História Mais que desejo - Olá, mãe.

Emma estava em seu quarto na casa de seus pais tomando um belo banho quente. Só de pensar nas coisas que ela teria que resolver quando saísse dali fazia a loira ter tontura. Tinha que conversar com Alex, explicar para seus pais sobre a cena daquela tarde e o pior de tudo, se entender com Regina. 
Emma descia as escadas do loft e foi em direção à cozinha que emanava um cheiro delicioso. Henry tinha ido para a casa de Regina, passaria o final de semana lá. Emma achara melhor deixar Regina perto do filho, já que a mesma não queria vê-la nem pintada de ouro e Henry fazia a rainha de sentir melhor. 
Emma mal adentra o cômodo e já recebe os olhares questionadores de seus pais.

— Vamos jantar primeiro, ok? — diz Emma.

— Ok, mas não pense que pode escapar dessa conversa, Emma.- diz Snow num tom estranho.

Eles jantaram e a comida de Snow estava estranhamente maravilhosa. Emma podia não ter os melhores dotes culinários, mas o mesmo não se aplicava a sua mãe quando se tratava de alguns tipos de comida. Embora ela sempre caçoasse dizendo que Snow cozinhava mal, ela adorava algumas comidas diferentes que a  professora fazia.

— Bom, acho que todos já acabaram. — Snow diz encarando Emma. David permanecia quieto apenas observando.

— O que quer saber? - Pergunta Emma apoiando os cotovelos na mesa e entrelaçando as mãos na frente do rosto.

— Quem é essa mulher, como se conheceram e por que que tiveram essa reação ao se reencontrarem? — Ela fala num fôlego só tentando não transparecer o nervosismo.

— Alex é uma amiga...— Snow arqueia as sobrancelhas para Emma que revira os olhos e prossegue. — e também uma ex namorada. 

Emma explicou como ela e Alex se conheceram e contou como acabaram se apaixonando.

— Mas se vocês se amavam tanto, por que não ficaram juntas? — pergunta Snow confusa.

— Houve um dia em que acabamos sendo pegas pelos assistentes sociais. Fomos parar num orfanato de Nova Iorque, um dos mais seguros que existem, era quase impossível fugir de lá.

— Mas vocês conseguiram, certo? - Snow questiona mais uma vez.

— Nós planejamos tudo para fugirmos, mas uma semana antes, um casal se interessou por Alex. — Os olhos de Emma ficaram perdidos por alguns segundos. — Ela não queria ir, faltava apenas alguns meses para nos tornarmos maiores de idade, tínhamos tudo planejado. 

Íamos conseguir um emprego de garçonete e alugar um pequeno apartamento. Queríamos fazer faculdade, mas não teríamos dinheiro suficiente, então entramos em um acordo. Alex faria sua tão sonhada faculdade e eu a ajudaria pagar e assim que ela terminasse ela me ajudaria com a minha, que eu ainda não sabia qual era.

— Mas ela decidiu ser adotada, não é?— Snow perguntou capturando uma das mãos de Emma que estavam em cima da mesa, como se a consolasse.

— Eu a fiz querer ser adotada. O casal que queria adota-la, era um casal de médicos conceituados e um dos motivos para adota-la, era porque ela sonhava em fazer medicina. E Emmarespirou fundo e fechou os olhos pesarosamente e continuou.

— Ela não teria chances comigo, eu sabia que não teria. Então eu adiantei a fuga e fugi sem ela e a impossibilitei de ir atrás de mim.

— Então ela não teria escolha a não ser, ser adotada. — Concluiu Snow.

— Eu deixei uma carta para ela explicando meus motivos, achei que ela me odiaria para o resto da vida.

— Pelo beijo que ela lhe deu hoje cedo, acho que ela não odeia. — Snow fala com um sorriso discreto e malicioso nos lábios, que foi notado e ignorado por Emma.

— Fazia parte do acordo. — Emma disse com os olhos perdidos, como se tivesse acabado de se dar conta de algo.

— Acordo? — Snow pergunta confusa.

— Na carta eu pedi para que ela me beijasse se nos reencontrássemos independente de quanto tempo se passasse, pois eu não teria coragem depois de deixá-la para trás. 

Eu achava que ia amá-la para o resto da minha vida, na época eu nem tinha pensado na possibilidade de que uma de nós ou que as duas poderiam estar comprometidas.

— Mas pelo visto não estão, já que as duas corresponderam o beijo.— Snow disse sem muita certeza.

— A menos que Emma esteja comprometida com alguém e ainda não nos contou.— David se pronuncia pela primeira vez no assunto e seu tom era quase acusatório.

—David! — repreende Snow.

— O que me intriga é que Regina foi embora naquele momento e parecia furiosa. — David fala ignorando Snow. — Por que ela estava tão chateada?

— Eu.... eu.. Não sei. — Emma gagueja perante seu pai que tinha um olhar de quem sabia de tudo.

— Nem tudo que reluz é ouro, Emma. — ele fala seriamente. — e nem todo sentimento forte é amor.

— David.. — Snow o repreende novamente.

— Você quer me falar alguma coisa, pai? — Diz Emma um pouco nervosa pelas indiretas que seu pai estava lhe jogando.

— Depende, você quer nos contar alguma coisa, Emma?— Ele pergunta no mesmo tom.

Emma pondera uns instantes e quase, quase conta tudo. Ela nega com a cabeça e se levanta da mesa indo em direção ao seu quarto. David a segue, e interrompe ela em frente às escadas.

— Emma. — ele respira fundo e a olha como se soubesse de todos os seus segredos. — Nós te amamos, independentemente de qualquer coisa, só…. Só tome cuidado para não se magoar e acabar magoando quem você ama.

— Já faz muito tempo, pai. — Emma o responde.

— Você sabe do que estou falando. 

ele beija a testa da filha e se retira deixando ela perdida em milhares de pensamentos.

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Era sábado e Emma decidiu que já tinha dado tempo suficiente para que Regina se acalmasse. 
A xerife tinha plantão na delegacia na parte da manhã e decidiu que na parte da tarde ela iria para a casa de Regina. Aquele clima teria que acabar o mais breve possível, pois já não aguentava ficar sem a sua morena. 

A manhã estava se arrastando para Emma. Ela não sabia se era por conta de estar ansiosa para a conversa que teria com a prefeita ou se era a conversa que teria depois com Alex. E como se a morena adivinhasse seus pensamentos, a mesma adentra a delegacia.

— Pensei que viria me ver. — a morena fala despertando Emma de seus devaneios. 

— Desculpe por ontem. Emma se pronuncia tentando não transparecer o nervosismo em sua voz. Ela dá a volta em sua mesa e fica de frente para Alex.

— Não tem problema, depois de tanto tempo, você até que reagiu bem. — Alex diz com seu característico sorriso de lado.

Elas ficam alguns segundos se encarando, segundos esses que pareceram uma eternidade. Alex se aproxima de Emma, que dá alguns passos para trás encostando na mesa, deixando a morena confusa.

— Desculpe. É que.... — Emma começa, mas é interrompida por Alex.

— Mas é que você provavelmente deve estar comprometida. — Alex fala revirando os olhos.

— É tipo isso. — Emma responde dando um sorriso sem graça.

— E o beijo de ontem? Sua namorada ou namorado não deve ter gostado nada. — Alex fala num tom quase brincalhão, mascarando a pontinha de tristeza que sentia.

— Na verdade, ainda tenho que resolver isso. — Emma suspira pesadamente.

—Desculpe por isso. — Alex fala mesmo não se arrependendo do ato.

— Não se desculpe. Quando um não quer, dois não brigam. — Emma conclui e dá a volta em sua mesa e indica a cadeira da frente para a morena sentar. — Bom, me conte as novidades.

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Era sábado e Regina não iria até a prefeitura. Tinha algumas coisas para resolver e alguns papéis pra assinar, mas nada que não pudesse fazer no escritório de sua casa. Henry tinha ido passar o final de semana lá e ela aproveitaria a companhia do filho, já que nas últimas horas já tinha pensado em mil formas de matar a outra mãe dele.

— Mãe? — Henry chama batendo na porta e em seguida abrindo uma fresta.

— Pode entrar, querido. — Regina responde tirando os óculos de aro preto do rosto.

— 'licença' — ele fala entrando no cômodo.

— Precisa de algo? — Regina pergunta ao mais novo.

— Preciso. — ele fala ficando ruborizado fazendo Regina sentir uma sensação boa. Era maravilhoso ter seu filho perto de si.

— Pode falar, querido.— Ela disse amadamente.

— Preciso da sua companhia. — ele fala fazendo Regina ter vontade de apertar suas bochechas de tão adorável que ele ficou.

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— Quer dizer que a minha Gata, foi parar na prisão, teve um filho e se tornou uma caçadora de recompensas? — Alex fala em um tom brincalhão. — É só eu sair da sua vida que você quer viver nas aventuras, né?

— Ah claro porque você é o juízo em pessoa. — Emma fala ironicamente com um sorriso alegre nos lábios.

— É claro que sou! — Alex fingiu estar ofendida.

— Dormitório da igreja?! — Emma lembra Alex, que por sua vez, fica ruborizada.

— Você sabe que quando estou na no meu período fértil não consigo me controlar. — Ela se defende arrancando uma gargalhada gostosa da loira.

Alex observa a loira rir com um sorriso bobo nos lábios.

— Tinha me esquecido de como era lindo o seu sorriso. — ela fala quase que automaticamente.

Emma deixa o sorriso morrer aos poucos e encara a morena. Os olhos azuis e os verdes travam uma batalha muda na qual as duas sabiam que alguém sairia muito machucado. Alex se aproxima lentamente de Emma que estava do outro lado da mesa e a loira não recua, permanece encarando as Íris azuis que estavam ficando mais escuras, conforme a morena se aproximava.

— O papai chegou. — David chega anunciando pegando Emma e Alex de surpresa fazendo as duas se afastarem.

Alex e Emma se recompoem e colocam seus olhos sobre David que ao perceber a visita ficou um tanto sem graça.

— Ah, olá Alex, tudo bem? — Ele pergunta meio sem jeito.— O que achou do quarto do Granny's?

— Olá David, estou sim. — Ela responde se levantando juntamente com Emma. — É pequeno, mas é muito aconchegante.

— Pretende ficar muito tempo aqui? — Ele pergunta.

—Pai! - Emma o repreende recebendo um olhar confuso da morena. — é uma espécie de brincadeira e também uma longa história. — ela fala antes que Alex pergunte alguma coisa.

— Bom, respondendo à sua pergunta, eu não sei. Não pretendia passar mais que um dia aqui, mas isso foi antes de saber que a minha Gata... Digo, que Emma mora aqui. — ela fala encarando a loira.

— Ah sim, compreendo. — ele fala. — Bom, nesse caso, boa estadia aqui em Storybrook.

— Obrigada. — ela fala lhe lançando um sorriso amigável.— Eu já vou indo. — Ela fala indo em direção à saída. — Tchau.— ela fala para os dois. — Até breve. — Ela completa olhando para Emma que apenas assente com a cabeça.

Assim que Alex se retira, David lança um olhar questionador para a filha.

— Minha gata? — Ele fala zombando da loira. — Onde está a criatividade de vocês?

— Aí não enche, pai. — Emma se sentia uma adolescente envergonhada quando estava perto de David.

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Emma estava apenas resolvendo algumas coisas na delegacia e depois iria falar com Regina.
O telefone toca e David atende falando algumas coisas e em seguida desliga.

— Você está brigada com a Regina? — David pergunta como quem não quer nada.

— O...o que? Por que? — Ela gagueja diante da pergunta tão repentina.

— Porque ela pediu para eu levar alguns documentos na mansão e disse que se você aparece lá no meu lugar, ela iria me demitir. — David fala achando graça da situação.

— Ah ela disse isso?— Emma pergunta retóricamente. — Me dê esses documentos, eu irei levá-los !

— Emma...

— Me dê, pai, eu vou resolver isso! — Pede Emma com firmeza.

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Regina está distraída em seu escritório com algumas papeladas quando escuta a campainha tocar. Ela se levanta para atender já que Henry estava tomando banho.
Ela abre a porta e sua primeira reação é ficar espantada.

— Olá Regina, eu vim trazer os documentos que me pediu.

— Hmm..... David? — Regina pergunta sem muita certeza.

— Sim? — David responde aparentemente nervoso.

Antes que David pudesse processar a morena o arrasta para dentro da mansão e agarra a primeira coisa que tem pela frente e joga em cima do homem.

— Mas o que.....— David se abaixa quando Regina joga um vaso em sua direção e que por sorte acerta a parede atrás de si. — VOCÊ ESTÁ LOUCA, MULHER?

— EMMA, PARA COM ESSA PALHAÇADA! - Regina grita extremante nervosa.

Em questão de segundos David se transforma em uma bela loira de corpo torneado.

— Como descobriu?— Emma pergunta confusa.

— Desde quando David usa calça skiny e jaqueta vermelha? — Responde Regina como se fosse óbvio.

— Eu realmente não tinha pensado nisso. — Emma fala reflexiva coçando a nuca e olhando para o teto.

—O que você quer?— pergunta a morena irritada.

— Quero um chocolate quente com canela, a nova edição da minha saga favorita, transar....— Emma começa a citar.

— O que você quer aqui, senhorita Swan?

— Quero você! — Emma fala encarando as orbes castanhas de Regina.

— Ah claro, e acha que será fácil. Vamos beijar bocas aleatórias e depois vamos atrás da Regina. — ela falava de forma sarcástica. — ela vai nos perdoar porque é uma idiota.

— Primeiro, não são bocas aleatórias. Foi uma boca e não foi aleatória. Você falando dessa forma, parece que eu peguei a cidade inteira.

— Você fala dos que estão vivos? Porque se for estender para os que não estão a lista cresce consideravelmente. — Regina a interrompe recebendo em seguida um olhar irritado da loira.

— Escuta, — a loira fala se aproximando da morena. — não é como se eu fosse largar tudo que temos por um amor do passado. Mas eu não vou mentir e dizer que isso tudo não mexeu comigo. — A loira encara os olhos da morena que tinha os olhos brilhantes. Lágrimas que ela lutava para não as deixar cair.

— Eu não posso ficar no meio das suas dúvidas, Emma. — Regina responde tentando manter a voz firme. - Eu não sei se serei capaz de me curar novamente se algo der errado. Eu... não sei se eu consigo suportar.

— Eu não estou em dúvida. — Emma coloca a mão no rosto da morena que fecha os olhos com o toque. — Eu amo você Regina, te amo mais do que pode imaginar. Eu não vou te magoar, eu prometo que não vou te machucar. — A loira deu um beijo na testa da morena que finalmente deixou as lágrimas caírem.

— Eu não posso, Emma. — ela fala com a voz embargada. — Não dá.... Eu não consigo. — falava deixando lágrimas caírem.

Por um momento Emma se sentiu uma verdadeira idiota. Ela não pensou o quanto Regina poderia estar magoada. Regina já era uma pessoa com o coração machucado pela vida, não merecia passar por isso. Ver a mulher que amava tão frágil deixou Emma sem chão.

— Me desculpe. — Emma disse enxugando as lágrimas da morena. Tentou conter as suas próprias lágrimas e falhou miseravelmente. — Por favor me desculpe, meu amor. Eu não queria.... Eu não tinha a intenção de magoar você. — Emma falava com a testa colada à da morena. 

Regina nada fala. Sela os lábios de Emma com urgência.

"Ahh que saudade desse beijo" a morena pensou assim que a loira invadiu sua boca com a língua ávida e ousada. Gemeu quando Emma puxou seu corpo para mais perto e apertou com vontade sua bunda.

— Emma... — Regina gemeu o nome da loira enquanto a mesma mordia o lóbulo da sua orelha. A loira voltou a beijar a morena dessa vez mais delicadamente até que o beijo se desfez.

— Eu não consigo ficar longe de você por muito tempo, é como se eu estivesse morrendo lentamente. — Emma fala com a boca ainda muito próxima da de Regina.

— Não faça mais isso. — Regina a repreende. — Eu não mereço ficar longe de você por causa das suas burradas!

Emma sorri e diz:

— Não irá mais acontecer, senhora prefeita.

—Isso explica muita coisa. — Elas escutam uma voz jovem falar.

Elas rapidamente se afastam e olham para figura que estava parada na porta.

—Olá, Mãe. — cumprimenta Henry um pouco corado.