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História Magic - Único


Escrita por: sobitos e panicz

Notas do Autor


Então... oi?
Gente essa é minha primeira fanfic então ainda não sei muito bem o que falar para vocês.
Escrevi isso aqui correndo e passei ontem o dia inteiro pensando se deveria postar ou não... Agora me deu uma coragem e tô aproveitando para postar antes que ela fuja.
Eu espero que vocês gostem e me perdoem pelos erros, confusões ou qualquer outra coisa.
Espero do fundo do coraçãozinho que esteja pelo menos legalzinha... Qualquer coisa a gente exclui e finge que nunca aconteceu.
CARA QUE NERVOSO.
Perdão as notas gigantes e o desabafo uahush.
<3

Capítulo 1 - Único


 

Foi como num passe de mágica. Em um momento era apenas a pracinha, e no outro um palco havia sido montado e ao seu lado havia um trailer, junto ao cartaz que anunciava o show de ilusionismo que seria feito no sábado. Era uma sexta feira, 30 de outubro. 

              As pessoas diziam terem passado ali alguns minutos antes e não visto o palco sendo arrumado. Outras supunham ser apenas uma atração para as crianças no dia de Halloween. Algumas falavam reconhecer o nome Jeongguk, mas não conseguiam se lembrar de onde. No fim das contas aquela era uma cidade pequena, e seguia a risca a regra: nunca acontecia nada, e qualquer pequena alteração na rotina era motivo de alvoroço e conversinhas. Passram umas duas horas até que todos os habitantes soubessem do evento, e começassem a combinar de se encontrar na praça para ver a atração.

   O horário do show só atiçava mais a curiosidade de todos os adolescentes da cidade, afinal o que teria de tão especial a ponto de precisar começar a meia noite? Ninguém entendia, mas pareciam dispostos a descobrir. A opção de ser uma simples apresentação para as crianças já fora descartada. 

Durante o dia inteiro ninguém saiu do trailer e nenhuma luz foi acesa. Os mais corajosos e ousados chegaram perto do palco e viram que era simplesmente um tablado, sem nada. Não havia buraco ou qualquer outra das coisas que haviam visto serem usadas em shows de mágica. 

                                                                                           * 

            Era apenas dez horas da noite quando as primeiras pessoas começaram a chegar à praça. As crianças já haviam pedido os doces, e as ruas se encontravam meio desertas. 

            Como típicos adolescentes a maioria falava alto e ria de coisas sem sentido. Algumas meninas que estavam nos grupos sempre se assustavam com as gracinhas que os outros faziam, e evitavam olhar a escuridão da rua, abaixando o rosto e abraçando quem estivesse próximo. 

            Quando o relógio marcou 11:59 daquele sábado, a maioria das cadeiras posicionadas de frente ao palco estavam ocupadas. E assim que aqueles sessenta segundos se passaram, uma voz alta ecoou, mesmo que não houvesse nenhum equipamento de som. 

        — Boa noite habitantes de Daegu! Sejam bem vindos ao meu show. — E tão de repente quanto começou, a voz melodiosa parou. Todos prestavam atenção no palco, nem piscar conseguiam. E então uma fumaça surgiu, e naquela hora ninguém pensou no fato de não haver nenhuma máquina de gelo seco por perto. Quando a fumaça se dissipou um homem estava em cima do palco. Suas vestes eram típicas de um mágico, e seu cabelo preto contrastava lindamente com a sua pele pálida. Ele olhou para o público com um sorriso forçado, mas que continuava assustadoramente bonito. — Eu sou Jeon Jeongguk, um mágico legítimo e hoje irei mostrar-lhes coisas que não irão compreender, mas que ficaram gravadas em suas mentes para sempre. — Dito isso começou a mexer em um pano no chão. Pano que logo cobria o corpo de um homem. 
 

     — Chamarei agora ao palco, meu excepcional assistente. Com vocês, Kim Taehyung. — Disse ao puxar o pano de onde o garoto havia surgido. Taehyung era um garoto belo. E ao contrário do outro, suas vestes eram brancas e seu cabelo loiro.

Durantes alguns segundos os olhares dos dois se cruzaram, e o Jeon travou o maxilar. Por um momento pareceu extremamente triste, abaixando a cabeça, para então a levantar com o rosto determinado. 

          Com um olhar vazio e ações mecanizadas o mágico realizou todos os truques com maestria, e ninguém foi capaz de perceber a lógica por de trás da apresentação. 

   Foram vários números impressionantes. Não chegava perto de nada que aquela cidade já havia visto. 
   

 Ás vezes os olhares dos dois garotos no palco se cruzavam, como se quisessem falar algo, mas o mágico desviava o olhar e realizava algo capaz de tirar o fôlego dos espectadores. 

O show seguiu seu curso normal até o último número, que seria a caixa das espadas. 
 

— Faremos agora a caixa das espadas, nossa última atração. Colocarei Taehyung de costas para que não vejam sua expressão de dor. — E sua voz havia soado tão séria que todos os presentes arregalaram os olhos, e então o mágico deu uma risadinha nervosa. 
 

O menino estava dentro de uma pequena caixa vermelha, de costas, como já havia sido informado que ele estaria. 
 

Várias espadas surgiram na mão de Jeongguk e, para mostrar quão afiadas estavam, ele pegou uma peça de carne que estava ali (nada do cenário parecia estar pronto antes da apresentação, as coisas simplesmente surgiam, era bizarro) e a cortou facilmente. 
 

E então sem nenhum aviso prévio, o moreno enfiou uma espada na perna de seu assistente. O garoto na caixa não emitiu nenhum som, ou se o fez, o choque impedia escutássemos. 
 

O sangue saia da perna do loiro, e as pessoas se dividiam entre entrar em pânico e tentar descobrir como ele conseguia realizar aquele truque dessa forma. Não houve tempo para nenhum dos grupos concretizarem seus atos. Outra espada fora enfiada. 
 

Agora mais sangue pingava. As vestes, antes brancas, encontravam-se empapadas e manchadas em carmesim. Diversos gritos foram ouvidos. Mas ninguém conseguia fazer nada. O olhar impassível do mágico também os hipnotizava. Ele parecia saber muito bem o que fazia.
 

E então com um sorriso torto, Jeon Jeongguk enfiou a espada no coração de Taehyung. 
 

Olhou para o público, e assim que viu que algumas pessoas choravam e ameaçavam sair do transe para tomar alguma atitude, estalou os dedos. 
 

E aquele mesmo Kim Taehyung do início apareceu no colo do mágico. Suas roupas estavam ainda mais brancas que antes, se possível. Ele tinha uma aura quase angelical, mas não era exatamente isso... Parecia meio melancólico. 
 

Os dois deram sorrisos (claramente falsos e estranhos), antes de se curvarem em agradecimento. 
 

Palmas foram ouvidas por muito tempo, as pessoas deliravam. Havia sido muita coisa para processar, e elas só sabiam que queriam aprender aqueles truques. Uma filinha foi formada em frente ao mágico. 
 

Todas as perguntas foram sutilmente ignoradas, e os elogios recebidos com um sorriso lindo, mas cansado. E então, quando me virei para ir embora senti que ele estava me olhando. Assim que virei para trás, me deparei com o trailer. Parecia que eu estava sendo chamado até lá, e sem minha permissão, minhas pernas seguiram aquele caminho. 
 

— Pode entrar — A voz do mágico que eu assistia há minutos atrás soara abafada. A porta estava aberta, e como se eu só estivesse esperando seu comando, entrei no local sem nem pensar no quão bizarro aquilo era. 
 

Não dissemos nada até o momento em que ele passou a soluçar. Aquele era o ápice da minha confusão. 
 

— Ninguém iria me admirar se soubesse o que eu fiz para ter esses dons. Eles realmente são mágicos, realmente são... — Sua voz era embargada e se não houvesse completo silêncio eu não teria entendido nada. 
 

E então Jeon Jeongguk me contou sua história. Começou sobre quando era uma criança e seu avô o levava ao circo, falou de como aprendeu a tirar moedas das orelhas de seus colegas de sala, e como adorava o brilho no olhar das pessoas ao ver algo incompreensível. Disse-me, também, sobre um garoto cujo olhar brilhava mais do que o do resto. Um garoto que adorava tentar descobrir seus truques, e que sempre escolhia uma rainha de copas nos truques que envolviam baralhos. Falou sobre como ele se apaixonou, sobre seu emprego em um circo e como tudo ia bem até descobrirem seu romance com Kim Taehyung. E, depois de uma longa pausa onde ele apenas chorou, o mágico contou-me como foi despedido do emprego e despejado de casa, assim como seu namorado. Falou-me do desespero e da dor, e de como desejou ser um mágico excelente. Um mágico excelente para estar acima de tudo aquilo, para ganhar dinheiro e ir para a América. Ser excelente em algo para ser uma aberração em outro quesito. 
 

— Eu não imaginava o quão horrível tudo aquilo ainda podia se tornar. Para mim o pior era aquela situação, e então eu cometi o pior erro de minha vida. 
 

E ele pausou novamente. Ficou tanto tempo olhando para o nada que achei que ele tivesse desistido de me contar o resto de sua história. O garoto a minha frente abaixou a cabeça e sua voz começou a sair novamente. Fraca e tremula. 
 

E foi dessa forma (que me fez temer que ele parasse a história no meio) que ele me contou o resto. Falou-me sobre o dia em que bebeu Soju com o dinheiro que havia roubado, e como praguejou contra tudo o que pudesse ser responsável por sua situação. Com os olhos frios e amargurados (parecia que ele vivia a cena novamente), disse-me sobre o dia seguinte. O terrível dia seguinte, quando ele acordou em uma sala e lá fez o pacto que mudaria sua vida. 
 

Contou-me sobre as luzes, a fortuna, a felicidade e o reconhecimento. Como tudo aquilo parecia um sonho. E era um sonho. 
 

Pois ele logo voltou a me encarar e disse-me que ninguém faz coisa alguma sem intenção... Nem o demônio. Principalmente o demônio. 
 

E por fim, com uma voz grave o olhar sombrio, falou-me sobre o começo de seu inferno pessoal. 
 

Era a festa de aniversário de um dos Generais do exercito americano, e como os números do Jeon vinham impressionando todos por algum tempo, ele foi convidado a apresenta-los ao vivo.
 

Duas horas antes de aquela grande apresentação acontecer, roupas haviam chego para os dois responsáveis pelo show. A sua era a mais magnífica roupa de mágico que o garoto já havia visto, e a de seu amado era igualmente bela, sendo inteiramente branca. 
 

— Tae parecia um anjo, e acho que esse era o propósito. No fim, era tudo uma maldita piada. — O jovem mágico finalmente havia parado de chorar. Ele só encarava o nada com uma expressão raivosa. Não olhou em meus olhos durante toda a narrativa, e grande parte de mim agradecia por isso. — Tudo estava normal, mas pouco antes do show Tae tinha me pedido para não fazermos o número da caixa de espadas... Eu não podia não fazer aquele truque, era o momento mais aguardado por aqueles que viam meus shows. — Seus olhos se encheram de lágrimas nessa parte, mas elas nunca chegaram a serem derramadas — Naquela noite eu o matei... Assim que enfiei a primeira espada, ele gritou de dor e achei que estivesse encenando para melhorar a performance. Nunca iria pensar que ele realmente pudesse morrer; eu tinha um pacto com o diabo que, teoricamente, assegurava nossas vidas. 
 

Eu nem sabia mais o que estava fazendo ali, ou se tudo aquilo era real. Levantei-me e dei alguns passos para trás. 
 

— Não vá, por favor. Eu preciso falar disso para alguém. — Seu tom meio suplicante também soou como uma ordem, então lentamente sentei-me. 

Milhares de perguntas rondavam a minha mente. Aquilo tudo significava que Taehyung estava morto? Quais as probabilidades de aquilo ser uma pegadinha de halloween? 

Mas as coisas ainda não se encaixavam... Nada poderia explicar as coisas que Jeongguk tinha feito em cima do palco naquela noite... Exceto, seu próprio relato. E por mais absurdo que tudo aquilo fosse, parte de mim via sinceridade em suas palavras. 

Por fim, Taehyung realmente estava morto. Aquele era o preço que o Jeon pagara pelos seus dons. Ao fim daquele número, quando ele estalou os dedos e nada acontecia ele desesperou-se. No momento em que finalmente Taehyung apareceu em seu colo ele soube que nada estava bem. 

— Jamais cheguei a pensar que o preço seria a vida dele, eu nunca faria nada se soubesse. — O mágico me olhou e vi tanta tristeza naquele rosto que fui obrigado a desviar o olhar. Aqueles olhos tinham visto coisas demais... — Depois que saí do palco, eu não achei Taehyung por parte alguma. O lugar fechou e eu precisei ir embora para casa. Bebi tanto que já não conseguia enxergar as coisas com nitidez, e assim como tinha feito anos antes eu praguejei contra aquele que havia tirado Tae de mim. E ele apareceu. 
 

Fiquei algum tempo tentado a perguntar como era a aparência do diabo, mas ele nem parecia estar falando comigo, então achei que não me ouviria. 

— O máximo que pude fazer por ele foi garantir nossos encontros anuais. É isso que fizemos hoje. A cada halloween o Tae pode vir para cá se apresentar comigo, e logo depois some. 
 

Sei que deveria ter ficado calado, óbvio que sei, mas quando vi já havia dito. 
 

— Por que você não vai encontra-lo? 
 

— Você acha que eu não tentei... — Deu um risinho debochado e levantou a manga da camisa mostrando um único corte em seu pulso. Era um corte vertical. — Eu me matei no dia seguinte quando recuperei a consciência e percebi que tinha perdido a razão da minha vida. Mas logicamente não seria tão fácil. Assim que o diabo conseguiu minha alma ele liberou Tae de lá. Mas obviamente ele não iria para o céu nem nada... Taehyung está no limbo. 

Acenei com a cabeça, e senti uma dor no coração ao perceber que talvez tudo aquilo pudesse ser verdade. Parecia tão irreal para mim. 

— Ainda depois de todos esse tempo fazemos as apresentações. Eu queria ver Tae, e o diabo queria que eu o matasse todos os anos. — Pigarreou para limpar a voz embargada e fez um tempo de silêncio — Eu estava tão afoito para poder vê-lo novamente que nem me lembrei desse fato. Taehyung sofre sua morte todos os anos, e vai ser assim para sempre. 

E então Jeon virou-se para mim. Seus olhos estavam negros e ele tinha uma expressão de fúria. 

— Tudo funciona a base de almas no inferno. E eu não quero mais ver Taehyung morrendo, você precisa me entender. Eu precisei matar uma pessoa para que o diabo retirasse suas cordas vocais e eu não precisasse ouvir os gritos, mas ele chora quando chega o momento e por isso precisa ficar de costas. — Nesse momento ele pegou uma espada e olhou em minha direção. — Sinto muito, eu só não aguento mais. — E com um movimento de sua mão a porta do trailer se fechou e ele desferiu um golpe em minha perna. Jeon murmurava “eu sinto muito” como um mantra e quando ele levantou a espada outra vez eu fechei os olhos esperando meu fim. 

Mas o fim não chegou e quando olhei em volta encontrei Taehyung segurando o braço do mágico. Ele usava a mesma roupa branca e tinha um brilho quase que celestial. O Jeon murmurou algumas coisas e Tae deu um sorriso terno. As lagrimas do mágico saiam novamente. Eu olhei para minha perna, ela estava cheia de sangue, tudo começou a rodar, e eu apaguei. 

                                                                                   * 
 

No dia seguinte acordei em um sobressalto. Mas estava em minha cama, e tudo estava estramente normal. Olhei para os lados em busca de algo que me provasse que aquilo não havia sido um sonho, mas tudo estava bem. 
 

Assim que fui sair da cama e apoiei minha perna do chão à dor foi excruciante, então esquecendo-me  disso e de tudo em minha volta levantei minha calça do pijama em pura expectativa e lá estava: um corte. 
                                                                         

                                                                           * 
 

Ainda não sei o que aconteceu naquele halloween, ou o que poderia ter acontecido. Tudo o que sei é que toda vez que penso sobre isso e tento me convencer de que aquilo não foi real eu consigo ouvir. Consigo ouvir o tormento de Jeongguk e os pensamentos que Taehyung tenta fazer com que seu amado escute. 
 

Tudo o que me resta é esperar o próximo halloween. Achar o mágico misterioso e dizer-lhe que Taehyung ainda o ama, e o perdoa por tudo.

 


Notas Finais


Cara, se tu chegou até aqui me abraça pfvr.
Eu queria dizer que sei que a narração ta meio confusa, mas eu preferi deixar assim pq não consegui encaixar de nenhum outro jeito e já tava desistindo de tudo.
Coloquei Daegu ali e o yoongi nos personagens pq sei lá, pensei que talvez ele ficasse alheio ao resto e por isso a mudança de narrativa não ia ser tão estranha.
Mesmo sendo mais triste do que de terror eu tentei, e para cagar de vez ainda coloquei esse finzinho ;-;
Se tiverem sugestões, perguntas, elogios ou pedras para tacar em mim fiquem a vontade. Eu iria adorar ver o que vocês tem a dizer.
AI CARA, POSTEI.
Se alguém leu,
um beijo, menor que três!


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