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História Meia - Noite - Capitulo 1


Escrita por: hitachitaka

Capítulo 1 - Capitulo 1


   Querido Diário 

 Estou tão assustada que nem consigo segurar a caneta.  Escrevo em letra de forma em vez de cursiva, porque assim tenho mais controle. De que tenho tanto medo?, você pergunta. E quando eu digo, " de Luke", você não acredita na resposta; não depois de nos ver alguns dias atrás. Mas, para entender, precisa saber de alguns fatos. Já ouviu a expressão " A sorte está lançada" ? Significa que tudo - - pode acointecer. Tanto que até alguém que calcula as probalidades e toma apostas das pessoas lhes devolve o dinheiro. Porque entrou um coringa na situação. Você nem mesmo pode calcular as probabilidades para fazer a aposta.   É nesse ponto que estou. Por isso meu coração martela na garganta, na cabeça, nos ouvidos e na ponta dos dedos... De medo.  A sorte está lançada.  Dá para ver o quanto minha letra está tremida. Imagina se minhas mãos tremerem assim  quando eu entrar para vê-lo? Posso deixar cair a bandeja. Posso irritar Luke. E ai tudo pode acontecer.  Não estou explicando direito. O que  eu devia dizer é que estamos de volta. Luke, Jomara, Andressa e eu. Fomos á Dimensão das Trevas e agora voltamos para casa, com uma estelar - e Anderson.  Anderson foi ludibriado a ir para lá por Shinichi e Misao, os irmãos kitsune, ou espiritos raposa do mal, que lhe disseram que, se ele fosse á Dimensão das Trevas, poderia se livrar da maldição de ser vampiro e voltar a ser humano. Eles mentiram. Só o que fizeram foi deixá-lo numa prisão fedorenta,  sem comida, sem luz, sem aquecimento.... até ele estar quase morrendo. Mas Luke - que era tão diferente na época - concordou em nos levar para encontrá-lo. E, bem... nem sei como descrever a Dimensão das Trevas. O importante é que finalmente achamos Anderson, e isso quando encontramos as chaves de raposa de que precisávamos para soltá-lo. Mas... ele estava um esqueleto de tão magro, coitado. Nós o carregamos para fora da prisão em seu catre, que Tiago queimou mais tarde; estava infestado de insetos horripilantes. Mas naquela noite lhe demos um banho e o colocamos na cama.... Depois o alimentamos. Sim, com nosso sangue. Todos os humanos, menos a sra.Flowers, que estava ocupada fazendo cataplasmas para os pobres ossos de Anderson, que quase se projetavam para fora da pele.  Eles o deixaram com fome a esse ponto! Eu podia matar os dois com minhas próprias mãos - ou com meu poder das Asas, se conseguisse usá-lo. Mas não consigo. Sei que existe um feitiço para as Asas da Destruição, mas não tenho ideia de como invocá-lo.  Pelo menos consegui ver como Anderson floresceu ao ser alimentado com sangue humano. ( Confesso que dei a ele umas doses a mais que não estavam programadas e eu teria de ser uma idiota para não saber que meu sangue era diferente do dos outros - é muito mais rico e fez um bem extraordinário a Anderson.)  E, assim,  Anderson se recuperou o bastante para que, na manhã seguinte conseguisse descer sozinho a escada para agradecer á Sra. Flowers por suas poções!  Mas o restante de nós - os humanos - estava esgotado. Nem sequer pensamos no que aconteceu com o buquê, pois não sabiamos que havia algo de especial nele.  Nós o recebemos quando partimos da Dimensão das Trevas,  de um gentil kitsune branco que esteve na cela de frente para a de Anderson, antes de organizarmos a fuga da prisão. Ele era tão bonito! Nunca imaginei que um Kitsuna podia ser gentil. Mas ele deu estas flores a Anderson. De qualquer forma, naquela manhã Luke estava acordado. É  claro que ele não podia contribuir em nada com seu sangue, mas, sinceramente, acho que ele teria, se pudesse. Era assim que ele estava naquela hora.  E é por isso que não entendo como posso sentir o medo que tenho agora. Como se pode ficar tão apavorada com alguém que você beijou e que beijou você... e a chamou de " meu amor" , " minha querida " e " minha princesa" ? E que riu com você com os olhos transmitindo tantas segundas intenções? E que a amparou quando você sentia medo e lhe disse que não havia nada a temer, não enquanto ele  estivesse por perto? Alguém que só precisava de um olhar para dizer o que estava pensando? Alguém que a protegeu, independentemente do que custou a si mesmo, por dias a fio? Eu conheço Luke. Conheço seus defeitos, mas também sei como ele é por dentro. E Luke  não é o que ele quer que as pessoas pensem dele. Ele não é frio, nem arrogante, nem cruel. São fachadas que usa para se esconder, como roupas.  O problema é que eu não tenho certeza se ele sabe que não é nada disso. E agora está todo confuso. Pode mudar e se tornar tudo isso - porque está desnorteado demais.  O que estou tentando dizer é que nessa manhã só Luke estava de fato acordado. Foi o único a ver o buquê. E se há uma coisa que Luke definitivamente tem é curiosadade. Então ele rompeu todas as proteções mágicas do buquê, e havia uma única rosa negra no centro. Luke passou anos procurando uma rosa negra só para admirá-la, eu acho. Mas quando olhou aquela, ele  a cheirou... E bum! A  rosa desapareceu!   De repente ele estava doente e nauseado, não conseguia sentir o cheiro de nada, e todos os outros sentidos também pareciam embotados. Foi quando Sage - oh, eu nem falei em Sage, mas ele é um belo vampiro alto e bronzeado que  foi um bom amigo de todos nós - disse a ele para puxar o ar e prender, levando para os pulmões:  Os humanos têm de respirar assim, veja você.  Não sei quanto tempo Luke levou para perceber que  ele era mesmo humano, sem poder fazer nada a respeito. A rosa negra era para Anderson; e teria realizado seu sonho de voltar a ser humano. Mas quando Luke percebeu que a magia havia operado nele...  Foi quando ele me olhou, e me desconsiderou com o restante de minha espécie, uma espécie que ele aprendeu a odiar e desprezar.  Desde esntão não me atrevi a olhá-lo nos olhos. Sei que ele me amava dias atrás. Não sabia que o amor podia se transformar... bem, em todas as coisas que ele agora sente por si mesmo.  Você deve pensar que seria fácil para Luke se tornar vampiro de novo. Mas ele quer ser o vampiro poderoso que era antes - e não há ninguém desse jeito para trocar sangue com ele. Até Sage desapareceu antes que Luke pudesse lhe pedir isso. Então Luke vai ficar desse jeito até encontrar um vampiro forte, poderoso e de prestigio para passar por todo o processo de transformação.  E sempre que eu olho nos olhos de Anderson - aquelas joias verdes que ardem de confiança e gratidão - eu tambem sinto pavor. Pavor de que algum modo ele me seja roubado de novo, saia de meus braços. E... pavor de que ele descubra o que passei a sentir por Luke. Eu nem percebi o quanto Luke tinha passado a significar para mim. E  não posso... reprimir... meu sentimento... por ele, mesmo que ele agora me odeie.  E, sim, que droga, eu estou chorando! Num minuto tenho de levar o jantar de Luke. Ele deve estar faminto,  mas quando Tiago tentou lhe dar alguma coisa mais cedo, Luke jogou a bandeja nele.  Ah, por favor, meu Deus, por favor, não deixe que ele me odeie!   Estou sendo egoista, eu sei, só falando  do que acontece com Luke e comigo. Quero dizer, as coisas em Fell's Church estão piores do que nunca. Todo dia mais crianças são possuidas e apavoram os pais. Todo dia os pais ficam com mais raiva de seus filhos possuidos. Eu nem quero pensar no que está havendo. Se algo não mudar, a cidade toda será destruida, como a última que Shinichi e Misão visitaram. Shinichi... Ele fez muitas previsões sobre nosso grupo, sobre as coisas que escondiamos dos outros, mas a verdade é que eu não sei se quero saber a solução de qualquer um de seus enigmas.  De Certa maneira, nós temos sorte.  Temos a familia Saitou para nos ajudar. Lembra de Isabel Saitou, que se  furou daquela maneira horrivel enquanto estava possuida? Desde que melhorou, ela se tornou uma boa amiga nossa, assim como a mãe dela, a Sra. Saitou, e a avó, Obaasan.  Elas nos deram amuletos - feitiços para afastar o Mal, escritos em bilhetes de Post-it ou cartõezinhos. Talvez um dia possamos retribuir tudo isso a elas.     Justine Matsu baixou a caneta com relutância. Fechar o diario significava ter de encarar as coisas sobre as quais estivera escrevendo.  De algum jeito, porém, ela se obrigou a descer até a cozinha e pegar a bandeja de jantar da Sra. Flowers, que abriu um sorriso, encorajando-a.  Enquanto ia para o depósito do pensionato, Justine percebeu que suas mãos tremiam tanto que a bandeja de comida que carregava tilintava inteira. Como não havia acesso ao depósito de dentro da casa, qualquer um que quisesse ver Luke precisava sair pela porta da frente e controlar até o anexo perto  da horta. A '' Toca de Luke'' era como chamavam agora. Ao passar prelo jardim, Justine olhou de esguelha o buraco no meio do canteiro de angélicas, o Portal desativado  por onde eles voltaram da Dimensão das Trevas.  Ela hesitou á porta do depósito. Ainda tremia, e sabia que este não era o jeito certo  de enfrentar Luke.  Relaxe, disse a si mesma. Pense em Anderson. Anderson teve um golpe de desgosto quando descobriu que não restava nada da rosa, mas logo recuperou a humildade e a elegância de  sempre, acariciando o rosto de Justine e agradecendo-lhe só por ficar ali com ela. Que esta proximidade era tudo o que ele pedira na vida. Roupas limpas, comida decente - liberdade-, tudo isso era digno de luta, porém o mais importante era Justine. E ela havia chorado.  Por outro lado, sabia que Luke não pretendia continuar como  estava. Ele  faria qualquer coisa, arriscaria qualquer coisa... para se trasnsformar de novo. Foi Tiago que sugeriu a esfera estelar como solução para o problema de Luke. Thiago não entendia nem a rosa, nem a esfera estelar, até lhe explicarem que a esfera estelar, que devia ser de Misão, continha a maior parte ou todo o seu poder, e que brilhava mais á medida que absorvia as vidas que tomava. A rosa negra provavelmente fora criada com o liquido de uma esfera estelar semelhante,  mas ninguem sabia em que quantidade, ou se precisava ser combinado com ingredientes desconhecidos.  

  ( continua)

 


Notas Finais


Voltei leitores!


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