1. Spirit Fanfics >
  2. Meia Noite em Madri >
  3. Visita Surpresa

História Meia Noite em Madri - Visita Surpresa


Escrita por: befancy

Notas do Autor


Boaaa! 😎
Bom... gente, é o seguinte. Arrumei um emprego, por isso a fic vai se prolongar um pouco já que estou com pouco tempo pra escrever.
Ah, no final do capítulo vocês vão entender esse gif da capa 😏 (as vezes acontece do gif ir como imagem, mas pra prevenir, vou deixar o link do gif nas notas finais)
Boa leitura! 🌸💭

Capítulo 19 - Visita Surpresa


Fanfic / Fanfiction Meia Noite em Madri - Visita Surpresa


Naquela madrugada eu acordei com um pouco de sede e quando me preparei para levantar da cama, reparei que Thiago não estava. Assim que sai do quarto, vi que uma luz vinha do outro lado do corredor, do quarto de Hayat, a porta estava aberta. Caminhei devagar até lá e vi o zagueiro com a minha filha nos braços, dando mamadeira. Sorri surpresa e sai dali despercebida.
Na manhã seguinte, acordei bem melhor em comparação com os outros dias. Eu estava mais leve, ainda triste, mas com mais perspectivas de melhora. Principalmente por ter Thiago comigo, me dando suporte e muito carinho.
Ainda estávamos terminando o café quando a campainha tocou, como eu estava com Hayat no colo e o telefone entre o ombro e o ouvido - numa ligação com o meu chefe... Thiago atendeu a porta.

- Ah... Você viu a minha irmã por aí? - pude ouvir a voz de Amanda.

- Aurora... - Thiago gritou não muito forte.

Puta que pariu!

Corri apressada até a sala e encontrei Thiago vindo, o zagueiro estava super envergonhado pois estava sem camisa e se apressou para ir para o quarto e vesti-la.

- Caramba! O que houve com o seu celular? - Amanda disse ao me abraçar. - Te liguei várias vezes mas deu caixa postal, então eu resolvi fazer uma surpresa.

- Que bom te ver. - nos abraçamos novamente, sorri nervosa.

- Aaaah, quem é a minha sobrinha favorita? Quem é? - Amanda disse toda babona ao pegar Hayat dos meus braços.

Em seguida Thiago veio descendo as escadas.

- Amanda, Thiago. Thiago, Amanda. - os apresentei e ambos deram dois beijinhos na bochecha um do outro.

- Olha, eu tenho que ir. - o moreno me deu um selinho - Foi um prazer viu, Amanda?! - ele disse ainda sem jeito, mas já com a camisa e em seguida saiu pela porta.

Amanda ficou o admirando pela janela, um sorrisinho ousado estampava seus lábios. Eu não sabia onde enfiar a minha cara.

- Uau! - ela me lançou um olhar de "eu sei o que você aprontou no verão passado.", mas para esse caso seria "eu sei o que você aprontou na noite passada."

- Fala logo o que você está pensando. - fui em direção ao sofá e quebrando qualquer cerimônia antes que ela desse um rodeio para falar o que realmente queria.

- Você não perde tempo hein?! Ratona. - Amanda riu ao me dar um tapinha no ombro.

- Do que você está falando? - falei numa tentativa falha de desconversar.

- Eu já sei o que houve. Como você não atendia as minhas ligações, eu tive que ligar para o Ricky e então ele me contou que vocês não estão mais juntos... Na verdade ele não entrou muito detalhes... O que houve? Você tá bem? - sua expressão que antes estava descontraída deu lugar a uma certa preocupação.

Isso explicava ela não estar tão surpresa por ver Thiago. E então eu contei para ela tudo o que tinha acontecido. Amanda não disse nada... ficou um tempo pensativa, surpresa, decepcionada e então me abraçou forte, como nunca antes.

- Tá tudo bem. - eu disse ainda em seus braços. - Ao menos meu coração ainda bate. - brinquei para descontrair um pouco.

Independente de qualquer sentimento, sempre serei grata por meu coração ainda bater.

- Sinto tanto por isso. Eu nunca pensei que uma coisa dessas fosse acontecer... quando vai contar pra mamãe?

- Eu não sei, não queria contar por telefone. Pra falar a verdade eu não vou nem saber como começar. Ela vai ficar tão decepcionada... ela gostava tanto do Ricky.

- Verdade. - Amanda sorriu pensativa. - Em pensar que no começo foi tão difícil pra ela aceitar que você fosse viver com um estranho, em outro país. -

Quando comuniquei à minha mãe que eu estava de mudança para os Estados Unidos com Ricky, ela surtou. Disse que eu era louca, que iria me mandar pra casa do meu pai, que eu não conhecia o jovem soldado o suficiente pra dar um passo tão grande. Mas ela sabia que não podia simplesmente me trancar em casa e jogar a chave fora para que eu não fosse com ele. Até porque eu já tinha 18 anos.

E quando o resultado do meu intercâmbio saiu, ela não pode me impedir de ir.
Por fim, ainda com o coração na mão, me abençôou e desejou muita luz na nova fase da minha vida. Eu sempre entendi que era muito duro pra ela ver a filha caçula saindo do ninho pra dar um vôo mais alto, mas era o que eu queria. Uma hora ou outra eu teria que começar a andar com as minhas próprias pernas, sair de baixo da sua asa.

- O que mais me preocupa no momento é como a Hayat vai ficar com tudo isso, ela é tão pequenininha, é tão apegada ao pai. - peguei em sua mãozinha. - Se eu pudesse nunca mais olhar pra cara do Ricky...

- Aurora, por favor! Onde está aquela mulher forte, sensata e decidida que eu sempre conheci? Você não precisa fugir dele. Eu entendo que tá tudo muito recente e o que ele fez é inaceitável, mas você não precisa se esconder dele que nem uma menininha de 15 anos que acaba de terminar com o primeiro namoradinho e fica revoltada. Você não é assim. - ela disse firme, me deixando um tanto quanto pasma.

Nem discordei, Amanda tinha razão. Nunca fui o tipo de pessoa que fugia dos problemas. Talvez aquele misto de sentimentos estivessem me deixando irreconhecível.

- Eu só preciso de um tempo... - passei as mãos no rosto e respirei fundo. - Eu não perdi só um grande amor, perdi meu melhor amigo. É complicado. - respirei pesado.

- Tenho certeza que pra ele está sendo tão difícil quanto está sendo pra você.

- Mas isso não é o suficiente. Caramba, não acredito que perdi mais de 1 ano da minha vida sofrendo por um luto falso, praticamente premeditado... Gente! Essas coisas só acontecem comigo. - eu ainda estava pasma, não mais em choque, mas tudo ainda era surreal.

Eu vivi a "morte" do Ricky em três fases: o choque, a negação e tristeza profunda.

O choque se deu por eu ter sido pega de surpresa. Eu sempre soube tinha a possibilidade de perdê-lo, mas nunca havia me preparado para isso. Ricky era o meu herói invencível. 


A negação... eu não acreditava que ele havia partido e não aceitava que nunca mais o veria. Nem o funeral simbólico (de caixão vazio) me fez encarar a realidade dos fatos. Ainda terminando a faculdade, vivendo na nossa casa, eu sonhava que ele fosse entrar pela porta a qualquer momento. Eu estava apegada ao passado e não pretendia deixá-lo pra trás.

A tristeza profunda , que eu mergulhei de cabeça e não pretendia voltar a superfície. Quando os meses foram passando e a ficha finalmente foi caindo, eu já não tinha mais condições de permanecer em Charlotte. Tudo me lembrava Ricky. Então eu voltei para o Brasil, fiquei com a minha família e até que isso me ajudou um pouco.
Mas a vida não tinha a mesma cor de antes. Eu ainda estava submersa na dor e fazia de tudo para esquecê-la nem que por um minuto. E foi nisso que meu trabalho me ajudou.
Assim que voltei para Santos, consegui um estágio em uma pequena rádio local e com a experiência adquirida , consegui um emprego na SPORTV. Foi nesse tempo totalmente focada e entregue ao trabalho que eu me senti um pouco melhor, poucas coisas ainda me davam alegria. O futebol em especial era uma delas.

- Aurora... você tá aí? - Amanda falava enquanto balançava a mão na frente do meu rosto, me despertando dos meus pensamentos.

- Desculpe. - recobrei a realidade - Bom... você deve estar com fome. Vamos comer alguma coisa?

- Agora você está falando a minha língua. - rimos. - Mas antes eu quero tomar um banho, foi um longo vôo.

Ajudei Amanda a se instalar no quarto de hóspedes e desci para arrumar o nosso café. Nisso não tive muito trabalho pois mesa estava quase que totalmente posta já que Thiago e eu havíamos nos servido por ali um pouco antes da minha irmã chegar.
Não demorou muito e Amanda saiu do banho, tomamos café e depois fomos para sala colocar Hayat para ver um filme. Escolhemos zootopia e minha pequena ficou super dispersa, foi o momento perfeito para continuarmos a conversar. Tínhamos muito assunto para por em dia.

- E você, me conta? - perguntei animada.

Era muito bom ter a minha irmã por perto, ela era a minha eterna confidente. 

Junto da minha mãe e da minha amiga Lari, que inclusive eu já estava cheia de saudade.

- Bom... no trabalho vai tudo muito bem. Peguei essas férias antecipadas justamente para conseguir ficar um pouco mais contigo com a chegada na Hayat, véspera de casamento... mas enfim. Minha vida amorosa tá tão parada que quando penso nela é como se bolas de feno acompanhasse o pensamento e aquele barulhinho de grilo fosse a trilha sonora. - ela disse me fazendo rir, ela fazia piada de tudo.

Amanda era incrivelmente linda, inteligente, bem-humorada... sua pele era branca, cabelo bem escuro assim como o meu e o seu rosto tinha traços delicados. Sua beleza era mais puxada para a família do meu pai, já eu parecia mais com a mamãe.
Eu só compreendia o fato de minha irmã nunca ter dado muito certo em relacionamentos porquê eu a conhecia bem, ela era uma pessoa era bem seletiva e exigente. Do tipo que prefere estar só a não ter o que realmente merece.

- Quando você menos esperar vai aparecer alguém especial. Quem sabe eu não te apresento para o Kevin Trapp... - dei uma piscadela pra ela, que fez que ia desmaiar de emoção. Logo  concentramos nossa atenção em Hayat que dançava no cercadinho ao som de Try Everything, música do Zootopia. - Ai meu Deus! Assim a mamãe não aguentaaaaa. - falei aos risos.


- Oh oh oh oh Try everything. - Amanda puxou e começamos a cantar, fazendo com que Hayat ficasse mais animada.

- Que essa alegria sempre permaneça em seu rosto... - eu disse inspirada ao ver o sorriso da minha bebê.

- Se depender da mãe maravilhosa que ela tem... - minha irmã apertou forte minha mão e logo puxou outro assunto - Agora me conta, o que tá rolando com o Thiago?

- Ah, não temos nada. Apenas ficamos bem juntos e... - não tive mais palavras para rotular/definir minha situação com o zagueiro.

- Aurora. - Amanda arqueou uma sobrancelha e me encarou - Não precisa se fazer de durona pra mim. Eu troquei suas fraldas, te conheço bem antes de você se entender por gente. Mas aí... agora eu entendi o que você viu nele, de verdade. - rimos.

- Eu nunca pensei que aquela admiração de anos atrás fosse dar nisso. - fiquei pensativa lembrando dos meus tempos de tiete.

- Então quer dizer que tem algo? - ela deu um sorriso esperto de canto de boca.

- Eu não tô preparada pra entrar de cabeça em uma relação, Ricky e eu...  foram 7 anos juntos, sabe? Tá tudo tão recente... mas ao mesmo tempo, eu quero ter o Thiago por perto. É difícil de explicar, é como se com ele tudo ficasse melhor. Ele é a única coisa boa no meio disso tudo. - sorri ao lembrar dos nossos momentos.

- Só não enrola ele, ok? Você sabe que ele gosta de você, agora mais do que nunca isso é verdade. Só assim mesmo pra ele aguentar a mulher que ele ama, chorando as pitangas por outro homem... portanto, seja sempre sincera com ele sobre os seus sentimentos.

- Aham! Aaaai... me abraça. Preciso tanto desse carinho, apoio de família. - entrelacei meu braço em seu pescoço e apoiei minha cabeça em seu ombro.

- Você mais que ninguém merece ser feliz! - ela disse enquanto fazia carinho em meu cabelo.

Quando se aproximava do horário do almoço, Amanda, Hayat e eu fomos comer fora. Passamos no shopping e fizemos compras, fomos também no salão e enquanto minha irmã fazia as unhas, a cabeleireira dava um trato em meu cabelo. Resolvi fazer uma pequena mudança, clareei meu cabelo para um tom mel e fiz algumas luzes discretas.
Eu era uma nova mulher.

- Nossa, tô me sentindo! - brinquei com Amanda ao sairmos do salão.

- Quem pode, pode. - ela fez o famoso "beijinho no ombro".

- Vamos comer alguma coisa? Conheço uma café ótimo, fica aqui perto.

E então caminhamos por mais alguns minutos pelas ruas de Madri, fazia um pouco de frio, mas o sol estava prestes a sair de trás das nuvens que o escondia.
Assim que chegamos no estabelecimento, pegamos uma mesa mais reservada e fizemos o pedido, que não demorou muito a chegar.

- E aí, você já decidiu se vai contar a verdade pra Hayat? Sobre os pais dela? - Amanda perguntou ao dar um gole em seu suco.

- Eu pensei muito sobre isso e... - fiz uma breve pausa. - Sim! Ela tem o direito de saber as suas origens, não é? E tem mais, vou introduzir a cultura do oriente médio na vida dela. Imagina que gracinha ela aprendendo dança do ventre ou falando o mínimo do árabe? Creio que onde quer que seus pais estejam, eles ficarão muito felizes de ver a Hayat com pelo menos um pouco das raízes... Não os conheci mais devo isso a eles.

- Tenho tanto orgulho de ser sua irmã. - Amanda apertou minhas mãos e sorrimos.

Nos dispersamos ao ver um pequeno aglomerado de pessoas em frente a televisão do café, Amanda e eu olhavamos sem entender nada. O filme que passava havia sido interrompido por um plantão que pegou todos de surpresa.

"Em operação conjunta, exército americano e iraquiano retomam a cidade de Mossul, no Iraque, que desde 2014 estava ocupada pelos terroristas do estado islâmico.
Ainda não se sabe ao certo a baixa de militares no confronto, especulasse que essa seja a maior e mais bem sucedida operação contra um membro ou grupo terrorista desde a morte de Osama Bin laden, em 2011.
O nosso correspondente de NY, Juan Sonsoles, traz mais informações." - disse a âncora do jornal.

- Bom dia, Cármen, bom dia à todos. Ao que tudo indica foi uma missão surpresa. O estado islâmico mantia uma forte resistência que contia e obrigava as tropas iraquianas a adiarem um avanço mais rápido e com o reforço inesperado das tropas americanas, os ataques contra os terroristas foram intensificados.
Um nome que vem sendo muito citado, é o do capitão Ricky Edwards Donovan. Ele é um dos grandes colaboradores dessa missão e foi quem cedeu informações privilegiadas sobre os "chefões" do terrorismo no Iraque.
Em breve voltamos com mais notícias, Cármen. É com vocês aí do estúdio.


- Obrigada, Juan! Voltamos a qualquer momento com mais informações. - a âncora finalizou e os presentes no café gritaram em comemoração e bateram palma.

Respirei pesado e balancei a cabeça em tom de negação e surpresa, Amanda me olhava sem reação.

- O filho da mãe conseguiu... - falei baixinho.

Por um breve momento eu fiquei feliz por Ricky, ele lutou tanto, mas tanto por isso... e finalmente tinha tido o retorno esperado. Mas logo lembrei que tudo isso foi as custas da minha felicidade.

- Com licença... você não é a esposa do capitão Donovan, a jornalista esportiva? - uma uma mulher disse com um sorriso discreto ao vir em minha direção. 

- Acho que a senhora está me confundindo... - sorri sem graça e já com um pré-nervosismo caso um tumulto por conta da minha presença viesse a se formar.

- Olha, vamos embora... - minha irmã disse ao levantar da mesa e tirar algumas notas da sua carteira para deixar como pagamento pelo café.

Caminhamos em silêncio por algum minuto, até que eu parei. Senti que estávamos sendo observadas.

- Amanda... - olhei em volta - Você não está com uma sensação estranha?

- Como assim? Do que você está falando?

- Esquece. - apertei Hayat em meus braços - Deve ser só coisa da minha cabeça. - continuei a caminhar.

Talvez não fosse só coisa da minha cabeça, algo estranho estava acontecendo.





Notas Finais


http://pixel.nymag.com/imgs/daily/vulture/2015/11/25/civil-war-gifs/25-civil-war-004.nocrop.w529.h373.gif

Huuuum 😏 o que será que está havendo? Ah, o que vocês acharam da decisão da Aurora em relação a Hayat e sua família biologica?
Comentem! Beeijoooossss ssss ssss 🌸🌸🌸🌸🌸


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...