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História Memento Mori - Aquele que tem aversão à luz.


Escrita por: ForsakenBoy

Notas do Autor


Bem, eu havia dito que ainda na madrugada eu postaria outro cap. Promessa é dívida! Boa leitura!

Capítulo 5 - Aquele que tem aversão à luz.


Noite bebia a sopa sentada à cama.

- Esquente-se menina. – Diz Lili. – Amanhã irá nevar.

Noite silencia e observa a velha sumir e voltar com o livro que, para ela, era ilegível.

- Me ensine magia. – Diz Noite tomando outro gole da sopa.

Talita flutuava de um canto a outro na casa.

- Você não conseguiria aprender. – Responde Lili sem desgrudar os olhos do livro.

- Como pode ter certeza disso? – Pergunta Noite.

- Simplesmente sei. – Diz Lili, ainda lendo.

- Conheci um homem chamado Sam. – Diz Noite.

- Interessante. Era um fantasma? – Pergunta Lili, com os olhos no livro.

- Não. Ele vestia terno e tinha uma gravata vermelha. – Noite diz colocando mais sopa para si.

Tyler dormia na mesa, em frente à lareira.

Lili encara Noite e desaparece por um instante, voltando com um livro menor.

- O que é isso? – Pergunta noite.

- É para você. Um grimório. – Diz Lili.

- Obrigada. – Noite responde, pegando o pequeno e engraçado livro roxo e abatido.

- Esse Sam. – Diz Lili. – Se o vir novamente, corra.

- Sei que ele não é amigável. – Diz Noite. – Pois se fosse aquela coisa roxa não teria me protegido.

- Qual coisa roxa? – Pergunta Lili.

- Pensei que fosse coisa sua. – Diz Noite, tomando mais sopa. – Era... Era como um grande campo de força roxo.

Lili sorri.

“Ainda quero saber que lugar é esse”. – Pensa Noite.

- Já disse: Aqui é Lugar Nenhum. – Diz Lili.

- Isso não é uma resposta válida. – Diz Noite.

- Claro que é, se não fosse não teria dito isso. – Lili responde. – Agora durma.

Assim que Lili pede para que Noite durma, a garota cai à cama, adormecida.

“Outra vez o escuro.” – Pensa Noite em seu sonho.

“O débito ainda não fora pago.” – Uma voz diz ao meio do nada.

- Sei que não! – Grita Noite, no nada.

“Pague o débito.” – A voz pede.

Dia. Noite sente um súbito frio e acorda num rompante.

Talita havia atravessado seu corpo, flutuando pela casa.

- Não faça isso, dá calafrios. – Diz Noite.

- Desculpe. – Diz a fantasma.

Tyler ainda dormia, agora coberto com alguns panos. O grimório roxo de Noite estava em cima da mesa, junto com roupas de pele.

Noite veste-se. Ela consegue ver da janela que estava nevando.

- Tyler, temos de ir. – Diz a menina.

O ouriço acorda e se espreguiça.

- Ora, bom dia senhorita Noite. – Diz Tyler. – Dormiu bem?

- Ah, claro. – Diz a menina.

Noite coloca o grimório dentro de sua bolsa de couro. Logo após isso Tyler adentra também à pequena bolsa. Talita flutua de um lado à outro sem parar.

- Lili te aguarda lá fora. – Diz a fantasma.

Os três saem.

A grama que subia até os joelhos estava agora coberta de neve.

- Bom dia criança. – Diz Lili.

- Bom dia. – Diz Noite. – O que será hoje?

- Seu trabalho é ir à cidade e encontrar um velho lampião vermelho. – Diz Lili.

- Só isso? – Pergunta a menina.

Lili sorri.

- Faça uma leitura do grimório no caminho. – Diz a velha e logo após desaparece dentro da pequena esfera incolor.

Noite suspira.

- Tyler, você sabe pra onde ficar a cidade? – Ela pergunta.

- Receio que não possa te ajudar, senhorita. Estou aqui à tanto tempo quanto você. – O ouriço responde.

Noite pega o espelho da rosa dos ventos.

- Aponte-me a cidade. – Diz a menina.

 E então, depois de alguns segundos, a rosa dos ventos move-se, feito uma bússola, e aponta para o oeste.

Noite começa a caminhar.

- Nunca soube de cidade alguma. – Diz Talita, no meio da caminhada. – Quando eu era viva, apenas havia a minha vila por essas redondezas.

- As coisas devem ter mudado desde então. – Diz Noite.

Talita faz um balé fantasmagórico e desaparece.

- Senhorita, permita-me perguntar: De onde a senhorita veio? – Pergunta Tyler, de dentro da bolsa de couro.

- De um mundo chamado “Londres”. – Diz Noite.

- E como é esse lugar? – Pergunta Tyler.

- Bem, há várias casas, estradas, parques, pessoas, lojas, shoppings, pontes... – Diz Noite, ainda seguindo a rosa dos ventos.

- Oh, que curioso. – Diz Tyler. – Não sei o que são 3 das coisas que você me disse.

Noite sorri.

- E você, de onde é? – Pergunta a menina para o ouriço.

- Ah, sou de uma pequena vila chamada “Meliondra”, fica ao sul de...

Noite para e observa: Uma cidade abandonada. Não havia ninguém lá, aparentemente.

Casas demolidas, largadas ao tempo. Algumas completamente destruídas.

- Bem Tyler, se avistar um velho lampião vermelho me avise. – Diz Noite guardando o espelho dentro da bolsa.

Noite caminha pela cidade abandonada. Carroças velhas e abandonadas, janelas quebradas, casas sem algumas paredes, ratos perambulando pelos destroços...

O lugar era um caos.

Noite senta-se em uma velha cadeira de madeira que estava no que aparentava ser um bar sem paredes.
A garota olha ao redor em busca de um lampião, mas não encontra nada.

- Senhorita, acho que essas tarefas não são mesmo simples. – Diz Tyler.

- Não, não são. – Noite resmunga.

A garota tira o velho e abatido grimório roxo de dentro da bolsa.

Sua capa era lisa, sem nada escrito.

“Lili havia me pedido para ler no caminho.” – Pensa Noite.

Ela abre e então vê a primeira página algumas escrituras, todas à mão e numa língua que ela compreendia.

Noite passava os olhos por cada um dos encantamentos, lendo como recitá-los e como executá-los.

Tudo aquilo, de certa forma, ainda parecia irreal para a menina.

Noite ouve um som. Algo parecido com um sussurro. Ela olha ao redor e não vê ninguém.

- Senhorita... – Diz Tyler. – Ouviu isso?

- Sim. – Responde Noite.

E mais uma vez o sussurro, dessa vez mais alto e mais audível.

Noite fecha o grimório e o segura em suas mãos, apertando-o contra o corpo.

- Quem está aí? – Pergunta a menina.

Nenhuma resposta.

Mais uma vez o sussurro, que, agora já eram vários sussurros.

Depois de certo tempo, com os sussurros aparecendo e desaparecendo, Noite olha ao redor e consegue vê-los:

Vários fantasmas, perambulando de um lado ao outro da cidade abandonada.

Ali, na cadeira que estava sentada, havia um fantasma jogando baralho com outro fantasma.
No balcão havia o fantasma de um barman esperando para servir algum drinque.

Nas ruas haviam mais fantasmas, caminhando para lá e para cá, agindo como se ainda estivessem vivos.

Talita volta ao lado de Noite.

- Estão todos mortos. – Diz a menina fantasma.

- Percebi. – Diz Noite com certo receio da cidade.

- Eles não falam comigo. – Diz Talita.

Noite sai do bar e caminha nas ruas. A velha carroça quebrada estava presa à um cavalo branco e fantasmagórico, que estava parado aguardando seu dono.

Dentro das casas podia-se ouvir o riso de crianças, a discussão entre pessoas, a gritaria dos vendedores nas ruas...

Noite conseguia distinguir todas as conversas que conseguia ouvir.

- Céus, isto é amedrontador senhorita. – Diz Tyler

A garota caminha mais à fundo na cidade. Nos destros de uma velha casa ela encontra uma placa.

- Tyler, o que está escrito? – Pergunta ela.

- Para sua sorte, ou azar, está escrito “Lamparineiro”. – Diz o ouriço.

Noite suspira e adentra os destroços do que um dia fora uma loja de lamparinas e lanternas.

Os fantasmas caminhavam sempre na mesma velocidade para algum lugar, logo depois sumiam e retornavam a fazer o mesmo caminho.

Noite pega-se prestando atenção na figura de um mulher recolhendo algo do chão. A menina se aproxima da figura fantasmagórica que desaparece e retorna depois, ainda recolhendo algo do chão.
Ao observar o local onde a fantasma estava ela pôde ver que flores cresciam ali. Ela então pega um dente de leão, como da vez anterior, e guarda na bolsa de couro.

Noite procura em todos os destroços da loja de lamparinas, mas não encontra nenhuma vermelha ou mesmo alguma lamparina que preste; Estavam todas velhas demais ou demasiadamente quebradas.

A garota senta-se em algo que já fora uma pilastra e abre o grimório para continuar a leitura.

- Senhoria, precisamos encontrar o lampião. – Diz Tyler.

- Eu sei. – Responde Noite. – Eu só tô dando uma pausa.

Talita flutuava pelos destroços e pela cidade. Ela observava cada um dos fantasmas de lá, desaparecendo e voltando a fazer a mesma coisa por toda a eternidade.

- Menina. – Diz Talita, já onde estava Noite. – Veja isto.

Noite fecha o grimório e vai até a menina fantasma. Ela consegue ver: Um alçapão.

- Acho que deveríamos entrar aí. – Diz Noite.

- Discordo da ideia. – Diz Tyler.

Noite suspira. Haviam muito entulho em cima do alçapão, demoraria o dia inteiro só para tirar todas as pedras.

Noite suspira.

Ela encara o grimório e, por fim, o abre.

“Tendo em mente a sua vontade de mover algo, estenda o braço em direção à um ou mais objetos e canalize sua vontade. Logo, se a energia for bem canalizada, este algo terá se movido sem dificuldades.”  Era o que dizia o grimório.

Noite suspira novamente

“Balela.” – Pensa a menina.

Ela estende o braço em direção aos entulhos e fecha os olhos. Ela pensava o tempo todo em mover aquilo. Quando ela abre os olhos novamente ela vê: Nada havia se mexido.

- Não é assim, menina. – Diz a fantasma. – Se me permitir a possessão eu poderia...

- Não. – Diz Noite. – Essa possessão me deixou mais fraca do que de usar magia de fato.

Talita some num balé fantasmagórico.

Noite estende o braço novamente e então encara todo o entulho.

“Vamos, mova-se por favor!” – Ela pensa, encarando tudo o que bloqueava o alçapão.

O pentagrama em seu pescoço começa a brilhar num tom roxo claro. Parte do entulho move-se um pouco para trás e Noite assusta-se, perdendo a concentração.

- Você só pode estar de sacanagem... – Ela diz em voz alta. – É sério que eu...

Noite suspira e, mais uma vez, estende o braço em direção aos entulhos. Ela encara tudo o que queria mover.

“Certo. Essa droga é mesmo real. Então vamos! Mova-se!” – Ela pensa.

A marca do débito brilha mais uma vez num tom roxo claro e todo entulho começa a mover-se para trás.

- Isso! Continua! – Noite diz.

Tyler observava tudo de dentro da bolsa.

Noite começa sentir o pentagrama queimar em seu pescoço, mas tenta ignorar a dor.

- Vamos! Falta pouco... – Ela diz.

A queimação fica insuportável. Noite segura um grito de dor, tentando manter-se concentrada nos entulhos.

A queimação começa a aumentar mais do que o normal, então a menina não aguenta: Ela grita.

Assim que Noite solta seu grito de dor, todo entulho voa para longe num impulso impressionante, liberando assim o alçapão.

Noite senta-se numa das pedras, esperando a dor passar.

- Senhorita, está bem? – Pergunta Tyler.

- Sim... Só... Preciso descansar um pouco. – Diz a menina.

- Devo lhe dizer que foi um bom trabalho. – Diz o ouriço.

Noite sorri.

- Obrigada.

Talita reaparece, e encara a entrada do alçapão.

- Lá embaixo está completamente escuro e silencioso, não vi nada. – Diz ela.

- Bem, de qualquer forma vou conferir. – Diz Noite, abrindo o alçapão.

A fraca luz que emanava do espelho conseguia iluminar um degrau de cada vez.

A luz do dia ajudou no inicio da escadaria, mas acabou se dissipando ao longo do caminho.

Noite chega até uma porta de madeira e a abre.

O lugar estava intacto. Não havia um fantasma sequer ali, com exceção de Talita, que flutuava pela escura sala.

Noite ilumina cada lugar com seu pequeno espelho. Ela vê uma escrivaninha, uma prateleira com livros, alguns quadros, um vaso com flores mortas e, junto à outras velharias, um lampião vermelho.

- Achamos Tyler. – Diz Noite.

- Ora, isso é ótimo! – Diz o ouriço. – Agora vamos voltar até a superfície sim?

- Tudo bem. – Diz Noite.

Ao tocar na lamparina a porta se fecha e a luz que emanava do espelho se dissipa.

- Oh céus! – Diz Tyler.

Noite encosta-se à porta.

“MEU!” Grita uma voz.

Noite tenta abrir a porta, mas sem sucesso.

- Desculpa, mas eu preciso dela. – Diz a menina.

“MEU!” Grita a voz novamente.

Noite sente um frio se aproximando. A porta abre-se e a garota dispara escadaria à cima, tropeçando sobre os próprios pés.

Ao chegar novamente à superfície ela se espanta:

A noite caíra.

- Céus o que é isso? – Pergunta Tyler.

- Parece que passamos o dia todo lá. – Diz Noite.

- Isso não está certo... – Diz Tyler.

Os fantasmas continuavam nas ruas, executando as mesmas tarefas infinitamente.

Noite tenta correr para fora da cidade, mas alguns fantasmas começam a agir estranhamente, impedindo sua saída.

- Dei-me sair! – Dizia Noite, tentando atravessar uma barreira criada pelos espíritos.

Ao longe, caminhando em direção à Noite, podia-se ver um ser encapuzado. A noite parecia mais densa e escura.

Lentamente o ser ia se aproximando.

- Quem... Quem é você? – Pergunta Noite ao ser.

Sua pele era negra como carvão. Seu braço esquerdo era maior e mais definido que seu braço direito, e seu rosto não era visível.

O ser corre em direção à Noite, que desvia da investida e corre até oura rua da cidade.

- O que é isso?! – Grita Noite.

- Não sei senhorita, mas não é algo bom! – Diz Tyler.

Noite corre em direção ao velho bar sem paredes, carregando em suas mãos o velho lampião vermelho.

- MEU! – Grita a criatura, causando um pequeno tremor.

Noite estava cansada. Ela pôde ver que as plantas e vegetações que a criatura tocava acabavam murchando e morrendo.

- Não é um bom sinal. – Diz Tyler.

- Não mesmo. – Noite Retruca.

A criatura volta a investir.

Noite desvia. Ela sente um cheiro terrível e se joga para trás. O hálito da criatura era podre.

Talita aparece.

- Menina! – Diz ela. – Corra! Este é...

- MEU! – A criatura grita, interrompendo Talita. Um pequeno terremoto fora causado.

Noite tenta manter-se de pé, mas não consegue. A criatura se aproxima dela. Talita faz a possessão.

A garota se levanta, com os joelhos ralados, corre até o final da rua e abre o grimório.

- Aquele que foge da luz, na luz irá se dissipar. A noite é escura, mas com meu clarão você há de recuar! Brilhando intensamente, minha luz irá me salvar! – Recita Noite, agora possessa por Talita.

E, da mão esquerda de Noite, uma luz intensa começa a emanar. Tyler se esconde dentro da bolsa de couro. A garota fecha os olhos para não ser cegada pela luz.

Ouve-se um chiado e a terra treme novamente. O chiado continuava agora mais alto e agudo, como se várias vozes estivessem gritando.

Noite segurava a luz que agora começara a brilhar ainda mais intensamente.

O grito some. A luz se dissipa. Talita sai do corpo de Noite.

A garota ofegava, e encarava a fantasma sem olhos que flutuava a sua frente.

- Obrigada... – Diz Noite.

- Lucífago Rofocale. – Diz Talita.

- O que? – Pergunta Noite, sentando-se de pernas cruzadas.

- Lucífago Rofocale. – Repete Talita. – Um marquês do inferno. Ele não morreu, sei que vai voltar.

- Como sabia disso? – Noite pergunta, levantando-se e começando a caminhar.

- Eras presa numa casa. Acabo aprendendo um pouco com cada um que ali passou. – Diz Talita.

Noite suspira.

- Aponte a casa de Lili. – A garota diz ao espelho.

Logo após chegar à frente da casa, Noite cai de joelhos na neve, fraca.

- Vamos senhorita, você já está aqui! – Diz Tyler.

Noite então esforça-se e entra na casa.

Lili estava sentada lendo o grande livro. Noite senta-se à cama. Tyler sai da pequena bolsa de couro e caminha até a frente da lareira.

- E então? – Pergunta Lili.

- Não era o lampião que te interessava não é? – Pergunta Noite.

Lili sorri.

- Na verdade não. – Diz ela. – Mas pode ser que venha a ser útil ter um desses por aqui.

Lili coloca um prato com carne, batatas e pão para Noite.

- Coma. É a única coisa diferente de sopa que você vai comer por aqui. – Diz a velha.

Alguém bate a porta. Lili suspira.

Noite mordiscava a carne.

“O que será isso?” – Pensava a garota.

- Esquilo. – Responde Lili.

Outra vez alguém bate á porta.

- Entre logo, sua vaca! – Diz Lili.

Logo que a porta se abre Noite observa uma linda jovem-moça. Seu corpo era sexy, com bons números em tudo. Seu olhar era sexy, assim como seu sorriso.

- Como vai, madame? – Pergunta a moça, assim que vê Lili.

- O que quer aqui? – Pergunta a velha.

A jovem-moça ri, depois encara Noite com ternura.

- Então ela é a garota? – Pergunta a moça, se aproximando de Noite.

A jovem-moça passa a mão pelos cabelos de Noite, e depois toca suavemente as bochechas sujas da menina. O olhar da moça passava calor, desejo e tesão.

- Pobre garota, tem muito o que aprender. Como se chama? – Pergunta a moça.

Noite encarava a mulher com um certo desejo estranho. Lili estala os dedos e a garota volta a si.

- Noite. – Responde a menina voltando a mordiscar a carne de esquilo.

A jovem-moça suspira.

- Lili sempre acaba com minhas brincadeiras. – Diz ela. – Por que está assim, nessa forma?

- É o que o momento pede. – Diz Lili.

- Ah, entendo. Foda-se então. Convocaram uma reunião urgente. – Diz a jovem-moça.

Noite encarava as duas.

- Como se chama? – Pergunta Noite. – Ou melhor: Como devo lhe chamar?

A jovem-moça sorri.

- Nana. – Diz ela. – Pode me chamar de Nana, criança.

Lili suspira mais uma vez.

- Vá na frente, logo irei. – Diz ela.

Nana então pisca para Noite e fecha a porta.

- Preciso ir. – Diz Lili. – Durma.

Noite acena positivamente com a cabeça. Ela estava terminando de comer seu esquilo assado. Lili abre a janela da casa e uma correnteza fria de ar entra. Ela então se transforma numa coruja, que faz com que Tyler corra de medo até Noite, e sai voando.

- Oh céus, isso é novo para mim. – Diz Tyler.

- Idem. – Diz Noite comendo o último pedaço de seu esquilo.

A garota caminha até a janela e a fecha.

- Bem Tyler, boa noite. – Diz a garota, cobrindo o ouriço com alguns panos.

- Boa noite, jovem Noite. – Diz Tyler, e logo depois solta um guinchado.

- Já disse que sua risada é estranha? – Pergunta Noite, se deitando à cama.

- Oh, que rude. – Diz Tyler.

- Até Tyler. – Diz Noite.

Ela fecha os olhos e, novamente, sonha com a voz lhe perguntando do débito.

Ao acordar de manhã Noite não vê Lili. Havia algo em cima da mesa.

Era uma carta pedindo para que ela se banhasse no rio mais próximo e depois retornasse à casa para tratar de um novo assunto.

- Lili Só apareceu uma vez em casa. – Diz Talita.

- O que você faz durante a noite? – Pergunta Noite.

- Não durmo, então vago por aí observando as coisas, menina. – Diz Talita.

Noite suspira e saí da casa. A neve já não existia mais, assim como o frio.

- Isso é bem estranho. – Diz Noite. – Sabe onde fica o rio mais próximo Talita?

A fantasma acena com a cabeça e começa a flutuar. Noite a segue.

O rio ficava à 5 minutos da casa de Lili. Ao o ver, Noite sente-se aliviada, pois havia certo tempo que não se banhava. A garota se despe e mergulha. Do fundo do rio ela podia observar os raios do sol penetrando na água.

Noite emerge. Ela já se sentia melhor.

- Olá, electi. – Diz uma voz conhecida.

E mais uma vez o campo de força roxo aparece.

- O que quer aqui Sam? – Pergunta Noite.

- Apenas vim lhe visitar num momento oportuno. – Diz Sam, saindo de trás de uma árvore.

Seus olhos encaravam Noite, emanando desejo pelo corpo e pela carne da garota, que sente um calafrio lhe subir pela espinha.

- Como está minha irmã? – Pergunta Noite apenas com a cabeça fora d´água.

Para Noite, algo no olhar de Sam parecia dizer que esconder seu corpo na água não adiantava muita coisa.

- Está bem. Muito bem. – Ele diz.

 


Notas Finais


Obrigado para vocês que leram e estão com paciência de esperar os capítulos.
(PS: Juro que reviso o texto outra hora.)
See ya!


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