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História Meia Noite em Madri - Ressentimento


Escrita por: befancy

Notas do Autor


Meus amores! Estou com tantas idéias que chega tô ficando confusa em como administrar e encaixar tudo isso 😂😂 por isso a demora. Mas ok! Está aí mais um capítulo fresquinho, passei a madrugada escrevendo haha espero que gostem! 😗

Capítulo 12 - Ressentimento


Fanfic / Fanfiction Meia Noite em Madri - Ressentimento

Basileia, Suíça


Passei a noite acordada. De novo. Foi a oitava só nas últimas semanas.
Olhei para o berço ao lado da cama e vi que Hayat me olhava, ela estava um pouco agitada... sorri com a inquietação da minha pequena bênção, ela provavelmente não conseguia dormir também.
Levantei da cama com cuidado para não acordar Ricky - que dormia serenamente - e peguei Hayat no colo.
No mesmo instante ela se acalmou e aos poucos foi fechando os olhinhos. Meu Deus, como eu a amava!
Depositei um beijinho em sua testa e a coloquei no berço novamente.

Peguei meu celular para ver as horas, faltava pouco para as 3h30 da madrugada. No dia seguinte eu cobriria a terceira rodada da Liga dos Campeões, Bale - PSG.
Eu particularmente preferia estar na Inglaterra cobrindo Manchester City - Barcelona, mas como eu havia acompanhado PSG - Bale, o jogo de ida, meus superiores definiram que eu também acompanharia o jogo de volta.
Eu não podia reclamar, a ESPN estava me recebendo muito bem e eu já me sentia em casa.
Inclusive, eles me propuseram de bom grado a licença a maternidade por conta da chegada de Hayat, mesmo eu não tendo um único mês na firma. No entanto, eu decidi que continuaria trabalhando, afinal, faltava pouco para o ano acabar e Ricky estava disposto a me acompanhar com Hayat em todos os jogos, em todos os países, onde quer que fosse. Ele dizia "Faça o seu trabalho tranquila, amor. Eu estarei aqui por nossa menina." Ricky era a minha âncora.

Voltei para a cama e ainda sem conseguir dormir, dei uma checada nas redes sociais. Acabei por ver que Thiago havia postado duas fotos na balada,  numa delas ele estava cercado de meninas. Elas não eram suas amigas, eu sabia disso. Uma delas o segurava com certa intimidade, não adianta dizer que não porque eu também já o segurei daquele jeito. Com essa aproximação toda, certamente Thiago não estava mais com Alessandra. Até porque havia um certo comentário, de uma das meninas, que dava a entender que teria replay! É claro que eu não perdi a oportunidade de dar uma olhada em seu perfil... uma jovem canadense.
Eu realmente espero que ela tenha uma péssima estadia em Paris. Que ela e Thiago congelem sob a torre Eiffel, que as pulgas francesas comam os dois vivos!!!! Que o quarto deles cheire mal, que a privada não dê a descarga, que as pessoas os tratem mal e o serviço demore.
Eu não conseguia entender o que se passava na cabeça de Thiago, ele estava tão diferente desde que terminamos. Ele estava se distribuindo como jesus repartia o pão, para todos. No seu caso era "todas". Vivia de farras e noitadas, sua fase no PSG não era das melhores. A visão de homem maduro e focado que eu tinha dele havia se dissipado.

Meus sentimentos em relação à Thiago estavam confusos, certa preocupação por vê-lo se afundando cada vez mais e muito, muito ressentimento.
Sempre me lembrarei de como ele fez eu me sentir, como se eu não fosse boa o suficiente. Como se eu não pudesse fazer por ele o que todas as outras faziam.
Como ele pode dar a elas o mesmo que deu à mim? Pessoas insignificantes.
Aquelas vadias nunca serão nem metade de mim.

 

Ah chega!

 

- Você tem que dormir, meu amor... - Ricky balbuciou com a voz sonolenta e fez com que eu apoiasse minha cabeça em seu peito.


Me aconcheguei ali e logo adormeci.

 

 

No dia seguinte...

 

Estádio St. Jakob-Park


Assim que o hino da Liga dos Campeões começou, me deixei levar... Eu já devia ter me acostumado com a sensação, mas cada vez que eu ouvia aquela opera soando pelos estádios que eu ia, o sentimento que me tomava era indescritível. Cobrir esporte era o que me dava prazer, agora, cobrir futebol, era o que eu amava. Só o futebol me fazia sentir tantos e diferentes sentimentos em prazo tão curto de tempo, tão de repente. Eu me sentia viva.



Ricky On


Deixei Hayat com um dos seguranças da equipe de Aurora e fui ao banheiro, quando sai do mesmo, esbarrei com um homem que estava entrando. Assim que seu corpo se chocou com o meu, pude sentir volumes estranhos por sua roupa. O tal homem disse um xingamento em árabe e bateu a porta do banheiro. Como eu sabia que era uma ofensa? Simples, treinei tropas iraquianas por um tempo e quase 1 ano com terroristas me fizeram saber pelo menos o mínimo da língua deles.
Com quase 10 anos no exército, se tinha uma coisa que eu sabia era identificar pessoas suspeitas e situações de risco.

Tentei abrir a porta do banheiro novamente, mas a mesma estava trancada. Tudo estava cada vez mais estranho. Continuei por ali e tentei ouvir o que parecia ser ele falando ao telefone.
Não demorou para que as minhas suspeitas fossem confirmadas. Ele era um homem-bomba e um atentado estava prester a acontecer. Senti a adrenalina nas minhas veias e comecei a corrida contra o tempo.

- Evacue esse estádio o mais rápido possível. Um atentado está prestes a acontecer. - falei firme assim que encontrei um dos policiais que fazia a segurança do estádio, o mesmo me olhou como se eu fosse maluco.

- O senhor acha que eu tenho tempo para brincadeiras?

Tirei meu distintivo de capitão do exército do bolso e antes que eu o fizesse engolir, pude ouvir gritos vindo das arquibancadas, seguido de barulhos de tiro.

Corri como nunca havia corrido na vida e ao chegar na arquibancada, me deparei com o caos se instalando.
Os tiros vinham do setor leste e as pessoas dos outros setores do estádio demoraram um pouco para entender o que estava acontecendo. Foi o tempo de eu pegar Hayat e a polícia chegar tentando assumir o controle da situação. A essa altura as pessoas já corriam feito loucas, algumas caiam, outras estavam sendo pisoteadas.
Invadi um dos vestiários e deixei Hayat dentro de um dos armários. Senti meu coração apertar ao vê-la chorando, mas era a única forma de salvar sua vida.

Os tiros haviam cessado, certamente a polícia havia executado o atirador. Minha preocupação no momento era achar o homem bomba. Peguei a arma de um policial e fui a procura dele.
Corri pelos assentos das arquibancadas e de longe o avistei a pelo menos 100 metros de mim. No meio da multidão. Ele já estava com a mão no cinto explosivo. Hesitei em atirar de onde eu estava, pela distância eu podia atingir o alvo errado.
Empurrei todos que eu vi pela frente e assim que cheguei por trás dele, coloquei a arma em seu pescoço.
Com as mãos na cabeça ele foi se virando para mim devagar e com um sorriso sarcástico no rosto. Quando ele abriu a boca pra falar, eu apertei o gatilho.
Ainda caído no chão, dei mais três tiros na cabeça pra ter certeza de que aquele infeliz não ousaria sobreviver.
Por um instante o estádio ficou em silêncio, as pessoas em volta me olhavam assustadas e quando perceberam que ali morto e ensanguentado tratava-se de um terrorista, ficaram ainda mais nervosas.
Em segundos o lugar foi tomado por oficiais do exército e paramédicos que começaram a socorrer as vítimas.
Tirei forças de onde não tinha e corri até o vestiário, as únicas partes do estádio que não estavam sob comando de policiais eram as saídas.

- A MINHA FILHA TÁ LÁ DENTRO. - gritei impaciente para o policial que barrava a minha entrada no vestiário enquanto outros dois me seguravam tentando me levar para fora.

- Diga onde ela está. - um dos policiais que estava atrás da barreira perguntou.

- No armário. - falei já sem forças.

 

 

 

 

 

O mesmo policial que perguntou onde Hayat estava adentrou o vestiário e voltou com a minha filha no colo.
A abracei forte, muito forte, ela estava assustada e chorava muito. Enchi seu rosto de beijos, ela estava perfeitamente  intacta.

- RICKY. - Aurora gritou desesperada ao vir correndo até nós.

Aurora se jogou em meus braços e ali desabou a chorar, me segurei para não fazer o mesmo. Eu precisava passar força e confiança.
Fomos tirados dali e levados até uma das várias ambulâncias que estava no estacionamento do estádio.



Ricky Off



Demorou um pouco para eu processar tudo o que havia acontecido. Em minutos eu estava fazendo uma transmissão ao vivo quando barulhos de tiro percorreram o estádio e uma confusão se formou. Todos que estavam no gramado se abaixaram ou correram.
Eu só conseguia pensar em Hayat e Ricky, nada mais importava e vê-los aparentemente bem, foi como ter nascido de novo.

- Só saíram com alguns arranhões... - a enfermeira disse ao acabar de nos examinar.

Agradeci o atendimento e sai da ambulância com Hayat no colo, Ricky veio atrás mas cambaleou assim que botou os pés no chão. Ele gemeu de dor com as duas mãos sob a cabeça.

- O que você está sentindo? - perguntei preocupada ao ajudá-lo a se equilibrar. 

- Não é nada, eu-eu estou bem. - Ricky respondeu fraco e cambaleou novamente ao tentar se levantar.

- Vamos para o hospital agora! - falei firme e o ajudei a deitar na maca da ambulância. 

Ricky relutou um pouco, mas acabou dando-se por vencido.

 

Assim que chegamos no hospital eu tive que deixar Hayat numa sala de recreação  com outras crianças, era mais seguro para ela, que ainda era uma bebê de três meses. Ricky piorou no caminho até o hospital, ele estava queimando em febre e tossindo muito.

- Ele tá com 39 graus, tosse persistente. - o enfermeiro disse ao médico, o Dr. Topher.

- Eu tô gripado à algumas semanas. - Ricky disse em seguida.

- A luz incomoda seus olhos? - o Dr. Topher perguntou ao passar uma lanterna pelos olhos de Ricky que reagiu mal.

- Eu não diria que incomoda, mas... dá pra notar. - Ricky tentou disfarçar o incomodo.

- As dores de cabeça são frequentes?

- Nada que não dê pra aguentar.

- Sr. Donovan, não tem tempo para ser durão. Preciso saber das dores de cabeça. - Dr. Topher disse sério.

- Já tem algumas semanas.

O olhei surpresa, ele não comentava que estava se sentindo mal. Se queixava de sono as vezes, mas eu achava que era normal por conta da nossa rotina.

- Eu quero uma pulsão lombar. - Dr. Topher disse ao enfermeiro.

- O que? Por quê? - Ricky indagou.

- Porque febre, dor de cabeça e sensibilidade a luz pode significar algo muito mais grave que uma gripe.

- A temperatura subiu, 40 graus. - o enfermeiro falou.

- Temos que fazer isso agora! - Dr. Topher disse firme.
 

 

...

 


- Fica parado, cara. Eu sei que é desconfortável mas estamos quase lá. - Dr. Topher disse enquanto colocava uma agulha enorme na espinha de Ricky, ele estava recolhendo material para mandar ao laboratório.

- Eu aguento. - Ricky disse aparentemente segurando a dor, apertei forte sua mão e a beijei.

Eu ainda estava assustada e um pouco em choque pelo atentado no estádio, mas se Ricky precisava de mim eu ficaria com ele o quanto fosse necessário.

 

 

 

 

...

 


- Os pré-resultados da pulsão lombar parecem ser de meningite bacteriana. Mas estamos esperando as culturas. Já está recebendo antibióticos, então você irá se sentir melhor em breve. - o Dr. Topher disse para Ricky.

- A temperatura subiu, tá 41. - o enfermeiro falou preocupado.

- Subindo? Ele recebeu a dose certa? - Dr. Topher indagou ao enfermeiro que respondeu que sim.

- Minhas pernas estão dormentes. - Ricky disse.

- Isso é normal? - perguntei nervosa.

- Não é meningite bacteriana, ele devia estar respondendo aos antibióticos.

- O que ele tem de errado? - indaguei impaciente.

- Vamos descobrir. Dê a ele esteróides e um antiviral. - Dr. Topher ordenou ao enfermeiro que atendeu prontamente - Sr. Donovan, não há nada que queira nos contar? Tudo que disser será fundamental para que possamos lhe dar o tratamento mais eficaz.

Ricky ficou um pouco pensativo e assentiu.

- Eu sou oficial do exército dos Estados Unidos. Passei 1 ano sob o comando do Estado Islâmico. Uma bomba atingiu a base que eu estava, no dia do meu resgate. Tive estilhaços no peito e no pescoço.

Abaixei a cabeça e respirei pesado. Ricky nunca havia me contado aquilo.

- A quanto tempo isso aconteceu? - O Dr. Topher perguntou.

- 3 meses.

- Vamos levá-lo para ressonância e fazer raio-x.

Naquele momento eu não me questionava o por quê de Ricky nunca ter tocado nesse assunto comigo. A única coisa que eu queria era abraçá-lo, abraçá-muito forte. E eu o fiz.
Então ele foi fazer a ressonância e o raio-x enquanto eu fui ver Hayat.


Enquanto isso do outro lado do hospital...


*Narração On*

- Não precisava disso tudo, eu já disse que estou bem. - Thiago dizia impaciente enquanto era levado numa maca.

- Você levou uma pancada feia na cabeça naquele lance e toda precaução é fundamental. Essas dores de cabeça podem ser algo mais grave. - disse o assistente do psg que o acompanhava.

*Narração Off*

 

 

 

 

 

 

 

 

- Meu Deus! Como isso entrou nele? - perguntei incrédula ao ver aquele raio-x com um pedaço de osso.

- É da explosão, não é? - Ricky perguntou. 

- É! Chama-se bioestilhaço que provavelmente é a fonte da sua infecção. Temos que levá-lo pra cirurgia o mais rápido possível pra extrai-lo e enviá-lo para o laboratório. - Dr. Topher respondeu.

- Ele vai ficar bem? - indaguei. 

- Ainda não fora de risco, precisamos de uma transfusão porque a infecção fez com que o corpo do Ricky começasse a entrar em colapso.

- Ou seja, precisamos de mais sangue em mãos caso haja sangramento no procedimento. - o enfermeiro completou.

Eu estava disposta a fazer qualquer coisa para acelerar aquele processo, até dar o meu sangue, mas não éramos compatíveis. Ricky era O negativo, um tipo sanguíneo muito raro.
O hospital estava um caos, muitas vítimas do tiroteio no estádio foram levadas para lá. Muitas perderam muito sangue e isso fez com que o banco de sangue do hospital diminuísse significativamente. Provavelmente Ricky teria que esperar para fazer a transfusão ou arrumar um doador.
Sabe aquela sensação de impotência terrível? Não chegava nem perto do que eu estava sentindo. 

Liguei para todos (poucos) que eu conhecia que estavam na Suíça, ninguém podia ajudar. Sai pelo hospital perguntando as pessoas quem podia doar, como eu era tola! Eles com os problemas deles e eu os enchendo com os meus.
Ricky estava sedado, aproveitei aquele pouco tempo vago e fui pegar um café. Era também o único momento que eu tinha para me descarregar em paz.
Caminhei por aqueles corredores e encontrei uma porta que dava acesso aos fundos do hospital.
Já passava das 1h00 da madrugada, aquela era a única parte do hospital que estava tranquila, o resto estava tomado por pessoas em busca de notícias de parentes e muita gente da imprensa.
Sentei em um banco vago que ali havia e fui tentando colocar os pensamentos no lugar.
Senti algumas lágrimas aquecerem o caminho que faziam enquanto rolavam pelo meu rosto, fazia frio em Bâle.

- Aurora? - uma mão forte tocou meu ombro, me virei para ver, era Thiago. - Você tá bem? - ele perguntou preocupado ao sentar ao meu lado.

- O Ricky... - falei com a voz embargada - Ele está péssimo e precisa de sangue, eu não consigo achar um doador, eu-eu... - respirei fundo - Eu não sei mais o que fazer. - Thiago limpava as lágrimas que escorriam pelo meu rosto.

O silêncio se instalou ali por um tempo.

- Qual é o tipo sanguíneo dele? Você sabe, eu conheço muita gente.

- O negativo.

- Somos compatíveis. Eu vou doar! - levantei minha cabeça e o olhei surpresa.

- Mas se você está aqui é porque não está bem, tem certeza de que quer mesmo fazer isso? Pelo Ricky?

- Por você.

Fechei os olhos e assenti que sim com a cabeça.

- Vamos! - levantei imediatamente e puxei Thiago.

 

...

 

- O que? Sangue dele? Eu não vou aceitar! Sem condições. - Ricky riu irônico ao saber que o doador era o Thiago.

- Então fica aí passando sufoco, bonitão. - cruzei os braços, eu tinha esquecido o quão teimoso ele era.

- Ela tem razão, sua situação pode se agravar, sr. Donovan. - o Dr. Topher disse.

- Eu não admito ter o sangue daquele homem no meu corpo. Chega. - Ricky disse firme. Dr. Topher nos deixou a sós, encarei Ricky durante. - O que foi? Não me olhe assim!

- Você está se arriscando demais por uma birrinha, Edwards, uma birrinha de nada! - me controlei para não elevar a voz.

- Aurora, você não vê que ele só está fazendo isso pra ganhar pontos com você? Eu não sei o que ele pensa que vai conseguir com isso, mas eu quero ele bem longe de mim e da minha família.

Aquilo era demais pra mim. Deixei ele sozinho e pedi para que o Dr. Topher conversasse com ele, mesmo sabendo que não resolveria muita coisa.
A essa altura eu não sabia se Ricky relutava tanto apenas por conta de Thiago, ou se ele estava com medo.
Não demorou muito e o Dr. Topher saiu do quarto, assim que me viu ele fez um joinha com a mão. Incrivelmente ele havia conseguido dobrar Ricky.

 

...

 


- Você tem que ir com ele. Ele tá apavorado. - Thiago disse assim que viu Ricky sendo preparado para ir para a sala de cirurgia.

- Mas e a Hayat? Eu não posso deixá-la sozinha, ela já passou tempo de mais na sala de recreação. - falei preocupada enquanto ninava a pequena no meu colo.

- Eu fico com ela, Ricky precisa de você. - Thiago disse firme e pegou Hayat do meu colo.

Ele tinha razão. Corri até Ricky que já  estava sendo levado e sorri um pouco sem jeito assim que nossos olhos se encontraram.

- Eu vou estar lá com você. Eu prometo que tudo vai ficar bem. Te amo. - segurei sua nuca e apoiei minha cabeça na dele.

Ricky, um enfermeiro e o cirurgião entraram no elevador e eu fui levada para colocar as devidas roupas para acompanhar a cirurgia.

 

 

 

 

 

 

 

...

 

A cirurgia havia corrido bem, Ricky já estava no quarto e não acordaria tão cedo. O pior já havia passado.
Aparentemente a situação no hospital já havia sido controlada, as vítimas do atentado paravam de chegar e o sol já estava prester a nascer. A imprensa estava impaciente, queriam saber quem era o homem que havia matado o terrorista e impedido uma tragédia maior. Pelo visto o anonimato de Ricky estava com as horas contadas.
Fui a procura de Thiago, eu precisava pegar Hayat e agradecê-lo.
Apesar de tudo, eu sabia que ele tinha um bom coração. Ele era uma boa pessoa, só estava um pouco perdido.


- Ela é um amor de menina. - Thiago disse assim que sentei ao seu lado no banco, nos fundos do hospital.

- Eu sei que é. - fiz carinho no rosto de Hayat, que dormia o sono dos inocentes. - Thiago... eu só queria te agradecer por tudo o que você fez hoje.

- Não tem que agradecer.

- Bom... você está bem? Nessa correria toda eu nem tive tempo de perguntar o porquê de você estar no hospital também.

- Minha cabeça estava doendo muito depois daquele lance na área do Bâle, a comissão achou melhor eu fazer alguns exames pra prevenir qualquer problema futuro. Mas está tudo em ordem.

- Está mesmo? - dessa vez eu não me referia a saúde física dele.

- Por que a pergunta? - ele levantou o olhar.

- Thiago, não é porque não estamos juntos que significa que eu não me importe com você.

Difícilmente uma palavra sobre os nossos verdadeiros sentimentos foi dita. Nem uma única palavra sobre o amor.
O desejo que eu tinha por Thiago havia desaparecido e tudo o que sentia em relação a ele agora era pena e uma profunda e quase maternal ternura.


Notas Finais


O que acharam da atitude de Thiago?
Críticas construtivas são bem vindas!
Até o próximo capítulo 💜


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