1. Spirit Fanfics >
  2. Memento Mori >
  3. Necróforo.

História Memento Mori - Necróforo.


Escrita por: ForsakenBoy

Notas do Autor


Quem tá vivo sempre aparece! Espero que gostem, boa leitura.

Capítulo 6 - Necróforo.


Noite encarava Sam.
A garota começa a sentir uma sensação de raiva crescer dentro de si mesma.

- Não quero sua visita. – Diz Noite.

- Nem pra saber como está a sua irmã? – Pergunta Sam.

O homem se aproxima das margens do rio. Noite caminha mais para o fundo. O campo roxo seguia a menina.

- Como está a... – Noite não consegue pronunciar o nome de sua irmã.

Sam ri.

- O que aconteceu com ela? – Noite grita.

- Nada demais. – Responde o homem. – Apenas o que há de acontecer.

A sensação de raiva cresce em Noite.

- Diga à sua mentora que mandei lembranças. – Diz Sam.

O homem desaparece como da última vez, logo em seguida o campo roxo some.

Noite suspira.

- Lili já chegou. – Diz Talita aparecendo sobre o rio.

- Obrigada. – Diz Noite.

Depois de se lavar um pouco mais, a garota sai do rio e se veste novamente, molhando suas roupas.

- Entre logo menina. – Diz Lili, aguardando do lado de fora da casa. – Logo vai nevar.

As duas entram. A lareira já estava acesa, e Tyler estava à mesa, comendo uma banana.

- Serei direta, Noite. – Diz Lili, sentando-se à mesa.

Noite engole em seco.

Lili desaparece dentro da pequena esfera incolor. Quando retorna, Noite não pode acreditar:

Uma linda mulher, de longos cabelos loiros, alta e de olhos de um impressionante roxo vibrante.

- Sente-se, criança. – Diz a mulher.

Noite não ousava desobedecer. A beleza da mulher à sua frente a hipnotizava. A longa túnica preta, que cobria seu corpo e arrastava-se no chão, tinha escrituras bordadas nas quais Noite não sabia ler.

- Ainda sou a mesma Lili que você conhecera. – Diz a mulher.

Noite observava o corpo da nova Lili, em cobiça. A mesma sensação que Nana havia trago para a menina agora estava milhões de vezes mais forte.

- Concentre-se! – Grita Lili.

A casa range. Noite volta a si.

- Lili... – Diz a menina, agora encarando os olhos roxos da mulher.

- Terei de ir. – Diz a mulher. – E infelizmente não posso te ensinar nada.

- Ir para onde? – Pergunta Noite.

- À lugares indesejados. – Responde Lili. – Logo você saberá mais sobre tudo o que está acontecendo. Até esse momento quero que cuide do meu grimório como se cuidasse de sua vida. – Lili ri. – Mesmo que não cuide muito bem de sua própria vida.

Noite olha para a bolsa de couro em cima da mesa, onde o grimório está.

- Para o pagamento de seu débito eu preciso de um último trabalho seu. – Diz Lili.

- Claro, qual? – Pergunta Noite.

- Siga, todas as noites, em direção à estrela d’alva. – Diz Lili. – Quando chegar ao seu destino ajude sua amiga a reencarnar.

- Minha... amiga? – Pergunta Noite. – Você quer dizer a Talita.

- Exatamente. – Diz Lili. – Após a reencarnação da garota fantasma tudo vai voltar a seu curso natural. Tudo irá ser explicado à caminho de seu destino, jovem electi.

Noite suspira.

- O que é electi? – Pergunta a menina.

Lili sorri.

- Saberá logo. – Ela responde.

E mais uma vez Lili se metamorfoseia numa coruja de penugem banca e cinza, com grandes olhos laranja.

Noite olha pela janela. Nevava e a Noite já caíra.

- Senhorita, pode me dizer o que foi isso? – Pergunta Tyler, acordando.

- Isso o quê?  – Pergunta Noite.

- Por que ficaram quietas por tanto tempo? – Pergunta Tyler.

- Não sei. – Responde Noite. – E não temos tempo para saber. Venha Tyler, precisamos ir.

- Oh céus, onde senhorita? – Pergunta o ouriço.

Noite arrumava o grimório em sua bolsa. Logo Tyler está dentro dela. Dentro do grande caldeirão há um pouco de sopa quente. Noite devora rapidamente o resto da comida e sai.

A neve estava alta e espessa. As estrelas não brilhavam muito no céu de Lugar Nenhum.

- Talita! – Noite diz.

A fantasma aparece, de dentro da casa.

- Sim, menina? – Ela pergunta.

- Me aponte à estrela d’alva. – Diz Noite.

Talita aponta para uma estrela de brilho quase intenso.

Noite caminhava na neve.

- Teremos de passar pela cidade de antes, menina. – Diz Talita.

- Tudo bem... – Responde Noite.

A velha cidade estava coberta em neve. Os sussurros continuavam lá, assim como os fantasmas.

- Senhorita, não podemos dar a volta na cidade? – Pergunta Tyler.

- Ótima ideia. – Diz a garota.

Noite olha para dentro da cidade e, pela primeira vez, vê a aura negra que envolve o lugar.

A garota segue caminhando para a esquerda, a fim de dar a volta na velha cidade.

No meio da caminho havia uma cabana com luzes acesas.

“Não me lembro desse lugar.” Pensa Noite.

Tyler dormia dentro da bolsa.

Noite passa reto à cabana, seguindo de volta ao seu curso.

Conforme o tempo passa, a neve volta a cair e uma madrugada fria se inicia.

Noite tremia com o frio, mas ela havia de continuar seu percurso.

Vez ou outra Tyler acordava e pergunta qual era o objetivo deles, e Noite apenas ficava em silêncio.

Após caminhar por certo tempo, sempre em direção à estrela d’alva, Noite vê uma cabana com luzes acesas.

- Mas... O quê? – Ela diz.

A garota caminha até perto da cabana e vê que era a mesma que vira na última vez.

- Tyler, acorde. – Diz ela.

O ouriço vai acordando aos poucos.

- Sim, senhorita? – Diz ele.

- Veja. – Noite diz, apontando para a cabana.

- Ora... Demos uma grande volta em círculo.

- Estou certa de que não virei em lugar algum, apenas segui reto. – Diz Noite.

A madrugada estava fria.

- Vamos, conseguiremos chegar a algum lugar antes do amanhecer. – Diz Noite, voltando a caminhar.

Após certo tempo, novamente, Noite avista a velha cabana com luzes acesas.

- Mas que droga! – Diz Noite.

Talita não havia aparecido desde que Noite começara a caminhar.

- Tyler, estamos de volta no mesmo lugar. – Diz Noite ao ouriço que acabara de acordar.

Tyler estava sonolento, então limitara-se em produzir um pequeno ruído estranho.

Noite caminha até a cabana e tenta observar por uma janela tão pequena que não passaria sua mão direito. O lugar era simples, com uma lareira acesa, uma mesa e uma cama. Não havia ninguém à vista.

A garota bate à porta.

Silêncio.

Outra batida.

Alguns paços. O som de algo pesado chocando-se com o chão.

A porta abre-se.

- Boa noite. – Diz o homem gordo e alto.

- Erm... – Noite diz. – Boa noite. Eu... eu só queria saber como eu faço pra sair daqui.

O homem ri. Noite o encara, em silêncio.

- Ah, você está falando sério. – Diz ele. – Entre.

Noite hesita, mas logo entra na casa.

- Não há como sair daqui, criança. – Diz o homem gordo, sentando-se à grande cama.

- Deve haver algum jeito. – Diz Noite. – Porque eu preciso seguir a estrela d’alva, e não importa o quanto eu ande, sempre acabo aqui.

O homem ri.

- Sempre foi assim, e assim há de ser para sempre. – Diz o homem, colocando um pouco de sopa dentro de seu pote de madeira.

- Aceita? – Pergunta ele.

- Não, obrigada. – Responde Noite.

A sopa do homem era quase que negra. Alguns cubos de uma duvidosa carne boiavam na gosma.

- Eu... Vou embora. Obrigada por avisar. – Diz Noite.

- Ah, mas já? É raro ter uma companhia por aqui. – Diz o homem. – Ainda mais uma como você.

Noite engole em seco.

- Desculpe, eu realmente preciso ir antes que amanheça. – Diz a menina.

- Permita-me mostrar algo, menina. – O homem diz, levantando-se.

“Ele é realmente alto” Pensa Noite.

O homem arrasta a grande cama e revela uma escada.

- Venha comigo. – Diz ele, descendo.

Após o homem descer, Noite corre até a porta e tenta abri-la, sem sucesso. Ela olha pela janela e vê a neve caindo mais forte do que antes.

- Talita! – Noite sussurra.

Nada.

- Menina? – O homem pergunta. – Venha, não há o que temer.

Noite engole em seco novamente.

Ela desce as escadas.  A parte de baixo era feita de várias pedras bonitas. O lugar era alto o suficiente para que o homem gordo pudesse ficar de pé.

Noite caminhava atrás do homem, em silêncio. Tochas iluminavam o local.

- Senhorita... Poderíamos ir embora? – Cochicha Tyler.

- Também queria, mas não dá. – Responde Noite, também cochichando.

Noite vê um grande quadro, com a pintura de uma grande família de pessoas altas e bem gordas.

- Essa é a minha família. – Diz o homem. – E este sou eu. – Ele diz, apontando para a criança gorda no quadro.

- Onde estão? – Pergunta Noite.

Silêncio.

- Venha. – Diz o homem.

Eles continuam caminhando. Vários quadros continuam aparecendo ao decorrer do caminho. Vários deles eram de insetos e besouros.

- É aqui. – Diz o homem. – Entre.

Ele abre a porta. Noite o acompanha com uma sensação desesperadora dentro de si.

Era uma sala cheia de vidros com insetos empalhados dentro. Borboletas, besouros dos mais diversos tipos, aranhas, abelhas... E só. Vidros e vidros por todo o lado da grande sala.

- São lindos não? – Pergunta o homem.

Noite silencia. Ela continua olhando ao redor da sala.

- Eles não conseguiriam sobreviver lá fora, sabe? – O homem diz. – Lá fora quase não há insetos. E tê-los na minha coleção é uma coisa muito importante.

Noite vê, embaixo de seus pés, uma marca vermelho-escura.

- Há tempos não recebo uma visitante para contemplar meu trabalho. – Diz o homem.

- Certo... – Diz Noite dando um passo para trás.

A marca vermelho-escura estava ali, seca.

- Sabe, estou sozinho há tanto tempo. É bom ver um rosto novo. – Diz o homem.

- Eu... Eu tenho que ir, infelizmente. – Diz Noite.

- Poxa!

Silêncio.

- Fique um pouco mais, posso te mostrar uma nova sala. – Diz o homem.

- Eu realmente tenho que ir. – Diz Noite.

O homem ri.

- Não seja uma inútil fazendo algo inútil como tentar sair daqui. – Diz ele. – Fique e faça algo de útil. Eu já disse que é impossível sair daqui. Não sem passar pela cidade.

Noite engole em seco. O homem se aproxima. A garota corre.

A risada do homem ecoava pelo longo corredor cheio de tochas. Os quadros de insetos amedrontavam a menina.

A escada que ela usara para descer sumira.

- Não há como fugir. – Diz o homem.

Apenas sua voz podia ser ouvida.

Noite tira o grimório de sua bolsa. Tyler se esconde, transformando-se numa pequena bolinha de espinhos.

A risada do homem ficava mais alta.

A garota abre o livro e passa os olhos por várias palavras. Suas mãos tremiam.

O tom alaranjado das tochas fazia com que as sombras do lugar fossem mais intensas.

 

- Venha comigo, apenas mais uma sala. – Diz o homem, aparecendo à frente à luz de uma das tochas.

Noite encosta-se a uma parede atrás dela. Não havia pra onde correr a não ser para frente.

- Afaste-se... – Diz a menina.

O homem ri. Ele ria do desespero da menina.

Ele caminhava em direção à Noite, o que fazia com que o homem parecesse mais alto a cada passo.

- Eu disse pra se afastar. – Diz a menina.

A queimação do pentagrama em seu pescoço não era a maior preocupação de Noite, que tremia com os passos do homem à sua frente.

Outra risada.

- SE AFASTE! – Grita noite.

Um impulso. O homem para de rir.

- Uma devedora. – Diz o homem, observando Noite.

Ele ri. Seu sorriso era tão grande que, literalmente, ia de orelha a orelha. Seus dentes eram amarelos.

Noite estende o braço em direção ao homem.

- Não chegue mais perto. – Diz Noite.

O homem para.

- Deixe-me ir ou...

Noite hesita.

- Ou? – Diz homem.

Ele ri.

- Está óbvio que você é uma devedora sem treino.

Noite engole em seco.

O homem começa a correr até ela.

- Não se mexa! – Ela grita.

A marca incendeia. A cor roxo-claro que emanava da marca, agora emanava da mão de Noite.  O grande homem gordo congela no lugar. A cor que emanava das mãos de Noite brilha no homem, por um breve segundo, e desaparece.

Noite suspira, aliviada.

- Vadia. – Diz ele, parado em seu lugar. – Você sabe o que vou fazer contigo?

Noite passa por ele, encarando seus pequenos olhos pretos.

- Eu vou cortar a sua cabeça fora. – Ele diz. – Enquanto eu te fodo. Que nem um louva-a-deus.

Noite começa a correr. O corredor era longo e interminável. A garota passa pela porta do quarto cheio de insetos empalhados e continua correndo.

- Senhorita, o que faremos agora? – Pergunta Tyler.

- Não sei. – Diz Noite. – Realmente, não sei.

Uma porta de madeira, larga e alta, estava no fim do corredor.

Noite ouve um zumbido.

Ela entra.

Um mau-cheiro insuportável adentra as narinas da garota, que fica em choque.

Uma sala com vários corpos, alguns em decomposição. Alguns deles nus. Corpos de mulheres, homens, velhos, crianças, bebês e animais.

Noite ouve novamente um zumbido. Ela fecha a porta atrás de si e desce uma escadaria.

- Senhorita... Não vamos conseguir. – Diz Tyler.

- Calado! – Diz Noite.

Uma grande pilha de corpos em decomposição, inchados exalando chorume estava bem no centro da sala. Machados, serras, correntes e outras coisas estavam presas à parede.

A porta se abre.

O homem encara a sala, sorrindo.

- Você não vai conseguir se esconder menina. – Diz ele. – Conheço esse como conheço o meu pau.

Noite segura o vômito. Lágrimas escorriam de seus olhos, enquanto ela se escondia entre os corpos em decomposição.

Um estrondo.

- Sabe o que eu tenho na mão, criança? – O homem diz. – Um machado. E bem afiado pra poder cortar sua cabeça. Decidi que vou fazer diferente.

Outro estrondo.

Pequenas larvas brancas começam a andar pelo corpo de Noite.

- Vou cortar um membro seu de cada vez, enquanto eu te fodo, claro, e depois arranco seus olhinhos lindos. – O homem diz. – E depois, corto sua língua. E antes de você morrer, corto sua cabeça fora.

O homem ri.

Outro estrondo, este mais perto de Noite.

- Ah claro! – O homem diz rindo. – Lembre-se: Eu vou te estuprar enquanto faço todas essas coisas.

Outra risada.

Um estrondo bem em frente à Noite. Os corpos cobriam a menina. Ela prende a respiração. Por entre as brechas de luz ela podia ver um braço.

- Te encontrei. – Diz o homem.

Noite grita. Os corpos que estavam em cima da menina voam pela grande sala.

O campo de força roxo reaparece.

O homem ri.

- Criança! – Ele grita, batendo no campo com seu machado. – Isso não vai te salvar!

A cada batida do machado Noite podia sentir sua marca queimar. Ela chorava, mas não mais por si mesma, e sim por cada um ali naquela sala. Cada criança, cada mulher, homem; Chorava por cada ser humano.

- Eu sinto a dor de vocês. – Ela diz, chorando. – Eu sinto muito!

Noite realmente sentia. Ela conseguia sentir em si mesma a dor, o desespero, a angústia de cada alma ali presente.

Sussurros e gritos. Cada uma das almas presas ali não descansaria até ver aquele homem morto.

- Sabe! – O gordo diz. – Eu empalho os corpos que gosto. Os que eu não gosto, coloco ovos e enterro.

Mais uma machadada no campo de força roxo. Noite havia parado de chorar.

- S-senhorita? – Tyler diz de dentro da bolsa.

O homem se aproxima de Noite com o machado em mãos. Seus longos cabelos negros começam a flutuar ao redor de si mesma. Seus olhos brilhavam em roxo-claro, assim como suas duas mãos.

O homem se distancia.

- Ser vil, sua alma não pertence mais a este mundo. Sua existência causa dor e sofrimento, seu coração é imundo.
Tal coisa não merece existir. – Recita Noite. – Tal coisa merece explodir.

Pouco a pouco o grande homem gordo vai inchando, inchando tanto até que em um momento suas vísceras explodem pela sala e seu sangue jorra pelo chão.

Os olhos de Noite voltam à cor normal e o pentagrama em seu pescoço não queima mais. Ela cai de joelhos no chão daquele lugar imundo e fica em silêncio.

- Senhorita. – Diz Tyler. – Precisamos achar uma saída, o que acha?

Noite sorri.

- Certo Tyler. Precisamos. – Diz Noite.

Todas as almas ali haviam se libertado. Noite não sentia mais a dor e o sofrimento, mas estranhamente sentia um ódio exorbitante.

Noite caminha pelo corredor longo e quase sem fim. Ela observa o lugar onde a escada estivera anteriormente. A luz da cabana do homem gordo brilhava.

- Senhorita, como iremos subir? – Pergunta Tyler.

- Temos de descobrir. – Diz Noite, pegando o grimório de Lili dentro de sua bolsa.

Depois de certo tempo de procura ela lê uma magia de levitação.

- Certo, vamos tentar. – Diz Noite.

Tyler fica observando com a cabeça para fora da bolsa.

Noite se concentra e encara fixamente um dos pontos onde deveria estar a escada, logo fecha seus olhos.

Tyler ainda a observava silenciosamente.

Logo a garota levita a alguns centímetros do chão. Tyler fica maravilhado, mas não diz nada. Aos poucos Noite vai subindo mais e mais. A garota abre os olhos.

- Tá dando certo! – Ela diz, sorrindo.

Ela flutua o suficiente para encostar no teto da parte de baixo da casa. Noite flutua um pouco mais e chega à cabana. Suas pernas tremem de fraqueza.

- Bom trabalho, senhorita Noite. – Diz Tyler.

- Obrigada. – A menina diz sorrindo.

A garota se senta na cama, mas a ideia de descansar naquela casa onde o homem gordo vivia a abominava.

- Vamos Tyler. – Diz Noite.

- Mas... Senhorita, nós temos que descansar e...

- Já estou bem, não podemos perder tempo. – Diz a menina, se levantando.

Noite caminha pra fora da casa. A porta se abre sem nenhuma resistência.

A neve ainda caía. A noite ainda estava fria. A cidade continuava ali.

- Temos de ir por dentro da cidade. – Diz Noite. – Foi o que o homem gordo disse.

- Certo. – Tyler Diz.

 Noite volta a caminhar. A cabana atrás deles se apaga. Ela desmorona.

Um urro sai de dentro dos escombros.

Noite vira-se e mais uma vez vê aquela figura encapuzada, pele como carvão, um braço maior que o outro e com um cheiro de putrefação: Lucífago Rofocale.

Noite começa a correr para dentro da cidade. As almas de lá continuam seus afazeres infinitos. O demônio adentra a cidade numa velocidade alta.

- Talita! – Grita Noite.

Nenhum sinal da garota fantasma.

O demônio urra. A terra treme. Noite se desequilibra, mas continua correndo.

- Oh céus! Hoje não é o nosso dia de sorte. – Diz Tyler voltando a ser uma pequena bolinha de espinhos dentro da bolsa de couro.

As pernas de Noite começaram a tremer. Ela estava fraca depois de tudo o que acontecera na casa do homem gordo.

A criatura urra novamente. Noite cai ao chão.

- Talita! – Ela grita.

Mais uma vez, nada.

Logo grandes correntes reluzentes prendem o demônio no chão, que urra.

Logo Noite vê, atrás do monstro, um garoto. Ele recitava alguma coisa que ela não conseguia ouvir. As correntes reluzentes começam a brilhar mais intensamente e Noite cobre os olhos. Assim que os abre, a garota vê que mais uma vez o demônio sumira.

O garoto caminha até noite e lhe oferece a mão. Ela limpa os joelhos que estão sujos e ralados.

- Obrigada. – Ela diz ao garoto.

Ele era consideravelmente alto. Aparentava a mesma idade que Noite. Cabelos cacheados que caíam à altura do ombro e olhos cor de mel.

- O que você tá fazendo aqui, nesse fim de mundo? – Pergunta o garoto.

- Tô indo pra fora dele. – Diz Noite. – É o meu trabalho.

- Entendo. – Diz o garoto. – Você quase se fodeu legal.

Ele ri.

- Sério, se aquela coisa tocasse em você, você estaria mortinha agora. Tipo, você seria um desses fantasmas. – Diz ele. – Como devo te chamar?

A garota o encara.

- Noite. – Ela responde.

O garoto ri segurando sua barriga, como se ela fosse cair ou algo assim.

- O que tem de tão engraçado? – Pergunta Noite.

- É que... – O garoto diz, parando de rir. – É que eu sou Dia. 


Notas Finais


Eu juro que depois eu reviso! É que agora eu tô ocupado (mentira!)...
Enfim, espero que estejam gostando, e espero que tenham paciência de aguentar a minha demora de postagem eauheahuhuea Enfim, até mais ver.
See ya!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...