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História MADE - I'm Loser - Is Now!


Escrita por: Milly_Tavares

Notas do Autor


✌✌✌

Capítulo 7 - Is Now!


Fanfic / Fanfiction MADE - I'm Loser - Is Now!

Eu estava cometendo mais um erro em me entregar daquela forma, deveria impor minha importância, meu poder e soberania, mas não! Eu estava ali, nos braços de quem era para estar me venerando. Eu deveria me sentir como agora? E essa liberdade de criar tal coragem para chegar ao ponto de apontar uma arma em minha direção?

Deveria esfriar a cabeça, estava deixando me elevar por um capricho, mas ao mesmo tempo não seria ruim se acabássemos em outro canto da casa. Eu era uma humana e tinha minhas necessidades, por mais que Kiji fosse ou não fosse capaz de suprimir elas. Já tínhamos acabado em demasiadas situações, mas nada que passasse do ponto, no fundo eu gostava de vê-lo ajoelhado aos meus pés, talvez essa sensação de poder fizesse com que eu o atormentasse, e chegasse a tal ponto.

E o que dizer se eu fosse pega nessa situação?

A futura esposa do Sr. Kwon foi pega nos braços de outro!” - pensei comigo mesa. - “Como se ele nunca tivesse feito isso, e o pior, para a mídia, então por que me preocuparia com esse detalhe?”

Senti Kiji se afastar de mim por precaução, era errado o que estávamos fazendo e ser pegos ali era pior ainda, vi de relance guardar sua arma no cós de sua calça, e simplesmente esperar eu levantar. Fechei a perna com delicadeza me mantendo sentada na mesa, ajeitei-me para que eu ficasse de frente para a porta, já que ao ser colocada naquela posição havia ficado de frente para a janela. Cruzei as pernas com elegância observando atenciosamente a pessoa da porta se pronunciar, vi que em suas mãos havia um envelope de cor amarelada, levemente amassada, parecia fresca, intacta, sem nenhum tipo de arranhão, estava lacrada.

- Pensei que seu gosto fosse melhor. - disse ela em provocação. Parecia estar irritada com algo, não sei se ainda se encontrava chateada e afetada por perder na arena.

- Kiji não parece ser tão ruim assim, creio que seja melhor com os quais você se envolve! - rebati somente para afetá-la, o que era difícil.

- Não diga bobagens sua… - antes mesmo que pudesse pronunciar as demais palavras da sua suposta frase de irritação, Kiji foi esperto a interrompendo sobre o conteúdo em suas mãos.

- O que há nesse envelope? - perguntou ele.

- Encontrei debaixo da porta, alguém deixou para Haruna, e como vocês estavam ocupados demais, decidi interromper a diversão para alertá-los. - disse andando até mim rindo da situação.

- Cala a boca! - era difícil rirmos juntas, ou em trio. Mas, sempre havia aqueles momentos em que era impossível não acontecer isso, precisávamos relaxar.

HyunA entregou-me o envelope, coloquei em cima da mesa e encarei ambos ali, sei que haviam entendido o que estava querendo dizer, mesmo assim, se mantaram fixos à minha espera para saber o que havia naquele envelope. Um silêncio se instalou ali, o momento pareceu estranho e engraçado, porém me mantive firme e paciente na esperança de não gastar minha saliva expulsando-os dali.

O meu método não funcionou, então tive que optar por outro mais eficiente:

- É melhor irem embora… ou querem que eu expulsem vocês daqui? -ameacei.

HyunA bufou de raiva revirando os olhos, bateu os pés e se pôs para fora do estabelecimento.

Olhei para Kiji, que ainda se mantinha em pé adiante, seu semblante estava sério e medonho, pelo que conheço bem, deveria está com uma vontade louca de manter uma luta ali mesmo comigo, fazer com que eu aprendesse as suas normas, com que eu entrasse no seu caminho e andasse conforme mandado pelo mesmo. Mas, sinto pena, porque ninguém é capaz de me domar.

- Não precisa esconder nada de mim. - soou ele estressado.

- É preciso esconder de você algumas coisas para que não estrague meus planos, conheço você melhor do que ninguém. - estava sendo mais do que verdadeira. Meus objetivos

- Está blefando porque já tem alguém que pode lhe ajudar melhor do que à mim?

- Viu! - afirmei. - É por isso que você pode estragar meus planos, por essa obsessão que possui.

- O que há de errado em relação a isso? Por que, discrimina tanto alguém que te quer tão bem?

- E isso é querer bem, Kiji?

- Você acha mesmo que Ji Yong, ou até mesmo T.O.P seria capaz de ter todo esse cuidado que tenho com você? Olhe ao seu redor, eles estão nem ai para o seu estado! - cada palavra dita perfurava meu peito, aquilo de alguma forma me atingiu.

Fiquei calada, não que eu não quisesse responder, mas não tinha o que responder as palavras simplesmente sumiram da minha mente, como se eu estivesse perdido a fala. Não lutei para dizer-lhe algo, não me daria ao luxo para isso, tentei o máximo possível para ficar neutra, isso o irritava profundamente. Um nó deu em minha cabeça, e eu via verdades ali mesmo não querendo admitir, era realmente estranho Choi aparecer do nada em ajudar, então ele se importava realmente comigo, ou teria alguma coisa por trás de tanto esforço vindo dele para se manter próximo à mim?

Eu não sabia a resposta, muito menos sentia a vontade de pensar sobre isso, o que se tornava importante para mim seria apenas a forma como as pistas se tornaram claras para mim, e como elas apareceram de repente depois que ele apareceu.

Kiji percebeu meu estado emocional, notou que aquilo não havia me afetado como imaginou, bateu o pé bufando e se pôs para fora dali, mal ele sabia como estava me sentindo por dentro. Me método funcionou para que ele sumisse da minha frente, e depois desse ato não pensava em vê-lo tão cedo. Havia sentindo uma dor dentro de mim e ao mesmo tempo uma grande raiva, nunca me imaginei sendo o centro das atenções de Ji Yong, pouco me importava com seus pensamentos e atos que tinha em relação á mim, apenas queria poder fazer o possível e o impossível para cancelar esse contrato e obrigações que tenho na associação. Queria me sentir livre!

Fiquei por um tempo parada, tentando esquecer suas palavras duras, ele parecia mesmo se importar comigo, mas aquilo me sufocava, não estava acostumada com certos tipos de atitudes. Depois, do meu afastamento de Ji Yong, nunca mais tive contatos com sensações amorosas.

Abaixei a cabeça suspirando pesadamente, mesmo tentando ser civilizada abusavam da minha paciência, ele me tirava do sério.

Dei a meia volta na mesa de marfim, sentei na minha poltrona relaxando meus músculos, pondo a cabeça no lugar, olhei para o teto mantendo esse ato por leves segundo. Me pus a abrir aquele envelope sem pressa, tentando imaginar quem poderia ter tido o trabalho de mandar para mim, a coisa mais viável era algum inferior pedindo rendição por estar devendo meu pai, nada vinha além disso. Enquanto, se encontrava em coma, era eu que estava exercendo seu posto, quando saia para resolver assuntos desconhecidos por mim, eu tomava seu trono e governava as demais ações da sua máfia. Já estava acostumada com isso.

Rasguei o papel tirando as inúmeras folhas de dentro do envelope, e sem mais e nem menos, fotos do pai de Ji Yong junto com o homem suspeito que matei essa noite, senti meu ar faltar, uma raiva descomunal tomar conta de mim, várias coisas passaram na minha mente, senti um nervosismo estranho e um suor frio sair pelos meus poros. Tudo que envolvia os Kwon era um bicho de sete cabeças, faria o possível e o impossível para me manter longe deles, porém todas as tentativas só me faziam aproximar cada vez mais. Olhei para as demais fotos, ambos sorriam, apertavam as mãos em forma de compromisso e lealdade, o Sr. Kwon entregava uma enorme maleta negra para o suspeito. Meu estomago revirou, coloquei a mão em frente a boca para conter a vontade de vomitar, mas a sensação foi tão forte que joguei as fotos em um canto qualquer e fui as pressas para o banheiro do escritório e coloquei para fora tudo o que havia ingerido.

Lavei o rosto depois de alguns minutos expelindo tudo o que meu estomago não segurou, olhei para o espelho adiante de mim, estava pálida. Por que, me sentia tão mal apenas ao ouvir o nome Kwon? E o pior, eu tinha a sensação de que ele deveria estar por trás da morte da minha mãe, depois de ver as fotos. Ele seria tão cruel? Sim! Ele seria!

Enxuguei meu rosto as pressas, verifiquei se a arma ainda estava no meu cós, tendo a noção que tudo estava em ordem. Iria fazer o Kwon falar por bem ou por mal, se fosse necessário desfiguraria toda a extensão de sua face, nada mais iria me impedir de fazer isso muito menos de seguir as respectivas regras da associação.

Estava tarde da noite, poucas pessoas passavam pelas ruas de Soul, com o meu carro consegui ir aos caminhos mais precisos e rápidos para chegar até sua mansão. Havia muitos seguranças, mas com um ótimo plano nada poderia me deter de entrar naquele local. Essa era a segunda vez que atacava em uma noite só, parei o carro ao longe colocando o silenciador no cano da arma, sai sem pressa do veículo, e me pus a atacar o local sem que ninguém percebesse, destruir todas as câmeras conhecia muito bem cada canto daquela casa, desde criança treinávamos e brincávamos perigosamente, e minha especialidade sempre foi fazer meu trabalho com excelência.

Cheguei na porta principal, fazia anos que não entrava mais naquele lugar, senti meu corpo estremecer, parecia um pesadelo prazeroso, tudo estava em completo silêncio, abri a porta devagar, a escuridão era presente, a luz da lua iluminava cada canto daquela enorme sala com detalhes em ouro, muito exagerado conforme as identidade dos Kwon, e isso era o que definia eles. Talvez fosse por isso que sempre a melhor em espionagem e ataques surpresas do que Ji Yong tinha um senso mais delicado e discreto, já ele, sempre foi extravagante demais.

Andei sem pressa até a escada, subi na mesma passando a mão no escorri mão, aquele lugar fedia a cigarro, essa era também uma das marcas registradas deles. Sentia meu estômago revirar. Os corredores nunca mudavam, as cores eram neutras e sem vida, parecia intacta, do jeitinho de quando éramos crianças, sempre tínhamos o cuidado de nunca danificar alguma parede ou móveis, era uma regra do Sr. Kwon. De repente, passei pelo quarto que era de Ji Yong, aquele lugar me lembrava de muitas coisas, tantas que era impossível de colocar em páginas, vivemos tantos momentos que tenho a impressão que foi uma vida inteira da minha adolescência, mas éramos apenas crianças, mas tudo ficou gravado em minha mente e passavam como roteiros de filme.

Fechei a cara, balancei a cabeça, isso era passado!

Mais adiante ficava o quarto principal, e era nele onde estava meu objetivo dessa noite, iria tirar toda essa história a limpo, não será de importância para mim se ameaças irá me prejudicar.

A porta estava entreaberta, de dentro um cheiro forte de bebidas saía entre a brecha, era notável que ele mesmo nunca havia mudado, não é atoa que a mãe de Ji Yong é uma mera concubina. Sinta pena do modo como foi criado e por quem foi criado, era pior imaginar que se tornou igual ao pai!

Sem ter piedade, empurrei aquela enorme porta com toda fúria, um barulho estridente ecoou pelos quartos cantos do quarto, minha vontade era de chegar atirando para tudo quanto é lado, mas não podia, havia a associação de olho em mim. Eu era uma apenas uma louca para eles.

Ele está lá, sentado na beira da cama de frente para a porta, segurava um cigarro entre os dedos, tragava em curtos períodos, inspirava a fumaça tóxica em precisão, aquilo parecia aliviar a tensão que sentia, relaxava seus músculos e maxilar. Ji Yong era a réplica dele. E para completar haviam 3 mulheres nuas em sua cama dormindo como se nada estivesse acontecido, como se fosse a coisa mais normal e segura está ali, justamente naquele quarto onde tudo poderia acontecer.

- Está atrasada! - tragou novamente, inspirando e aspirando a fumaça. Seus dedos balançavam ao brincar com o objeto, olhava para ele como se estivesse procurando algum detalhe imperfeito.

- Não me provoque! Não responderei por mim depois!

- Feroz como a mãe, sempre perdendo o controle. Idênticas! - sussurrou perdido em pensamento. Por um instante parou de olhar para o cigarro e se pôs a encarar-me, desenhou toda extensão do meu corpo sem pressa, parecia relembrar dos traços que minha mãe possuía. Era nítido no seu olhar, e aquilo me enfurecia por completo.

Suportei ao máximo para me controlar, eu tinha que fazer isso, precisava aprender a “escutar” as vítimas, deveria ser por isso que não conseguia descobrir tantas coisas. Eu sempre dava o bote, sem que meus adversários tivessem chances de protestar.

-  Se sabes o que vim fazer aqui, então deve muito bem entender o que há por trás do assassinato de minha mãe!

- Há sim, como não esquecer… Realmente ela era um pecado, Haruna! - uma raiva descomunal subiu mais forte, apontei a arma diretamente para o centro de sua testa, meus punhos tremiam, a vontade era de atirar, de me satisfazer.

Autocontrole, Haruna!

- Haviam fotos suas com um dos caras quem matei, e você deve saber de quem estou falando. Agora me explique seu envolvimento com ele. Explique-me por que diabos você estava com ele? - vociferei na última frase. Era impossível manter uma conversa civilizada com ele.

- Tão imatura! - suspirou. - Por que, acha que essas fotos provam que tenho algum envolvimento com a morte de sua mãe? Pensas que sou tão idiota ao ponto de me expor dessa forma?

- Vindo de você nada me surpreenderia!

- Então, se eu fosse o assassino de sua mãe não seria uma surpresa para você, Haruna? - provocou-me mais uma vez. - Seria ótimo brincar com ela depois de morta!

- Desgraçado! - esbravejei cega de raiva.

Já matei, mas imaginar aquele homem fazendo algo do tipo alguém sentia meu estômago revirar. Era doentio demais.

Destravei a arma, a única coisa que se passava em minha cabeça era matá-lo, e faria isso agora!

Quando finalmente iria atirar, sinto algo bater em minha mão com certa força, a bala que iria certo onde tinha mirado perfurou a parede a 5cm acima da sua cabeça. Logo imaginei que ele já havia planejado algum contra-ataque e sabia também que já me esperava naquela noite. Ele tinha algum envolvimento com aquele envelope? Estaria ele brincando com os meus instintos apenas para impor seu legado na associação? Todos sabiam das regras e usavam-nas para chegar ao poder.

Ele não se encontrava sozinho naquele quarto, senti algo atrás de mim tornar formas, e confesso que o desespero tomou conta de mim.

Quando tentei virar para atacá-lo, senti uma forte mão passar dentre os fios dos meus cabelos impossibilitando que eu fizesse qualquer tipo de movimentação. Tablo estava lá defendendo alguém como ele, tão sujo e doente, não entendia a capacidade de alguém se deixar elevar por um mundo cheio de crime, o mundo com pessoas que querem conseguir objetos mais facilidade se tornou um caos como é hoje. Incansáveis vezes tentei fugir, tinha que existir algum tipo de contragolpe, precisava sair daquelas garras, e para piorar estava sendo assistida por tanta gente o meu título ser pisado, isso feria o meu ego. As mulheres haviam acordado e estava assustada, se comprimiam entre a cabeceira da cama tentando se proteger, se manter ao máximo longe. Eu podia ver o furo feito, se fosse centímetros mais abaixo, teria o matado e não sentiria remorso por isso sabendo que a reputação do nome do meu pai seria derrubado.

Era doloroso pensar que ele poderia ter feito isso, ele dizia que amava minha mãe, um amor assim se tornaria tão doentio?

Era uma regra dentro da organização: nunca matar aqueles se tornam o poder tão grande”. Ele seria julgado por todos os seus atos impensáveis.

Seu semblante continuava neutro, sem medo, sem raiva, sem ansiedade, flashes de acontecimentos anteriores transbordaram na minha cabeça, era agonizante, fechei os olhos parando de me mover para escapar, meus laços eram e são muito fortes com os meus pais. Havia recebido amor, não era revoltada como Ji Yong, CL e demais pessoas. Uma dor aguda se formou na minha garganta, ninguém entendia como me sentia, julgava por cada ato que fazia que envolvesse o nome da minha família, não entendia o motivo de fazer tanta questão.

Quando abri os olhos, Sr. Kwon estava em pé com uma arma apontada em minha direção. De repente, para provocar ainda mais, tirou outro cigarro do bolso e um isqueiro do outro e se pôs a acender.

- Se sabes que podes ser punida, então por que está aqui, Haruna?

- Você não entenderia Tablo.

- Sim, eu entendo. - era doloroso como falava pelo seu tom de voz sabia que estava decepcionado ou com pena da situação onde me encontrava, apenas não podia me soltar já que estava em frente ao seu dono. - Entendo melhor que qualquer um…

- Então, me solte…

- Desculpe, mas não posso!

Ouvi a arma ser destravada e ser perfeitamente alinhada no centro da minha testa, no mesmo lugar aonde iriam atingi-lo. A caça virou contra o caçador!

O instinto foi fechar os olhos, queria estar com os olhos fixados com o meu inimigo antes de morrer, não me deixei elevar pela motivação, e o encarei com convicção. Os segundos pareceram torturantes, vi o seu dedo indicador sujo e descascado pelo excesso de cigarros fumados mover-se.

- Últimas palavras ao Ji Yong?

- Vão se fuder! - disse entre dentes.

- Se pensar ao menos em atirar, tenho certeza que você será o primeiro a cair nesse chão. - uma voz cortante ecoou pelo quarto.

As mulheres ficaram assanhadas, riam e agradeciam por algum motivo. E eu reconhecia aquela voz, essa não era a primeira vez que havia me tirado da morte, sempre foi assim e sempre será assim?

- Você de novo… como sempre estragando meus divertimentos, será que devo lhe dar bons modos? - seu pai suspirou cansado pouco se importando com as atitudes do filho.

- Será pior se fizer algo contra ela, sua obsessão por poder jamais deixaria tudo desmoronar, não é mesmo?

- Pressão psicológica?

- Entenda como quiser. Tablo a solte! - sem pensar duas vezes sinto meus cabelos esvoaçarem ao ar, leves como a nuvem. - Haruna, vamos!

Como era difícil lidar com essas situações, parecíamos crianças novamente, sempre sendo protegida por ele. Depois que vim para cá, tudo aprecia querer dar errado e ele sempre parecia de última hora, como se já sobesse o que iria acontecer e só estava esperando para me salvar e fazer com que me sentisse humilhada como agora.

Dei passos para trás saindo do quarto e Ji Yong logo em seguida, estava me sentindo péssima, não havia conseguido o que queria. Queria poder ler mentes, assim não teria todo esse trabalho. Eu deveria desistir?

Tudo foi rápido demais mal conseguia processar, estava ambos em um briga peculiar por mim?

Pelo que conheço bem Ji Yong, faria uma torcida particular e assistiria sentado seu pai acabar comigo, suas mudanças de humores definitivamente acabavam comigo. Não conseguia ver o que esperar dele, sempre imprevisível. Quando se imaginar algo ele pode ou não fazer o contrário, era perturbador.

- Você deveria ter elaborado um plano…

- Quando estou fora de mim não existem planos, sabes muito bem.

- Sim, eu sei. Você nunca muda!

- Por que, sempre me salva? - eu e minha maldita língua.

- Não me faça esses tipos de perguntas.

- Por que, sempre fala isso? - o ouvi rir.

Sei que não deveria manter esse tipo de conversa com ele, mas estava tão perturbada que apenas queria esfriar a cabeça de alguma forma.

- Parece que voltamos aos velhos tempos.

- E isso é ruim!

- Por que, achas isso?

- Não somos mais como antigamente, Ji Yong!

Andamos pelo jardim da casa até chegarmos em nossos devidos carros, paramos no portão da casa e ficamos encarando um ao outro. Era a primeira vez que mantive meu olhar fixo ao seu, foi tão estranho. Seus olhos pareciam ter brilhado intensamente, desviei o olhar mordendo os lábios, era coisa da minha cabeça, tinha certeza. Como alguém que nem ele pisaria em seu ego apenas para me salvar, havia literalmente o agredido em frente a multidões.

- Obrigada… - de repente ou vi um suspiro de risos. O encarei de volta, realmente seus olhos estavam brilhando, era confuso, eu não entendia, foi tanto tempo longe que havia me esquecido de como era ficar perto dele.

- Somente obrigada? Não vai pedir desculpas pela agressão em público? - revirei os olhos.

- Eu não me esqueci do que fez comigo, e nunca esquecerei. Ainda vai pagar caro, Ji Yong!

Por alguns minutos me deixei elevar e esquecendo totalmente da nossa “rixa”, voltei ao meu normal, ignorando totalmente sua presença, e sem ao menos me despedir andei as pressas até o meu carro.

Fechei a porta com força, estava me sentindo um lixo, impotente. Nunca havia sinto tão humilhada por Ji Yong, era besteira, eu sei, mas para alguém como eu era inaceitável.

Fui direto para o meu apartamento, estava quase amanhecendo já que o céu se encontrava em um tom alaranjado, o sol já se firmava para aparecer. Um novo dia começaria daqui a algumas horas. Eu precisava descansar, ainda iria me encontrar com Choi horas mais tarde, e estava me preparando para comentar sobre o ocorrido e principalmente sobre o envelope. Não entendia muito bem de onde vinha essa vontade de compartilhar acontecimentos como esse com ele, mas algo me dizia para fazer o que achava certo, e iria seguir meus instintos.

Por sorte dormir o dia todo, pude descansar o suficiente para esquecer todo o ocorrido, era o que sempre funcionava ao dormir e acordar no dia seguinte revigorada. Iria dar a voltar por cima, nada ficaria assim. A única coisa que me preocupava mais ainda, seria a nossa anunciação de casamento ao mundo todo, o dia estava chegando e me sentia pressionada mais ainda, estava sendo difícil lidar com toda essa situação, significava que iria ficar mais próxima de Ji Yong, e isso era o que menos queria. Eu poderia chamar de medo, ou uma síndrome que tinha de Ji Yong?

Daria no mesmo, ambas chegavam ao mesmo destino. Era medo!

Eu poderia ser a pessoa mais durona e imbatível, mas quando se tratava dele, dos seus toques, do som da sua voz, me sentia relaxada, voando. E era ridículo só de pensar nisso, e para piorar, eu via que o mesmo acontecia com ele. Seu olhar dizia tudo, eu conhecia muito bem, sempre foi desvendável para mim desde então, mas depois que nos afastamos ele mudou, até mesmo o seu modo de olhar para outras pessoas, um olhar banhado de ódio e intimidação. Mas, quando era direcionado para mim, tudo se tornava diferente, do mesmo jeito quando foi o jantar, na mesma noite onde meu pai fora ferido. É impossível esquecer de cada modo como encarou-me naquela noite, e de cada toque que recebi.

Quão idiota sou, para quê pensar assim em relação a ele. Ji Yong já foi capaz de fazer mal a minha imagem mesmo ainda não estando “juntos” oficialmente, e me estremecia só de imaginar tendo que “domar” o meu futuro marido. Essa palavra era uma incógnita, não fora eu que havia deixado claro que cada um tinha sua liberdade, mas que respeitássemos um ao outro?

O que estou pensando!

Levantei as pressas, já estava escurecendo e ainda tinha que encontrar Choi SeungHyun. Tomei uma longo banho, limpando toda a impureza do meu corpo, todo os vestígios da noite anterior. Optei por usar um vestido preto colado que modelava todo o meu corpo, e um refinado sapato agulha, nada que fosse vulgar, mas que me deixasse sensual e estilosa. Um batom incrivelmente vermelho foi a combinação perfeita para o look, e para completar, deixei meu cabelo solto, era a chave principal para o estilo. Olhei-me no espelho do closet, simplesmente estava linda.

Peguei meu celular que estava em cima da cama e já era 20:00, havia tempo o suficiente para chegar até o restaurante. O tempo especulado foi certeiro, não iria chegar atrasada mas também não iria chegar adiantada.

Entrei no meu carro, a noite estava agitada em Seoul, estava leve e cheia de energia, era até estranho, todo mundo parecia estar em paz. Que inveja.

Acelerei o carro e me pus a ir embora para o meu destino, passei pela frente de uma das boates de Ji Yong, justamente aquela que era próxima do meu apartamento, que tinha seu nome em neon e brilhava sem parar. Havia festa nessa noite, por mais que ainda não houve ninguém ali, o banner condenada as atrações.

Por mais alguns minutos cheguei ao restaurante, não ficava muito longe da boate, mesmo assim tinha a sensação de que Ji Yong poderia nos ver a qualquer momento, não que isso fosse um problema, mas me sentia estranha.

Estacionei, dando a chave para o porteiro, e com elegância fui levada para dentro. Não havia ninguém no local, estava totalmente vazio, exceto pela mesa ao centro onde se encontrada Choi em pé trajando um elegante terno negro, feito especialmente para ele, já que o tecido se encaixava perfeitamente em seu corpo. Seu cabelo estava penteado para trás e brilhava conforme a luz, ao longe pude notar seu sorriso, e era até engraçado como seus olhos ficavam menores. T.O.P poderia ser muito sério e frio, mas para quem o conhece desde criança, tudo isso não passa de um escuro, por mais que seu jeito seja assim mesmo discreto era um cara legal.

O lugar estava perfeitamente decorado, em tons dourados e cinza claro, o clima parecia de certa forma romântico. E não estávamos aqui para isso, e esperava ter a certeza disso da parte dele.

- Que exagero… - sussurrei brincalhona.

- Se fosse outra, teria desmaiado pela surpresa. - rui ele. - E não sei o que esperar de você…

- Sou tão imprevisível assim?

- Demais para suportar!

Sentia-me tão ao seu lado, como se nos conhecêssemos à tempos, e parte disso era verdade, mas não tínhamos o contato para dizer que éramos conhecidos.

Choi segurou minha mão com delicadeza depositando um beijo cálido na mesma, seus lábios quentes e macios causaram uma sensação de frescor e tranquilidade, seus olhos se mentaram fixos aos meus por todo tempo.

- Você está linda! - seu hálito bateu contra minha pele, uma chama acendeu em seus olhos. Havia uma seriedade incrível dentro deles, e de alguma forma isso me atingiu em cheio.

Atordoada pelo seu cavalheirismo, esforcei-me para dizer-lhe algo, até que mais um de seus sorrisos clareou minha mente.

- Obrigada, Sr. Choi.

- Está arrependida por me conceder uma jantar?

- Por que, pensas isso?

- É uma honra ter essa oportunidade com a grande Haruna Voltolini. - pela primeira vez me senti sem graça, ele sabia mais do que ninguém como desarmar uma mulher.

- Fizemos um trato, e não costumo falhar.

- Espero que depois dessa janta, você não pense que foi apenas uma obrigação devido a um trato; - ele por sua vez afastou a cadeira para que eu pudesse sentar, e assim fiz.

Observei Choi dar a meia volta pelo canto e se sentar de frente para mim.

A mesa era redonda e estava coberta por um pano branco de cetim, no centro podia ver o enorme vaso com flores, além dos talheres em tons cinza claro, guardanapos em dourado. Era impossível não reparar em cada detalhe, parece que foi tudo bem pensando para agradar-me. Nunca alguém se preocupou em me acolher tanto em um jantar.

E se fosse Ji Yong no lugar de T.O.P, como estaria a decoração? Como iria ser recebida?

Abaixei o olhar tentando esquecer esses tipos de pensamentos, isso não tem lógica, nunca teríamos esses tipos de contato. As coisas estavam diferentes, não eram mais como antes.

- Pode falar, fique a vontade!

- Havia um envelope no meu apartamento, e nele havia fotos do pai de Ji Yong, você tem uma ligação com isso? - fui curta e grossa.

Olhei para ele sendo direta demais, esperaria que o mesmo se surpreendesse, mas ele apenas sorria. Um sorriso abafado, afinal.

- Você se encontra em um completo desespero… ficar desse jeito não irá ajudar em nada, o que custa você preparar sua armadilha e deixar a presa cair nela? Não faça esforço, deixa ela vim até você dar o bote, Haruna.

Nunca havia parado para pensar dessa forma, pelas suas palavras Choi entendia muito bem como estava me sentindo. Era fato e bastante visível que me encontrava em desespero, estava cega, apenas queria poder me vingar. Mas, para isso também seria necessário travar planos, estudar meus inimigos. Mas, quais?

- Não tenho a permissão de te dar mais pistas… - disse ele desconfiado olhando calmamente para os cantos. - As paredes tem ouvidos

- Então… foi você… - a ficha caiu.

- Apenas, estude ele… hm? - ele por sua vez sorriu novamente se deliciando da enorme taça de vinho que havia na mesa.

- Por que, esta fazendo isso?

- Tenho meus motivos…

- E quais são esses motivos? Preciso saber com quem estou lidando.

- Não precisa temer, não sou nenhum tipo de Ji Yong, Tablo ou Sr. Kwon, apenas sou Choi SeungHyun, aquele que você conhece muito bem.

O conhecia de criança, mas o tempo passa, as pessoas mudam, e não tinha tipos de contatos íntimos com ele. Sempre fora fechado, e bom, como nossas famílias eram próximas, sabíamos lidar com cada gênio, e sabíamos as especialidades de cada um quando se tratava da Arena. E olhando por esse lado, Choi parecia ser confiável.

- Os Voltolini possuem bondade no coração por mais que parte seja sangrenta, mas há humanidade naqueles que seguem esse nome, os Kown são frios e inquietos, não há família melhor  que os Choi para se confiar. E isso não é pelo fato de querer fazer seus pensamentos. Você nasceu e conviver boa parte da sua infância conosco, então pode tirar suas próprias conclusões. - concluiu ele.

Por mais que eu não queira, teria que concordar com ele. Mesmo assim, não tinha a certeza desse mérito, muitos já me triaram, e não sei se com ele seria o mesmo destino. Será se devo andar no mesmo ritmo que ele?

- Então, as paredes tem ouvido, Sr. Choi. - saboreei o vinho que havia ali entrando no mesmo clima que ele, se estava aparecendo essa oportunidade, não iria desperdiçá-la tão fácil assim.

O jantar foi perfeito, e não esperava que fosse assim. Foi reconfortante, acolhedor, senti-me à vontade de me expressar sem temer, sorri, e me divertir. T.O.P era uma boa companhia, não havia nada de se reclamar. Não lembrava à quanto tempo não me sentia assim com alguém. Todos os encontros que tinha em minha vida, sempre acabavam em mortes. Eram estratégias, planos para assassinar algum magnata, nunca fora um encontro de verdade, por mais que esse não fosse, mas tive uma impressão boa. Poderíamos, quem sabe, trabalhar juntos!

Enquanto terminava de limpar meus lábios depois de saborear a sobremesa, ouvi a cadeira ser arrastada ao chão, e pelo atrito com o chão liso e extremamente limpo o barulho não se tornou irritante aos meus ouvidos. De relance, vi a sombra de Choi se salientar ao meu lado e ficar parada ali, levantei a cabeça para olhá-lo e questionar o por quê dessa sua atitude inesperada.

- Me conceda essa dança? - vi uma de suas mão estendida em minha direção e a outro fixada atrás de sua costa em sinal de respeito.

De repente, uma música lenta começou a ecoar pelo salão, e envolvida pela noite que estava tendo, não pensei duas vezes antes de tocar em sua mão.

Levantei, e fui sendo conduzida até o meio do local, onde havia um espaço aconchegante para quem quisesse se divertir mais ainda. Sinto uma de suas mão tocar minha cintura colando nossos corpos um ao outro, nossos rostos ficaram tão próximos que podia sentir sua respiração tocar na ponta de meu nariz. Eu estava dando espaço demais?

Fui conduzida pelo ritmo da música, Choi dançava muito bem, enquanto eu apenas seguia seus passos atordoada, talvez fosse efeito do vinho, mas sentia-me levemente tonta.

- Acho que bebestes demais essa noite- ele deveria conhecer muito bem minhas “expressões” faciais para poder entender o que se passava comigo no momento.

- Não gosta de mulheres que bebem?

- Tenho atrações por mulheres que apreciam um bom vinho!

- É especialidade dos Choi ser sempre cavalheiros?

- Pelo visto… - rimos juntos novamente naquela noite, e se fosse contar nos dedos, nunca havia sorrido tanto assim.

De repente, vi seu rosto tombar para frente, e colocar seu nariz entre meu pescoço e inalar meu perfume. Aquele ato fez meu ar faltar, a minha primeira reação seria socá-lo, mas a verdade era que, não tive forças e nem vontades para isso.

- Esperei por muito tempo esse momento - sussurrou ele perdido. Senti seu hálito quente em meu pescoço, fazendo meus pelo eriçarem. - E se me permitir quero nunca sair daqui!

- É especialidade dos Choi serem pervertidos?

- Expressamos o que pensamos, e bom, não somos pervertidos, mas quando gostamos e sentimos bem com alguém, sempre querermos estar perto. - ele olhou para mim de repente se sentindo constrangido pelo seu ato.

- O que devo lhe responder? - era confuso para mim esses tipos de palavras, era complexo de entender. Alguém como eu criada em um mundo de crimes, era difícil lidar com situações como essa, então o que responder? Ou como reagir?

- Apenas sinta, Haruna!

Seu rosto se aproximou do meu lentamente, e por segundos pensei que beijaria meus lábios ali mesmo, mas apenas tocou os seus lábios em minha bochecha esquerda, antes de se separar de mim.

Decidimos ir embora, e por insistência de T.O.P deixei que me levasse até meu apartamento, mas depois de uma longa conversa, optei por passar no hospital onde meu pai se encontrava. Conforme acertado, sai sem pressa do restaurante. As ruas ainda continuavam agitadas, mas havia algo de errado, olhei para uma esquina que ficava próxima do restaurante e avistei um carro preto esportivo vim em nossa direção lentamente. O espelho do carro estava um pouco abaixado, mas dava para ver pouco em estava dirigindo. O tal homem nos encarava fixamente e usava óculos preto, se parecia muito com Ji Yong.

Balancei a cabeça espantando esses pensamentos, deveria ser efeito do álcool.

Entrei no carro e esperei chegar até o hospital, agradeci a Choi por ter a gentileza de me acompanhar até aqui.

Falei com a atendente e entrei para o quarto onde meu pai se encontrava, caminhei em passos lentos, não estava com pressa, mesmo assim, ainda me sentia estranha depois de ver aquele carro preto. Depois que vim para Coréia, toda minha vida começou a se tornar perturbador, aquela “paz” que tinha no ocidente pareceu se esvaziar num piscar de olhos.

A cada passo que dava sentia meu peito apertar havia algo de errado. De repente, me vi dando passos largos, a pressa tomou conta de mim. Tinha que chegar o mais rápido possível naquele quarto. Quando finalmente me pus à frente daquela porta, abrir sem hesitar…

… meu pai estava dormindo tranquilamente, parecia intacto, sem nenhum vestígio de agressão, ou tentativa de morte – mais uma vez. Mas, quem está o acompanhando naquela sala, era definitivamente a última pessoa do mundo que pensaria em estar aqui. E para piorar, minhas ordens não eram seguidas devidamente nesse hospital.

- O que está fazendo aqui? - esbravejei.

Ele não me olhou, ainda se mantinha fixo em meu pai e aquilo me incomodava profundamente. Eu tinha somente ele, e tirá-lo de mim seria o mesmo que declarar sua morte.

- Como foi o jantar? Se divertiu o suficiente com SeungHyun?

A raiva e frieza transbordava em sua voz, a confusão era feita dentro de mim. O que mais poderia acontecer agora? Quais as demais surpresas irei ter? E por que, ele estava aqui? Justamente aqui?


Notas Finais


Espero que tenham gostado


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