – Chanyeol segurava meu rosto em suas mãos o moldando de forma terna.

Em segundos, senti meus olhos embaçarem e um fio de lágrima correr por minhas bochechas, eu olhei pra Chanyeol, atônito, em choque e ele, voltou a olhar pra baixo brincando com algo em sua mão vazia, mantendo a outra ainda em meu rosto. Ninguém no mundo tinha essa capacidade que Chanyeol tinha, essa capacidade de mexer comigo. Ele podia me levar de um extremo a outro muito rápido, ele me tinha de uma forma que ninguém jamais teria. Meu choro continuou silencioso quando ele levantou a cabeça e viu que eu chorava. A principio, seus olhos se arregalaram em uma expressão de preocupação e então ele me puxou para junto de seu peito, e acariciando meus cabelos, ele deu alguns beijinhos em minha testa.

Eu me odiava por estar mostrando tanta vulnerabilidade a ele naquele momento, mas não podia ser diferente. Aquelas palavras pra mim eram sérias demais e carregadas de um sentimento que pra mim era novo, mas que eu sabia que também sentia por ele. O que era muito louco porque nós só havíamos nos aproximado nas ultimas semanas.

- Ninguém nunca me disse isso antes, Chanyeol. – senti vontade de dizer, deixando claro pra ele como aquelas palavras eram importantes para mim.

- É porque pouca gente sabe apreciar você, meu amor. Mas eu sei. Sempre soube e vou te mostrar.

Ouvir ele me chamar de meu amor fez meu corpo se arrepiar e o meu choro se tornou um pouco mais forte e constante, as lágrimas vieram com muito mais força e por mais que eu quisesse parar de chorar, era impossível. Eu já havia ouvido histórias de pessoas que se apaixonam e até se casam em pouquíssimo tempo e vivem lindas histórias de amor, mas eu nunca me julguei digno disso tudo, nunca me achei especial o bastante, até Chanyeol vir e derrubar todos os muros que eu colocava como desculpa em volta de mim mesmo me mantendo isolado de sentimentos e sozinho. Ele era apaixonado por mim, logo eu.

Ergui minha cabeça em direção a seus olhos para tentar dizer alguma coisa digna do momento. Mas aí, olhando pro galo vermelho na testa dele, só consegui chorar mais e dizer:

- Eu estraguei tudo.

- Shhh! – ele disse, de leve, me fazendo ficar quietinho em seu abraço. – Nós temos todo o tempo do mundo. Eu já esperei por você e espero quanto mais for necessário.

Silêncio.

Ele sussurrou sua frase, a fazendo pairar no ar acima de nós.

Esperar. Tempo. Eu já sabia, no momento em que achei fotos minhas em seu quarto que há muito ele me observava, mas agora eu me perguntava a quanto tempo ele me amava...

- Há quanto tempo, Chanyeol? – esperei que ele entendesse minha pergunta.

- Há algum tempo.


Notas Finais


AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAh ♥
Tô sempre palavras e quero bater em quem escreveu isso, sinceramente! jafhjsfhasjh
não me batam ok? sfhjashfjsafh

Aguardo ansiosa os comentários de vocês aqui e no twitter também!
no proximo capitulo teremos o aniversário do baek! aguardem!

até o próximo!
beijos!
lut @baekonda


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