1. Spirit Fanfics >
  2. Mar da Tranquilidade (hiatus) >
  3. Capítulo 1

História Mar da Tranquilidade (hiatus) - Capítulo 1


Escrita por: _Baekkie

Notas do Autor


Opa, tudo bom?
aqui é a Louie e...
digamos que eu comecei a ler esse livro, essa história é realmente uma das minhas favoritas, eu vou reescrever ela de um jeito diferente, ja que no livro os protagonistas são um homem e uma mulher, portanto tem coisas que eu vou inventar, por serem protagonistas homens, chanyeol e baekhyun a.

Espero que gostem tanto quanto eu vou gostar, Boa leitura.
Vejo vocês nas notas finais. eeee

Capítulo 1 - Capítulo 1



odeio a minha mão esquerda. Odeio olhar para ela. Odeio quando ela trava e treme e me lembra que eu perdi minha identidade. Mas ainda assim olho para ela, porque ela também me lembra que eu vou achar o garoto que tirou tudo o que eu tinha. Vou matar o garoto que me matou, e farei isso com a minha mão esquerda.

                                                      Baekhyun

  Até que morrer não é tão ruim assim depois que já aconteceu uma vez. E eu já morri.

Não tenho mais medo da morte.

Tenho medo de todo o resto.

                             ~

Agosto na Flórida significa três coisas: Calor, umidade opressiva e escola. Escola. Eu não vou à escola há mais de dois anos. A menos que estudar na mesa da cozinha com a mãe conte. mas para mim não conta. Hoje é sexta-feira. Meu último ano começa na segunda, mas eu não me matriculei. Se não for lá hoje, na segunda de manhã não vou ter a minha grade de horários e precisarei esperar na secretaria até receber uma. Acho melhor pular a cena de filme ruim dos anos 1980 em que eu chego atrasado no primeiro dia e todo mundo tem que parar o que está fazendo para olhar para mim, porque, mesmo que isso não seja o pior que pode me acontecer, ainda assim seria uma droga.

Minha tia entra no estacionamento da Escola Comunitária de Mill Greek comigo a tira colo. É um colégio daqueles feitos em série. Tirando a cor pútrida das paredes e o nome na placa, é uma réplica exata do último em que estudei. Margot - Ela me obrigou a omitir o "tia", porque a faz se sentir velha - Desliga o rádio que veio berrando durante todo o caminho. Felizmente é um trajeto curto, porque sons altos me deixam nervoso. Não é o som em si que me perturba; só o fato de ser alto. Ruídos altos nos impedem de ouvir os baixos, e são os baixos que devemos temer. Agora eu consigo lidar com isso porque estamos no carro e em geral me sinto seguro em carros. Lá fora é outra história. Nunca me sinto seguro lá.

- Sua mãe espera que você telefone para ela quando terminarmos aqui - diz Margot. Minha mãe espera muitas coisas que nunca vão acontecer. No contexto geral, um telefonema não é pedir muito, mas isso não significa que ela vá receber um. - Você podia ao menos mandar uma mensagem de texto. Quatro palavras. Me inscrevi. Tudo bem. Se quiser ser generosa, pode até incluir uma daquelas carinhas felizes no final.

Do banco do carona, olho para ela de rabo de olho. Margot é a irmã caçula da minha mãe, uns bons dez anos mais nova. É o oposto dela em quase tudo. As duas não são nem parecidas, o que significa que Margot também não se parece comigo, porque eu sou a cara da minha mãe. Minha tia não é coreana, ela tem cabelo loiro-escuro, olhos azuis e um bronzeado permanente que mantém com facilidade trabalhando à noite e cochilando na piscina durante o dia, mesmo sendo infermeira e sabendo que isso não faz bem. Eu tenho pele branca e pálida, olhos castanhos-escuros e cabelo naturalmente preto. Ela parece ter saído de uma propaganda de bronzeador. Eu pareço ter saído de um caixão. As pessoas teriam que ser idiotas para acreditarem que somos parentes, embora essa seja uma das poucas coisas verdadeiras a meu respeito.

Ela ainda está com aquele sorriso pretensioso, sabendo que, mesmo se não tiver me convencido a acalmar a minha mãe, ao menos fez com que eu  me sentisse um pouco culpado. É impossível não gostar de Margot, mesmo quando a gente se esforça muito para isso, o que me dá uma certa raiva dela, porque eu nunca vou ser assim. Ela me acolheu, não porque eu não tivesse mais para onde ir, mas porque não existe nenhum outro lugar em que eu suporte estar. Para sua sorte, ela só vai ter que me ver de passagem, porque quase nunca vamos estar em casa ao mesmo tempo quando as aulas começarem.

Mesmo assim, duvido que tomar conta de um adolescente emburrado e amargo esteja entre as preferências de uma mulher solteira de 30 e poucos anos. Não é algo que eu faria. mas também não sou uma pessoa muito boa. talvez seja porque eu fugi desesperadamente daqueles que mais me amam. Se eu pudesse ficar sozinho, ficaria. Com o maior prazer. Preferiria a solidão a ter que fingir que estou bem. Mas não me dão essa opção. Então, aceito ficar com alguém que pelo menos não me ama tanto assim. Sou grato por ter Margot. Não que eu diga isso a ela. Não que eu diga qualquer coisa a ela. Não digo nada.

Quando entro, a secretaria está a maior confusão. Telefones tocando, copiadoras funcionando, vozes por toda parte. Há três filas que levam ao balcão. Não sei em qual entrar, então escolho a mais próxima da porta e torço pelo melhor. Margot vem atrás de mim e imediatamente me puxa para o lado, passando à frente de todo mundo até chegar à recepcionista. Sorte dela que eu a vi se aproximar, Do contrário, no instante em que encostasse no meu braço, ela já estaria com a cara no chão e o meu joelho nas costas.

- Temos horário com o Sr. Armour, o diretor - diz ela com autoridade.

Margot, a adulta responsável. Hoje está fazendo o papel de mãe. É um lado dela que eu não costumo ver. Ela prefere interpretar a tia gente boa. Como não tem filhos, a situação está um pouco além de sua capacidade a.

Eu nem sabia que tínhamos hora marcada, mas agora vejo que faz sentido. A recepcionista, uma mulher de aparência desagradável, que deve ter uns 50 anos, aponta para algumas cadeiras ao lado de uma porta de madeira escura que está fechada.

Só temos que esperar alguns minutos, e ninguém repara em mim ou me reconhece. O anonimato é legal. Pergunto-me quanto tempo irá durar. Olho para as minhas roupas. Não estou arrumado. Eu esperava entrar, preencher formulários, entregar a caderneta de vacinação e ir embora. Não contava com hordas de alunos na secretaria. Estou vestindo uma calça jeans e uma camisa, o jeans um pouco - está bem, muito - mais apertado do que o necessário, mas, fora isso, totalmente comum. concentrei meus esforços nos sapatos altos. Pretos, onze centímetros de extravagância. Eu os uso mais pelo efeito do que pela altura, embora precise muito dela. Eu não teria me incomodado com isso hoje, são dificeis de andar, só que eu precisava treinar. Meu equilíbrio melhorou, mas achei que um ensaio não faria mal. Prefiro não cair de bunda no chão no meu primeiro dia de aula.

Olho para o relógio na parede. O ponteiro dos segundos ecoa na minha cabeça, embora eu saiba que não é possível escutar o tique-taque com toda essa movimentação. Queria conseguir me desligar do barulho. É desconcertante. Há sons demais ao mesmo tempo, e meu cérebro tenta separá-los, classificá- los em pilhas organizadas, mas isso é quase possível com todas as máquinas e vozes se misturando. Eu abro e fecho a mão no colo e torço para sermos chamados logo.

Após alguns minutos que parecem uma eternidade, a pesada porta de madeira se abre e um homem de 40 e poucos anos usando uma camisa e uma gravata que não lhe caem bem nos convida a entrar. Ele abre um sorriso acolhedor antes de se sentar numa enorme cadeira de couro. A mesa é imponente. Grande demais para a sala. Obviamente, a mobília foi escolhida para intimidar, porque o próprio homem não é capaz disso. Antes que diga muita coisa, concluo que ele é gentil. Espero estar certo Porque vou precisar contar com ele.

Eu me sento numa das duas poltronas de couro vinho à frente da mesa do Sr. Armour. Margot afunda no assento ao lado do meu e começa seu discurso ensaiado. Eu escuto enquanto ela passa alguns minutos explicando a ele minha "situação peculiar". Situação peculiar, sem dúvida. Quando ela entra nos detalhes, eu o vejo olhar para mim. Ao me observar, seus olhos se abrem um pouco mais e eu noto um sinal de reconhecimento neles. É, sou eu. Ele se lembra de mim. Se eu tivesse ido para mais longe, talvez isto nem fosse necessário. O nome não lhe diria muito. O rosto, menos ainda. Mas estou só a duas horas de onde tudo aconteceu e, se uma pessoa que seja juntar as peças, eu volto para o mesmo ponto em que estava lá. Não posso correr esse risco, então aqui estamos, na sala do Sr. Armour, três dias antes do meu último ano escolar. Nada como deixar tudo para a última hora. Mas pelo menos não foi por culpa minha. Meus pais lutaram até o fim contra a mudança, até que enfim se renderam. Acho que tenho que agradecer em parte a Margot, embora o fato de eu ter partido o coração do meu pai talvez tenha ajudado um pouco. E é provável que todos eles já estivessem fartos.

Agora estou completamente alheio à conversa e me ocupo observando a sala de Armour. Não há muito com que me distrair; algumas plantas precisando de água e fotos de família. O diploma na parede é da Universidade de Michigan. O primeiro nome dele é Alvis. Hein? Que droga de nome é esse? Acho que nem significa nada, mas com certeza vou verificar depois. Estou pensando em possíveis origens quando vejo Margot pegar uma pasta e entregá-la a ele.

Anotações médicas. Um monte.

Enquanto ele observa os documentos, meus olhos são atraídos por um antigo apontador de lápis a manivela, de metal. Acho estranho. A mesa é sofisticada, elegante, de cerejeira, muito diferente das porcarias industrializadas baratas que os professores usam. Não entendo por que alguém iria instalar um apontador antigo desses numa mesa assim. É totalmente contraditório. Queria poder perguntar, Em vez disso, me concentro no aro de buracos ajustáveis para diversos tamanhos de lápis e imagino se o meu mindinho caberia em algum deles. Penso o quão doloroso seria apontar o dedo e quanto sangue sairia quando o ouço o tom de voz do Sr. Armour mudar.

- Nada mesmo? - Pergunta ele parecendo nervoso.

-  Nada mesmo - Confirma Margot.

Sua postura fingida de mulher direta está a pleno vapor.

- Entendo. Bem, vamos fazer o possível. Vou informar os professores dele antes de segunda-feira. Ele já preencheu um formulário com as matérias que pretende fazer? - E, infalivelmente chegamos à parte em que ele começa a falar de mim como se eu não estivesse presente. Margot lhe entrega o formulário e ele dá uma olhada rápida no documento. - Vou passar isto para o departamento de orientação educacional, para que preparem a grande de horários dele até segunda de manhã. Não posso prometer que ele vá conseguir as eletivas. A maioria das turmas  já está cheia a esta altura.

- Nós compreendemos. Sabemos que fará o que for possível. Agradece-mos pela sua colaboração e, claro, discrição - completa Margot.

É um aviso, é isso aí, Margot. Se bem que eu acho que não seja necessário. Tenho a impressão de que ele quer mesmo ajudar. Além disso, acho que o deixo desconfortável, o que significa que é provável que ele torça para me ver o mínimo possível.

O Sr. Armour nos conduz até a porta, aperta a mão de Margot e acena com a cabeça de forma quase imperceptível para mim, com um sorriso forçado que imagino ser de pena ou, possivelmente, de desdém. Depois desvia o olhar rápido. Ele nos segue ao entrarmos de novo no caos da secretaria e pede para aguardarmos um instante, enquanto percorre um corredor até a sala do departamento de orientação educacional com os meus documentos na mão.

Olho em volta e noto que muitas das pessoas que tinha visto antes continuam na fila. Agradeço a qualquer que seja o deus que ainda acredita em mim pela possibilidade de marcar hora. Prefiro limpar um banheiro químico com a língua do que passar mais um minuto que seja no meio desta poluição sonora. Ficamos parados encostados à parede, tentando não ficar no meio do caminho. Não há mais cadeiras livres.

Dou uma olhada para o início da fila, onde um boneco Ken coreano lança seu melhor sorriso de conquistador para a Dona Desagradável do outro lado do balcão. Dona Desagradável agora resplandece sob a aura de charme do garoto. Não a culpo, Ele é do tipo de bonitão que transforma mulheres respeitáveis em idiotas completas. Eu me esforço para ouvir a conversa entre eles. Algo sobre um cargo de assistente de secretaria. Aaah, seu folgado... Ele inclina a cabeça para um lado e diz algo que faz a Dona Desagradável rir e balançar a cabeça com resignação. Ele conseguiu o que queria, seja o que fosse. Observo o leve movimento que faz com os olhos. Ele também sabe disso. Estou quase impressionado.

Enquanto ele espera, a porta se abre de novo e uma menina psicóticamente bonita entra e percorre a sala com o olhar até parar nele.

- Sehun! - grita ela por sobre a confusão e todos se viram. Ela parece não notar. - Não vou ficar no carro o dia todo! Anda logo!

Eu a observo enquanto ela o encara, furiosa. É loira como ele, mas a cor é diferente - o cabelo dela é mais claro, como se tivesse passado o verão todo ao sol. É atraente da forma mais óbvia possível, com um top rosa de frente única bem recheado na frente e, numa obsessiva combinação de cores, uma bolsa Coach também rosa. Ele parece se divertir um pouco com a irritação dela. Deve ser a namorada. Eles combinam, eu penso. Ken Incendiador de Calcinhas acompanhado da Barbie Princesa Irritadinha: medidas inalcançáveis, bolsa de grife e rostinho zangado incluídos!

Ele ergue um dedo, indicando que só vai demorar um minuto. Se eu fosse ele, escolheria outro dedo. Esse pensamento me faz sorrir e ergo a vista, deparando com ele, que sorri de volta. os olhos travessos brilhantes.

Atrás dele, Dona Desagradável rabisca algo rápido no formulário de Ken e assina no final. Devolve-o para ele, que continua olhando para mim. Eu aponto para ela e levanto as sombrancelhas. Não vai pegar o que veio pedir?  Ele se vira e pega o formulário, agradece a Dona Desagradável e pisca. Pisca para a secretária menopáusica. Ele é tão gritantemente óbvio que seu comportamento quase parece fruto de inspiração divina. Quase. Ela balança sua cabeça de novo e acena para que ele saia de lá. Mandou bem, Ken. Mandou bem.

  Enquanto eu me entretinha com a encenação na secretaria, Margot cochicava com uma mulher que deduzo ser a orientadora educacional. Sehun, que quero desesperadamente continuar chamando de Ken, ainda está parado perto da porta, conversando com outros dois garotos que esperam no fim da fila. Eu me pergunto se está tentando irritar a barbie de propósito, Parece algo fácil de fazer.

- Vamos. - Margot reaparece e me conduz até a porta da frente.

- Com licença! - diz uma voz alta e esganiçada de mulher antes de chegarmos à saída. Todos na fila se viram de forma sincronizada e a observam. Ela segura uma pasta e aponta na minha direção. - Como se pronuncia este nome?

- Baek-hy-un. - retruca Margot, e eu me contraio todo, dolorosamente ciente do público à nossa volta. - Byun Baekhyun. É coreano.

Ela fala as duas últimas palavras por sobre o ombro, bastante satisfeita consigo própria por algum motivo, antes de cruzarmos a porta com todos aqueles olhos grudados às nossas costas.

Ao chegarmos ao carro, ela solta um suspiro e adota de novo a postura da Margot que eu conheço.

- Bom, esse problema está resolvido. Por enquanto - acrescenta. Então abre aquele sorriso brilhante típico de jovens americanas. - Sorvete? - sugere, dando a impressão de que precisa disso mais do que eu.

Sorrio de volta, pois, mesmo às dez e meia da manhã, só há uma resposta a essa pergunta.


Notas Finais


É isso pessoal, o que esperam do próximo hm? a capa ainda ta pra fazer, essa é por enquanto.
No próximo vamos ter a visão da parte do Chanyeol, os capítulos serão divididos assim.
não tenho bem um tempo para postar, mas de uma semana eu não passo, fechado?
BJOS AMOREZ A. ❤


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...