História Mais que desejo - Com a minha própria vida!

Regina sabia que não deveria fazer isso sem a loira e que a mesma ficaria extremamente irritada com sua atitude, porém, a morena sabia o quão inconsequente a loira era, jamais arriscaria sua oportunidade de sair dali por causa de uma loira abusada.

Regina foi até Rumple. Ele com certeza teria a resposta para o seu problema. Torcia para que ele acreditasse no que ela diz e tomasse a poção do esquecimento. Era um plano um pouco louco, mas Regina sabia que Rumpelstiltskin jamais arriscaria mudar qualquer coisa no futuro. Tudo foi relativamente fácil, ela foi até ele, contou a situação e ele a ajudou em troca de algumas informações do futuro. Tudo foi fácil, fácil demais.

—Então é isso? Preciso reunir magia de negra e branca nessa varinha e conjurar um portal para casa? - pergunta Regina incrédula. — Olha Rumple, se tem uma coisa que eu não sou é idiota, me diga o que pode dar errado.

— Pelo jeito você continua perspicaz, queridinha. — Solta um riso esganiçado.—  Você tem razão, não é tão simples. Pelo o que me disse, esse portal foi criado para voltar ao passado, porém, a pessoa que tinha interesse em ativa-lo estava presa e deve ter dado algum jeito de escapar. Eu tenho outra teoria. — Disse Rumple fazendo Regina ficar confusa. Como ele teria uma teoria quando tudo que sabia eram pedaços do que realmente aconteceu, os mais importantes, é claro. — Pelo o que me disse, essa pessoa estava presa e muito bem presa. Disse também que estava perto do local onde seria criado o portal e ele abriu-se do nada. Não teve ventanias ou algo parecido como na primeira tentativa. — Regina confirma com a cabeça— Algo me diz que não foi essa pessoa que abriu o portal.

— Isso é ridículo! — esbraveja Regina. — Só ela tinha interesse em abrir aquele maldito portal. Ninguém além de mim e Zelena seria capaz de abri-lo naquela cidade!- completa sem perceber que disse o nome de quem criara o portal.

—Espere, Zelena abriu o portal? — Rumpelstiltskin pergunta um tanto chocado. —então chegou a hora! — Ele começa a andar de um lado para o outro com uma expressão indecifrável.

— A hora do que? — Pergunta Regina aflita.

 Ela viera do futuro, mas aparentemente era ela quem tinha menos informações do mesmo.

— Eu tive uma visão tempos atrás e na mesma época ouvi falar em uma nova profecia de Merlin. — ele diz encarando Regina seriamente. — “A luz só pode combater a verdadeira escuridão quando a tem entrelaçada a si e a vence.”

—E isso significa? — Pergunta Regina arqueando uma das sobrancelhas.

—Significa querida, que não foi alguém que acionou o portal e sim o que! — Rumpelstiltskin falava sério, a morena nunca tinha visto ele com aquelas expressões.– O destino Regina, o famoso destino está intervendo na vida da cidade diretamente e quando isso acontece, não é nada bom!

— O destino? — Pergunta confusa— Ele não está sempre interferindo em nossas vidas?

—Na verdade não. Todos temos os nossos destinos e a maioria das pessoas pode muda-lo. O destino é algo volátil em alguns mundos, mundos esses que todos escolhem o destino que querem para si, porém, esses mundos geralmente, não tem magia. A magia que foi levada ao mundo em que vocês estão, não só quebrou esse paradigma como também trouxe um conflito. O destino pode intervir por conta da magia, mas ele apenas o faz, quando alguém ameaça os seus planos.

— Ou seja, ele não intervém diretamente na vida das pessoas, porque ele não precisa. Tudo ocorre sempre como planejado.

—Exatamente. Tudo sempre ocorre como planejado. Quando ele intervém, é porque algo, algo sobrenatural está prestes a mudar todo o curso da história!

— E o que seria exatamente esse algo? — Pergunta Regina aflita.

— Se lembra da Alma Negra? — Pergunta Rumpelstiltskin.

Regina engole seco. Claro que ela se lembrava, jamais conseguiu se perdoar por deixar sua filha ser morta por esse ser maligno. Ela apenas confirma com a cabeça e ele prossegue.

—Eu descobri o que ela é! — Revela Rumple. — Ela é todo o mal que existe em todos os mundos e dimensões. É como se fosse um Dark One, mas mil vezes mais poderosa. Ele se alimenta da dor e do sofrimento.  Dizem que há muito tempo atrás, a Alma negra era o equilíbrio dos mundos e dimensões, seu nome era Librans omnes. Um certo dia, ela se viu presa em um mundo onde a dor estava em cada canto, o sofrimento era sempre presente e a maldade reinava. Toda luz, por mais pequena que fosse, era trucidada. O trabalho dela era equilibrar as coisas, não poderia deixar a maldade crescer, mas ouve um momento onde não existia mais luz. Imagine um mundo, onde todas as pessoas desde as crianças aos mais velhos têm em seu coração as trevas de um dark one. As crianças já nasciam amaldiçoadas.

—Ela perdeu o próprio equilíbrio! — Regina concluiu aturdida.

— Pior, queridinha, ela tomou toda a maldade para si, só que a maldade já estava entrelaçada naquelas pessoas de uma forma, que ao fazer isso ela destruiu o mundo inteiro. Todas as pessoas morreram e é aí que vem a pior parte.— Rumpelstiltskin suspira. —A maldade apenas infectava as pessoas, como um vírus sem cura, mas a origem do vírus, era o próprio mundo. Sua luz foi extinguida para sempre e desde então o destino atua. Ele age para que as pessoas consigam seus finais felizes e para que a alma negra não destrua a esperança de todos os mundos. Ela não tem dó. Piedade não está em seu vocabulário. A alma negra destrói todos os que ameaçam sua existência e ela passou a se alimentar da dor e do sofrimento de todos os mundos e dimensões. Muitas vezes, até os causando. — Ele completa olhando para Regina.

—Mas o que isso tem a ver com o meu mundo? Com o portal e minha vinda para cá?

—Você a alimentou Regina, a sua perda a alimentou. Todas as suas dores a fortaleceram. Sua capacidade de amar é tão grande quanto a sua capacidade de sofrer e você deu a ela tanta dor que conseguiu suprir um mundo. A sua dor era a dor de um mundo inteirinho. — Ele diz sério. —  Na minha visão, eu vi uma criança, essa criança seria a líder de seu mundo, o mundo sem magia. Ela nascerá de algo impossível e será a responsável por todos os mundos. Ela será a nova Librans omnes, mas se alma negra descobrir da existência dessa criança, ela irá aniquila-la no dia que ela nascer, como aniquilou todas que ameaçaram sua existência.

—Da mesma forma que matou a minha filha! - disse Regina com os olhos cheios de lágrimas.

—Regina, por algum motivo você foi trazida aqui! Eu não sei qual, mas acho que é algo relacionado a essa criança. Descubra quem é e a proteja. Essa criança Será nossa última esperança para vivermos finalmente em paz, sem Dark One, apenas o equilíbrio entre o bem e o mal.

— E o que isso interessa a você?— pergunta Regina desconfiada. — Se não existirá mais dark one, você sairia perdendo!

—Querida, eu não perderei a magia, pelo contrario, apenas ganharei uma nova função. — diz Rumpelstiltskin.

— Que seria?

— Eu seria um dos doze. — diz Rumple — Um dos doze guardiões do equilíbrio.

—Se por acaso ela, a alma negra conseguir aniquilar essa criança — Regina engole seco. — O que aconteceria?

— Todos viveríamos a própria sorte, o destino não irá mais existir de qualquer forma, pois esse será seu último ato. Se a criança ganhar, ele some e tudo fica por conta da criança e seus guardiões, mas, se ela morrer, — ele engole seco.— a alma negra reinará sobre os mundos aniquilando de vez qualquer possibilidade de salvação!

Regina estava aturdida com todas essas informações. O que era  para ser uma “simples” conversa, se tornou um aviso que mudaria o curso de todas as pessoas de todos os mundos e dimensões.

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—Emma? —  Regina chama pela loira que está na sacada do quarto da rainha.

—Aqui fora.

—Eu descobri um jeito de sairmos daqui— Regina diz após um tempo admirando a paisagem.

—Mas? …— pergunta Emma.

—Como sabe que não é só isso?

—Primeiro, eu te conheço, sei quando algo está te chateando. Segundo, sempre tem um “Mas”. Nada é fácil quando é conosco e duvido muito que um dia seja.

— Como você consegue estar assim, tão calma, mesmo quando tudo está caindo ao seu redor?—  pergunta Regina.

 Ela sabia que Emma não estava calma, sabia que por dentro a loira estava com milhares de conflitos, mas ainda sim aparentava estar calma, mais calma que nunca.

—Você sabe que não estou calma, muito menos despreocupada. Só estou arrumando a bagunça que está dentro de mim. — ela encara Regina. — A bagunça que você deixou.

— Emma eu...- Regina começa, mas é interrompida.

—Regina, não. Eu não preciso que me diga nada. Tudo que você poderia dizer eu já ouvi e já entendi. Não quero sua pena nem nada do tipo.— Ela dá um sorriso fraco e completa — em pouco tempo vamos estar brigando de novo.

Regina só encara a loira com certa angustia. Ela queria Emma, mas a cada passo que dava em aceitar seus sentimentos pela loira, dois passos eram dados para trás. Ela tinha medo, medo de não dar certo, medo de amar como um dia amou. Ela sabia que Robin na teoria era seu amor verdadeiro, talvez até fosse na época em que descobriu sua existência, mas não agora, não agora que aquela loira abusada estava em sua vida em todos os momentos possíveis.

Emma e Regina vão em direção ao quarto quando escutam Evil Queen chamando-as.

—Acho que está na hora. — diz Regina olhando para Emma e em seguida encarando Evil e Henry. Ela os tinha chamado para que suas memórias fossem alteradas assim que elas passassem pelo portal. — Escutem bem vocês dois, assim que entrarmos no portal, o feitiço que coloquei em vocês se ativara. Todas as suas memórias desde a nossa chegada serão alteradas, vocês têm certeza que ninguém além de vocês e malévola nos viram?

—Não subestime minha inteligência, querida. — responde Evil revirando os olhos.

— Ok. – Regina olha para seu pai e vai em sua direção dando um abraço forte. Não se arrependia de seus atos, mas ver seu pai novamente a fez pensar como seria se não o tivesse matado, se tivesse tentado ser feliz ao seu lado.

Emma encara Evil enquanto Regina abraça o pai. Aquela viagem fez a loira enxergar muita coisa, coisas que ela fazia questão de deixar de lado, mas, que agora, não passariam mais desapercebidas. A loira tinha planos, assim que voltasse iria colocar sua vida no lugar. Chega de mentiras, chega de esconder seus sentimentos para quem quer que fosse, ou no caso a falta deles. Não era certo estar com alguém quando sabe que não ama a pessoa. Você não só está sendo egoísta como está impedindo que a pessoa encontre alguém que a ame de verdade e a faça feliz. Não mais esconderia de seus pais suas aflições, ela resolveria esse problema também. Precisava ter um ano que tivesse uma vida normal, a vida que ela tinha antes de Storybrook.

Emma apenas cumprimentou Evil com um aceno de cabeça. Não era necessário abraços ou uma despedida, pois tecnicamente, não seria uma despedida.

Regina estava pronta para fazer o portal, esperava apenas Emma dizer que estava pronta. Foi então que uma coisa um tanto inesperada aconteceu. Emma abraçou Henry e Regina percebeu que ele falou algo no ouvido dela e ela o respondeu também num sussurro. Trataram–se como confidentes, como se já se conhecessem e, de fato, se conheceram. Fora uma breve conversa, mas os dois tinham um sentimento em comum. Um Amor indescritível por Regina.

— Emma, você só precisa deixar sua magia fluir e se concentrar para que ela fique retida na varinha e dentro ela se entrelaçara com a minha. Assim que isso acontecer, imagine o local onde vamos, no caso o galpão. — Regina explica rapidamente para Emma que assente com a cabeça. Ela não era nenhuma expert em magia, mas isso ela conseguia fazer.

—Regina... — Evil a chamou e entregou um frasco com uma luz brilhante. — Use isso quando chegar, existem memórias que eu não quero perder! — Regina ficou curiosa, mas nada falou, apenas colocou o frasco no bolso e olhou para Emma tendo a confirmação que precisava para começarem.

Emma fechou os olhos se concentrando. Aquilo seria relativamente fácil, mas sabia que não poderia se dar ao luxo de errar. Emma concentrou sua magia na varinha e Regina fez o mesmo. Logo surgiu um vortex que mostrava a magia das duas entrelaçadas. Elas se olharam, aquilo seria uma despedida, despedida de um passado bem presente. Se encararam e num acordo mútuo entraram no portal, sem olhar para trás.

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Emma e Regina reaparecem no galpão, suas mãos estavam entrelaçadas e seus olhos ao se abrirem se conectaram novamente.

—Sente algo diferente? Algo mudou? — Regina pergunta a Emma que apenas nega com a cabeça.

Então era isso. Acabou. Tudo resolvido. Elas poderiam voltar para suas vidas normais e fingir que nada tinha acontecido. Mas será que conseguiriam?

—Bom, acabou. — Disse Emma desfazendo o contato de sua mão com a de Regina. — Eu já vou indo. — Foi em direção a porta do galpão na intenção de ir embora.

—Emma! — Regina a chamou indo atrás da loira.— O que meu pai te disse? O que ele te disse antes voltarmos? — Perguntou.

—Ele pediu para que eu protegesse você! — Responde Emma encarando qualquer coisa que não fosse os olhos de Regina.

Regina ficou um tanto surpresa com o pedido do pai, por que ele pediria isso para Emma? Uma completa estranha?

— E o que você respondeu?

Emma encara a morena na sua frente e pondera se deveria realmente falar, por fim decide acabar logo com aquilo.

—Eu disse que o faria, nem que isso custasse minha própria vida. — Ela respondeu encarando os olhos da prefeita. — Tenha uma boa noite, Regina. — Despediu-se enquanto deixava o galpão e uma morena confusa para trás.