História M. n. v. - Melhor dia

                                                                                 M.N.V                                                                              

  Sempre fui dessas pessoas mega exageradas, do tipo que pula em cima dos amigos e que grita do nada nas ruas, minha boca parecia uma privada de tanta merda que eu falava. Por muitos anos eu era exaltada e meio fresca e meus amigos me enchem pelo meu tamanho, tudo isso mudou... quando eu me apaixonei.

  Lembro-me perfeitamente daquela tarde, estava um céu nublado com poucos raios solares, como sempre, me encontrava em meu quarto com o celular em mãos, as mensagens iam e vinham, o que me deixava com um sorriso no rosto, sonhava com encontros das minhas amigas o que para mim seria algo menos provável, só tinha minha mãe, que era divorciada do meu pai desde os meus 5 anos. Me recordo de algumas coisas, quando eles ainda moravam sobre o mesmo teto, ela fazia bolinhos de chuva durante a tarde, enquanto muitas vezes eu estava vendo desenhos animados ou brincando com os cachorros no quintal.

  Aos 12 anos ouvia meus amigos dizendo sobre esta coisa, sobre esse sentimento tão forte e puro, o tipo de amizade fora do normal, a amizade virtual. Eu sabia da existência, porém nunca tive a vontade de tê-la em minha vida, isso mudou aos meu 14, quando tive a primeira de várias outras amigas… Foi quando conheci ele.

  A princípio era tudo relutante, eu tinha medo de me “expor” aos meu amigos ou até mesmo de alguém rastrear meu número, o que hoje em dia só acho graça, era alguém que vivia chorando sempre que pensava no quão longe meus amigos estavam… ainda mais depois que o conheci. Brigávamos bastante, quando notei que não conseguia ficar um dia sequer sem falar com ele, foi ai que fiquei dependente, ria comigo mesma, corria até o celular assim que o mesmo vibrava, eu havia me apaixonado por um dos meus amigos.

  Passava horas em uma ligação com ele, até ligação por vídeo nós fazíamos, quando ele me pediu em namoro senti como se fosse explodir, minhas pernas ficaram bambas e meu coração quase pulava pela boca, deixei o celular parado durante uns 15 minutos apenas para conseguir processar o ocorrido, eu estava muito feliz, poderia morrer ali mesmo.

  No dia seguinte, depois do pedido, acho que minha felicidade era explícita, não conseguia parar de sorrir, o que por sinal espantou meus amigos já que eu era a marrenta da turma. Contei a minha amiga na qual me olhou com o olhar típico “finalmente”. Como sempre, tudo tem um lado ruim, a pior coisa foi ver as pessoas dizerem a mim “Não vai durar”, “relacionamento a distância nunca dá certo”. Hoje posso sorrir a todos que diziam que era impossível, a todos que falaram que era fora do normal: “Eu o amo”.

  Encontro-me nos braços dele, a pessoa na qual corri para seus braços com um abraço apertado, a pessoa que enxugou minhas lágrimas, a pessoa na qual afundei o rosto na curvatura do pescoço com as bochechas coradas e os olhos cobertos pelas lágrimas, Meu Namorado Virtual.