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História Meeting - Capítulo Único


Escrita por: Vancedy

Notas do Autor


Bem gente… eu li o 4° volume da saga Assassin’s Creed a um tempo atrás e como eu voltei a jogar a saga novamente em meu notebook, decidi escrever essa one por causa de uma coisa que me deixou triste, no caso, o final do livro Revelações. -não vou dar spoiler, mas se for continuar lendo, já deixo avisado-.

Essa one, tem apenas o P.O.V. do Ezio, e mostra os acontecimentos do capítulo 91 do livro Revelações, de um jeito diferente.

Aproveitem.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Meeting - Capítulo Único

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- Você deveria ter ficado em casa. – mesmo em uma circunstância dessas, ela nunca deixa de se preocupar comigo.

- Eu estou em casa Sofia… – respondi, já recuperado.

- Sente-se aqui… – ela indicou um banco a apenas alguns metros de distância. – Espere por nós. Estaremos logo ali.

Eu apenas assenti, vendo ela se juntar aos nossos filhos e andarem um pouco mais pela praça, me sentei de forma mais confortável, esperando aquela maldita dor passar.

Fiquei mais algum tempo observando as pessoas caminharem pela rua. Sorri com isso. Respirei profundamente os odores do mercado que estavam ao meu redor. Além de ouvir o som que os comerciantes faziam.

- Adoro esse lugar… – falei para mim mesmo, e de fato é verdade. Florença. Um lar, meu lar.

- Al diavolo! – um rapaz reclamou, sentando-se ao meu lado, muito provavelmente estava falando consigo mesmo. – Detesto essa maldita cidade. Bem que eu gostaria de estar em Roma! Eu ouvi dizer que as mulheres de lá são… humm… como uva sangiovese madura na parreira, entende? Não como as daqui. Firenze! – assim que ele terminou, cuspiu no chão.

Até esse momento, eu não havia prestado muita atenção nele, mas decidi encará-lo.

- Não acho que Florença seja o seu problema…

- O que?

Eu ia responder, mas a dor em meu peito voltou, o que me fez perder o fôlego e me inclinar, tentando me livrar daquilo.

- Aguente firme, velho.

Quando ele disse aquilo, segurou a minha mão esquerda, com mais força do que eu poderia ter imaginado. E quando levantei meu olhar até seu rosto, vi algo estranho, mas ao mesmo tempo familiar em sua expressão facial.

Ele sorriu para mim, então sorri de volta.

- Descanse um pouco, sim?

Então ele se levantou e foi embora, e tudo o que pude fazer foi concordar com ele. Tentei encontrar Sofia, e por sorte ela estava em uma barraca próxima, comprando algumas coisas, enquanto a Flavia e o Marcello brincavam.

Era a melhor visão que eu poderia ter.

Fechei os olhos e tentei respirar novamente até me sentir satisfeito. Quando abri os olhos, vi uma águia sobrevoando a torre central do Palazzo della Signoria. O mesmo lugar em que meus irmãos, Frederico e Petruccio estiveram junto com o meu pai em suas últimas horas de vida.

Fechei os olhos novamente ao sentir uma forte luz quase me cegar e me permiti respirar novamente. Aquele rapaz estava certo. Preciso… descansar… um pouco…

Por um segundo, não senti mais nada, apenas um leve puxão, como se alguém repentinamente tivesse surgido na minha frente, e quando abro os olhos, percebo estar em um lugar diferente. Mas ao mesmo tempo, familiar. Um lugar coberto por um branco sem fim. Como uma imagem de um sonho.

- Você finalmente veio irmão…

Aquela voz… não pode ser!

- Frederico…

Quando me virei o encontrei, me recebendo com um abraço, e mesmo agora sentindo o meu corpo mais leve, não consegui retribuir.

- Eu estou feliz por você irmão, você pôde ser feliz…

- Mais como?! Como você…

- Ele não foi o único, irmão…

Olhei por cima do ombro dele e vi Petruccio, exatamente como eu me lembrava, só que ele aparentava estar mais saudável.

- Petruccio… você…

- Eu não preciso mais estar preso a uma cama Ezio. – brincou e me deu um soco no braço. – E eu te devia isso.

O soco em si não doeu, o que foi estranho, e só aí eu notei que a minha própria aparência tinha mudado, eu parecia jovem novamente, como na noite em que desafiei Vieri para uma rixa.

- Petruccio, não implique com seu irmão… – a voz inconfundível da minha mãe me despertou de meus devaneios e quando olhei para ela, ela também parecia ter ficado mais jovem. Como no dia em que eu conheci o Leonardo. – Ezio… – foi tudo o que ela me disse antes de me puxar para um abraço. – Eu estou orgulhosa de você…

- Nós dois estamos…

- Padre… sussurrei, sentindo-o me abraçar. – Eu…

- Está tudo bem filho… – sussurrou, se separando do abraço e se colocando ao lado dos meus irmãos e da minha mãe. – Você fez mais do que eu jamais poderia ter feito. Eu me orgulho muito de você.

Não pude deixar de chorar. Todos eles estavam ali, meus irmãos, meus pais. Aqueles me guiaram para essa vida que adotei por quase quarenta anos.

- Eu também me orgulho de você nipote… – no momento que ouvi aquela voz, senti como se o tempo ao meu redor tivesse passado. E assim que vi o seu rosto, o vi como no dia em que lhe entreguei o Pedaço do Éden.

- Zio Mario…

- Já faz um bom tempo nipote… e agora estamos todos aqui. Todos nós… bem é claro exceto a Claudia, mas eu espero que ela demore mais um pouquinho… – mesmo surpreso por vê-lo, pude notar seu tom brincalhão, que poucas vezes deixava escapar.

- Então eu… – comentei, finalmente entendendo o porquê disso tudo estar acontecendo.

- Sim Ezio… você deve entender que o seu tempo chegou ao fim.

Como eu sempre temi… algo no qual eu já tinha comentado com a Sofia.

- Nós percebemos o quão feliz você foi Ezio, e quando se é um Assassino, a felicidade possuí um valor muito mais especial…

- Eu sei zio. Grazie.

- Ora nipote… não fique tão triste… há mais pessoas que gostariam de falar com você.

Assim que ele terminou de falar, ele sumiu, e pude sentir o tempo passar novamente. Até eu sentir alguém apoiar um braço sobre o meu ombro.

- Eu até que gostaria de dizer: “Saudações irmão!”. Mas eu já disse isso uma vez.

- Yusuf…

- Que bom ver você irmão.

- Igualmente.

- Você tinha razão Ezio, ela é de fato uma mulher incrível…

- Yusuf eu… me perdoe… por ter te dado aquele fardo… se eu não tivesse pedido aquilo, você não estaria aqui…

- Isso não importa irmão… – ele segurou em meu ombro e completou. – De qualquer forma, se você não tivesse me pedido aquilo, eu teria morrido protegendo ela. Eu já tinha percebido o quão especial ela era pra você e eu fico feliz pelo meu sacrifício não ter sido em vão.

- Yusuf…

- Foi uma honra servi-lo. Ezio Auditore da… Firenze.

Quando ele terminou, sumiu por entre a imensidão branca, e no momento seguinte, senti o tempo avançar, e quando me virei novamente, encontrei Leonardo, ainda careca, mas com força o bastante para se manter em pé.

Certamente agora nós dois parecíamos velhos.

- Leonardo! – o saudei, dando-lhe um abraço.

- Ezio… – ele retribuiu o abraço e continuou. – Então você…

- É o que parece. – o interrompi, já que sabia exatamente o que ia dizer.

- Sinto muito, amico… – falou, separando o abraço. – Eu não queria ter dito isso naquela hora mas… eu sempre achei que você morreria antes de mim e não o contrário…

Não pude deixar de rir.

- Digo o mesmo. – comentei, me recuperando.

- Eu vi a sua família Ezio. É uma família muito bonita.

- Eu sei…

- Lamento por você não poder passar mais tempo ao lado deles…

- Tudo bem, o importante é o tempo em que fiquei ao lado deles.

Ficamos em silencio por mais alguns segundos, até ele voltar a falar.

- É uma ironia… eu sempre quis aprender a viver, e agora eu aprendi, mas não posso ensinar a ninguém, por que também aprendi a morrer…

- É uma forma interessante de se observar as coisas… – comentei, analisando minuciosamente aquelas palavras.

- É sim… é muito bom ver você novamente Ezio. Até mais… – sussurrou a última parte enquanto desaparecia através da imensidão.

- Até… – me limitei a sussurrar.

Por mais alguns segundos, nada mudou ao meu redor, até que subitamente a luz que me envolvia se tornou mais forte e de dentro dela, uma silhueta surgiu. No começo não consegui identificar aquela silhueta, mas passou mais alguns momentos para eu reconhecer os cabelos castanhos e os olhos também castanhos, seu rosto inconfundível e o mesmo colar que eu lhe entreguei no dia em que eu deixei Florença.

- Cristina…

Involuntariamente, as lágrimas tomaram meu rosto, e pude perceber que ela não havia me reconhecido, afinal de contas, a última vez que ela viu meu rosto foi no Carnevale em Veneza. A mais de trinta e cinco anos.

- Senhor… me perdoe mas… seus olhos me são familiares…

- Sou eu Cristina, Ezio… – falei limpando o meu rosto e abaixando levemente o meu olhar.

Sua expressão foi de neutralidade para surpresa, e desta para espanto.

- Ezio?! – perguntou, cobrindo a própria boca com a mão e recuando um passo, mas dessa vez, eu não a segui. – É você?! – perguntou novamente, e eu me limitei a apenas acenar. – Mas… como?!

- Ninguém pode viver pra sempre.

- Mas eu achei que você estava morto…

- Eu estou agora.

- Então… aquela mulher que eu vi com você e aquelas crianças…

- São minha família. – a interrompi, levantando o meu rosto para enfim encara-la diretamente em seus olhos.

Por mais algum tempo, ela não disse nada, apenas desviou o olhar enquanto aparentava estar absorvendo aquelas informações, até que ela sorriu e me encarou novamente.

- Então… um de nós… teve uma segunda chance…

- Cristina, eu…

- Não Ezio, eu é que tenho que falar, eu sempre fui egoísta e não percebia o quanto você estava sofrendo… se naquela noite em que você decidiu deixar Florença, eu tivesse escolhido você, ou quando você salvou o Manfredo, eu tivesse abandonado tudo e ficado do seu lado, ou quando nos reencontramos em Veneza, e eu simplesmente tivesse demostrado o quanto eu te amava ao invés de apenas falar… – agora era o seu rosto que estava banhado em lágrimas. – Se eu tivesse dado a nós dois… uma segunda chance… tudo seria diferente… mas eu fico feliz por você Ezio. Você já sofreu tanto e eu não acho justo te causar mais sofrimento. – ela parou de falar apenas para retirar o colar que eu lhe havia entregado e o estender na minha direção. – Eu estou feliz por você!

Tudo o que eu pude fazer naquele momento foi pegar o colar de sua mão e o aperta-lo na minha, e logo em seguida ser abraçado por ela.

Antes, ela tinha exatamente minha idade, mas agora, eu era bem mais velho que ela. E era quase como se eu fosse uma espécie de tio dela, mas isso não tem importância. Acima de qualquer coisa agora, no momento, eu precisava daquele abraço, além daquelas palavras.

Aos poucos ela sumia entre meus braços, mas antes de sumir por completo, pude vê-la sorrir. Um sorriso genuíno que não vi desde a noite em que a conheci.

A luz que me cercava voltou ao branco de antes e quando olhei melhor, pude ver a Sofia, mas não como eu via os outros, mas sim ela lendo o maço de papéis que deixei sobre a escrivaninha. Pude ver também seus olhos cheios de lágrimas, mas ela estava sorrindo, e essa foi a última imagem que vi antes da vela que ela segurava se apagar, deixando o local completamente escuro.

Quando me virei novamente, pude ver todos aqueles os quais eu já havia visto antes, meus irmãos, meus pais, meu tio, Yusuf, Leonardo e a Cristina, até mesmo aqueles dos quais não pude reencontrar como Lorenzo, Tarik e até mesmo a Caterina. Todos eles sorrindo, estendendo os braços como se quisessem me abraçar.

Por mais alguns segundos olhei para trás, mas não via mais nada, então, direcionei meu olhar para frente, e começo a andar até eles.

- Me perdoe Sofia… me perdoe Flavia… me perdoe Marcello… mas dessa vez, eu preciso de um descanso… um longo descanso…

 

 

The End.


Notas Finais


E então? Eu tenho que admitir, sou bastante emotivo e chorei -um pouco- quando escrevi isso…

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Espero que tenham curtido.


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