Sakura POV
O inicio do segundo semestre, todos animados por rever os colegas, empolgados contando como foram as férias e as novidades.
E eu?
Encostada na parede procurando não ser vista.
A Hina?
Pois é, ela foi colocada na mesma sala do Naruto, filha da mãe de sorte! E como é próprio dela já começou a fazer amizades.
Estou feliz por ela... Sinceramente... Mas, não consigo deixar de sentir um pouquinho de inveja e isso está me fazendo mal.
As aulas como é comum em todo o inicio de semestre foram barulhentas e cansativas até que finalmente deu o horário do intervalo.
Como costumo fazer arrumei o meu material e sai da sala, queria ir a um jardim que tem nos fundos do colégio, os alunos em geral desconhecem a existência dele e muitos dos funcionários também, é por isso eu gosto tanto de lá. É o meu recanto de paz no meio disso tudo. Para chegar nesse jardim é preciso passar por uma porta bem discreta que fica a poucos metros da sala dos professores e da diretoria, é uma área do colégio em que os alunos dificilmente vão por vontade própria, como sou filha de um dos professores ninguém nunca estranhou minha presença por ali e escapar para o jardim era relativamente fácil.
O colégio estava sendo ampliado, em fase de acabamento no extremo oposto, eu também passeava por lá quando queria um pouco de silêncio embora fosse estritamente proibido, mas o jardim era sem dúvidas o meu lugar favorito.
Só que quando saí da sala meu caminho foi interrompido por uma Hinata muito agitada e ansiosa.
Hinata: Sakura, eu preciso de ajuda, é sobre um garoto.
Sakura: Sério? Acho que você não poderia ter escolhido ninguém pior pra te ajudar prima.
Hinata: Pelo contrario você é perfeita para o que eu preciso.
Sakura: Tudo bem pode falar.
Hinata: Tem um garoto que estuda comigo e ele me pediu pra encontrar com ele numa sala que fica lá na área nova da escola.
Sakura: Hum, então ele começou mal... Aquela área ainda não foi liberada para os alunos, se te pegarem lá você terá problemas.
Hinata: Eu sei... Mas ele é tão lindo! Eu quero ir...
Sakura: Então vai. – Dei de ombros. – Não sei pra que pra que precisa de mim, se já tomou a decisão.
Hinata: Você me ajuda a chegar lá sem ser vista?
Sakura: Ah... Essa é de fato a minha especialidade. – Ri sem ânimo.
Depois de tentar me fazer de difícil, só pra ver ela me implorar acabei levando a Hinata para o seu encontro escondido, afinal o que me custa ajudar, né?
Mas ao me aproximar do lugar meus piores pressentimentos se tornaram reais, era o Naruto que esperava a minha prima para o encontro.
Não me aproximei, apenas vi de longe o Naruto se desdobrando em charme e elogios para uma Hinata encantada e envergonhada.
Não sou burra, eu já imaginava que poderia ser ele, mas ver realmente faz toda a diferença.
Fui para o fim do corredor para um banheiro que havia lá, eles é claro nem perceberam quando me afastei.
Faziam um bonito casal eu precisava admitir, eu nunca estaria à altura dele, ele nunca me olhou da forma que olhava pra ela, nunca passou de um amor platônico do qual ele não tinha nem uma leve desconfiança, mas mesmo sabendo disso a sensação de vazio e solidão no meu peito não diminuía.
E então aqui estamos:
_Droga! Sakura você é a garota mais estúpida e desinteressante mundo! – Falei olhando a minha própria imagem refletida no espelho do banheiro do colégio de Konoha. – Como ele ou qualquer outro garoto sequer olharia pra você?
Era a verdade. Nada mais que a pura verdade.
Eu decidi que não choraria mais pelo Naruto, de que adiantaria?
Eu não era uma grande beleza e não tinha nada que pudesse de alguma forma chamar a atenção de um garoto. Se eu ao menos soubesse o que eles esperavam, o que gostavam numa garota... A maneira mais simples era perguntar, mas quem me responderia perguntas assim? O Gaara com certeza não.
De repente ouvi passos no corredor, será que são eles? Não quero falar com eles agora e segurar vela nesse encontro muito menos.
Céus, minha boa vontade também tem limites!
Então me escondi numa das cabines do banheiro encolhendo as pernas.
Então ouvi vozes... Era um casal, mas não o Naruto e a Hinata.
Ela: Dizem pelos corredores que nenhuma garota do colégio é capaz de resistir a você. – Ouvi uma voz feminina e enjoativa, eu sei que já ouvi antes, mas não consigo me lembrar exatamente onde...
Ele: Sou da opinião que não se deve acreditar em rumores... Ainda por cima sobre algo que se possa comprovar pessoalmente.
A voz masculina por sua vez era aveludada e melodiosa, tenho certeza que nunca ouvi antes e mais certeza ainda que se de fato ele for irresistível uma boa parte desse poder se deve justamente a essa voz.
A garota riu estridentemente como que concordando com a ousadia dele e principalmente em comprovar.
Eu queria ter saído, mas se o fizesse chamaria atenção para a minha presença ali e preferiria não atrapalhar o casal, apesar de tudo eu sou romântica e por mais deprimente que possa parecer eu queria saber como acontecia um encontro e me imaginar em um. Então simplesmente continuei aqui quietinha.
Ele: Para comprovar acho que pode começar diminuindo a distância entre nós.
Ela: Não estou segura de querer me aproximar tanto, você tem me ignorado... – Falou com uma voz manhosa beirando a infantilidade.
Ele: Jamais querida, eu estive apenas ocupado com outras coisas e você merece toda a minha atenção e agora ela é sua.
Ela: Claro imagino que tipo de ocupação tem tido.
Ele: Me chamou aqui para discutir esse assunto?
Ela: Não, tinha em mente coisas bem mais agradáveis.
Ele: Estou a sua total disposição.
Não pude reprimir um suspiro, como seria ser perseguida e desejada por alguém assim? Alguém que me olhasse com devoção e me envolvesse em seu encanto?
O que está acontecendo comigo?
Além de me entregar a auto-piedade e sentir inveja da minha própria prima agora também invejava uma qualquer que se deixava ser cantada dentro de um banheiro.
A que ponto cheguei... Esse deve mesmo ser o fundo do poço!
Ela: Deve ser por isso que todas se jogam aos seu pés.
Ele: Não só por isso, mas a modéstia me impede de te explicar os detalhes, mas se chegar mais perto, quem sabe eu possa te mostrar? – Ouvi passos ela parecia ter aceitado se aproximar. – Assim está muito melhor! – Ele falou baixinho.
Dentro da cabine eu contive a respiração e senti as minhas bochechas corarem.
Eu deveria sair imediatamente só Deus sabe o que poderia acontecer nesse banheiro, mas como?
Decidi então dar uma espiadinha por cima da porta. Se eles tiverem distraídos o suficiente se comendo pode ser que eu consiga me esgueirar pra fora.
Fiquei de pé em cima da tampa do vaso e olhei por cima da porta me apoiando nela: A garota era a Karin Uzumaki a irmã vadia do Naruto, o pior é que ela tem um namorado o Suigetsu um valentão metido a bad boy do colégio e o rapaz era o Sasuke Uchiha ele estudava na mesma sala que eu, chegou apenas uns quinze dias antes das férias do primeiro semestre, a sua fama entre o sexo feminino se espalhou rapidamente, durante as aulas ele era reservado, misterioso e tinha notas razoáveis, o que era muito mais do que conseguia a maioria dos garotos. Mas os comentários que eu ouvi mesmo sem terem sido feitos diretamente a mim a respeito dos dons românticos dele eram deveras impressionantes. E mais impressionante ainda é o alcance deles, haviam grupinhos falando dele na sala, no refeitório, no banheiro e todas suspiravam quando ele passava.
Achei que era exagero delas, agora eu sei que tudo isso tem mesmo fundamento... Como resistir a alguém tão bonito, confiante e com aquela voz?
Eles estavam muito perto um do outro, prestes a se beijarem quando eu me desequilibrei e com um estrondo enorme caí no chão.
Quando me levantei vi ele já muito perto, com os braços cruzados e aqueles olhos sérios e fixos em mim.
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