História Mais que desejo - O dilema

— Emma. – Regina sussurrava no ouvido da loira, que dormia tranquilamente na cama da prefeita. – Emma... – Regina chamou novamente distribuindo beijos no pescoço da loira que se arrepiou da cabeça aos pés.
Emma tinha passado a noite na casa da prefeita e nesse momento dormia com o corpo da rainha sobre o seu. Regina, que estava amando a posição que se encontrava continuou distribuindo beijos no pescoço da loira, que por sua vez apertou a cintura da morena puxando-a um pouco contra si.

—Emma, eu sei que está acordada – Regina disse parando com os beijos e levantado um pouco o corpo para olhar a face da xerife.

— Eu não quero ir...— disse a loira manhosa – eu estou cansada de sempre ter que ir! - Completou abrindo os olhos verdes esmeralda.

Regina ficou um tempo admirando a beleza da mulher que estava em baixo de si e por um momento desacreditou que aquilo pudesse ser real. Ela nunca teve momentos muito felizes e agora estava tendo um dos mais felizes que ela conseguia se lembrar.

— Você sabe o porquê, Emma. — falou Regina para Emma que agora fitava a morena um tanto irritada.

— Sim Regina, eu sei o porquê. — Emma respirou fundo e saiu de debaixo da morena se levantando da cama, procurando suas roupas.

— Emma, não faz assim – Regina disse para a loira, que estava em pé completamente nua a procura de suas roupas. A morena estava se controlando para não puxar a loira para a cama novamente e passar o resto do dia ali, em seus braços.

—Sabe, Regina, eu já disse a você que meu pai e minha mãe só falta te chamar de nora, para ver se eu admito alguma coisa; Ruby, minha melhor amiga já sabe e se conversarmos com Henry eu sei que ele entenderia. Me responda, por que você não quer que todos saibam?

—Você quer ter essa conversa de novo, Emma? – Pergunta Regina irritada, ainda deitada na cama só que agora encarando o teto, que parecia mil vezes mais interessante do que discutir com a mulher que lhe deu uma noite inteira de prazer, mas agora estava estragando com suas cobranças.

—Quer saber? Esquece, — Emma disse vestindo suas roupas — se é assim que quer jogar, é assim que eu farei.

— Do que está falando? - pergunta Regina virando seu rosto para ela.

— Até você me dar um bom motivo para não contar aos meus pais que estamos juntas, não precisa me ligar mais.— ela disse encarando a morena.

—Como é? — Regina perguntou incrédula se sentando na cama dando a Emma a total visão de seus seios desnudos.

— É isso mesmo que você ouviu. — diz Emma engolindo seco com a visão que a prefeita lhe proporcionava.

Regina soltou um sorriso malicioso e saiu engatinhando na cama em na direção de Emma, que se mantinha em pé do lado da mesma. Emma respirou fundo quando sentiu as mão da prefeita deslizando por sua coxa, subindo por seu abdômen e em seguida por seus braços. Regina puxou Emma pela cintura, fazendo a loira subir na cama e ficar de joelhos em frente a morena. 
— Você tem certeza? - perguntou Regina beijando o pescoço da loira ao mesmo tempo que enfiava as mãos por de baixo da regata branca da xerife, acariciando seu abdome. — tem certeza que vai deixar a sua prefeita morrendo de tesão por causa de uma birra idiota? — A morena completou prendendo o lábio inferior da loira entre seus dentes, para logo depois lhe roubar um beijo obsceno.

—Assim é sacanagem...— disse Emma manhosa depois que a prefeita subiu as mãos para o volume dos seus seios os massageando por cima do sutiã e passava a língua com certa pressão no ponto de pulso no pescoço da loira.
Regina apenas sorriu contra o pescoço de sua xerife e a virou contra o colchão ficando por cima da loira. Aquela batalha estava ganha, mas ela sabia que hora ou outra Emma iria se cansar daquilo. A pergunta era a seguinte, será que ela estaria pronta?

***********************************************

Regina estava em seu escritório acertando algumas papeladas quando se pegou pensando em sua loira marrenta. Ela estava inegavelmente feliz, mas algo a impedia de ir em frente com a loira. Ela a amava, isso era um fato, mas daí para assumir um compromisso sério perante toda a cidade era uma longa caminhada. O problema não era somente esse, ela tinha medo, medo de que Emma visse que não valia a pena lutar contra tudo e todos por elas duas, porque se tinha uma coisa na qual ela tinha certeza, era que a cidade toda ficaria contra seu relacionamento com a xerife; como pode? A rainha má com a salvadora? Um absurdo!

— senhora prefeita? — Chama a secretaria de Regina batendo na porta.

— Pode entrar, Alice.

—Acho que temos um problema — fala a menina temerosa.

— Desembucha, Alice — responde Regina.

— Alguém entrou na cidade — ela fala rapidamente.

— Essa não. — Bufa Regina fechando os olhos e massageando as têmporas —  É um vilão, um mocinho, um cortador de cana? Quem é o ser que ousa perturbar a minha paz e com quem que ele tem uma ligação para eu matar a pessoa com as minhas próprias mãos?

Assim que detectaram o problema na barreira, Regina colocou um encantamento para que toda pessoa que a cruzasse fosse identificada pela pessoa na qual ela tem ligação. A barreira lia os sentimentos das pessoas e mostrava quem a pessoa conhecia da cidade.

—Esse é o problema senhora. — Alice disse temerosa – não sabemos se ela é do bem ou do mal, porque ela não pertence a nenhum dos contos de fada.

—Se ela não pertence a nenhum dos contos, provavelmente não sabe as histórias verdadeiras e, se ela não sabe, não tem como ela conhecer alguém daqui.

—Na verdade, tem sim — disse Alice. – Há uma pessoa que não viveu a vida toda na floresta encantada e reside nessa cidade, senhora prefeita.

—Emma! — Regina arregalou os olhos com a nova informação.

**************************************

Regina ligou para a xerife assim que sua secretaria deixou sua sala. Se alguém que Emma conhecia estava na cidade, isso não era bom. A cidade estava cheia de pessoas e objetos mágicos, a cada segundo algo inexplicável acontecia e se a bendita pessoa visse algo estranho, poderia ser o fim.
 A morena esperava Emma sentada em uma das primeiras banquetas do balcão do Granny’s, tinha marcado com a xerife para almoçarem juntas e resolverem seu mais novo problema. A morena ouviu o barulho do sino e avistou Snow, Charming e por fim Emma entrarem na lanchonete.
  Eles se sentaram em uma das primeiras mesas, perto da porta da lanchonete. David e Snow estavam sentados no canto da mesa de frente um para o outro e Emma e Regina na ponta da mesma forma.
Eles discutiam arduamente e não conseguiam chegar em uma conclusão, o que deixava Regina extremamente irritada por não obter respostas e Emma extremamente raivosa por ser pressionada dessa forma.

—Sério, Swan? Você não se lembra de nenhuma pessoa que tenha sido tão importante na sua vida que tenha sido atraída para cá? Nenhuma?

—Eu nunca tive muitos amigos, Regina. — Emma falou com o maxilar rígido por estar tendo que responder a pergunta pela milésima vez.

—A situação atual indica ao contrário, senhorita Swan. — disse a morena sarcasticamente.

Emma respira fundo uma, duas, três vezes e volta a encarar a morena com seu olhar irritado e questionador. Snow e Charming apenas observavam a discussão das duas e se perguntavam quando elas assumiriam que estavam apaixonadas.

—Olha, eu já disse mil vezes e vou repetir de novo. EU NÃO TENHO A MINIMA IDEIA DE QUEM SEJA! — A loira fala um tanto alterada.

Regina começa a reclamar novamente, mas Emma tem sua atenção tomada por uma morena que conversava com Ruby no balcão.

— Olha moça, eu só quero saber se tem um quarto disponível essa noite, pois pretendo sair desse fim de mundo o mais rápido possível. O meu carro quebrou pouco antes da entrada da cidade e eu já tive que vir até aqui a pé. – fala a morena com pesar encarando a loba de mechas vermelhas com seus olhos azuis.

—Emma...—  Regina chama — você está me ouvindo? — Pergunta a morena e após não receber resposta, olha na direção que a xerife está olhando, encontrando uma mulher alta com a pele alva, olhos claros e um cabelo longo e negro.

Snow e Charming olham na mesma direção que as duas mulheres e Snow se pronuncia.

—Parece que descobrimos quem é a visitante de Storybrook.

Emma se levanta ainda pasma. Não podia ser, fazia muitos anos, anos demais. Como ela a teria encontrado? Seria o destino?

—Alex?— Emma chama a mulher de cabelos negros que a olha na mesma hora ficando boquiaberta.

— Emma? — A morena fala com sua voz naturalmente rouca e um tanto embargada — Emma Swan? — A xerife acena positivamente com a cabeça. Será possível? Depois de tantos anos encontrá-la novamente?

Regina que observava a cena, estava em chamas e não era de uma forma boa. Seu interior gritava para ela tirar Emma dali o mais rápido possível e mandar a outra morena para o espaço. E ela se arrependeria de não ter seguido seus instintos.
Após Emma acenar com a cabeça as duas ficaram minutos sem reação o que pareceu uma eternidade. Como se desse um estalo, Alex vai em direção a Emma e a puxa pela cintura unindo seus corpos e em seguidas suas bocas. Emma que aparentemente se esquecera completamente do local em que se encontrava, fica estática sentindo o toque dos lábios da morena de olhos azuis.
Snow e Charming olham para a cena de boca aberta. Snow olha para Regina que em sua face há uma expressão de dor misturada com espanto. A prefeita sentiu seu coração despedaçar em milhares de pedaços ao assistir aquela cena e antes que cometesse alguma loucura tratou de desaparecer dali por meio de sua fumaça roxa.
Emma subitamente se lembrou onde estava e se afastou da morena que ficou com uma expressão confusa. A xerife olhou para a mesa onde estavam seus pais e onde deveria estar Regina e lançou um olhar que rapidamente foi entendido por seus pais.

— Ela se foi. — Snow disse ainda aturdida.— Regina se foi!

Emma encarou a morena que estava em sua frente que ainda permanecia em confusa com toda a situação e depois olhou em direção a porta por onde ela deveria estar passando para encontrar a sua prefeita e entrou em um dilema. Seu amor, seu primeiro amor havia voltado, o amor que lhe foi tirado e Regina seu (até então) amor verdadeiro.