História Luz e Trevas... Por que não? - Aliança

– AMAYA!!

Nada poderia se comparar a felicidade que Lucy estava a sentir. As lagrimas continuavam a cair de maneira insistente e pouco a pouco o rosto inchava e os olhos estavam tão vermelhos a ponto de começar a arder, mas isso não a interessava, sequer sentia. Nada mais interessava se agarrava aquele momento, se agarrava a garota para ter certeza de que tudo era real, de que não iria acordar de um sonho.

Mas isso não ocorreu. Realmente em sua frente estava Amaya, sorrindo de maneira compreensiva a abraçando e consolando. Sim, ela era mesmo real. Sentiu o coração disparar ainda mais em alivio e gratidão. Somente deus sabia o quanto orou e implorou para que a amiga estivesse viva como os outros. Foi como se um grande peso houvesse lhe escapado do peito a permitindo se sentir mais leve.

O pessoal da guilda ficou perplexo com a reação da maga celestial, pela primeira vez viam uma explosão sentimentos tão sincera da companheira.  Lentamente algumas poucas pessoas começaram a aplaudir baixo, a emoção tomou conta de todos. Então o soar forte de palmas chamou a atenção de ambas que se virou para ver o que estava acontecendo.

Lucy um tanto envergonhada se afastou de Amaya para deixa-la respirar um pouco, mas ainda assim continuou a segurar com firmeza a mão da amiga para que esta não lhe escapasse, tinha medo de que de repente sumisse de sua vista. Soltou um sorriso amarelo que mais lhe pareceu uma careta já que o rosto inchado e as lágrimas não a ajudavam em nada.

– Lu-chan! Entendo que sentiu a minha falta, mas prometo que não irei fugir. De agora em diante estarei sempre ao seu lado. Teremos muito tempo, então não precisa me apertar tanto. – sorriu largamente tentando lhe passar confiança.

– Mas...

Lucy hesitou por um instante, mas no fim concordou, pelo menos por agora estava segura de que nada as separariam novamente.

– Lucy. – Erza chamou a olhando de maneira inquisitiva.

– Ah... Desculpe, eu atrapalhei no meio da apresentação. Esqueci. – percebeu enfim causando alguns risos generalizados. – Então... Deixe-me apresenta-los. Essa é a Amaya, melhor amiga de infância, minha e do Na... Digo Rogue, nos conhecemos desde pequenos.

– Sim, apesar do Rogue ser mais um tipo de irmãozinho caçula muito chorão. Bem, é um prazer conhecer todos vocês. – Amaya curvou-se ligeiramente. – Espero que a Lucy não tenha dado trabalho a vocês, ela sempre foi muito agitada.

– Ei! Não fale como se eu fosse uma criança. O que você é, minha mãe? – resmungou emburrada.

– Então existe mais alguém que entende. Isso é ótimo! Lucy é sempre tão bagunceira, ela arruma tanta confusão durante as missões. – compreensiva Erza tocou no ombro da nova companheira. – Sinto que vamos nos dar muito bem.

Amaya foi arrastada pela Titânia até o bar onde começou com uma conversa animada, Lucy ficou completamente perplexa no lugar sem ter o que dizer. O que a ruiva disse girava em sua mente varias vezes.

Queria rir, mas não conseguia com certeza aquela era uma grande piada. Impossível ela ter dito seriamente. Até porque sequer aprontou durante uma missão, na verdade sempre ficava para trás observando e chorando por seu precioso dinheiro ter sido gasto em reparos por causa das destruições provocadas por seus amigos.

 – Sinceramente... Ninguém aqui é normal. – murmurou para si mesma em indignação.

Marchou até as amigas se juntando a conversa. Quis ir embora dar um jeito em sua aparência horrorosa, afinal aquela já não era mais a mesma Lucy que todos conheciam, já que em seu lugar havia uma grande deformação, como se seu rosto tivesse sido socado varias e varias vezes. Teve o azar de Wendy não estar ali para amenizar a situação, mas em compensação o rosto voltou um pouco mais ao normal com a ajuda de Mira.

Declarou para si mesma que jamais iria chorar na frente de outra pessoa novamente, não queria ter o desprazer de ser motivo de piada por causa de sua anomalia de ficar com o rosto deformado por causa de lagrimas.

– Então... Já que estamos somente entre garotas... Será que eu posso perguntar se vocês namoram?

Erza e Lucy se engasgaram com o próprio ar. A pergunta repentina de Amaya as deixaram surpresas além de fazê-las ficar coradas, principalmente a Titânia que não pode de modo algum fingir que não tinha um envolvimento romântico com certo alguém.

– N-não... S-sim... Q-quero dizer... Não sei... – completamente nervosa e sem graça Erza mal soube o que responder.

– Na verdade a Erza tem um rolo mal resolvido com um cara que é ou era procurado do conselho magico. Nem sei mais depois que todos foram dizimados. Enfim eles são tão fofos que não consigo resistir e imaginar em como serão seus filhos no futuro. Quero tanto ser a madrinha desse casamento.

– C-casamento? F-filhos? Lucy! Não é bem assim... É só que... Ah! Vamos mudar de assunto.

– Oho! Então a Erza é do tipo tímida. Que interessante. – Amaya sorriu maldosamente, alternando o olhar entre as duas como se as torturasse. – Não falamos de você ainda Lu-chan, está namorando alguém?

– C-claro que não. Não estou interessada em ninguém. – apesar do visível constrangimento ao falar sobre isso, havia certa melancolia no olhar de Lucy.

– Ótimo! Isso deixa as coisas mais fáceis.

– O que quer dizer?

A alegria da amiga causou estranhamento em Lucy que não entendeu o porquê de seu status de relacionamento fosse tão importante a ponto de fazê-la ficar contente. Não é como se não tivesse interesse em namorar, mas a bagunça dentro de seu coração não a permitia pensar em qualquer outro rapaz.

– Nada demais. Mais importante que isso, Lu-chan posso ficar no seu apartamento até que eu possa encontrar um lugar para alugar?

– Mas que pergunta é claro que sim. Não vou desgrudar de você hoje, temos muito ainda que conversar.

– De fato.

Entre brigas e bebedeiras pouco a pouco alguns magos iam perdendo a consciência, com certeza não acordariam até o próximo dia. Quando tudo estava mais calmo e lugar mais vazio, Lucy e Amaya decidiram ir embora. Ficaram mis que o necessário, pela primeira vez após tanto tempo a maga celeste voltava tão tarde para casa, sentia-se exausta fisicamente e mentalmente, aconteceram muitas coisas de vez que a deixou nesse estado.

A noite estava estranhamente mais quente que o de costume, mas um agradável calor aconchegante. A primavera acabara de começar e em sua mente a loira fazia vários planos do que fazer no festival de Hanami, da ultima vez não foi capaz de participar, mas dessa vez seria diferente e, além disso, tinha seus melhores amigos tão próximos, não tinha como não estar feliz.

Ainda existia a sensação de borboletas na barriga e um pouco de nervosismo. Estava conversando com a melhor amiga como se nada houvesse acontecido, como se não tivesse a anos longe uma da outra. Tudo em seu devido lugar como deveria ser sempre, obviamente haveria de estar tão nervosa e com um pouco de medo de que tudo não passasse de um mero sonho retratando seus desejos.

Chegando ao pequeno apartamento, sem cerimonias Amaya se jogou preguiçosa sobre a cama. Teria dormido quase que imediatamente devido ao tamanho conforto que estava sentindo, mas viu-se totalmente sem ar e perdendo as forças quando Lucy jogou-se sobre seu corpo a sufocando lentamente.

– L-Lucy... Vai me matar...

– Isso é por ser uma folgada.

– D-desculpe... Mas se não levantar agora realmente vai me matar sufocada. – a morena respirou profundamente quando finalmente pensou que veria a luz do dia novamente. – Caramba! Não pensei que quase morri por causa de uma cama.

– Não vou facilitar nem mesmo para você, estou cansada de chegar em casa todos os dias e ver minha cama suja e desarrumada por causa do Happy e do Natsu.

– Chata! Apenas me deixe descansar, faz tanto tempo desde a ultima vez que deitei em uma cama tão macia, a Yu-chan sempre me levava para cabanas abandonadas com camas velhas desconfortáveis só por não querer correr o risco de sermos encontradas.

– Então  Yu-chan continua caute... Espera... Yuki!?

– Ela mesma! Não sei se é cautelosa demais ou se gosta de me ver passar por maus bocados.

– Porque não disse antes? Onde está a Yuki? Podemos ir até ela?

– Calma. Infelizmente a Yu-chan me pediu para não te dizer nada por enquanto. Então vi ter que esperar até que ela dê as caras. – Amaya fez uma pausa significativa provocando uma tensão ainda maior. – Como se eu ligasse para isso. Yu-chan está na sabertooth. Não quis vir para a Fairy Tail. Sinto muito, mas o motivo eu não posso dizer.

– Rogue?

– Sim...

– Imaginei, aqueles dois eram tão grudados que todos achavam que realmente eram irmãos de verdade.

– Mas lembre-se não fui eu que te disse. A Yuki disse que queria fazer surpresa. Deixemos isso para depois, estou tão cansada que preciso mesmo dormir.

– Ei! Nem pensar, você me deve explicações.

– Lucy... Sei que está confusa e tem muito a perguntar, mas por agora tudo o que eu te disser te deixará ainda mais duvidosa e realmente não quero isso. Confie em mim, todos nós precisamos estar juntos novamente. Entente? Sei que isso pode ter te afetado mais negativamente que os outros e você não tem a inocência do Natsu de não saber absolutamente nada. Até eu tem buracos em minha memória, apenas teço para esperar um pouquinho mais.

A seriedade com que Amaya falou fez Lucy repensar, não faria mal esperar, apesar da curiosidade a estar corroendo por dentro. Iria esperar, sabia que essa história toda não era tão simples assim para ser explicado tão de repente e principalmente quando se sentia cansada. Resolveu concordar sem retrucar, afinal ainda teriam muito tempo pela frente.

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A manhã chegou rapidamente. Tudo operava como o normal, os comerciantes abrindo suas lojas, os pescadores se preparando para mais um dia de trabalho a beira do rio as crianças brincando, tudo normal, ou quase. Na fairy Tail o mestre Makarov estava diante de uma importante decisão, na verdade está não cabia a ele e sim a outra pessoa.

Durante o tempo que esteve fora da guilda buscou varias informações que fosse a respeito do mago negro Zeref e nenhum deles citava o incidente de a mais de quatrocentos anos quando a Hidra de Lerna despertou. Não queria duvidar de sua “filha”, já que ela parecia verdadeiramente desesperada quando contou tudo o que lembrava sobre seu passado, mas ainda tinha duvidas, principalmente quando e porque a primeira mestra Mavis estava envolvida com alguém tão poderoso.

Seu desejo não era unicamente matar a curiosidade, a Fairy Tail envolveu-se demais com as criações de Zeref queria a todo custo proteger o seu lar e a todos que lhe importam, por isso que chegou unicamente a uma conclusão, o único jeito de impedir que mais coisas ruins acontecessem seria descobrindo tudo sobre o passado.

Quando estava perdendo as esperanças e quase desistindo, encontrou uma pista. Soube que recentemente um guilda que anteriormente era rival tem um novo mestre além de uma imagem melhor e vem recrutando vários magos, então soube que essa pista estava nessa guilda. Tinha uma proposta a fazer e duvidava que esta fosse negada.

Enquanto estava perdido em pensamento um bater leve na porta do seu escritório o fez despertar. Ajeitou-se na poltrona acomodando seu pequeno corpo. Pediu para que entrasse. Uma brisa suave de menta agradou lhe permitindo-o relaxar um pouco mais.

Uma garota entrou no escritório, graciosamente carregando um exceed verde com roupas de sapo. Os olhos azuis dela chamaram bastante à atenção do mestre, além dos longos cabelos albinos e uma aura angelical e um tanto infantil. Esta abriu um sorriso afável quando viu o velhinho.

– Mestre Makarov, certo?

– Sim, sente-se. Devo presumir que veio representando a sua guilda, mas fui claro quando pedi a presença do mestre.

– Oh! Acho que houve um engano, eu estarei atuando como mestra de agora em diante.

– Então é isso. É que não me foi avisado, perdoe-me a minha confusão.

– Não por isso. Fico honrada em conhecê-lo pessoalmente.

Deram um rápido aperto de mão mostrando cordialidade. Tudo ocorria bem até a porta ser aberta abruptamente e por ela surgir dois rapazes.

– Oe! O que pensa que está fazendo? Eu disse para você esperar no hotel e eu iria resolver isso.

– Buh! Chato. Pensei em me divertir um pouco já que você tem tirado toda minha diversão e vive me roubando o Ro-chan.

O rapaz loiro marchou até a garota, bufando de raiva. Jurava a si mesmo que se fosse um garoto não teria pensado duas vezes antes de encher de socos.

– Caramba. Você é irresponsável. Não saia por ai fazendo o que te der na telha. E quem está chamando de nova mestra? Idiota como se eu fosse deixar você ficar em meu lugar. – esbravejou, o máximo que pode fazer foi apertar as bochechas dela deixando levemente vermelho. – Desculpe a confusão Makarov-san. Eu ainda sou o mestre da Sabertooth

– Eu vejo... – o mestre ainda estava confuso pela pequena discussão ocorrida. – Sting, desculpe tê-lo chamado tão de repente, mas eu tenho uma proposta para fazer.

– Vocês dois poderiam nos dar licença um momento? E você sua peste fique longe de encrencas.

– Não me chame de peste e eu me nego a sair, Ro-chan ficara também.

– Ok! Eu entendo a Yuki, mas até você Rogue?

– Sei que a Amaya veio a Fairy Tail. Há alguns dias atrás ela esteve em nossa guilda junto a Yu-nee. Então devo presumir que o assunto a tratar com o Sting tem haver com a Lucy. ­– explicou o moreno tentando de toda forma não piorar as coisas e fazer o amigo ficar mais irritado.

– Está bem informado. Bem não me importo de ficarem, afinal serei rápido. Em parte o motivo é a Lucy, mas isso se trata principalmente do Zeref. De acordo com o que soube Rogue, Yuki, Amaya, Acnologia, Natsu, Lucy e Zeref são amigos de infância. Nos últimos tempos temos tido muitos problemas envolvendo criações demoníacas e isso como devem imaginar tem nos causado muitos problemas. Eu daria um jeito de não envolve-los senão estivessem relacionados já que são amigos, mas todo esse poder pode atrair magos forte com más intenções. E também nossa primeira mestra está indiretamente ligada a isso.

– Tecnicamente estamos envolvidos e podemos ser vitimas de um ataque a qualquer momento. Entendo o que quer dizer. Só me faltava essa, como se já não fosse o suficiente ter que vigiar a Yuki. – frustrado Sting olhou para a companheira como forma de repreensão – Então? O que devemos fazer a respeito?

– Escutei uns rumores e creio que a Yuki e a Amaya tem mais informações sobre isso. – o mestre suspirou antes de prosseguir. – Proponho a você uma aliança entre as guildas.

– Eu acho bem bonito o modo com tem tratado a Lu-chan mesmo depois de descobrir quem ela é. O que aconteceu em parte é culpa nossa por não ter impedido. Nós aceitamos de bom grado a aliança, apesar de não ser eu aquela que toma as decisões.

– A Yuki está certa. Como mestre ainda sou inexperiente, então espero que me ajude de gora em diante.

A aliança foi firmada, apesar da surpresa dos rapazes a serem pegos por uma proposta tão repentina. Sabiam que não estavam em posição de recusar algo que só irá ajuda-los futuramente.

A roda do destino apenas começou a girar.