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História Memento Mori - A possibilidade do talvez.


Escrita por: ForsakenBoy

Notas do Autor


Olá! Eu disse que logo sairia um capitulo da trama principal, então tá ai.
Espero que gostem pessoas. Boa leitura!

Capítulo 11 - A possibilidade do talvez.


Noite e Dia encaravam Pavor, que estava amarrado à porta da velha cabana. Os dois haviam tirado todos seus equipamentos (uma espada, alguns pergaminhos e um frasco com algum tipo de líquido verde dentro).
 

Tiraram o capuz do garoto para poder ter certeza de que ele era humano. E sim, Pavor era humano.

- Ele é careca. – Dia diz sorrindo enquanto mastigava uma barra de cereal.

Tyler ria toda vez que Dia enfatizava isso. O pequeno ouriço comia uma banana que o garoto trouxera pra ele de dentro do vórtice azul.

- Você tem certeza que não quer comer nada Timor? – Dia pergunta.

- Eu sou uma cabeça separada de seu corpo. Acha mesmo que sinto necessidades humanas? – A cabeça de Timor diz.

O corpo de timor estava caminhando pela frente da pequena cabana, enquanto sua cabeça havia sido deixada no chão, em frente à Pavor.

- O que a gente vai fazer com ele? – Noite pergunta, também mordiscando uma barra de cereal.

- Bem... Vamos torcer pra que ele acorde logo e vamos perguntar porque diabos ele queria me matar. – Dia responde.

- Eu... Eu vou pra dentro da casa. Ler um pouco o grimório. – Noite diz, entrando na escura casa. – Dia, você tem alguma vela?

- Infeliz mente não. – Dia responde do lado de fora.

Noite suspira e senta-se na velha mesa empoeirada do lugar. Talita logo aparece para lhe fazer companhia.

- Há algumas velas no andar de cima. – A fantasma diz.

Noite se levanta e vasculha um quarto completamente desarrumado. Logo encontra dois pequenos toquinhos de vela.

- Deve servir... – A garota resmunga.

Ela desce novamente até o primeiro andar da velha casa e se senta.

- Noite! Ele acordou! – Dia grita do lado de fora.

Pavor estava amordaçado e de olhos abertos. Tentava desvencilhar-se das cordas, mas não conseguia.
Assim que Noite sai para encontrar com Dia o encontra segurando a espada de Pavor, apontando para o coração do garoto.

- O que cê tá fazendo? – Noite pergunta.

- Xiu! É pra causar medo. Vê se não fode com o meu plano. – Dia diz.

Pavor continuava tentando se desvencilhar das cordas.

- Não vai funcionar cara. Eu era escoteiro. – Dia diz sorrindo.

- Verdade? – Noite pergunta.

- Não. É que eu dei um monte de nós cegos, isso deve funcionar. – Dia diz.

Pavor finalmente para de tentar se soltar das cordas. Agora ele nos encarava.

- Só por curiosidade: Você é careca de nascença ou raspou o cabelo? – Dia pergunta.

Tyler ri mais uma vez. A Banana dele já estava no fim.

- Saca só. Eu vou tirar esse pano da tua boca, mas se começar a falar merda eu juro que coloco outra vez e nunca mais tiro. – Dia diz.

Pavor assente com a cabeça.

Dia retira o pano.

- Como se chama o seu mentor? – Dia pergunta logo que tira o pano.

Silêncio.

Noite estuda cada parte de Pavor, mas não consegue ver o símbolo do débito em nenhum lugar.

- Isso não é necessário, é? – Pavor pergunta.

- Se fosse desnecessário eu não teria perguntado, né caralho. – Dia diz. – Essa foi a primeira merda que você disse. Mais duas e eu coloco esse pano na tua boca pra nunca mais tirar.

- Ok, ok! – Pavor diz. – Kas.

- Kas? – Dia pergunta. – que grande merda.

A marca de Dia arde logo depois do insulto.

- Entendi Levi... – Dia diz. – Certo. Onde fica a tua marca do débito?

Silêncio.

- Peitoral. – Pavor responde.

- Noite, pega uma adaga na bolsa. – Dia diz.

- Que bolsa? – A garota pergunta.

Logo um vórtice azul se abre em cima de Noite e uma bolsa cai. A menina vasculha entre as embalagens de cereal e papéis, logo encontrando uma adaga.

- Vão cortar a cabeça dele? – A cabeça de Timor pergunta.

- Não. A gente não vai matar ele. – Noite responde entregando a adaga para Dia.

- Fale por você mesma, porque se depender de mim esse aí já era. – Dia diz apontando para Pavor com a adaga.

Dia rasga as vestes de Pavor e deixa a marca do débito à mostra.

Era uma marca bem diferente da de Noite. A de Pavor era um crânio com escrituras em volta, sem nenhum círculo ou algo parecido.

- Caralho. – Dia diz ao ver a marca.

- O que foi? – Noite pergunta.

- Nada, é que... é a primeira vez que vejo algo assim pessoalmente. – O garoto responde.

Pavor desvia o olhar. Ele encarava o chão durante todo o tempo, nem sequer ousava olhar para Dia.

- Certo cara. O seu mentor te mandou aqui? – Pergunta Dia.

- Foi. – Pavor responde, ainda olhando para o chão.

- E não te disse o porquê teria que me matar não é mesmo?

- Não. – Pavor responde.

Silêncio.

A espada de Pavor, que estava distante e desembainhada começa a voar em direção de Dia.
Noite empurra o garoto que cai no chão, porém a espada finca-se na porta, bem onde as cordas amarravam a mão de Pavor.

- Mas que merda! – Dia diz se levantando.

Pavor empunha sua espada e, poucos segundos depois, desaparece dentro de um círculo mágico laranja que se abre embaixo dele.

Dia se enfurece.

- Mas que merda! Magia de cuzão! Argh... – O garoto grita enquanto chuta o feno.

Noite se aproxima dele e coloca a mão em seu ombro.

- Lutar com o feno não vai ajudar. – Diz a garota.

- Senhorita, se quisermos ir para o nosso destino deveríamos sair logo. Logo irá amanhecer. – Tyler diz.

Dia e Noite suspiram.

- Vamos, temos que ir logo. – Dia responde. – Juro que da próxima vez a gente mata esse filho da puta.

- Você acha que ele vai tentar matar a gente? – Noite pergunta.

- É óbvio que vai, garota! Meus céus, será que você ainda não entende que aqui nesse mundo estamos sempre em perigo, porra?! – Dia grita.

Noite abaixa a cabeça. Tyler corre até a garota e lhe cutuca a perna. Ela vê o pequeno ouriço ali, pedindo para que lhe colocasse em sua cabeça mais uma vez.

- Sabe, Dia... Eu realmente não entendo nada desse mundo. E na verdade eu nem queria entender. Não tive a chance de obter respostas em nenhum momento até aqui. Tudo é vago demais. Sabe qual é a única coisa que me mantém na estrada?

Dia nega, balançando a cabeça.

- A minha irmã. Eu tenho que encontrá-la. Talvez, se eu cumprir essa missão que Lili me deu eu possa conseguir alguma resposta. Eu acredito que por aqui ainda existe o bem, sabe? Ainda acredito que não é tudo que vai querer nos matar, o tempo inteiro! Então... Por favor, não fique brabo comigo só porque eu acredito...

Silêncio.

- Foi mal. – Dia diz.

Noite sorri e caminha até o lado do garoto.

- Vamos caminhar, daí você aproveita e me conta mais coisas. – Ela diz.

O corpo de Timor pega sua cabeça no chão e começa a seguir Noite.

- Como você chegou aqui em Lugar Nenhum? – Noite pergunta enquanto vasculhava todas as coisas de Pavor havia deixado para trás.

Eram diversos pergaminhos, cada um mais estranho que o outro, escritos numa língua que ela não compreendia.

- Bem... – Dia dá um longo suspiro. – Eu não entendo muito bem, mas pelo que a Levi me disse, às vezes algumas pessoas são invocadas para cá, e eu fui uma delas.

- Foi a Levi que te invocou? – Noite pergunta.

- Não. Pelo menos é o que ela disse, e eu acredito nela. – Dia responde. – Alguém me invocou pra cá. Era tudo tão simples... Eu acordava, estudava, vivia de forma simples, e depois dormia. Mas um dia, depois de dormir, acabei acordando à margem de um rio aqui em Lugar Nenhum. Haviam várias pessoas numa pequena cidadela. Tentei falar com cada uma delas, mas eu não entendi nada do que elas diziam. Passei dias sem comer, pedindo esmolas pelas ruas da cidadela. Eu vivia numa gruta que havia ali por perto, dormia por ali. Quando eu queria tomar banho me banhava no rio, só na margem, porque eu não sabia nadar, entende?

- E então, como você conheceu a Levi? – Noite pergunta.

- Foi numa vez, enquanto eu me banhava... Alguém tentou me matar. – Dia responde.

- Mas... Por quê?

- Não sei ao certo. Só sei que tentaram. Pelo o que a Levi me disse, aquela época de Lugar Nenhum era muito... violenta.

Noite não entende a parte da “época”, mas continua ouvindo em silêncio.

- Tentei lutar contra o merda que queria me matar, mas ele conseguiu me ferir com a porra de uma lança bem no meu abdômen. Por fim, ele me empurrou pra dentro do rio e eu fui descendo correnteza à baixo. Eu estava pronto pra morrer, já tinha aceitado aquilo. Mas então algo me puxou pra fora do rio. Não foi uma pessoa, disso eu tenho certeza. Era algum tipo de... serpente. Não me ache maluco.

- Não acho. Passei por poucas e boas também. – Noite responde.

- Então, eu estava na margem do rio, com a porra de um buraco no meu abdômen. Foi quando a Levi apareceu. Ela me disse algo como “Viva por mim”. Eu não entendi merda nenhuma na hora, porque porra, eu tava com um buraco no abdômen. Eu simplesmente tentei suplicar ajuda, e então a ferida se fechou e no lugar dela a minha marca apareceu. – Dia diz parando.

O garoto se vira para Noite e levanta a camisa, mostrando sua marca do débito, que tinha o tamanho de um punho. Sua marca parecia ser uma grande cicatriz em sua pele, como se tivessem a feito com um canivete. Era um tipo de serpente, rodeada por letras incompreensíveis para Noite.

- Daí pra frente eu vim pra cá, pra esse Lugar Nenhum à pedido de Levi. – Dia diz.

Silêncio.

- Você pode me explicar essa coisa esse Lugar Nenhum? – Noite pergunta.

- Existe uma Lugar Nenhum que é povoada, que é mais ou menos o passado dessa Lugar Nenhum. – Dia responde. – Eu vivia na outra Lugar Nenhum, antes da Levi me mandar pra essa missão.

- Eu... eu vim direto pra cá, pra essa Lugar Nenhum. – Noite responde. - Você quer dizer que isso é o futuro de Lugar Nenhum?

- Exatamente. – Dia responde.

- Como faço pra ir para a outra Lugar Nenhum? – Timor pergunta.

Silêncio.

Dia e Noite olham para trás e veem a cabeça de Timor com uma expressão de ódio, sendo segurada debaixo de seu braço.

- Você precisa... você precisa achar uma fenda. – Dia responde. – Mas ninguém nunca achou uma fenda.

- E como você veio parar aqui? – Timor pergunta.

- Levi abriu uma fenda pra mim. – O garoto responde voltando a andar.

- Me leve até Levi. – Timor diz.

- Desculpa, mas eu não posso fazer isso. – Dia responde.

- E por que não? – Timor pergunta, agora com ódio na voz.

- Porque a Levi está morta nessa Lugar Nenhum. – Dia responde calmamente.

- Como assim morta? E como você fala com ela? – Noite pergunta caminhando ao lado de Dia.

- Falo com a Levi do passado. – O garoto responde.

- Ela... Ela sabe que...

- Sim, ela sabe que está morta no futuro de Lugar Nenhum. – Dia responde.

Silêncio.

O clima havia mudado. Depois de mais algumas horas de caminhada a temperatura começa a subir muito, como se eles estivessem num deserto.

Um único corvo aparece, em pé no resto do que um dia fora uma cerca.

- É o primeiro animal além do Tyler que eu encontro por aqui. – Noite diz olhando para o corvo.

O pássaro negro parecia olhar fixamente para o grupo, que passa por ele sem dar nenhuma importância. Logo o corvo crocita. Noite olha para trás, e então novamente um crocitar.
Noite encara o pássaro, mas logo voltar a acompanhar Dia.

- Você não me disse como você chegou aqui. – Dia diz assim que Noite volta a caminhar ao seu lado.

A garota recorda daquela infeliz noite em que sua mãe fora assassinada sem motivos aparentes. Lembra-se de fugir do homem-sombra com a faca molhada em sangue rubro-carmesim; Com a faca banhada no sangue de sua mãe.
Noite sente um imenso calafrio e, de repente, fica inexpressiva.

- Assassinaram minha mãe. – A garota diz.

- Como é?! – Dia pergunta, surpreso.

- Cortaram a garganta dela. Fariam o mesmo comigo e com minha irmã, por isso tive que correr com ela para tentar evitar mais mortes.
Fomos pegas num beco sem saída. Eu ainda me lembro do olhar da minha mãe, que parecia suplicar para que nós corrêssemos. Corremos, mas não adiantou nada, fomos pegas. Fomos... pegas...

Noite começara a repetir a última frase em voz baixa enquanto toda a cena acontecia em sua mente. Todo o pavor e angústia pareciam estar frescos em sua memória.

- E então, minha irmã foi pega. Ela iria morrer, assim como minha mãe. Tentei puxá-la, mas quando nossas mãos se encostaram... Escuro. Acordei aqui, em Lugar Nenhum. – Noite diz, ainda inexpressiva.

- Senhorita... – Tyler tenta procurar palavras para consolar a amiga, mas opta por ficar simplesmente em silêncio.

- Cara... Que... Pesado. – Dia diz, ainda caminhando.

Timor não liga para a história. A informação que lhe fora dada (a de que era possível voltar a antiga Lugar Nenhum) parecia consumir seu ser. A única coisa que rondava os pensamentos de Timor naquele instante era a possibilidade de retornar para as terras de seu antigo reino e reclamar sua vingança.

O grupo caminhara em silêncio o resto da noite inteira, até que acharam uma pequena construção em ruínas.

- Essa é a nossa parada por hoje. – Dia diz, sentando-se numa pedra. – Pode dormir Noite.

- Durma você. – A garota responda. – Ficarei de olho. Se Pavor aparecer juro que lhe avisarei.

Dia engole em seco e assente com a cabeça. O garoto então entra nas ruínas e deita-se à sombra de uma única parede que estava de pé.

Noite coloca o monóculo de Lucífago e observa as escassas cores que apareciam: O marrom que emanava de Timor, o azul que Dia produzia e o roxo claro que emanada de si própria.

Ela suspira e tira o artefato. Aquela maldita memória não lhe saía da cabeça. Questões e mais questões apareciam em sua mente.

- Lili, se você estiver aí me responda. – Noite diz, colocando a mão sobre sua marca de débito.

Por certo tempo nada acontecera, mas logo a marca brilha no tom roxo já conhecido.

- Eu só preciso saber uma única coisa: Essa viagem toda vai me ajudar a entender melhor as coisas? – Noite pergunta.

“Talvez.” – A voz de Lili fala dentro da mente de Noite.

- Então eu só preciso ignorar esse sentimento de que estou apenas servindo de marionete? – Noite volta a perguntar.

“Sim, menina. Logo a incerteza que o talvez traz será destruída para que apenas certezas nasçam. E quando esse momento chegar você precisa estar preparada para ser aquele que defende a possibilidade do talvez.” – Lili diz.

- E porque eu preciso defender o talvez?

“Quando se hão muitas certezas não há liberdade para a escolha, não há liberdade de se cogitar alguma coisa. Como se hão muitas certezas, o talvez morre. E quando se há o talvez, também há possibilidade.” – Lili diz por fim.

Noite suspira e contempla o nascer do Sol.

- Senhorita... A senhorita está bem? – Tyler pergunta sentando-se ao lado de Noite.

- Sim Tyler... Eu só tinha dúvidas. – Noite dá um triste sorriso. – E ter dúvidas até que me fez bem.

- Oh, certo! A dúvida sempre abre caminho para a compreensão de algo, senhorita. – Tyler diz animado.

- É isso aí. – Noite responde.

Talita aparece perto de Tyler, em silêncio.

- O que você faz quando está fora? – Noite pergunta para a fantasma.

- Conheço o mundo que eu não havia conhecido antes. – Talita diz. – É pena que este aqui seja demasiadamente doloroso.

- Será Pavor vai aparecer de novo? – Noite pergunta mais para si mesma do que para Talita.

- Espero que não, senhorita. – Tyler diz.

- Ele vai voltar. Essa é a missão dele. – Talita responde.

- Ele tem a escolha de não fazer essa missão. – Noite diz.

- Tem. – Talita responde. – Mas se não fizer, nunca pagará o débito.

Silêncio.

- O débito... O que acontece quando se paga o débito? – Noite pergunta.

- Você recebe seu nome de volta. – Talita responde.

- E do que adianta ter o nome de volta? – Noite volta a perguntar.

Talita olha para Noite com um olhar de dó e logo desaparece.

- Ela é um tipo estranho. – Tyler diz.

- Tanto faz Tyler. – Noite diz. – Porque você não descansa junto com o Dia?

- Ah, essa é uma ótima ideia senhorita.

- Sei que é.

Tyler começa a caminhar para as ruínas.  Noite abre o grimório e começa a ler tudo com enorme atenção.

- Timor, me avise se você ver algo estranho. – Diz a garota.

- Se for ameaçador eu avisarei. – Timor responde.

Um corvo crocitava enquanto Noite lia cada explicação escrita ali. Ela tentava decorar cada uma das complicadas palavras, ignorando o calor excessivo do lugar.

O dia acaba mais rápido que o anterior. Noite caminhava de um lado ao outro das ruínas, segurando seu grimório. Ela passara o dia recitando o mesmo feitiço. Ela acreditava que se fizesse isso com um de cada vez, logo ficaria melhor nessa coisa de “conjuração”, como diz Lili.

O corvo crocitara durante todo o curto dia. De vezes em vezes Noite se perguntava se aquele era o mesmo corvo de antes.

- Eu dormi pra caralho! – Dia diz, se levantando.

- Na verdade, não dormiu nem oito horas. – Noite diz.

- Não preciso de oito horas de sono. – O garoto responde. – Agora é sua vez, dorme logo.

- Não estou com sono. – Noite diz, colocando o grimório dentro de sua bolsa.

- Vai logo, eu não quero ver você desmaiando no meio de uma luta. – Dia diz. – Aceita uma barra cereal?

- Não, obrigada. Acho que prefiro comer algo mais... nutritivo. – Noite responde.

- Como o que? As únicas coisas que podemos comer aqui é carne humana, ou seja, a nossa, ou a carne do seu amigo ouriço. – Dia diz.

- Senhor, não gosto dessa brincadeira! – Tyler diz, chegando perto de Dia.

- Você sabe que eu só tô zoando. – Dia diz sorrindo.

- Vamos comer corvo. – Noite diz.

Mais uma vez um crocitar.

- Onde esse maldito tá? – Dia pergunta.

Noite aponta para o corvo que estava parado em cima da única parede das ruínas.

- Bem, pode deixar que é só conjurar uma magia simples e...

Noite interrompe Dia, fazendo com que o corvo fique preso dentro de uma esfera roxa. Sua mão emanava a já conhecida cor.

- Então tá bem... – Dia diz sorrindo.

O corvo se debatia dentro da esfera roxa e crocitava sem parar. Noite faz um movimento com sua mão, como se estivesse puxando a esfera para si. Aos poucos o corvo ficava mais ao alcance deles.

- Gosto assim. – Dia diz. – Assado ou cozido?

De repente a esfera roxa se dissipa e o corvo voa para longe, crocitando sem parar.

- É... Que tal uma barre de cereal? – Dia pergunta, oferecendo uma pequena barra para Noite.

- Mas... Não fui eu quem errei. – A garota diz.

- Tá tudo bem, sei que você é iniciante. – Dia diz.

- Não! Não fui eu quem errei. Algo... Algo dissipou a minha conjuração.

- Come a barra e para de choramingar. A gente tem que andar, porque você não quer dormir. – Dia diz.

Noite pega a barra de cereal e taca em Dia.

- Ei! Isso é comida! – Dia diz, brabo.

- Não, aquele corvo era comida. Isso é coisa de gente fitness. – Noite diz começando a caminhar em direção à estrela d’alva.

- Ela tá braba por quê? – Dia pergunta para Tyler.

- Talvez ela prefira comer corvo à cereal, senhor. – Tyler responde.

- Estranha. – Dia diz, começando a segui-la.

O corvo que Noite tentara capturar voava em cima do grupo, crocitando.

- Ele tá tirando sarro de você, Noite. – Dia diz sorrindo.

- Vai se foder. 


Notas Finais


Bem, é isso. Espero que estejam gostando e que não percam muito o interesse pela história (sei que agora há mais mistério do que a aventura dos capítulos inciais).
Enfim, obrigado por ler.
See ya!


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